Fotojornalismo

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Um célebre exemplo de fotografia jornalística: Migrant Mother, de Dorothea Lange (1936) uma das 100 Fotografias que Mudaram o Mundo.

O fotojornalismo vem do ramo da fotografia, onde a informação é clara e objetivada, através das imagens. Pode também ser considerada uma especialização do jornalismo.

Através do fotojornalismo, a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. Essas informações são transmitidas pelo enquadramento, distancia focal, composição, escolhidos pelo repórter-fotográfico diante dos fatos. Nas comunicações impressas, como jornais e revistas, bem como na internet, o endosso da informação através da fotografia é constante.

Dentre os vários vieses e funções que a fotografia emite, ao ser transformada em fotojornalismo, Jorge Pedro Sousa afirma que sua finalidade primeira é informar. Para isso, recorre-se à conciliação de fotografias e elementos potencialmente conferidores de sentido a uma mensagem fotojornalística. A atribuição de significado se faz, dentro do fotojornalismo, para além da imagem.[1]

Gêneros[editar | editar código-fonte]

A fotografia nos meios de comunicação é muito importante como fonte de informação. Matérias jornalísticas destacam-se com a presença da fotografia.

A fotografia em preto e branco publicada em jornais, existe há mais de cem anos e é uma das características do fotojornalismo. Embora a fotografia colorida tenha ganho espaço nessa categoria, no início dos anos 1970, com as revistas semanais brasileiras Manchete, Veja e Realidade, entre outras.

Alguns gêneros de fotografia jornalística podem ser destacados:

  • Fotografia social: Nesta categoria estão incluídas a fotografia política, de economia e negócios e fotografias de fatos gerais dos acontecimentos da cidade, do Estado e do País, incluindo a fotografia de tragédia;
  • Fotografia desportiva: Nessa categoria, normalmente as informações de lances individuais influi na sua publicação;
  • Fotografia cultural: Este tipo de fotografia costuma chamar a atenção para a notícia antes dela ser lida;
  • Fotografia policial: Categoria associada a imagens de combate, apreensão e ou repressão policial, crimes, mortes. Este tipo de fotografia, muitas vezes, recebe destaque na sua publicação, o que provoca as mais variadas reações diante dos factos.

História do fotojornalismo[editar | editar código-fonte]

Crowds in front of Kabul International Airport.jpg
Fotojornalista se arrisca em aeroporto de Cabul durante a turbulenta retirada de civis no Afeganistão no ano de 2021, fotos foram replicadas por diversas fontes de noticias.

Os daguerreótipos obtidos pelos irmãos daguerre em 1841, retratando a procissão de centésimo aniversário de Joseph II, em Viena, foram o primeiro registro fiel de um evento a ser divulgado. O curto

tempo de exposição — apenas um segundo, o que levou as imagens a serem intituladas Sekundebilder — permitiu, pela primeira vez, o congelamento do movimento.

O final do século XIX e início do século XX vê o aparecimento de películas cada vez mais sensíveis. Isso irá permitir o registro da ação durante seu desenrolar, o que acabará por se tornar a característica definidora do fotojornalismo.

Técnica[editar | editar código-fonte]

Com o passar dos tempos os jornalistas/repórteres-fotográficos desenvolvem o que podemos chamar de visão periférica, uma graduação maior de visão. Os graus de visão do repórter aumentam por ter que cuidar à distância e próximo, exemplo claro disso é o futebol, onde ambos extremos são utilizados.

Fotojornalismo independente[editar | editar código-fonte]

Imagem de um fotojornalista independente durante os protestos pelo assassinato João Alberto Freitas em 2020, algumas fotos do autor foram replicadas no portal de noticias Mídia Ninja.

A ideia do fotojornalismo independente surgiu na França após a II Guerra Mundial. Formou-se agência de fotógrafos com um mesmo objetivo: ter liberdade de pauta, discutir os trabalhos realizados, se aprofundar nas reportagens e sobretudo lutar pelos direitos autorais e a posse dos negativos originais. A Agência Cooperativa Magnum, fundada em 1947 em Paris, por quatro fotógrafos: Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, David Seymour e George Rodger, foi a pioneira. O movimento de reconstrução da Europa e o progresso tecnológico exigido pela destruição da guerra proporcionaram a criação de uma forma nova de fazer e comercializar a fotografia e discutir sua função. Paris, pela sua importância geográfica e ideológica, facilitava isso. A criação dessa nova forma de agenciar imagens viria modificar toda a história do fotojornalismo no mundo.

No Brasil, existe diversas agência de fotojornalismo que buscam a liberdade de escolher pautas hardnews, dando abertura para seus colaboradores buscarem as pautas que mais tem afinidades. As principais agência no Brasil são: Agência Estado, Agência O Globo, Folhapress, Zimel Press, AGIF entre outras.

Agências de notícias[editar | editar código-fonte]

Fotógrafos e cinegrafistas durante uma cerimônia de inauguração.

Com o tempo, as Agências de Notícias proliferaram-se, e hoje muitos jornais de pequeno e médio porte tem agências, licenciando os seus fotógrafos para venda de seus trabalhos em redes OnLine na internet e nos jornais com circulação interna. Podemos observar sobre a imagem ou ao lado dela, o nome da agência ou a abreviatura. Exemplo AE (Agência Estado) no Brasil e AFP (Agence France-Presse) original francesa, AP (Associated Press), (Reuters).

Paparazzi[editar | editar código-fonte]

Paparazzi observa Lily Donaldson durante o prêmio de Cannes no ano de 2012

Com a morte da princesa Diana se criou um folclore sobre os paparazzi, esses fotógrafos de ocasião podem chegar a ficar famosos em virtude de suas fotos. Estar a postos com uma câmara na mão basta para registrar uma imagem que pode render muito dinheiro, e também reputação. A cantora norte-americana Britney Spears costuma ser alvo dos paparazzi que faturam milhões com fotos dela em ocasiões constrangedoras, certas partes dos EUA já adotaram políticas contra este tipo de profissional.

Fotojornalismo esportivo[editar | editar código-fonte]

Fotojornalismo esportivo são fotos informando sobre o esporte, normalmente para o leitor poder imaginar melhor por exemplo um jogo de futebol ou um jogo de basquete.

Fotografia publicada[editar | editar código-fonte]

Em 1900, surge a Revista da Semana, como suplemento do Jornal do Brasil. Essa revista passa a utilizar fotografias lado a lado com caricaturas, popularizando a imagem fotográfica no Brasil. Em 1904 o jornal London Daily Mirror publicava a primeira fotografia colorida em jornal.

Crédito fotográfico — direito autoral[editar | editar código-fonte]

No Brasil a lei Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais. O crédito fotográfico é obrigatório em todas as publicações.

Os direitos autorais de uma fotografia, assim como demais obras e criações, podem ser licenciados através de licenças como a Creative Commons.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. SOUSA, Jorge Pedro (2002). Fotojornalismo uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. [S.l.]: Letras Contemporâneas 

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  • FRIZOT, Michel. The New History of Photography. Köln: Könemann, 1998.
  • HORTON, Brian. Associated Press Guide to Photojournalism. New York: McGraw-Hill, 2000.
  • KEENE, Martin. Fotojornalismo: Guia Profissional. Lisboa: Dinalivro, 2002.
  • MARINOVICH, Greg. O Clube do Bangue-bangue: Instantâneos de uma Guerra Oculta. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
  • SOUSA, Jorge Pedro. Uma História Crítica do Fotojornalismo Ocidental. Chapecó/Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004.