Amâncio (prepósito)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Amâncio.
Amâncio
Morte 518
Constantinopla
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação Oficial
Religião Cristianismo

Amâncio (em latim: Amantius; 518) foi um oficial bizantino do século VI que esteve envolvido nas questões religiosas do reinado dos imperadores Anastácio I Dicoro (r. 491–518) e Justino I (r. 518–527).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Perseguição aos heréticos sob Justino I em Iluminura da Crônica de Constantino Manasses
Semisse de Anastácio I Dicoro (r. 491–518)

Nada se sabe das origens da Amâncio. Sua primeira menção ocorreu em 518, quando era prepósito do cubículo sagrado; segundo os autores da PIRT, é possível que mantivesse o posto desde 513. Diz-se que em certa ocasião teve os mesmos sonhos que o imperador Anastácio I (r. 491–518) e eles foram interpretados por certo Proclo. Segundo as fontes, possuía grande influência na corte. Quando Anastácio morreu, apresentou seu doméstico Teócrito e subornou Justino para apoiá-lo, porém ele usou o dinheiro para assegurar sua própria eleição.[nt 1]

Subsequentemente, provocou distúrbios em Constantinopla com intenção de substituir Justino por Teócrito. 10 dias após a ascensão de Justino, ou seja, no fim de julho de 518, foi executado junto com o cubiculário André. Zacarias Retórico e Procópio afirmaram que a execução deveu-se a sua rudeza com João II, o patriarca de Constantinopla; pensa-se que a execução deles deveu-se a oposição às políticas religiosas de Justino.[1]

Em assuntos religiosos, foi um opositor das políticas de Justino, que apoiou o Concílio da Calcedônia e o Tomo de Leão. Acredita-se que seria, portanto, um monofisista, porém, segundo Conde Marcelino, era maniqueísta; é considerado um mártir monofisista. Em 16 de julho de 518, na Grande Igreja de Constantinopla, nas aclamações de uma congregação pró-calcedônia, foi comparado a Crisáfio e sua expulsão foi exigida. Depois, em 16 de setembro em Tiro, sua morte foi aplaudida. Registrou-se que Amâncio reconstruiu a igreja de São Tomás em Constantinopla, num distrito que depois levou seu nome, e que recebeu uma carta de Severo de Antioquia. É mencionado em versos inscritos num cetro dado a ele por lealdade.[1]

Notas

  1. Os autores da PIRT veem como improvável a nomeação de Teócrito, dado que eunucos não podiam assumir o trono.[1]

Referências

  1. a b c Martindale 1980, p. 67-68.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia