Eleição municipal de Joinville em 2020

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2016 Brasil 2024
Eleição municipal de Joinville em 2020
15 de novembro de 2020 (Primeiro turno)
29 de novembro de 2020 (Segundo turno)
Candidato Adriano Silva Darci de Matos
Partido NOVO PSD
Vice Rejane Gambin
(NOVO)
Rodrigo Fachini
(PSDB)
Votos 145.269 116.793
Porcentagem 55,43% 44,57%
Resultado da eleição por zona no 2º turno

Titular
Udo Döhler
MDB

A eleição municipal de Joinville em 2020 foi realizada em dois turnos, o primeiro ocorreu no dia 15 de novembro e o segundo em 29 de novembro do mesmo ano. A cidade foi às urnas para eleger um prefeito, um vice-prefeito e 19 vereadores no município de Joinville, no estado de Santa Catarina, no Brasil. O prefeito eleito foi Adriano Silva, do Partido Novo, no segundo turno com 55,43% dos votos válidos, disputando com Darci de Matos, do PSD, que obteve 44,57% dos votos. Para o Legislativo Municipal, o candidato mais votado foi o vereador eleito Alisson Júlio, do NOVO, que recolheu 9.574 votos (3,62% dos votos válidos).[1]

A partir deste pleito, algumas mudanças da Emenda Constitucional nº 97, de 2017, são postas em prática, como a proibição da celebração de coligações partidárias para os cargos proporcionais.[2]

Pandemia de COVID-19[editar | editar código-fonte]

A pandemia de COVID-19 no Brasil obrigou os partidos a repensarem suas estratégias de pré-campanha. O Tribunal Superior Eleitoral autorizou os partidos a realização de convenções para escolha de candidatos por meio de plataformas digitais de transmissão, para evitar aglomerações que pudessem proliferar o coronavírus.[3] Alguns partidos recorreram a mídias digitais para lançar suas pré-candidaturas.

Originalmente, as eleições ocorreriam em 4 de outubro (primeiro turno) e 25 de outubro (segundo turno, caso necessário), porém, com o agravamento da pandemia de COVID-19 no Brasil, as datas foram modificadas.[4]

Gestão Udo Döhler (MDB)[editar | editar código-fonte]

A eleição de 2020 se deu no fim do segundo mandato do prefeito Udo Döhler (MDB). Enquanto gestor, Döhler conseguiu alguns feitos, como a substituição das secretarias regionais pelas subprefeituras, a ampliação do Hospital Municipal São José, investimentos na área da saúde e educação e a modernização de processos administrativos dentro da prefeitura.[5]

No entanto, a gestão Döhler também recebeu muitas críticas, em especial quando ao perfil reservado e pouco transparente do prefeito, que destoou muito da antiga liderança de Luiz Henrique da Silveira no MDB joinvilense. No âmbito das infraestruturas, a longa demora nas obras de implantação de microdrenagens no Rio Mathias (visando combater os recorrentes alagamentos no centro da cidade) e da Ponte Joinville (que faria ligação entre as zonas Sul e Leste da cidade) são apontados como fracassos da gestão.[5][6]

Além disso, Döhler foi o responsável pela gestão da cidade durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19 e impôs medidas restritivas para tentar conter a disseminação do vírus, afirmando que é "buscar esse equilíbrio entre a saúde e a economia do município".[7]

Campanha[editar | editar código-fonte]

O deputado estadual de 38 anos, Fernando Krelling, foi a aposta do MDB para manter controle sobre a prefeitura da maior cidade de Santa Catarina, recebendo o apoio do prefeito titular.[5][8][9]

Após duas candidaturas à prefeitura de Joinville, ambas derrotadas em segundo turno, o deputado federal Darci de Matos (PSD) novamente se lançou na disputa. Para isso, fez composição com PP, PSDB e PL, havendo recebido a indicação do vereador tucano Rodrigo Fachini para vice-prefeito.

No começo da campanha, o candidato pessedista se encontrava confortavelmente à frente nas pesquisas. Mas, progressivamente, Krelling e Adriano Silva (NOVO) ganharam espaço e tornaram a disputa mais acirrada. Embora seguisse em terceira posição, após um mês de campanha, as intenções de voto para o candidato do NOVO subiram de 6,6% para 13,1%, registrando o maior aumento percentual entre os candidatos.[10]

Seguindo sua surpreendente ida ao segundo turno da eleição, Adriano Silva conduziu uma campanha focada na comunicação, tanto pela distribuição equitativa do horário eleitoral no segundo turno, como pelas redes sociais.[11] Silva foi o primeiro prefeito de capital eleito pela sua legenda.[12]

Candidaturas[editar | editar código-fonte]

Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.

