Homus

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 Nota: Este artigo é sobre o alimento de origem árabe. Para a camada superior do solo, veja húmus.
Salada de homus com grão-de-bico

Homus [1] (português brasileiro) ou Húmus [2] (português europeu) (em árabe: حُمُّص) é um alimento típico da cultura árabe feito a partir de grão-de-bico cozido e espremido, taíne, azeite, sumo de limão, sal e alho.[3]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Homus" é uma palavra árabe (حمّص ḥummuṣ) que significa "grão-de-bico" e o nome completo do preparado em árabe é حمّص بطحينة ḥummuṣ bi ṭaḥīna, que significa "grão-de-bico com taíne".[4][5]

História[editar | editar código-fonte]

Prato de homus com grão-de-bico

Muitos tratados culinários descrevem o homus como um alimento antigo,[6][7][8] ou conectado a figuras históricas famosas, como Saladino.[9] De facto, sua base de ingredientes, o grão-de-bico, gergelim, limão e alho tem sido comidos na região há milênios.[10][11] Mas, na verdade, não há nenhuma evidência específica para a suposta história antiga do hummus bi tahina.[12] Apesar do grão-de-bico ser amplamente consumido na região, muitas vezes cozidos em ensopados e outros pratos quentes,[13] o puré de grão-de-bico com taíne comido frio não aparece antes do período abássida no Egito e no Levante.[14]

As primeiras receitas conhecidas de um prato semelhante a hummus bi tahina estão registradas em livros de culinária publicados no Cairo no século XIII.[15] Um purê frio de grão-de-bico em conserva no vinagre com limão, ervas, especiarias e óleo, mas não de taíne ou alho, aparece no Kitāb al-Wusla ilā l-habīb fī wasf al-tayyibāt wa-l-tīb;[14] e um purê de grão-de-bico e taíne chamado hummus kasa aparece no Kitab Wasf al-Atima al-Mutada: baseia-se em grão-de-bico em puré e taíne, acidulado com vinagre (embora não limão),contendo muitas especiarias, ervas aromáticas, nozes mas não alho.[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Maria Cristina Andersen. Cozinha Árabe. Editora Melhoramentos; ISBN 978-85-06-04542-8, p. 6.
  2. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 26 de fevereiro de 2015.
  3. Sami Zubaida, "National, Communal and Global Dimensions in Middle Eastern Food Cultures" in Sami Zubaida e Richard Tapper, A Taste of Thyme: Culinary Cultures of the Middle East, London and New York, 1994 and 2000, ISBN 1-86064-603-4, p. 35.
  4. Maan Z. Madina, Arabic-English Dictionary of the Modern Literary Language, 1973, s.v. ح م ص
  5. {citation|url=http://books.google.ca/books?id=16oYaKc3wlsC&pg=PA67&dq=%22hummus+bi+tahina%22+origin&hl=en&sa=X&ei=qmr8T4_sF5Gh8gPw_sjDBw&ved=0CEcQ6AEwAw#v=onepage&q&f=false%7Cpage=67%7Clast=Newman%7Cfirst=Joni Marie|title=Cozy Inside|year=2007|publisher=Lulu.com|ISBN=1604028955, 9781604028959}}
  6. mideastfood.about.com, Hummus 101, retrieved 28 February 2008
  7. choice.com, More about hummus, "Hummus has existed for thousands of years."
  8. insidehookah.com Food - Hummus, "...é evidente que tem sido o favorito do Mediterrâneo/Oriente Médio por milhares de anos."
  9. Percival, Jenny, Lebanon to sue Israel for marketing hummus as its own, guardian.co.uk, 7 de outubro 2008
  10. Tannahill p. 25, 61
  11. Brothwell & Brothwell passim
  12. www.straightdope.com, Who invented hummus?, 21 de março de 2001, "Homus já existe há muito tempo, em muitas formas, e sua origem se perde na antiguidade... Não há nenhuma maneira de saber onde tudo começou..."
  13. Por exemplo, uma "refeição simples" a base de carne, legumes e especiarias descrita por Muhammad bin Hasan al-Baghdadi no século 13, Tannahill p. 174
  14. a b Lilia Zaouali, Medieval Cuisine of the Islamic World, University of California Press, 2007, ISBN 978-0-520-26174-7, translation of L'Islam a tavola (2004), p. 65
  15. Gil Marks. Encyclopedia of Jewish Food. Houghton Mifflin Harcourt; ISBN 978-0-544-18631-6. p. 270.
  16. Perry et al., p. 383