Zafar (Iêmen)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Plano arqueológico de Zafar, c. 500
Pedra de anel Iaxique bar Hanina com o desenho da Torá, 330 a.C. - 200 d.C.
Ânfora romana encontrada em Zafar originaria de Ácaba, Jordânia, 400 - 550

Zafar ou Dafar (em árabe: ظفار; romaniz.:Ðafār) é uma antiga cidade himiarita situada no Iêmem, cerca de 130 km ao sul-sudeste da capital Saná. É mencionada em diferentes textos antigos. Encontra-se nas terras altas iemenitas em algum m 2800. A cidade mais próxima é Iarim, que fica a 10 km na direção norte-noroeste. Zafar era a capital da confederação tribal himiarita de 110 a.C. a 525 d.C., que em sua maior expansão governou a maior parte da Arábia. Por 250 anos a confederação himiarita, incluindo seus aliados, estendia-se ao norte de Riade, e ao norte-lesta até o Eufrates. Zafar era a capital himiarita no sul da Arábia antes de ser conquistada pelo Império de Axum.

O inicio do assentamento é obscuro. A principal fonte são inscrições no antigo Alfabeto arábico meridional datadas do século I a.C.. É mencionada também por Caio Plínio Segundo em sua obra História Natural, e no anônimo Périplo do Mar Eritreu (ambos do século I d.C.), bem como na Geografia de Ptolemeu do século II. Presumivelmente, nos tempos medievais as coordenadas do mapa de Ptolomeu foram incorretamente copiados ou emendados para que mapas subsequentes por colocar a metrópole em Omã, e não no Iêmem. As fontes escritas são numerosas, mas heterogêneas. Textos cristãos citam a guerra entre os Himiaritas e os axumitas (523-525), porém nenhum texto cita a sua destruição. Há evidências de que em Zafar e, em geral, nas terras altas iemenitas houve uma diminuição drástica da população nos séculos V e VI.

O antigo assentamento ocorreu dentro e fora das defesas da cidade antiga. Hoje, estas foram estimadas em 4000 m de comprimento. A fortaleza principal hoje é ainda referida como a Huceine Raidã. As ruínas arquitetônicas principais em Zafar incluem uma câmaras subterrâneas, túmulos, uma linha de câmaras de armazenamento e as fortificações arruinadas que estão melhor preservadas. Textos no Alfabeto arábico meridional mencionam cinco palácios reais em Zafar: Hargabe, Calanum, Caucabã, Xauatã e Raidã, o palácio do estado.

A cidade foi o lar de politeístas, comunidades judaica e cristã. Surpreendentemente existe pouca evidência do caráter e dos costumes dessas religiões, bem distantes de seus centros. Supõe-se em termos de religiões uma mistura de cristãos, judeus e politeístas, no final de tempos pré-islâmicos.

Do inicio do século III ao VI, Zafar era uma cidade com um florescente comércio local e internacional. A evidência disto vem na forma de ânforas do período romano tardio com cerca de 500 vasos e fragmentos recuperados em Zafar. A paisagem contemporânea parece ser muito inferior ao que forneceu a base de recursos para a confederação tribal himiarita. A água é escassa, os solos de terras altas sofrem erosão, a cobertura de árvores praticamente desapareceu. Dado o esgotamento dos recursos naturais, conflitos civis e epidemias a população do período himiarita parece ter declinado especialmente no século IV. Hoje cerca de 450 agricultores habitam na antiga capital.

O mapeamento e escavações arqueológicas através da Universidade de Heidelberga continuaram em 1998-2010.

Referências[editar | editar código-fonte]

A. Berger (ed.), Life and Works of Saint Gregentios, Archbishop of Taphar… Millennium Studies in the Culture and History of the First Millennium C.E. vol. 76 (2006)

Walter W. Müller, Himyar, Reallexikon für Antike und Christentum, v. 15 (Stuttgart 1991) 303-331

Walter W. Müller, Encyclopedia of Islam 11 fasc. 185-186 (2001) 379-380 s.v. Zafar

Paul Yule et al., Zafār, Capital of Himyar, Ibb Province, Yemen First Preliminary Report: 1998 and 2000, Second Preliminary Report: 2002, Third Preliminary Report: 2003, Fourth Preliminary Report: 2004, Archäologische Berichte aus dem Yemen 11 (Mainz 2007 [2008]) 479–547, pls. 1–47 + CD-ROM, ISSN 0722-9844, ISBN 978-3-8053-3777-9 digital version: *[1]

K. Franke/M. Rösch/C. Ruppert/P. Yule, Ẓafār, Capital of Ḥimyar, Sixth Preliminary Report, February–March 2006, Zeitschrift für Orient-Archäologie 1, 2008 [2009] 208–245, ISBN 978-3-11-019704-4 *[2]

Paul Yule: Ẓafar, Capital of Ḥimyar, Seventh Preliminary Report, February–March 2007 and February–March 2008,*[3]

Paul Yule: Ẓafar, Capital of Ḥimyar, Eighth Preliminary Report, February–April 2009, *[4]

Paul Yule, The Gates of Ḥimyarite Ẓafār, Chroniques yéménites 14, 2007, 1–13, ISSN 1248-0568, *[5]

Paul Yule, Himyar-Spätantike im Jemen/Late Antique Yemen (Aichwald 2007) ISBN 978-3-929290-35-6

Armin Kirfel/Winfried Kockelmann/Paul Yule, Non-destructive Chemical Analysis of Old South Arabian Coins, 4th Century BCE – 3rd century, Archeometry vol. 53, 2011, Online ISSN: 1475-4754

Ligações externas[editar | editar código-fonte]