Candidato Partido Vice Partido Coligação HRPEG
Adriano Silva   Novo Rejane Gambin   Novo Sem coligação 30s
Anelisio Machado   Avante Joacir Siqueira   Avante Sem coligação 1m10s
Francisco de Assis   PT Antônia Grigol   PT
Joinville que cuida da sua gente
13s
Nelson Coelho   Patriota Sérgio Duprat   Patriota
Joinville acima de todos
51s
Darci de Matos   PSD Rodrigo Fachini   PSDB
Joinville é agora
55s
Dalmo Claro   PSL Derian Campos   PSL Sem coligação 17s
Drico Mesnerovicz   PSTU Ricardo Lautert   PSTU Sem coligação 16s
Eduardo Zimmermann   PTC Everaldo Ávila   PTC Sem coligação 36s
Fernando Krelling   MDB Rosane Bonessi   MDB
Vamos pra frente, vamos com fé
15s
Ivandro de Souza   Podemos Angélica Ponciano   DEM
Aliança por Joinville
19s
James Schroeder   PDT Adilson Buzzi   PDT Sem coligação 12s
Levi Rioschi   DC Simone Rietter   DC Sem coligação 27s
Marco Marcucci   Republicanos Israel Petróleo   Republicanos Sem coligação 10s
Mayara Colzani   PSOL Francisco Aviz   PSOL Sem coligação 50s
Tânia Eberhardt   Cidadania Luiz Bittencourte   Solidariedade
A cidade é que nos move
23s

Pesquisas eleitorais[editar | editar código-fonte]

Fonte Data(s)

conduzidas

Amostragem Matos
PSD
Krelling
MDB
Silva
Novo
Eberhardt
Cidadania
Claro
PSL
Assis
PT
Souza
Podemos
Outros Branco

Nulo

Abst.

Indec.

Vantagem
Paraná Pesquisas 18-20 Out 610 24,1% 15,1% 6,6% 7,5% 6,4% 3,8% 3,3% 10,1% 12,6% 10,5% 9,0%
Paraná Pesquisas 8-12 Nov 680 23,8% 16,5% 13,1% 5,0% 5,4% 2,8% 4,7% 9,9% 10,4% 8,2% 7,3%

Resultados[editar | editar código-fonte]

Prefeito[editar | editar código-fonte]

Quinze candidatos disputaram o cargo de Prefeito de Joinville. Os dois candidatos mais votados, Darci de Matos (PSD) e Adriano Silva (NOVO), seguiram para o segundo turno.[13]

Candidato(a) Vice 1º turno
Total Percentagem
Darci de Matos (PSD) Rodrigo Fachini (PSDB) 66.838 25,3%
Adriano Silva (NOVO) Rejane Gambin (NOVO) 60.728 22,98%
Fernando Krelling (PMDB) Rosane Bonessi (PMDB) 48.886 18,5%
Tânia Eberhardt (CDN) Luiz Bittencourt (SD) 17.436 6,6%
Ivandro de Souza (PODE) Angélica Ponciano (DEM) 15.195 5,75%
Dalmo Claro (PSL) Derian Campos (PSL) 14.113 5,34%
Francisco de Assis Nunes (PT) Antônia Grigol (PT) 10.495 3,97%
Anelisio Machado (Avante) Joacir Siqueira (Avante) 8.085 3,06%
Eduardo Zimmermann (PTC) Everaldo Ávila (PTC) 6.843 2,59%
Nelson Coelho (Patriota) Sérgio Duprat (Patriota) 4.378 1,66%
James Schroeder (PDT) Adilson Buzzi (PDT) 3.718 1,41%
Marco Marcucci (R) Israel Petróleo (R) 3.089 1,17%
Mayara Colzani (PSOL) Francisco Aviz (PSOL) 3.080 1,17%
Levi Rioschi (DC) Simone Rietter (DC) 1.101 0,42%
Drico Mesnerovicz (PSTU) Ricardo Lautert (PSTU) 244 0,09%
Total de votos válidos 264.229 100%
→ Votos em branco 15.339 7,46%
→ Votos nulos 22.551 5,08%
Total 302.119 74,87%
Abstenção 101.407 25,13%
Total de eleitores 403.526 100%
  2º turno

Segundo turno

No dia 29 de novembro de 2020, Adriano Silva (NOVO) ganhou a disputa de segundo turno com 55,43% dos votos válidos.[13]

Candidato[14] Vice 2º Turno[15]
Votação
Total Porcentagem
Adriano Silva (NOVO) Rejane Gambin (NOVO) 145.269 55,43%
Darci de Matos (PSD) Rodrigo Fachini (PSDB) 116.793 44,57%
Total de votos válidos 222 733 100%
Votos em branco 8.328 3,91%
Votos nulos 18.679 12,07%
Total de votos apurados 289.069 71,64%
Abstenções 114.457 28,36%
Total de eleitores 316 260 100%
  Eleito(a)

Vereadores[editar | editar código-fonte]

Dezenove vereadores foram eleitos no dia 15 de novembro de 2020. Entre eles, apenas duas mulheres. Ana Lúcia Martins foi a primeira vereadora negra eleita em Joinville.[16] O vereador mais votado foi Alisson Júlio (NOVO), com 9.574 votos, ou 3,62%. NOVO e MDB obtiveram as maiores bancadas na Câmara Municipal de Joinville, cada um com 3 vereadores, seguidos pelo PSD (2).

