Brígido Ibanhes
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Brígido Ibanhes | |
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Escritor Brígido Ibanhes | |
Nome completo | Brígido Ibanhes |
Nascimento | 08 de outubro de 1947 (76 anos) Bela Vista, MS |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Elisâgela Santos de Souza Ibanhes |
Ocupação | Escritor |
Prêmios | Prêmio Marçal de Souza Tupã'Y (2004)[1]
Comenda “Medalha do Mérito Excelência e Qualidade Brasil” (2016)[2] Ildefonso Ribeiro da Silva (2021).[3] |
Magnum opus | Silvino Jacques: o último dos bandoleiros (1986) Chão do Apa – contos e memórias da fronteira (2010) |
Brígido Ibanhes (Bela Vista/MS, 08 de outubro de 1947) é um escritor sul-mato-grossense, cuja vertente literária transita na fronteira entre dois países: Brasil e Paraguai. Por meio das letras é o porta-voz de contos, lendas, culturas e memórias fronteiriças de sua infância, ora no Paraguai, ora no Brasil. Literatura sul-mato-grossense de preservação do meio ambiente, dos direitos humanos e da conscientização política.
Biografia e carreira[editar | editar código-fonte]
Filho dos brasileiros Aniceto Ibanhes e Affonsa Christaldo de Ibanhes, Brígido Ibanhes nasceu no Paraguai na cidade de Bella Vista Norte/PY, porém, foi registrado em Mato Grosso do Sul no Distrito Nunca-te-vi pertencente à Bela Vista/Brasil[4], local que passou a fazer parte de sua infância e onde absorveu a cultura e a língua guarani juntamente com a tradição dos seus antepassados[5] No Brasil, em 1956, estudou no Colégio Perpétuo Socorro, ocasião em que aprendeu a Língua Portuguesa, pois até então falava somente o Espanhol e a Língua Guarani. Depois, cursou o Seminário Redentorista em Ponta Grossa/PR, onde aprendeu diferentes idiomas: o latim, a Língua Inglesa, a língua francesa e o grego. Foi nesse período que teve acesso às Literatura Clássica, tanto as internacionais, quanto as nacionais [6]
No ano de 1960 ganhou um concurso de poesia no Seminário do S.S. Redentor, em Ponta Grossa (PR), o que o impulsionou à vida literária. Anos mais tarde, publicou seu primeiro livro: "Silvino Jacques: o último dos bandoleiros", 1ª Edição em 1986[7]. Desde então, dedicou-se à vida literária publicando diversas obras ao longo de sua existência.
Escritor regionalista que busca retratar em sua escrita literária alguns acontecimentos da história do Centro Oeste brasileiro e em suas produções literárias trata da violência e das relações na fronteira Brasil e Paraguai, bem como a convivência fronteiriça em que diferentes grupos migratórios trouxeram à linguagem comum hibridismos entre a língua portuguesa, castelhana e guarani[8].
Na vida literária filiou-se à União Brasileira de Escritores [UBE] em novembro de 1989 e à Associação dos Novos escritores do MS desde maio de 1991. Além de membro, foi também, um dos fundadores da Academia Douradense de Letras [ADL] em 1991, e seu primeiro presidente eleito em novembro de 1992[9]. Posteriormente, foi eleito novamente em 2008 e, sucessivamente, reeleito em 2011. Nesta gestão, no segundo semestre de 2011, criou a ADL/Jovem.[10], que na ocasião contou com 12 cadeiras para os novos membros que eram estudantes entre 12 a 16 anos de idade que cursavam escolas públicas e particulares[11]. Membro da União Brasileira de Escritores desde 1990, sua literatura foi, também, membro da Executiva do FESC - Fórum Estadual de Cultura do Mato Grosso do Sul em 2005[12].
