Academia Brasileira de Literatura de Cordel

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Academia Brasileira de Literatura de Cordel
(ABLC)
Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Brasão da ABLC
Lema "Ad immortalitatem (Rumo à imortalidade)"
Tipo Associação literária
Fundação 7 de setembro de 1989 (34 anos)
Sede Rua Leopoldo Fróes, nº 37, bairro de Santa Teresa, Brasil Rio de Janeiro
Línguas oficiais português, com as variações regionais[1]
Presidente Gonçalo Ferreira da Silva
Sítio oficial www.ablc.com.br

A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), é a entidade literária máxima a reunir, no Brasil, os expoentes da literatura de cordel típica da Região Nordeste do país, com sede no Rio de Janeiro, e fundada a 7 de setembro de 1988.

Graças ao trabalho de resgate e manutenção desta manifestação cultural feita pela ABLC, os cordéis passaram a integrar o currículo da faculdade de letras da Universidade de Coimbra — fazendo assim o "caminho de volta" do estilo originado em Portugal.[2]

A ABLC funciona nos dias úteis, das 9 às 18h, em sua sede à rua Leopoldo Fróes número 37, no bairro de Santa Teresa. De seus três diretores iniciais, hoje conta com quarenta membros efetivos e com de mais de treze mil títulos em seu acervo, muitos dos quais à venda no local.[2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A ABLC foi assim definida pelo fundador Gonçalo Ferreira da Silva:[2]

"Da inspiração mais pura,
No mais luminoso dia,
Porque Cordel é cultura
Nasceu nossa Academia
O céu da literatura
A casa da poesia."

Panorama cultural do cordel[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Literatura de Cordel

A literatura de cordel surgira por meio de artistas populares, com baixo nível educacional formal, e sua produção era voltada para um público de pouco poder aquisitivo.[3]

No período mais recente, contudo, essa manifestação mudou de atores, com o surgimento de uma geração de cordelistas formada por poetas com instrução, que estavam preocupados com a revalorização do gênero, inclusive procurando seu uso didático; isto levou, por exemplo, à adaptação de obras literárias tanto de autores nacionais do Brasil quanto estrangeiros ao gênero.[3]

Neste contexto veio também para renovar a linguagem do cordel a fundação da Academia.[3]

Surgimento da Academia[editar | editar código-fonte]

Obra de 1913 de autoria de Leandro Gomes de Barros, patrono da cadeira 1

Ainda em 1978, Gonçalo Ferreira da Silva resolvera se aprofundar no estudo do histórico e técnica do cordel, quando ele deu início na Feira de São Cristóvão da capital carioca à iniciativa de montar uma banca que, a seguir, passou a atrair pesquisadores e interessados. No final da década de 1980, aquela pequena banca acabou por se tornar o embrião do que viria a ser uma "Academia" a reunir os expoentes do estilo literário que, com o apoio da Federação das Academias de Letras do Brasil, finalmente passou a ter uma sede própria.[2]

Outro precursor foi o poeta paraibano Raimundo Santa Helena que, morando no Rio de Janeiro, fundara a Cordelbrás e a Feira Nordestina de São Cristóvão. Santa Helena chegou a concorrer, sem sucesso, a uma vaga na Academia Brasileira de Letras.[4]

A ABLC em suas atividades, publica folhetos de vários autores, além de livros como o Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel, e implanta "cordeltecas" pelo país.[2] Uma dessas iniciativas mereceu o apoio cultural da empresa Petrobras, com a reedição de cem cordéis históricos, obras raras e antigas de quarenta e um autores.[5]

Primeira diretoria[editar | editar código-fonte]

Poeta cordelista Firmino Teixeira do Amaral, patrono da cadeira 3

Sua primeira diretoria tinha somente três membros: Gonçalo Ferreira da Silva, Presidente; Apolônio Alves dos Santos, Vice-Presidente e Hélio Dutra como Diretor Cultural.[2]

Diretoria atual[editar | editar código-fonte]

Presidente

Gonçalo Ferreira da Silva

Vice-presidente

Messody Benoliel

Secretária

Maria Luiza

Tesoureira

Wanda Brauer

Diretor Jurídico

Agenor Ribeiro

Diretor Cultural

Marcus Lucenna

Assessores do Presidente

Francisco Paulino Campelo Marlos de Herval Lima da Silva Guaipuan Vieira

Patronos e Membros[editar | editar código-fonte]

