Índice de massa corporal

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Um gráfico sobre o IMC é mostrado acima. As linhas tracejadas representam subdivisões dentro das classes principais, por exemplo, a magreza é dividida em "severa", "moderada" e "leve".
Baseado em dados da World Health Organization disponíveis aqui.

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. Tal índice foi desenvolvido pelo polímata Lambert Quételet no fim do século XIX. Trata-se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa, ou seja, é um preditor internacional de obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cálculo

O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, em que a massa está em quilogramas e a altura em metros.

Exemplo de IMC

Para uma pessoa com 88 quilogramas de massa e 1,89 metros de altura, teremos:

Classificação

O resultado é comparado com uma tabela que indica o grau de obesidade do indivíduo:[1]

IMC Classificação
< 16 Magreza grave
16 a < 17 Magreza moderada
17 a < 18,5 Magreza leve
18,5 a < 25 Saudável
25 a < 30 Sobrepeso
30 a < 35 Obesidade Grau I
35 a < 40 Obesidade Grau II (severa)
≥ 40 Obesidade Grau III (mórbida)

Índice considerado ideal

Para adultos, um IMC entre 20 e 22 indica a quantidade ideal, saudável de gordura corporal, o que está associado com maior tempo de vida e menor incidência de doenças graves. Coincidentemente, essa relação é o que muitas pessoas consideram ser «o mais esteticamente atraente».[2] Entretanto, é importante ressaltar que um índice entre 22 e 25 também é considerado um intervalo bastante aceitável, pois está igualmente associado à boa saúde.[2]

Pesquisas recentes apontaram que um IMC entre 23 e 25 é considerado o que garante taxas de sobrevivência mais longas aos indivíduos.[3][4] O autor Charles E. Phelps corrobora tal informação ao afirmar em um de seus livros:

«Tanto para mulheres como para homens, a melhor taxa de sobrevivência aparece nos grupos de pessoas cujo IMC está entre 23 e 25. O risco relativo aumenta para pessoas com números mais altos ou mais baixos que esse índice massa corporal tido como “mais seguro”.»[4]

IMC em Crianças e Adolescentes

As crianças naturalmente começam a vida com um alto índice de gordura corpórea, mas vão ficando mais magras conforme envelhecem. Além disso, também há diferenças entre a composição corporal de meninos e meninas. E foi para poder levar todas essas diferenças em consideração que os cientistas criaram um IMC especialmente para as crianças, chamado de IMC por idade.

Os médicos e demais profissionais nutricionistas usam um conjunto de gráficos de crescimento para seguir o desenvolvimento de crianças e jovens adultos dos dois aos 20 anos de idade. O IMC por idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar quanta gordura corporal ele ou ela tem e compara os resultados com os de outras crianças da mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças terão risco de ficar acima do peso quando estiverem mais velhas.

Cada gráfico contém um conjunto de curvas que indica o percentil da criança. Por exemplo, se um garoto de 15 anos de idade está no percentil 75, isso significa que 75% dos garotos da mesma idade têm um IMC mais baixo. Ele tem o peso normal e, embora seu IMC mude durante seu crescimento, ele pode se manter nas proximidades do mesmo percentil e permanecer com um peso normal.

A faixa de IMC normal pode ficar mais alta para as meninas conforme elas vão amadurecendo, já que as adolescentes normalmente têm mais gordura corporal do que os adolescentes. Um garoto e uma garota da mesma idade podem ter o mesmo IMC, mas a garota pode estar no peso normal enquanto o garoto pode estar correndo risco de ficar acima do peso.

Os médicos dizem ser mais importante acompanhar o IMC das crianças ao longo do tempo do que olhar um número individual, pois elas podem passar por estirões de crescimento.

A tabela com os valores do IMC para Adolescentes entre 10 e 19, conforme fora anteriormente citado é baseado em percentis:

  • Baixo Peso = Percentil menor 5.
  • Peso Norma (Eutrófico) = Percentil igual a 5 e menor que 85.
  • Sobrepeso = Percentil igual ou maior que 85.[5]

Limitações do IMC

Há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas musculosas podem ter um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas. O IMC também não é aplicável para crianças, sendo que precisa de gráficos específicos. Além disso, não é aplicável para idosos, para os quais se aplica classificação diferenciada.

O IMC é o valor de massa corporal, que as diferenças raciais e étnicas têm sobre o Índice de Massa Corporal. Por exemplo, um grupo de assessoramento à Organização Mundial de Saúde concluiu que pessoas de origem asiática poderiam ser consideradas acima do peso com um IMC de apenas 25.

Método mais preciso

Em janeiro de 2013, foi anunciado que Nick Trefethen, professor de Análise Numérica na Universidade de Oxford, propôs uma nova fórmula para cálculo de IMC[6]. Basicamente, sua fórmula propõe trocar o expoente 2 por 2,5, e introduzir um fator “k” para manter a média dos resultados próxima à média do método anterior. O valor que ele atribuiu a k foi 1,3. Assim, a nova fórmula fica

IMC = 1,3 x m / h^2,5

Cerca de 11 anos antes, em 2002, o brasileiro Hindemburg Melão Jr. publicou o primeiro artigo propondo uma fórmula melhor, mas na época a descoberta não recebeu nenhuma atenção, e assim continua até hoje. O texto original encontra-se disponível no sítio de Sigma Society. Em 2008, o artigo foi ampliado e transformado num livro, que foi publicado em 2009 (ISBN=9788561306182) e encontra-se disponível para download em http://www.saturnov.com/artigos/269-quatro-antecipacoes-por-enquanto

De acordo com Hindemburg, a fórmula mais adequada para humanos que vivem na superfície da Terra ou em algum ambiente em que fiquem sujeitos a uma força gravitacional próxima a 9,8 m*s^-2 é

IMC = 1,72 x m / h^3,06

Ao longo do livro, na página 54 (cerca de metade do livro), o autor chega à mesma fórmula proposta em 2013 pelo matemático britânico (IMC = k x m / h^2,5), com a diferença que, cerca de 11 anos antes do britânico, o brasileiro já havia ido mais além e mostrado que esta também não é a mais correta, e justifica porque o expoente precisa ser semelhante a 3, em vez de 2,5. Basicamente, o expoente 2,5 é deduzido com base em fatos geométricos, exclusivamente, sem levar em consideração fatos físicos relacionados à Engenharia de Estruturas, mais precisamente à resistência dos materiais.

Referências

  1. «BMI Classification» (em inglês). World Health Organization (WHO/OMS). Consultado em 02 de Julho de 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. a b STROBER, Michael; & SCHNEIDER, Meg (2009). Just a Little Too Thin: How to Pull Your Child Back from the Brink of an Eating Disorder. [S.l.]: Da Capo Press. 256 páginas. ISBN: 9780786735723 
  3. FINK, Thomas (2009). The Man's Book: The Essential Guide for the Modern Man. [S.l.]: Hachette UK. 240 páginas. ISBN 9780316053044 
  4. a b PHELPS, Charles E. (2010). Eight Questions You Should Ask About Our Health Care System (Even if the Answers Make You Sick). [S.l.]: Hoover Press. 176 páginas. ISBN 9780817910563 
  5. SANTIAGO, Matheus (19 de dezembro de 2014). «Calcular o IMC em Adolescentes». Matheus Santiago. Consultado em 30 de março de 2015 
  6. Nick Trefethen (5 de janeiro de 2013). «BMI (Body Mass Index)». Nick Trefethen. Consultado em 23 de setembro de 2015