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Domício Pereira de Mattos

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Domício Pereira de Mattos
Domício Pereira de Mattos
Nascimento 31 de janeiro de 1916
Morte 16 de setembro de 2010 (94 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Cônjuge Ceres Toledo de Mattos
Ocupação Pastor
Teólogo
Principais trabalhos Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil,
Ministro da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil,
Editor do Jornal Brasil Presbiteriano,
Editor do Jornal Imprensa Evangélica.
Religião Presbiterianismo

Domício Pereira de Mattos (31 de janeiro de 1916, São Paulo - 16 de setembro de 2010, Rio de Janeiro) foi um pastor e teólogo presbiteriano.[1][2]

Formou-se em Teologia pelo Seminário Presbiteriano de Campinas em 1941 e foi ordenado como Pastor Presbiteriano no ano seguinte, pelo Presbitério de São Paulo da Igreja Presbiteriana do Brasil. Pastoreou igrejas Varginha, Santos, Lapa (10 anos), São Caetano, Unida e congregação Jardim das Oliveiras. Em 1943, casou-se com Ceres Toledo de Mattos, com quem teve um filho, Cercio.[1]

Em 1953, transferido para o Presbitério do Rio de Janeiro, pastoreou as Igrejas de Ramos (por 32 anos), Praia de Botafogo (a qual pastoreou até sua morte), Olaria e Penha. Obteve o mestrado em jornalismo (1959) na Universidade de Syracuse e e em Teologia (1969) no Union Theological Seminary de Nova Iorque. Também bacharelou-se em Direito (1972).

Dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil, por onze anos, foi redator do periódico oficial O Puritano, e depois de O Brasil Presbiteriano. Presidiu o Sínodo Meridional, o Sínodo Central e o Sínodo da Guanabara; por dezesseis anos participou da Comissão Executiva do Supremo Concílio; presidiu os Presbitérios de São Paulo e Rio de Janeiro. Foi o representante, por duas vezes, na Aliança Mundial Presbiteriana, em Evaston (EUA) e Genebra (Suíça). Em 1984, criou, com nove companheiros, o Presbitério Haroldo Cook, e permaneceu por alguns anos como ministro da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil.[1]

Durante a ditadura militar brasileira, Rev. Domício esteve debaixo de vigilância por suas posições consideradas subversivas, sendo considerado "esquerdista". Antes do golpe, fez parte da diretoria da Confederação Evangélica do Brasil e depois foi um dos fundadores e diretores do Centro Evangélico de Informação (CEI), que deu origem ao Centro Ecumênico de Documentação e Informações. Em sua denominação, depois de menos de dois anos, foi retirado da direção de O Brasil Presbiteriano, já que "a orientação do Rev. Domício, à frente do BP, não representa o pensamento da Igreja".[3] Em 1969, com Jether Ramalho, levou clandestinamente para os Estados Unidos uma coleção de documentos que detalhava o tratamento do regime a centenas de prisioneiros políticos brasileiros, os quais foram entregues ao pastor William Wipfler, da Igreja Episcopal, e líder do Conselho Nacional de Igrejas.[4][5]

Domício também foi editor do jornal Imprensa Evangélica; exerceu o magistério na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas e na Universidade Federal de Juiz de Fora; foi autor de vários livros e primeiro ocupante da Cadeira 10 da Academia Evangélica de Letras do Brasil.[1]

Referências

  1. a b c d «Cadeira 10». AELB. Consultado em 1 de junho de 2024 
  2. «Falece hoje nosso amado pastor, Rev. Domício Pereira de Mattos.». Igreja da Praia. 16 de setembro de 2010. Consultado em 1 de junho de 2024. Arquivado do original em 19 de dezembro de 2014 
  3. ARAÚJO, João Dias de (1982). Inquisição sem fogueiras: vinte anos de história da Igreja Presbiteriana do Brasil, 1954-1974. Rio de Janeiro: ISER. p. 66 
  4. Brito, André Souza (2011). «Pastores e leigos protestantes "comunistas" sob a "mira" dos órgãos de informação e de repressão da ditadura militar brasileira» (PDF). ANPUH. Simpósio Nacional de História (XXVI). Consultado em 1 de junho de 2024 
  5. VILELA, Márcio Ananias Ferreira (2014). Discursos e práticas da Igreja Presbiteriana do Brasil durante as décadas de 1960 e 1970: diálogos entre religião e política (PDF). Recife: UFPE