Posteriormente ao pleito, a Justiça Eleitoral declarou nulos todos os votos recebidos pelo candidato Sidney Sabel, do União Brasil. A sua legenda foi responsabilizada pelo descumprimento da legislação eleitoral através da utilização de candidaturas-laranja para driblar as cotas de gênero. Com a perda desses votos, o DEM passou a ocupar duas vagas na Câmara, e o MDB aumentou sua bancada para 4 vereadores. Em agosto de 2023, o primeiro suplente do MDB, Maurício Soares, assumiu definitivamente.[17][18]

Partido Candidato Votos Porcentagem
NOVO Alisson Julio 9.574 3,62%
PSDB Diego Machado 3.981 1,51%
MDB Adilson Girardi 3.838 1,45%
MDB Cláudio Aragão 3.584 1,36%
NOVO Érico Vinicius 3.504 1,33%
PSD João Colombo 2.915 1,1%
PDT Lucas Souza 2.311 0,87%
PSL Tania Larson 3.916 1,48%
PT Ana Lucia Martins 3.126 1,18%
MDB Henrique Deckmann 2.733 1,03%
NOVO Neto Petters 2.523 0,96%
DEM Sidney Sabel 2.514 0,95%
PODE Josias Brandel Jr. 2.293 0,87%
PROS Nado Marcos 2.287 0,87%
PSD Ascendino Batista 2.258 0,85%
PTB Luiz Carlos Sales 2.093 0,79%
PL Maurício Peixer 2.085 0,79%
PAT Wilian Tonezi 1.787 0,68%
CDN Cassiano Ucker 1.750 0,66%
→ Votos brancos 19.278 6,38%
→ Votos nulos 18.692 6,19%
Total apurado 277.533 87,75%
Abstenção 38.727 12,25
Total de eleitores 316.260 100%


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Eleições 2020: confira as datas do calendário eleitoral». G1. Consultado em 20 de julho de 2020 
  2. «Congresso promulga emenda que extingue coligações em 2020 e cria cláusula de barreira». G1. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  3. «TSE autoriza convenções partidárias virtuais para eleição deste ano». Agência Brasil. 4 de junho de 2020. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  4. «Câmara aprova o adiamento das eleições 2020 para novembro». noticias.uol.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  5. a b c «O fim de uma era: eleições 2020 encerram a gestão Udo Döhler – Primeira Pauta». primeirapauta.ielusc.br. Consultado em 13 de maio de 2024 
  6. «Líder empresarial de Joinville está indignado com gestão de Udo Döhler». NSC Total. Consultado em 13 de maio de 2024 
  7. «"Não hesitaremos em adotar medidas restritivas adicionais", diz Udo Döhler». NSC Total. Consultado em 13 de maio de 2024 
  8. «Eleições 2020: MDB confirma Fernando Krelling como candidato a prefeito em Joinville». ndmais.com.br. 15 de setembro de 2020. Consultado em 13 de maio de 2024 
  9. «Eleições 2020: MDB confirma Fernando Krelling como candidato a prefeito em Joinville». ndmais.com.br. 15 de setembro de 2020. Consultado em 13 de maio de 2024 
  10. «Pesquisa em Joinville: Krelling empata com Darci; cenário de 2º turno segue indefinido». NSC Total. Consultado em 13 de maio de 2024 
  11. Arendartchuk, Áurea (17 de novembro de 2020). «Adriano Silva, do Novo, surpreende em Joinville». OCP News | As melhores notícias e histórias de Santa Catarina. Consultado em 13 de maio de 2024 
  12. «Adriano Silva é eleito em Joinville; partido Novo consegue eleger o primeiro prefeito da legenda». G1. 29 de novembro de 2020. Consultado em 13 de maio de 2024 
  13. a b «Apuração UOL - Segundo turno». UOL. 30 de outubro de 2016. Consultado em 23 de maio de 2017 
  14. TRE/SC. «Divulgação de candidatura e contas eleitorais». Banco de dados TRE/SC. Consultado em 9 de agosto de 2023 
  15. TRE/SC. «Sistema de Histórico de Eleições (SHE)». Banco de Dados TRE/SC 
  16. Raupp, Jean (19 de novembro de 2020). «Polícia de SC investiga ataques racistas contra 1ª vereadora negra eleita em Joinville». Jornal Nacional. TV Globo. Consultado em 27 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2021 – via G1 
  17. «Vereador de Joinville tem mandato cassado pelo TSE em decisão unânime». ndmais.com.br. 3 de agosto de 2023. Consultado em 14 de maio de 2024 
  18. Eble, Yasmim (21 de agosto de 2023). «Mauricinho Soares assume lugar na Câmara de Vereadores de Joinville após vereador ter mandato cassado». O Município Joinville. Consultado em 14 de maio de 2024