Desigualdade econômica

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Coeficiente de Gini segundo o Banco Mundial entre 1992 e 2018
Mapa dos países por por IDH ajustado à desigualdade (dados de 2022, publicado em 2024).
  0,900–0,910
  0,850–0,899
  0,850–0,899
  0,800–0,849
  0,750–0,799
  0,700–0,749
  0,650–0,699
  0,600–0,649
  0,550–0,599
  0,500–0,549
  0.450–0.499
  0,400–0,449
  0,350-0,399
  0,300-0,349
  0,250-0,299
  ≤ 0,250
  Sem dados
Participação global da riqueza por grupo de riqueza, Credit Suisse, 2021

A desigualdade econômica (português brasileiro) ou económica (português europeu) abrange uma ampla variedade de tópicos. Pode se referir a distribuição de renda (medida pela quantidade de dinheiro que as pessoas recebem) ou a distribuição de riqueza (a quantidade de riqueza que as pessoas possuem). Além da desigualdade econômica entre países ou Estados, existem importantes tipos de desigualdade econômica entre diferentes grupos de pessoas.[1]

Tipos importantes de medidas econômicas focam em riqueza, renda e consumo. Existem muitos métodos para medir a desigualdade econômica, sendo o Coeficiente de Gini o mais utilizado. Outro tipo de medida é o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado pela Desigualdade, que é um índice composto estatístico que leva em conta a desigualdade.[2] Conceitos importantes de igualdade incluem equidade, igualdade de resultados e igualdade de oportunidades.

Pesquisas sugerem que uma maior desigualdade dificulta a duração do crescimento, mas não sua taxa.[3][4] Enquanto a globalização reduziu a desigualdade global (entre nações), aumentou a desigualdade dentro dos países.[5]

Visões[editar | editar código-fonte]

Rousseau[editar | editar código-fonte]

Rousseau acreditava que existiam dois tipos de desigualdade: a primeira, a desigualdade física ou natural, que é estabelecida pela força física, pela idade, saúde e até mesmo a qualidade do espírito; e a segunda, moral e política, que dependia de uma espécie de convenção e que era autorizada e consentida pela maioria dos homens.[6]

No livro Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, ele se preocupa em mostrar a desigualdade moral e política, pois, para ele, é desnecessário se preocupar com a origem da desigualdade natural e física, pois a resposta é essa: é natural, e o que vem da natureza já está justificado.[6] Também fala que a desigualdade não pode ser estudada tendo como ponto de partida o momento então da humanidade. Também diz que para estudar a desigualdade moral e política, deve-se "ir até a essência do homem para julgar a sua condição atual" e deve-se fazer, sem atribuir ao homem primitivo, atributos do homem civilizado. Sem esse cuidado, a busca pela origem da desigualdade estaria distorcida.[6]

Marxistas[editar | editar código-fonte]

Karl Marx

Karl Marx acreditava que o trabalhador era explorado pelo detentor da riqueza (o capitalista) que utiliza o seu trabalho sem o justo pagamento transformando-o em um miserável. A relação entre trabalhador (subalterno) e o capitalista (dominante) é a matriz das classes sociais. A miséria é utilizada em uma condição de manutenção das classes dominantes. Acreditava também que a desigualdade é causada pela divisão de classes, dentre aqueles que detêm os meios de produção, chamados de burgueses, e aqueles que contam apenas com sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência, chamados de proletários.[7]

Marxistas alegam que a desigualdade social é inevitavelmente produzida pelo capitalismo e não poderá ser alterada sem uma modificação no sistema capitalista. Alegam que os burgueses têm interesse em manter a desigualdade econômica, além de ser muito útil para que os assalariados possam se esforçar cada vez mais, principalmente em países desenvolvidos, fazendo com que trabalhem em um trabalho mais desagradável e pesado, para que possam alcançar um nível de consumo parecido com as classes altas, o que para os marxistas, é uma ilusão.[8]