Em entrevista à Thales Schmidt ao "Jornal Sputnik News", o escritor relatou que na noite de 14 de maio de 2006, sofreu um ataque a bomba incendiária que destruiu parte da sua residência causando ferimentos nele e na sua esposa. Naquele Dia das Mâes, como articulista, publicou em jornal local uma matéria em que se manifestava sobre a sua experiência como fiscal rural do Banco do Brasil, fazendo grave denúncia de esquema de corrupção, o que lhe valeu, segundo ele, perseguições e sançoes dentro da instituiçao financeira, sendo transferido para o Nordeste. De retorno ao Mato Grosso do Sul, foi eleito delegado sindical e por suas prerrogativas, se opôs à realização de horas extras não remuneradas, o que, ao final, lhe valeu a demissão. O inquérito policial do atentado, foi arquivado, e todas essas questões foram relatadas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA de quem passou a receber proteção. Tendo a liberdade de expressão como bandeira de luta, bem como a busca pelos direitos humanos em prol das minorias, e,levando em conta esse atentado sofrido em 2006[13], o escritor foi indicado, por ofício, em janeiro de 2007, pela Federação das Academias de Letras e Artes do Mato Grosso do Sul (FALA), para o Prêmio Nobel de Literatura[14].
Mudou-se para Bela Vista/MS em 2005, para auxiliar sua mãe que estava idosa e doente. Na ocasião, o prefeito da cidade o nomeou para realizar a I Conferência Municipal de Cultura que aconteceu no anfiteatro do quartel. Ainda, coordenou o processo de implantação da Fundação de Cultura em Bela Vista[15] Foi eleito, no ano de 2006, representantes de MS para a Câmara Nacional de Artes em Literatura no Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul (FESC/MS)[16]. Em 2007, foi nomeado membro titular do Conselho Municipal de Cultura na representação da classe "Literatura e Jornalismo", no município de Dourados[17]. Foi o escritor regionalista do Mato Grosso do Sul, através do livro "Silvino Jacques - o último dos bandoleiros", destacado em 2016 no Atlas das Representações Literárias de Regiões Brasileiras/IBGE que retratou o tema: "Sertões Brasileiros"[8].
Prêmios[editar | editar código-fonte]
- Honra ao Mérito - Placa do CEFRON [Centro Educacional da Fronteira], em Bela Vista [MS], entregue dia 23.11.1994, com os dizeres: “Personalidade belavistense que enaltece nossa cultura”[18];
- Honra ao Mérito- Placa da AAFBB [Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil], entregue em 1986, pela publicação da relevante obra “Selvino Jacques, o Último dos Bandoleiros”[18];
- Prêmio Marçal de Souza Tupã'Y (2004), pela obra “Kyvy Mirim, a lenda do pé de tarumã e do pombero”[10];
- Comenda “Medalha do Mérito Excelência e Qualidade Brasil” (2016)[19] pela Câmara Municipal de Dourados;
- Prêmio Ildefonso Ribeiro da Silva (2021)[20] pela Câmara Municipal de Dourados.
