Za'atar

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Za'atar, um condimento do Médio Oriente.

Za'atar (em árabe زعتر; em hebraico: זעתר), também zátar ou zaatar, é uma mistura de especiarias usada como condimento e originária do Oriente Médio, marcante na culinária levantina-árabe.

O za’atar é tradicionalmente uma mistura moída de tomilho, orégano, manjerona, gergelim torrado, coentro, sumagre e sal;[1] no entanto, nem todos estes ingredientes estão sempre presentes, enquanto que por vezes se adicionam outros, como cominho e coentro[2]

O termo za’atar provém da palavra árabe para a erva usada como principal ingrediente, a manjerona.[3] Os nomes científicos desta erva incluem Origanum majorana, Origanum syriacum (também conhecida na Bíblia como hissope, orégano-da-síria, ou manjerona selvagem), e Thymus capitatus (tomilho).[4] Za'atar birri (ou za'atar selvagem) é identificado como Origanum vulgare.[5] Tanto o orégano como a manjerona são plantas mediterrânicas da família Labiatae, que inclui também a hortelã e a sálvia.[1]

A erva za'atar é um condimento popular desde a Armênia a Marrocos e é muitas vezes usada no café-da-manhã para aromatizar um queijo feito com iogurte e pão.[6][7] Também pode ser misturada com azeite para formar uma pasta chamada za'atar-ul-zayt, usada muitas vezes com os bolos de gergelim chamados ka'ak.[7] Outra maneira de usá-lo é misturado com massa de pão, o "manaeesh bi zaatar".[8]

História[editar | editar código-fonte]

O za'atar tem sido usado na culinária árabe desde os tempos medievais.[9][10] Para os judeus de Israel, o za’atar esteve associado às padarias árabes, mas a sua produção comercial tornou-a um “elemento integral da culinária de Israel”.[11]

Propriedades curativas[editar | editar código-fonte]

No Líbano, existe a crença de que esta mistura é boa para o cérebro e para a resistência do corpo; por essa razão, as crianças são encorajadas a comê-la no café-da-manhã, principalmente antes de um exame.[12]

Maimônides, um rabi e médico medieval que viveu no norte de África, prescrevia o za'atar como antisséptico, cura para parasitas intestinais, para a constipação, a perda de apetite e a flatulência; como pomada, aplicada na fronte, o óleo de za'atar reduziria as dores de cabeça.[13]

Referências

  1. a b «Za'atar:On Language». Consultado em 29 de março de 2008. Arquivado do original em 6 de março de 2008 
  2. Margaret Roberts. Margaret Roberts' A-Z Herbs: Identifying Herbs, How to Grow Herbs, the Uses. [S.l.]: Struik. p. 83. ISBN 1868724999. Consultado em 29 de março de 2008. Arquivado do original em 29 de novembro de 2014 
  3. Aliza Green. «Za'atar». CHOW. Consultado em 9 de março de 2008 
  4. Johannes Seidemann (2005). World Spice Plants. [S.l.: s.n.] p. 365. ISBN 3540222790 
  5. Sorting Origanum Names
  6. Krishnendu Ray (2004). The Migrant's Table: Meals and Memories in Bengali-American Households. [S.l.]: Temple University Press. p. 154. ISBN 1592130968 
  7. a b «Recipes of the West Bank Olive Harvest». 21 de novembro de 2007. Consultado em 14 de março de 2008 
  8. Terry Carter, Lara Dunston, Andrew Humphreys (2004). Syria & Lebanon. [S.l.]: Lonely Planet. p. 68. ISBN 1864503335 
  9. Ghillie Basan (2007). Middle Eastern Kitchen. [S.l.]: Hippocrene Books. p. 27. ISBN 0781811902 
  10. Dorothea Bedigian (setembro de 2004). «History and Lore of Sesame in Southwest Asia». Economic Botany. Volume 58, Issue 3: 330–353 
  11. «Hyssop: Adding Spice to Life in the Middle East». Israel Ministry of Foreign Affairs. 1 de julho de 1998 
  12. Aglaia Kremezi. «Zaatar». Recipe Zaar 
  13. «The Magic of Zaatar». Exotic Spices Center. Consultado em 9 de março de 2008