Conforme Karl Marx, o socialismo seria uma forma de fazer uma luta contra as desigualdades. Acreditava que o socialismo apenas estaria em um país por meio de uma revolução proletária e que seria a fase de transição do capitalismo para o comunismo,[9] onde o comunismo que seria uma sociedade sem classes sociais em que as riquezas seriam divididas ao povo e que todos iriam contribuir com a sua força de trabalho.[10]

Anarquistas[editar | editar código-fonte]

O anarquismo defende o fim de qualquer autoridade política, econômica e religiosa,[necessário esclarecer] ou seja, defende uma sociedade baseada na liberdade total, mas responsável.[11][12][13] Também defende a igualdade entre todas as pessoas e o fim da propriedade privada, sendo assim uma forma de sair da exploração capitalista.[14]

Os principais teóricos que influenciaram o anarquismo foram William Godwin, que publicou em 1973 o seu livro Indagação relativa à justiça política, Pierre-Joseph Proudhon, que em 1840 publicou o livro Que é a propriedade? e Max Stirner, que publicou o livro O indivíduo e sua propriedade.[11]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Geralmente, existem diversas consequências da desigualdade social e econômica. A marginalização de parte da sociedade, o retardamento no progresso da economia do país, a pobreza, a favelização e o crescimento da criminalidade e da violência são algumas das consequências.[15][necessário esclarecer]

Concentração de renda[editar | editar código-fonte]

Barracas de pessoas sem-teto na calçada de Skid Row, Los Angeles.
Mansão em Holmby Hills, também na cidade de Los Angeles.

Concentração de renda é o processo pelo qual a renda, proveniente de lucro, de salário, de aluguéis (como os juros oligopolísticos) e de outros rendimentos, converge para uma mesma empresa, região ou grupo privilegiado de pessoas,[16][carece de fonte melhor] como os 26 indivíduos que possuem ao menos 1 bilhão de dólares e somados concentram mais dinheiro que as 3,8 bilhões de pessoas mais pobres do planeta — 50% da população mundial — conforme Oxfam. Este relatório utiliza dados publicados pela revista Forbes e pelo banco Credit Suisse, é de 2018 e afirma que a concentração se acentuou; em 2017 tais indivíduos eram mais numerosos, 43. De modo geral, no período de 2017 a 2018 a riqueza destes indivíduos aumentou 900 bilhões de dólares, enquanto a metade mais pobre do planeta perdeu 11% de sua renda.[17] Um dos métodos usados para se medir a concentração de renda é medir quanto o grupo formado pelos 10% mais ricos da população recebe em comparação ao grupo dos 10% mais pobres, conhecido como P90/P10 ou "10% Mais Ricos a 10% Mais Pobres".[16] Outros índices conhecidos são o Coeficiente de Gini e o Índice de Theil.

O Japão tem um coeficiente de Gini de 24,9, perdendo apenas para a Dinamarca, cujo coeficiente é de 24,7. Pelo critério P90/P10, o país com a menor concentração de renda do mundo é o Japão, a segunda maior economia do planeta, com 4,23. Dentre os países desenvolvidos, a maior concentração de renda está nos Estados Unidos da América (15,57), seguido pela França, com 9,1. No Brasil a concentração de renda é elevada; o índice P90/P10 está em 68 (2001). Ou seja, para cada dólar que os 10% mais pobres recebem, os 10% mais ricos recebem 68. O Brasil é menos desigual apenas que a Guatemala, Essuatíni, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.[18]

A melhor prova disso[segundo quem?] é que o Banco Mundial, órgão ligado ao FMI, faz gestões para sensibilizar as elites governantes dos países subdesenvolvidos numa tentativa de engajá-las em esforços que melhorem a distribuição de renda nos países que dirigem.[19] Um comitê conjunto formado pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) conclamou os países em desenvolvimento, assim como os doadores, a acelerar os esforços com vistas a atingir as metas de redução de pobreza acordadas internacionalmente, até a data prevista de 2015.[19]

Brasil[editar | editar código-fonte]

Favela da Rocinha, a maior favela do Brasil, em contraste com os edifícios de São Conrado, no Rio de Janeiro.