Constituída por quarenta Cadeiras, assim como a Academia francesa que a todas as Academias serve de modelo, cada uma delas sob um Patronato, como a Brasileira, possui ainda a categoria de Sócios Beneméritos.[6]

Cadeira Patrono Ocupantes
1 Leandro Gomes de Barros Marlos de Herval
2 José Pedro de Barros Gilmar Santana Ferreira
3 Firmino Teixeira do Amaral Maria Anilda
4 Apolônio Alves dos Santos Moreira de Acopiara
5 José Camelo Medeiros Braga
6 Guerra Vascurado Sepalo Campelo
7 João Martins de Athayde Marcus Lucenna
8 Sebastião Nunes Batista Beto Brito
9 Luiz da Costa Pinheiro Olegário Alfredo
10 Catulo Cearense Tião Simpatia
11 José Pacheco Klévisson Viana
12 Francisco das Chagas Batista Téo Azevedo
13 Delarme Monteiro José Guilherme Teles
14 Pacífico Pacato Cordeiro Manso William José Gomes Pinto
15 Patativa do Assaré Antônio Francisco Teixeira de Melo
16 Veríssimo de Melo Alba Helena Corrêa
17 Silvino Pirauá Manoel Santamaria
18 José Bernardo da Silva Maria Rosário Pinto
19 Leonardo Mota Guaipuan Vieira
20 Manoel D'Almeida Filho João Dantas
21 Joaquim Batista de Sena José Walter Pires
22 Antônio Batista Guedes Antônio Ribeiro da Conceição (Bule Bule)
23 Capistrano de Abreu Maria Ilza Bezerra
24 Francisco Sales Areda José Maria do Nascimento
25 Juvenal Galeno Maria de Lourdes Aragão Catunda
26 Luís da Câmara Cascudo Crispiniano Neto
27 Severino Milanêz Victor Alvin Garcia
28 Caetano Cosme da Silva João Batista de Melo
29 Manoel Caboclo e Silva Almir Gusmão
30 José Galdino da Silva Duda Cícero Pedro de Assis
31 Umberto Peregrino Ivamberto Albuquerque Oliveira
32 José da Luz Cícero do Maranhão
33 Rodolfo Coelho Cavalcante Dideus Sales
34 Manoel Camilo dos Santos Luis Nunes Alves (Severino Sertanejo)
35 Expedito Sebastião da Silva Gustavo Dourado
36 Manoel Pereira Sobrinho Sávio Pinheiro
37 José Soares Josenir Lacerda
38 Manoel Monteiro Paola Torres
39 Sebastião do Nascimento João Lucas Evangelista
40 João Melchíades Ferreira da Silva Zé Salvador

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. De acordo com o art. 216, inciso I, da Constituição de 1988, as formas de expressão constituem patrimônio cultural imaterial brasileiro.
  2. a b c d e f Redação do programa (11 de fevereiro de 2012). «Academia Brasileira de Literatura de Cordel implanta cordeltecas pelo país : Folhetos e livros feitos no Brasil são estudados na Universidade Coimbra». Globo Universidade. Consultado em 29 de março de 2016 
  3. a b c Célia Navarro Flores (2013). «Uma novela exemplar de Cervantes no cordel brasileiro:" La fuerza de la sangre"» (PDF). Anuario Brasileño de Estudios Hispánicos. Consultado em 29 de março de 2016. Arquivado do original (PDF) em 10 de abril de 2016 
  4. Carlos Alberto de Assis Cavalcanti (2007). «A atualidade da literatura de cordel» (PDF). Repositório Institucional da UFPE. Consultado em 29 de março de 2016. Arquivado do original (PDF) em 20 de abril de 2016 
  5. Institucional da empresa (2009). «100 Cordéis Históricos segundo a Academia Brasileira de Literatura de Cordel». Petrobras (sítio oficial). Consultado em 29 de março de 2016. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2012 
  6. «Quadro Acadêmico dos atuais ocupantes das Cadeiras dos Patronos da ABLC § Institucional» (PDF). Academia Brasileira de Literatura de Cordel. N.d. Consultado em 5 de maio de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]