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Amorphophallus konjac

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Língua-do-diabo
Amorphophallus konjac
Amorphophallus konjac
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Alismatales
Família: Araceae
Género: Amorphophallus
Nome binomial
Amorphophallus konjac
(K. Koch)

Língua-do-diabo (Amorphophallus konjac; sin. A. rivieri; Japonês: 蒟蒻/菎蒻; こんにゃく; konnyaku; em Coreano 곤약; gonyak; chinês: 蒟蒻, pinyin: jǔ ruò), também conhecida pelos estrangeirismos konjak, konjaku, voodoo lily, ou elephant yam (mesmo nome usado para a A. paeoniifolius), é uma planta do género Amorphophallus.

A planta é nativa do Sudeste Asiático, engloando o Japão, China até ao sul da Indonésia, sendo muito utilizado na culinária dessas regiões. É usada no veganismo como substituto de gelatina e do sabor de frutos do mar.

Um espécime de Amorphophallus konjac em flor

História[editar | editar código-fonte]

As formas selvagens são naturais da China e no Sudeste Asiático.[1] O Konjac é utilizado no Japão desde o século VI.[2] No Japão, o dia 29 de maio é celebrado como dia do konjac.[3]

Cultivo[editar | editar código-fonte]

No Japão, mais de 90% de todo o konjac produzido internamente é feito na província de Gunma.[4]

No Brasil, o konjac é produzido em pequena escala.[5]

No Vietnã, o konjac é cultivado principalmente na província de An Giang. Os rebentos são coletados e transformados em farinha. A farinha é usada para fazer bebidas, bolos e macarrão.[6]

Depois de plantada, demora cerca de três anos para chegar ao ponto de colheita.[5]

Culinária[editar | editar código-fonte]

Tijolo de konnyaku

O konnyaku ou konhaku, (em japonês, 蒟蒻/菎蒻; こんにゃく), ou simplesmente konjac, é um alimento da culinária japonesa produzido a partir do tubérculo da planta konjac. É comercializado em forma de bloco gelatinoso, fios de macarrão ou em pó.[5][7] No processo de fabricação do konnnyaku, é usado cal e/ou soda cáustica, no entanto, ele é lavado e cozido para remover quaisquer resquícios destes produtos. De acordo com o Centro de Chado Urasenke do Brasil, o cheiro deles ainda fica presente no alimento mas pode ser removido com sal ou com cozimento.[8][9][5] Ele é rico em fibras, principalmente glucomanan, e tem um baixo valor calórico, desta forma é considerado um alimento dietético.[10][11] Pode ser usado como um dos ingredientes das comidas típicas japonesas sukiyaki e gyudon.[12]

No final de 2001 a FDA (U.S. Food and Drug Administration) proibiu a importação de balas (rebuçados) de kon'nyaku que eram comercializadas em supermercados dos Estados Unidos como balas de geleia com apelo para consumo infantil. A geleia mostrou-se imprópria para consumo por crianças por apresentar perigo de asfixia, primeiro, porque o tamanho não era adequado para crianças pequenas, segundo, porque a bala de kon'nyaku não se dissolvia na boca como as balas comuns, e acabavam sendo engolidas.[13][14][15][16]

Sashimi de kon'nyaku

O pó do tubérculo Konjac tem um cheiro perceptível de peixe e é usado como ingrediente alternativo à frutos do mar em produtos veganos ou como alternativa à gelatina.[7][17] Para a culinária chinesa, fios finos de gel de konjac podem ser usados como substitutos das barbatanas de tubarão no preparo de uma versão vegetal da sopa de barbatana de tubarão.[18][19]

Medicina[editar | editar código-fonte]

