Wilson Martins (crítico literário)

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Wilson Martins
Wilson Martins (crítico literário)
Nascimento 3 de março de 1921
São Paulo
Morte 30 de janeiro de 2010 (88 anos)
Curitiba
Nacionalidade Brasileiro
Alma mater Universidade do Paraná (atual UFPR)
Ocupação Professor, escritor, magistrado, jornalista, historiador e crítico literário
Prêmios Prêmio Jabuti (1977 e 1978)
Prêmio Machado de Assis (2002)
Magnum opus História da Inteligência Brasileira

Wilson Martins (São Paulo, 3 de março de 1921Curitiba, 30 de janeiro de 2010) foi um professor, escritor, magistrado, jornalista, historiador e crítico literário brasileiro, autor da coleção monumental História da Inteligência Brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formação, jornalismo e crítica literária[editar | editar código-fonte]

Wilson Martins se dizia educado pelo "sistema antigo, de rigor, disciplina e obediência, sem excessos de complacência". Ele se considerava autodidata, lendo sem parar desde criança.[1]

Com apenas 16 anos de idade, Wilson já era revisor no Jornal Gazeta do Povo como prestador de serviço, sendo contratado somente em 1945 como funcionário do jornal.[2]

Foi um dos primeiros locutores da Rádio Clube Paranaense, nos anos de 1930 e 1940.[3]

Formou-se em direito em 1943 pela Universidade do Paraná (atual UFPR).[4]

Estreou como crítico literário com a publicação, em 1946, da coletânea Interpretações. Após receber bolsa de estudos do governo francês, passou uma temporada em Paris entre 1947 e 1948,[4] fazendo estudos de especialização literária,[5] depois do que passou a dedicar-se à literatura também como professor.

Seu primeiro emprego como crítico literário foi a partir de 1954[4] no jornal O Estado de S. Paulo, onde substituiu Sergio Milliet[1] e permaneceu até 1974.[5] Trabalhou no Jornal do Brasil de 1978 até 1995, quando transferiu sua coluna semanal para O Globo, retornando para o Jornal do Brasil em 2005.[4] Também foi colunista da Gazeta do Povo.[5]

Magistratura e docência[editar | editar código-fonte]

Em 1952, após aprovado em concurso, tornou-se juiz de direito no Paraná, permanecendo no cargo até 1962.[5]

Também em 1952 iniciou a carreira de professor, lecionando língua e literatura francesa[6] na Faculdade de Filosofia da Universidade do Paraná[4] até 1962.[5]

Foi professor de Literatura Brasileira na New York University desde 1965 até sua aposentadoria em 1991,[4] quando foi homenageado com o título de Professor Emérito.

Morte[editar | editar código-fonte]

Morreu em Curitiba, dia 30 de janeiro de 2010, aos 88 anos de idade, em decorrência de complicações de saúde, onde estava internado no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Entre outros prêmios, recebeu o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por duas vezes, em 1977 na categoria estudos literários[7] e 1978 na categoria ciências humanas,[8] por volumes do livro “História da Inteligência Brasileira”, e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 2002, pelo conjunto de sua obra.[1]

Pensamentos[editar | editar código-fonte]

Para Wilson Martins, o cânone literário era a melhor tábua de comparação disponível.[1]

Os alvos das críticas de Martins foram o multiculturalismo e o relativismo, que dizia colocar toda e qualquer obra em pé de igualdade. Segundo ele, isso seria nivelar a cultura por baixo. Sua crítica era norteada pela qualidade da obra. Martins também foi crítico da chamada “literatura engajada” a qual a esquerda brasileira defendia e praticava. Wilson se norteou pela qualidade literária, apontando que certos livros que se inscreviam nesta corrente revolucionária careciam de valor artístico.[1][9]

Escritor respeitado, é autor da monumental obra em sete volumes História da Inteligência Brasileira; escreveu também A ideia modernista, Crítica literária no Brasil e A palavra escrita, entre outros.

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

Seus principais trabalhos incluem:

  • A ideia modernista (1965, 5ª ed. 1977) - traduzido para o inglês por Jack Tomlins (1971), The modernist idea: a critical survey of Brazilian writing in the twentieth century, New York University Press, ISBN 0814702937 reviewed at [2]
  • História da Inteligência Brasileira - 7 volumes
  • A Crítica Literária no Brasil - 2 volumes

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Morre o crítico literário Wilson Martins». Consultado em 27 de dezembro de 2016 
  2. Escrivão Martins Jornal Gazeta do Povo - edição comemorativa de n° 30.000 - acessado em 8 de dezembro de 2012
  3. A voz de Wilson Martins (1) Paraná - Online
  4. a b c d e f «Wilson Martins». Enciclopédia Itaú Cultual. Consultado em 19 de março de 2017 
  5. a b c d e «Memória Paranaense: O crítico literário Wilson Martins fala de sua obra». Portal Paraná - UOL. 28 de setembro de 2016. Consultado em 19 de março de 2017 
  6. «Escritor e crítico Wilson Martins morre aos 88 anos». O Globo. 30 de janeiro de 2010. Consultado em 19 de março de 2017 
  7. «Vencedores do Prêmio Jabuti 1977». Câmara Brasileira do Livro. Consultado em 29 de março de 2017. Arquivado do original em 30 de abril de 2014 
  8. «Vencedores do Prêmio Jabuti 1978». Câmara Brasileira do Livro. Consultado em 29 de março de 2017. Arquivado do original em 30 de abril de 2014 
  9. Gazeta do Povo, [1], 5 de maio de 1994, Gazeta do Povo, CRÍTICA E COERÊNCIA

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Sanches Neto, M. (1997). Wilson Martins. Editora UFPR. ISBN 8573350148
  • (2001). Mestre da crítica: edição comemorativa dos oitenta anos do crítico literario Wilson Martins, Professor Emérito da Universidade de Nova Iorque. Imprensa Oficial do Paraná. ISBN 8574750328
  • Boletim Informativo da Casa Romário Martins - Nas Ondas do Rádio (v.23, n.115, dez.1996): Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba. 1996