Livros[editar | editar código-fonte]
Dentre suas obras, destacam-se: Silvino Jacques - o último dos bandoleiros, com a primeira edição em 1986 e a oitava e última (até presente momento) em 2019 é um marco na literatura do autor. No ano da sua publicação o escritor fez o lançamento do livro sob proteção policial, vítima de ameaças de morte[21] Nesta ocasião, o escritor foi, adotado pelo Pen Club Internacional[22] Assim, Brígido Ibanhes está sob proteção do Pen Club, organização ligada à ONU, em cerimônia realizada no Copacabana Palace Hotel[23], no Rio de Janeiro (RJ). A pendenga judicial "teve origem quando, na véspera do lançamento do livro, o autor recebeu a visita de dois homens que reivindicavam os direitos autorais[6], das diversas citações das Décima Gaúcha[nota 1], trovas de autoria de Silvino Jacques, que Brígido havia colocado em sua obra. Depois de muita discussão, os homens, de forma velada, passaram a ameaçar o escritor”[24] e sob proteção policial ocorreu o lançamento do livro que, em seguida, foi apreendido pela justiça e liberado para o público pelo Tribunal do Estado somente em 1992[25] Este livro tem sido objeto de pesquisas acadêmicas nas Universidades Estaduais e Federais de Mato Grosso do Sul (UEMS) e (UFGD), tanto nos cursos de graduação, quanto em cursos com dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado. A Morada do Arco-Íris – a história do maior tesouro das Américas (1993), com uma segunda edição em 2006, relata as aventuras da descoberta de suas escavações arqueológicas em Volta Grande/SC, o que provocou muita polêmica entre os estudiosos dessa área. Kyvy Mirim - a lenda do pé de tarumã e do pombero, livro infanto-juvenil que aborda a Mitologia Guarani, inclusindo a criação do mundo por Tupã. Nesta publicação, na contramão das demais, não contém relatos da vida real. Chão do Apa – contos e memórias da fronteira (2010), nele, o escritor traz à tona suas memórias pessoais e "revela o viver de um fronteiriço que vai e vem, de uma margem à outra, de um país ao outro, buscando sua própria identidade. São relatos de histórias orais de seus antepassados sobre a Guerra do Paraguai e sobre os contos e lendas ditos nas rodas de tererê durante sua infância e juventude", sendo, portanto, pontos marcantes na obra. Semelhantemente à obra "Silvino Jacques: o último dos bandoleiros", esta, também, compõe o cenário de pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso, bem como, Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado nas Universidades UEMS e UFGD/MS[nota 2].
- Publicações
- 1986 Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - Ed. Independente, Dourados/MS, 1ª Edição
- 1988 - Che Ru - o Pequeno Brasiguaio Ed. Independente. Campo Grande/MS;
- 1993 - A Morada do Arco-Íris – a história do maior tesouro das Américas - Ed. Independente. Chapecó/SC, 1ª Edição
- 1995 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros – São Paulo: Ed. Scortecci, 2ª Edição;
- 1997 - Kyvy Mirim - a lenda do pé de tarumã e do pombero - Ed. Independente, Curitiba/PR
- 1997 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - Ed. UFMS, Campo Grande/MS 3ª Edição
- 2001 - Ética na Política: entre o sonho e a realidade - Ed. Independente, Dourados/MS
- 2003 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - Ed. Independente, Dourados/MS 4ª Edição
- 2006 - A Morada do Arco-Íris – a história do maior tesouro das Américas - 2ª Edição
- 2007 - Marti - sem a luz do teu olhar - Ed.Independente, Dourados/MS
- 2007 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - Ed. Dinâmica, Dourados/MS - 5ª Edição
- 2010 - Chão do Apa – Contos e Memórias da Fronteira - Gráfica Rosário, Dourados/MS
- 2012 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - - 6ª Edição
- 2015 - Marangatu – dois mitos guaranis - Editora Cortêz, São Paulo/SP – 1ª edição,
- 2016 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - 7ª Edição
- 2017 - O maior tesouro das Américas – em Volta Grande no Canyon do rio Uruguai - Ed.Independente, Dourados/MS
- 2019 - Silvino Jacques: o último dos bandoleiros - Ed. Brazil Publishing, Dourados/MS - 8ª Edição
- 2019 - A sombra do véu: o poder da oração de uma mãe - Ed. Brazil Publishing, Dourados/MS.
Notas
- ↑ A Decima Gaucha trata-se, de trovas deixadas pelo próprio Silvino Jacques que, em nota introdutória, afirma: “Trágico destino de Jacques e Ornellas. Escritos em versos gaúchos e bem rimados contendo a verdade do fato de um gaúcho predestinado”
- ↑ Os comentários das obras acima, foram extraídos da mesma fonte (Referências de nº 6), contidas entre as páginas 25 a 28 da Tese de Doutorado de Rose Prado.