O cormo seco da planta konjac contém cerca de 40% de goma glucomanana. Este polissacarídeo faz da geléia de konjac uma substância viscosa que pode ser usada na medicina tradicional chinesa e japonesa.[2][20][10]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Mori, Shime; Delícias de Nagasaki-Sabor do Japão; Graftipo Ltda; São Paulo, Brasil; 1987.
  • Konishi, Kiyoko; Cozinha japonesa; Art Editora Ltda; São Paulo, Brasil; 1987.
  1. «Cooking 101—Konnyaku De-Mystified». Hints for the Home. 8 de maio de 2014. Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  2. a b (本草和名 Honzō Wamyō?)
  3. Fan, Wu (5 de maio de 2023). «20 Punny Food-Related Japanese Holidays You Can Celebrate». TheSmartLocal Japan - Travel, Lifestyle, Culture & Language Guide (em inglês). Consultado em 10 de junho de 2024 
  4. «こんにゃくをめぐる事情» (PDF). maff.go.jp. Japan: Ministry of Agriculture, Forestry and Fisheries. Consultado em 8 de junho de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 27 de dezembro de 2021 
  5. a b c d «Produtor de Guararema cultiva tubérculo usado na culinária oriental». G1. 20 de abril de 2014. Consultado em 9 de junho de 2024 
  6. «Mùa củ huyền vùng Bảy Núi». vnexpress.net (em vietnamita) 
  7. a b «Konjac: o tubérculo da vez». Estado de Minas. 28 de novembro de 2021. Consultado em 10 de junho de 2024 
  8. «3. Preparativos [Konjac e Ostras]». Centro de Chado Urasenke do Brasil. 1 de setembro de 2015. Consultado em 9 de junho de 2024 
  9. «Alimento típico japonês tem soda cáustica em sua composição». Mundo Nipo. Consultado em 9 de junho de 2024 
  10. a b «Konjac: o produto conhecido há séculos na culinária asiática». Casa e Jardim. 13 de outubro de 2022. Consultado em 10 de junho de 2024 
  11. Rafael (15 de novembro de 2022). «Como é feito o macarrão konjac e benefícios à saúde». Boomi. Consultado em 10 de junho de 2024 
  12. Ray, Ramesh C.; Behera, Sudhanshu S. (2016). «13: Amorphophallus: Technological Interventions». In: Sharma; Njintang, Nicolas Y.; Singhal, Rekha S.; Kaushal, Pragati. Tropical Roots and Tubers: Production, Processing and Technology. West Sussex, England, UK: John Wiley & Sons. pp. 591–606. ISBN 978-1-118-99269-2 
  13. «Directive of the European Parliament and of the Council amending Directive 95/2/EC as regards the conditions of use for a food additive E 425 konjac» (PDF). food.gov.uk. UK Food Standards Agency. Consultado em 8 de abril de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 5 de junho de 2011 
  14. «Draft Commission Decision (SANCO/362/2002) suspending the placing on the market and import of jelly confectionery containing food additive E 425 Konjac». food.gov.uk. UK Food Standards Agency. 8 de março de 2002. Cópia arquivada em 5 de abril de 2011 
  15. «Mini fruit gel sweets containing konjac». food.gov.uk. UK Food Standards Agency. 8 de julho de 2003. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2010 
  16. «Product Safety Australia for Triko Fibrous Fruit Jelly describing that 'Jelly cups containing konjac are permanently banned in Australia'». productsafety.gov.au. Australian Competition & Consumer Commission. 5 de outubro de 2017 
  17. «Wake up and Smell the Konjac». Slim Rice. 3 de março de 2015. Consultado em 9 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2019 
  18. Kho, Kian (2015). Phoenix Claws and Jade Trees: Essential Techniques of Authentic Chinese Cooking. New York: Clarkson Potter. ISBN 978-0-385-34469-2 
  19. Kho, Kian (1 de julho de 2010). «Banning Shark Fins from Shark Fin Soup». Red Cook. Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  20. Chua, M; Baldwin, TC; Hocking, TJ; Chan, K (24 de março de 2010). «Traditional uses and potential health benefits of Amorphophallus konjac K. Koch ex N.E.Br.». Journal of Ethnopharmacology. 128 (2): 268–78. PMID 20079822. doi:10.1016/j.jep.2010.01.021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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