A desigualdade social é bastante acentuada no Brasil, que é o país com o décimo primeiro maior índice de desigualdade econômica no mundo e o quarto na América Latina, segundo dados disponibilizados no relatório de desenvolvimento humano produzido pela ONU em 2014.[20] Um bom exemplo que pode ser dado da desigualdade do Brasil é o estado da miséria, a extrema condição de renda, os salários baixos, a fome, o desemprego, a violência, a marginalidade, etc.[21]

Em relação à posição econômica entre negros e brancos, pôde-se constatar que 60% dos pobres no Brasil são constituídos por negros ou pardos[necessário esclarecer] e dentre as pessoas consideradas como indigentes, 70% são negros ou pardos.[22] De um modo geral, de acordo com os dados da pesquisa, cerca de 40% das pessoas negras ou pardas se situam entre os 30% mais pobres, enquanto que apenas cerca de 20% dos brancos apresentam a mesma condição econômica.[22]

Devido à prosperidade econômica e às políticas de combate à desigualdade social promovidas pelo Governo do Brasil nos últimos anos,[não consta na fonte citada] a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 1960. Em 2015, o coeficiente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514.[23] Até 1930, a economia do Brasil era voltada para a produção agrária, que coexistia com o esquema agro-exportador, sendo o Brasil um exportador de matéria-prima.[21]

Segundo dados do Human Development Report (HDR) – Organização das Nações Unidas (ONU), de 2004, o Brasil apresenta historicamente uma desigualdade extrema, com índice de Gini próximo a 0,6. Este valor indica uma desigualdade brutal e rara no resto do mundo, já que poucos países apresentam índice de Gini superior a 0,5.[2] Dos 127 países presentes no relatório, o Brasil apresenta o oitavo pior índice de desigualdade do mundo, superando todos os países da América do Sul e ficando apenas à frente de sete países africanos.[24] Sobre esse tema já disse Florestan Fernandes:[25] "No Brasil, sempre se seguiu a rotina de privilegiar os privilegiados, sem tentativas frutíferas de intervenção programada na distribuição da renda."[25]

De acordo com o Relatório da Organização das Nações Unidas de 2016, o Brasil empata com o Essuatíni em 10º lugar em nível de desigualdade social, com um Coeficiente de Gini de valor 0,515. O Essuatíni é um reino na África, sem acesso ao mar e com um governo autoritário. Na América latina, somos o quarto pior em termos de igualdade, atrás apenas de Paraguai, Colômbia e Haiti, respectivamente com os valores de 0,517, 0,535 e 0,608. A África do Sul é o país mais desigual, com 0,634. Neste Top 10, só existem países do eixo África e América Latina. A Ucrânia, país do Leste Europeu é o mais igual do mundo, com 0,241. Ele é seguido por Eslovênia e Noruega, respectivamente com 0,256 e 0,259.[26]

Classe social[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Classes sociais no Brasil

A classe social é medida no Brasil, seguindo o estabelecido pelo Critério Brasil. Esse critério define as classes sociais de acordo com o poder de compra e de consumo de alguns itens, como geladeira, TV em cores, rádio, banheiro, automóvel, empregada mensalista, aspirador de pó, máquina de lavar, videocassete/DVD e freezer independente.[27]

A desigualdade social do Brasil apresenta-se na classe social, onde a maior parte da população (43%) é classe C ou classe média.[28] Isso ocorreu graças à forte aceleração econômica que aconteceu a partir de 2006. Essa aceleração que ocorreu fez com que vinte milhões de pessoas passassem para a classe C.[29]

A classe social da população brasileira em %(por cento).
Classe social % da população do Brasil[28]
A1 1%
A2 4%
B 24%
C 43%
D 25%
E 3%

Coeficiente de Gini[editar | editar código-fonte]

