Zé Rodrix

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Zé Rodrix
Zé Rodrix
Zé Rodrix se apresenta em São Paulo,
na Virada Cultural de 2008.
Informação geral
Nome completo José Rodrigues Trindade[1]
Nascimento 25 de novembro de 1947
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Morte 22 de maio de 2009 (61 anos)[1]
Local de morte São Paulo, SP
Brasil[1]
Nacionalidade brasileiro
Ocupação(ões) compositor
multi-instrumentista
cantor
publicitário
escritor
Instrumento(s) vocal
piano
teclado

Zé Rodrix, nome artístico de José Rodrigues Trindade (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1947São Paulo, 22 de maio de 2009), foi um compositor, multi-instrumentista, cantor, publicitário e escritor brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ainda sob o nome Zé Rodrigues, iniciou sua carreira musical no ensino médio, integrando, com colegas do Colégio de Aplicação da UFRJ David Tygel, Maurício Maestro (sob o nome Maurício Mendonça) e Ricardo Villas (sob o nome Ricardo Sá), o grupo vocal Momentoquatro. Com esta formação, o grupo acompanhou Marília Medalha, Edu Lobo e o Quarteto Novo na apresentação de "Ponteio", vencedor do Festival da Record em 1967, além de ter gravado um compacto duplo e um LP pela gravadora Phillips. Estudou no Conservatório Brasileiro de Música, desenvolvendo a característica da multi-instrumentalidade: tocava piano, violão, sanfona, flauta, bateria, saxofone e trompete.

Na década de 1970, participou da banda Som Imaginário, banda criada para acompanhar Milton Nascimento.[1]

Desligando-se da banda em 1971, venceu o Festival da Canção de Juiz de Fora, junto a Tavito, com a canção "Casa no campo", uma de suas composições mais famosas, que se tornaria um grande sucesso na voz de Elis Regina, e cujo trecho da letra ("compor rocks rurais") batizou o estilo de música conhecido como rock rural, com influências regionalistas, tropicalistas, folk, country e rock, tocada pelo trio do qual faria parte logo em seguida, com Luiz Carlos Sá e Guttemberg Guarabyra (Sá, Rodrix e Guarabyra).

Nessa época, compôs músicas como "Mestre Jonas" (em parceria com Sá e Guarabyra), "Ama teu vizinho" (com Luiz Carlos Sá), "Blue Riviera" (com Sá e Guarabyra), "O pó da estrada" (com Sá e Guarabyra), "Os anos 1960", "Pendurado no vapor" (com Sá e Guarabyra), "Primeira canção da Estrada" (com Luiz Carlos Sá), dentre várias outras", além de um famoso jingle criado pelo trio, por encomenda da J. W. Thompson, para a Pepsi, notabilizado pelo verso: "só tem amor quem tem amor pra dar".

Zé Rodrix saiu do trio em 1973, para seguir em carreira solo e participações especiais em gravações de artistas diversos, como o disco de estreia do Secos & Molhados, no qual toca piano, ocarina e sintetizador na última faixa, chamada "Fala". Rodrix dedilhava seu teclado moog após a orquestra e os outros instrumentos cessarem, técnica que só pode ser ouvida nos CDs relançados do grupo já na década de 1990, pois no vinil original esta música continha 15 segundos a menos.[2]

Lançou em 1976 seu primeiro LP bem-sucedido comercialmente, Soy Latino Americano, criado após sugestão de Roberto Livi, que teria lhe dito que começasse a cantar mais para o "povão".[3]

Passou a se dedicar mais na área de publicidade que musical na década de 1980, mas em 1983, o músico passou a integrar o grupo Joelho de Porco, com o qual gravou o LP e participou do Festival dos Festivais em 1985, ganhando o prêmio de melhor letra pela música "A Última Voz do Brasil".

Entre 1989 e 1996 assinou a direção musical dos espetáculos "Não fuja da Raia" e "Nas Raias da loucura", de Sílvio de Abreu, e do programa "Não fuja da Raia" (Rede Globo), estrelado por Cláudia Raia.

Em 1993 foi contemplado com o prêmio Kikito, no Festival de Cinema de Brasília, pela trilha sonora do filme "Batman e Robin".