Referências
- ↑ COELHO, Marcos. Brígido Ibanhes - nascido num país chamado fronteira]. Revista Piúna: UBE.
- ↑ FOLHA DE DOURADOS (29 de janeiro de 2016). Brígido Ibanhes recebe comenda “Qualidade Brasil 2016"
- ↑ DOURADOS NEWS (27 de agosto de 2021). Câmara Municipal de Dourados.
- ↑ UBE/MS - União Brasileira de Escritores de MS. Campo Grande/MS
- ↑ ROSA, Maria da Glória Sá; NOGUEIRA, Albana. A literatura sul-mato-grossense na ótica de seus construtores. Campo Grande: Life Editora, 2011.
- ↑ a b PRADO, Rose. Brígido Ibanhes: entre narrativas históricas e representações literárias. Doutorado em História, 2020. UFGD: Dourados/MS.
- ↑ LOUREIRO, Tácito. Dourados Agora (16 de agosto de 2012). Brígido Ibanhes: (…) escreva nas nuvens para que todos vejam as suas mensagens
- ↑ a b ATLAS das representações literárias de regiões brasileiras. Os ervais matogrossenses na literatura- IBGE. Sertões Brasileiros II. Coordenação de Geografia. - Rio de Janeiro: IBGE, 2016-nv
- ↑ POETAS DEL MUNDO - Brígido Ibanhes: biografy
- ↑ a b COELHO, Marcos. Brígido Ibanhes - nascido num país chamado fronteira]. Revista Piúna: UBE
- ↑ DOURADOS NEWS (25 de setembro de 2012). Academia Douradense de Letras cria grupo jovem
- ↑ DOURADOS NEWS (27 de abril de 2006) Fórum Estadual de Cultura se reúne em Dourados
- ↑ SCHMIDT, Thales (08 de junho de 2018). Molotov e perseguição: o preço de questionar o agronegócio. JORNAL SPUTNIK NEWS
- ↑ DOURADOS NEWS (31 de maio de 2007). Escritor Douradense é indicado ao Prêmio Nobel
- ↑ KAUHÊ, Prieto. DIÁRIO-MS. "Fundação de Cultural será criada - escritor Brígido Ibanhes está coordenando processo de implatação da Fundação Cultura e do Fundo em Bela Vista", quinta feira, 04 de agosto de 2005, pag. 3.
- ↑ DOURADOS NEWS (30 de janeiro de 2006). Brígido Ibanhes é eleito para Câmara Nacional de Artes
- ↑ DIÁRIO OFICIAL DE DOURADOS (27 de abril de 2007). Decreto nº 4220 "Nomeia os membros do Conselho Municipal de Cultura, representantes da classe artística
- ↑ a b POETAS DEL MUNDO.Brígido Ibanhes: biografy
- ↑ FOLHA DE DOURADOS (29 DE JANEIRO DE 2016). Brígido Ibanhes recebe comenda “Qualidade Brasil 2016"
- ↑ JORNAL O PROGESSO DIGITAL. Entrega do Prêmio Ildefonso Ribeiro da Silva
- ↑ JORNAL DIÁRIO DA SERRA (16 de dezembro de 1992). Escritor de MS é ameaçado de morte. Campo Grande, p. 12.
- ↑ FOLHA DE SÃO PAULO. Congresso reivindica segurança para autor. São Paulo: 05 de dezembro de 1992, p. 4.
- ↑ JORNAL CORREIO DO ESTADO (05 de dezembro de 1992, p. 6). Escritor Brígido Ibanhes está sob proteção do Pen Club
- ↑ GONÇALVES DE IBANHES, Maria de Lourdes. ilvino Jacques: interseções no mito do bandoleiro. Doutorado em Literatura, 2013 UNESP: São José do Rio Preto.
- ↑ JORNAL CORREIO DO ESTADO. Brígido Ibanhes relança Silvino Jacques (20 de março de 1992, p. 5B).