O Coeficiente de Gini mede o grau da desigualdade de cada um dos países. No Brasil, o coeficiente de Gini evidenciou um aumento considerável da desigualdade social nos anos sessenta e uma elevada desigualdade econômica que persistiu nos mesmos patamares até os anos noventa. Desde então, observa-se que a desigualdade vem caindo consistentemente para níveis inferiores aos de cinquenta anos atrás.[23]

O Coeficiente de Gini do Brasil de 1976 a 2008
Evolução do índice Gini no Brasil entre 2012 a 2019. O aumento deveu-se à crise econômica de 2014 no país.[30]
Ano Coeficiente de Gini[23][28][31]
1960 0,5367
1976 0,6227
1985 0,5976
1990 0,6138
1995 0,6005
1999 0,5939
2005 0,5694
2009 0,5427
2011 0,529
2012 0,526
2013 0,525
2014 0,515
2015 0,514

Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, a desigualdade é uma das maiores, comparado a outros países da União Europeia.[32][33]

Classe social[editar | editar código-fonte]

Classe social % da população[34]
Alta e Média-alta 15,4%
Média 27,5%
Média Baixa 29,8%
Baixa 27,3%

Desigualdade segundo coeficiente de Gini[editar | editar código-fonte]

Ano Coeficiente de Gini[35]
1994 0,349
2000 0,338
2005 0,351

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. «Wealth Distribution and Income Inequality by Country 2018 | Global Finance Magazine» 
  2. Human Development Reports. Inequality-adjusted Human Development Index (IHDI). United Nations Development Programme. Acessado em 3 de março de 2019.
  3. Temple, Jonathan (1999). «The New Growth Evidence». Journal of Economic Literature. 37 (1): 112–56. doi:10.1257/jel.37.1.112 
  4. Neves, Pedro Cunha; Afonso, Óscar; Silva, Sandra Tavares (2016). «A Meta-Analytic Reassessment of the Effects of Inequality on Growth». World Development. 78: 386–400. doi:10.1016/j.worlddev.2015.10.038 
  5. «The Globalization of Inequality». Princeton University Press. Consultado em 19 de agosto de 2017 
  6. a b c Maicol Martins de López Coelho. «As desigualdades e Rousseau». 26 de janeiro de 2009. Consultado em 16 de fevereiro de 2011 
  7. Márcia Correia. «Pobreza e desigualdade têm múltiplas causas». Consultado em 16 de fevereiro de 2011 
  8. Richard Peet. «DESIGUALDADE E POBREZA: UMA TEORIA GEOGRÁFICO-MARXISTA» (PDF). Consultado em 22 de março de 2013 
  9. Karl Marx, Friedrich Engels (1848). O Manifesto Comunista. [S.l.: s.n.] 
  10. Rainer Sousa. «Brasil Escola: Comunismo». Consultado em 16 de fevereiro de 2011 
  11. a b Renato Cancian. «Anarquismo:Origens da ideologia anarquista». Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  12. Rainer Souza. «Brasil Escola: Anarquismo». Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  13. «Sua pesquisa:Anarquismo». Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  14. «O que é o Anarquismo». Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  15. «Alunos Online: Desigualdade social». Consultado em 20 de fevereiro de 2011 
  16. a b Outras Mídias — "A incrível pirâmide da desigualdade global" (Julho 2013)
  17. AFP (21 de janeiro de 2019). «26 bilionários concentram tanta riqueza quanto metade da humanidade». NSC Comunicação. Consultado em 11 de março de 2019. Cópia arquivada em 12 de março de 2019 
  18. The Human Development Index - going beyond income. United Nations Development Program
  19. a b Grupo do Banco Mundial-FMI Pede Mais Esforços para Reduzir Pobreza. Escritório de Programas de Informação Internacional do Departamento de Estado dos EUA (usinfo.state.gov)
  20. Organização das Nações Unidas (2016). «Relatório do desenvolvimento humano: desigualdades econômicas e índice de Gini». Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  21. a b «Desigualdades sociais e as classes». Consultado em 19 de fevereiro de 2011 
  22. a b «IBGE: desigualdades de gênero e racial diminuem em uma década, mas ainda são marcantes no Brasil». Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. 2015 