Em 2001 reuniu-se novamente a Sá e Guarabyra, tendo seu show de estreia ocorrido no Rock in Rio III.[1] Logo após o lançamento de Outra Vez Na Estrada, com o trio, em 2001, Zé Rodrix conheceu o Clube Caiubi de Compositores, em São Paulo, e passou a desenvolver parcerias com novos autores da música brasileira, entre eles Sonekka e Reynaldo Bessa.[4]

Em dezembro de 2008, Zé Rodrix lança um single ao lado de Sá e Guarabyra, chamado Amanhece um outro dia. A canção foi tema de abertura da novela Revelação, exibida pelo SBT. Para promover a novela, o trio chegou a se apresentar ao vivo no programa Hebe.

Zé Rodrix morreu às 00:45 do dia 22 de maio de 2009, após sentir-se mal e ser levado ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, cidade onde residia.[1]

A Trilogia do Templo[editar | editar código-fonte]

No início da década de 2000 revelou que era maçom, chegando a lançar a trilogia denominada Trilogia do Templo, sobre a maçonaria.[4] A trilogia é composta dos títulos: Johaben: Diário de um Construtor do Templo, Zorobabel: reconstruindo o templo e Esquin de Floyrac: O fim do Templo. Sobre a trilogia, o escritor Luis Eduardo Matta afirmou no prefácio do terceiro volume: "Nunca, em toda a trajetória literária brasileira, um escritor se aventurou com tamanha obstinação por uma saga épica monumental como é o caso desta trilogia, que se debruça sobre os primórdios da maçonaria, uma das fraternidades iniciáticas mais antigas do mundo, mesclando erudição e fluência, onde realidade e ficção se confundem num incrível mosaico narrativo". Ainda de acordo com Matta, a Trilogia do Templo foi uma das mais fantásticas obras literárias produzidas no Brasil na primeira década do século XXI.[5]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Com Momento4uatro[editar | editar código-fonte]

  • 1968: Momento4uatro (Philips)

Com Som Imaginário[editar | editar código-fonte]

  • 1970: Som Imaginário (Odeon)

Com Sá, Rodrix e Guarabyra[editar | editar código-fonte]

  • 1972: Passado, Presente & Futuro (Odeon)
  • 1973: Terra (Odeon)
  • 2001: Outra Vez na Estrada - Ao Vivo - com Sá, Rodrix & Guarabyra (Som Livre)
  • 2009: Amanhã - com Sá, Rodrix & Guarabyra (Roupa Nova Music)

Solo[editar | editar código-fonte]

  • 1973: I Acto (Odeon)
  • 1974: Quem Sabe Sabe Quem Não Sabe Não Precisa Saber (Odeon)
  • 1976: Soy Latino Americano (EMI-Odeon)
  • 1975: Motel - Trilha Sonora Original do Filme (Continental)
  • 1976: O Esquadrão da Morte - Trilha Sonora do Filme (RCA Victor)
  • 1977: Quando Será? (EMI-Odeon)
  • 1978: Hora Extra (EMI-Odeon)
  • 1979: Sempre Livre (RCA Victor)

Com Joelho de Porco[editar | editar código-fonte]

  • 1983: Saqueando a Cidade (Lira Paulistana/Continental)
  • 1988: 18 Anos Sem Sucesso (Eldorado)

Colaborações com outros artistas[editar | editar código-fonte]

Compactos[editar | editar código-fonte]

  • 1979 Faça de mim um objeto (RCA)
  • 1981 Seu Abelardo/Rock do Planalto (Continental)

Cinematografia[editar | editar código-fonte]

Cinematografia possivelmente incompleta

Referências

  1. a b c d e f Folha Online - Morre o músico Zé Rodrix, aos 61 anos, em São Paulo Acessado em 22 de maio de 2009.
  2. Silva, Vinícius R. B.. "O doce & o amargo do Secos & Molhados: poesia, estética e política na música popular brasileira". Dissertação (Mestrado em Letras) Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2007. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp103551.pdf p.326.
  3. Barcinski 2014, p. 104.
  4. a b Folha Online - Saiba mais sobre a carreira do músico Zé Rodrix Acessado em 22 de maio de 2009
  5. Digestivo Cultural - Zé Rodrix: o escritor e o amigo Acessado em 25 de junho de 2009.
  6. Cinemateca Brasileira, A Noiva da Cidade [em linha]
Fontes[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]