Fernando José de Portugal e Castro
Fernando José de Portugal e Castro | |
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Retrato por autor desconhecido, possivelmente do século XIX (acervo da Câmara Municipal de Salvador) | |
14º Vice-rei do Brasil | |
Período | 14 de outubro de 1801 a 14 de outubro de 1806 |
Antecessor(a) | José Luís de Castro |
Sucessor(a) | Marcos de Noronha e Brito |
Governador do Rio de Janeiro | |
Período | 14 de outubro de 1801 a 14 de outubro de 1806 |
Antecessor(a) | José Luís de Castro |
Sucessor(a) | Marcos de Noronha e Brito |
Governador da Bahia | |
Período | 18 de abril de 1788 a 23 de Setembro de 1801 |
Antecessor(a) | Rodrigo José de Meneses e Castro |
Sucessor(a) | Firmino de Magalhães Sequeira da Fonseca (interino) |
Dados pessoais | |
Nascimento | 4 de dezembro de 1752 Lisboa |
Morte | 24 de janeiro de 1817 (64 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Português |
Cônjuge | Maria Francisca de Portugal e Castro |
Ocupação | Político |
Assinatura |
Fernando José de Portugal e Castro (Lisboa, 4 de dezembro de 1752 — Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1817), primeiro conde de Aguiar e segundo marquês de Aguiar, foi o 14º vice-rei do Brasil e também governador da Bahia de 1788 a 1801 e ministro do Príncipe Regente D. João. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, seguiu a carreira da magistratura, tendo servido no Tribunal da Relação de Lisboa e na Casa da Suplicação. Assumiu a pasta do Reino no governo formado depois da chegada da família real ao Rio de Janeiro.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Como governador da Bahia, foi parcialmente responsabilizado pela carestia alimentar que passou a assolar a cidade como decorrência destas medidas em um quadro de tensão social, agravado pela forte presença na cidade de escravos e forros, criando a conjuntura ideal para a chamada Conjuração Baiana em 1798. Circularam panfletos com denúncias sobre a péssima condição dos negros. O governador ordenou a identificação dos envolvidos. Em 1798 foram presas 47 pessoas acusadas, a maioria mulatos, dos quais nove eram escravos. Em outubro, informou Lisboa da conjura. Em carta a D. Rodrigo de Sousa Coutinho, informou que a conspiração era obra de gente de péssima conduta e falta de religião, não havendo participado pessoas de consideração. Ainda assim, julgava prudente devassa à vista do exemplo semelhante – citando o caso de Minas Gerais, tão recente. D. Rodrigo entretanto fora informado por outros canais de que pessoas de boa condição social se achavam envolvidas, o que atribuiu à frouxidão do governo na Bahia. Ordenou inquérito e que o governador punisse os culpados. O governador achou a reprimenda injusta, ressentiu-se com a acusação de incúria, sabendo que o desejo de liberdade era distinto daqueles associados aos ideais da França jacobina.
Foi vice-rei do Brasil de 14 de outubro de 1801 a 14 de outubro de 1806. Ao encerrar seu vice-reinado, regressou a Portugal. Depois veio com a corte para o Rio de Janeiro, ocupando cargo de encarregado dos Ministérios da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, Presidente do Real Erário, membro do Conselho da Fazenda. Sua isenção e honradez ficaram proverbiais. Morreu em tal estado de pobreza que nem deixou dinheiro suficiente para o custeio do funeral. Foi sepultado, na tarde do dia 25, na Igreja de São Francisco de Paula, num carneiro[2] da ordem de São Francisco de Paula.[3]
Autor das meticulosas Observações feitas em 1804 ao Regimento trazido em 1677 pelo governador-geral Roque da Costa Barreto, documento que, na opinião do historiador Hélio Viana, constitui não só uma crítica bem feita à administração colonial, valioso conjunto de oportunas sugestões para seu melhoramento, em todos os setores. Em seu governo foi introduzido o uso da vacina no Brasil. Na Bahia promoveu o cultivo da pimenta e atuou contra o controle dos preços da carne e da farinha de mandioca.
Em 1808 recebeu a comenda da Ordem da Torre e Espada e ingressou nos quadros militares como capitão da 7ª Companhia do 3° Regimento de Infantaria da guarnição da Corte.[4]
Dados genealógicos
[editar | editar código-fonte]Seu pai, Dom José de Portugal e Castro, nasceu em Lisboa em 1706 e morreu em Lisboa em 1775, sendo o 3º marquês de Valença. Este tinha casado em Lisboa em 1728 com Luísa de Lorena Teles da Silva (nascida em 1712), de quem nasceram diversos filhos, entre eles seu irmão e sogro, Dom Afonso (Lisboa 1748-1802) conde de Vimioso e marquês de Valença, governador da Bahia, casado em 1778 em Lisboa com Maria Teles da Silva (1758-1824).
Casou-se no Rio de Janeiro com sua a sobrinha direita, Maria Francisca de Portugal e Castro (nascida em Lisboa em 1782), dama da Rainha de Portugal D. Maria I de Portugal e camareira da Princesa, depois imperatriz do Brasil, D. Leopoldina de Habsburgo. Não deixaram descendência.
Títulos
[editar | editar código-fonte]Feito conde de Aguiar por carta régia de 17 de Dezembro de 1808, da rainha D. Maria I de Portugal e marquês de Aguiar em 1813.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lista de governadores-gerais do Brasil — incluem-se aí também os vice-reis
Referências
- ↑ «Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar». web.archive.org. 12 de novembro de 2016. Consultado em 21 de fevereiro de 2023
- ↑ Presteza no Real Serviço: d. Fernando José de Portugal e Castro e a administração da Capitania da Bahia no final do século XVIII, por Patrícia Valim, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
- ↑ Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar, MAPA - Memória da Administração Pública Brasileira, Arquivo Nacional, 2011
- ↑ a b «Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar». mapa.an.gov.br. Consultado em 21 de fevereiro de 2023. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2019
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar, MAPA - Memória da Administração Pública Brasileira, Arquivo Nacional, 2011
- Presteza no Real Serviço: d. Fernando José de Portugal e Castro e a administração da Capitania da Bahia no final do século XVIII, por Patrícia Valim, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011
- A Política Colonial lusa na administração de D. Fernando José de Portugal (1801-1806), por Marieta Pinheiro de Carvalho, revista Ultramares, nº 6 vol I, Ag./Dez. 2014
Precedido por Rodrigo José de Meneses e Castro |
Governador da Bahia 1788—1801 |
Sucedido por Francisco da Cunha Meneses |
Precedido por José Luís de Castro |
Vice-rei do Brasil 1801—1806 |
Sucedido por Marcos de Noronha e Brito |
Precedido por António de Araújo e Azevedo |
Secretário de Estado dos Negócios do Reino 1808–1817 |
Sucedido por António de Araújo e Azevedo |
- Nascidos em 1752
- Mortos em 1817
- Primeiros-ministros de Portugal
- Vice-reis do Brasil
- Condados de Portugal
- Marqueses de Aguiar
- Ministros do Reinado de D. João VI
- Ministros da Fazenda do Brasil
- Ministros do Exército do Brasil
- Governadores da Bahia (Colônia)
- Alumni da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
- Governadores do Rio de Janeiro (Colônia)
- Comendadores da Ordem da Torre e Espada
- Nobres de Portugal do século XVIII
- Nobres de Portugal do século XIX
- Naturais de Lisboa