  23. a b c «Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça - Ipea». www.ipea.gov.br. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  24. MAIA, Alexandre Gori. Transformações no mercado de trabalho e desigualdade social no Brasil. Cienc. Cult. <online>. out./dez. 2006, vol.58, no.4 - citado 16 Dezembro 2006 -, p.34-35. ISSN 0009-6725.
  25. a b FERNANDES, Florestan. O roteiro da pobreza. Folha de S.Paulo, Banco de Dados Folha, Acervo Online, 11/08/1995
  26. Guariento, Vitor Hugo (28 de outubro de 2018). «O Brasil é o país mais desigual do mundo?». Mundo de Vítor Hugo. Consultado em 4 de novembro de 2018 
  27. Leandro Callegari Coelho, Ludmar Rodrigues Coelho. «As classes sociais e a desigualdade no Brasil». Logística Descomplicada. Consultado em 11 de maio de 2011 
  28. a b c Leandro. «A ascensão da Classe C – classes sociais no Brasil». 12 de outubro de 2010. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  29. Ludmar Rodrigues Coelho. «O Brasil, suas classes sociais e a implicação na economia». Logística Descomplicada. Consultado em 7 de maio de 2011 
  30. «Levantamento do FGV IBRE aponta desigualdade recorde na renda do trabalho». IBRE/FGV. 21 de maio de 2019. Consultado em 23 de Maio de 2019 
  31. [1]
  32. «Desigualdade social, pobreza e exclusão». Consultado em 20 de fevereiro de 2011 
  33. Jeniffer Lopes. «Portugal é dos países europeus com mais desigualdade social». 02 de dezembro de 2010. Consultado em 20 de fevereiro de 2011 
  34. «Classe Social Alta e Média Alta em Portugal». Consultado em 20 de fevereiro de 2011 
  35. Carlos Farinha Rodrigues. «Desigualdade económica em Portugal». Consultado em 20 de fevereiro de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Livros
Artigos
Histórico
  • Crayen, Dorothee, and Joerg Baten. "New evidence and new methods to measure human capital inequality before and during the industrial revolution: France and the US in the seventeenth to nineteenth centuries." Economic History Review 63.2 (2010): 452-478. online
  • Hickel, Jason (2018). The Divide: Global Inequality from Conquest to Free Markets. [S.l.]: W. W. Norton & Company. ISBN 978-0393651362 
  • Hoffman, Philip T., et al. "Real inequality in Europe since 1500." Journal of Economic History 62.2 (2002): 322-355. online
  • Morrisson, Christian, and Wayne Snyder. "The income inequality of France in historical perspective." European Review of Economic History 4.1 (2000): 59-83. online
  • Lindert, Peter H., and Steven Nafziger. "Russian inequality on the eve of revolution." Journal of Economic History 74.3 (2014): 767-798. online
  • Nicolini, Esteban A., and Fernando Ramos Palencia. "Decomposing income inequality in a backward pre‐industrial economy: Old Castile (Spain) in the middle of the eighteenth century." Economic History Review 69.3 (2016): 747-772.
  • Piketty, Thomas, and Emmanuel Saez. "The evolution of top incomes: a historical and international perspective." American economic review 96.2 (2006): 200-205. online
  • Piketty, Thomas, and Emmanuel Saez. "Income inequality in the United States, 1913–1998." Quarterly journal of economics 118.1 (2003): 1-41. online
  • Saito, Osamu. "Growth and inequality in the great and little divergence debate: a Japanese perspective." Economic History Review 68.2 (2015): 399-419. Covers 1600-1868 with comparison to Stuart England and Mughal India.
  • Scheidel, Walter (2017). The Great Leveler: Violence and the History of Inequality from the Stone Age to the Twenty-First Century. Princeton: Princeton University Press. ISBN 978-0691165028 
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  • Van Zanden, Jan Luiten. "Tracing the beginning of the Kuznets curve: Western Europe during the early modern period." Economic History Review 48.4 (1995): 643-664. covers 1400 to 1800.
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]