Saltar para o conteúdo

Josefina Plá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Navegação no histórico de edições: ← ver edição anterior (dif) ver edição seguinte → (dif) ver última edição → (dif)

Maria Josefina Teodora Plá Guerra Galvany, mais conhecida como Josefina Plá, (Isla de Lobos, 9 de novembro de 1903 - Assunção, 11 de janeiro de 1999) foi uma poetisa, dramaturga, jornalista, crítica de arte, escultora, ceramista e historiadora espanhola-paraguaia.[1] [2] Naturalizada no Paraguai, ela foi descrita como "a mulher mais influente em questões culturais paraguaias no século XX".[1]

Recebeu inúmeros prêmios e distinções pelo seu trabalho artístico e literário, pela defesa dos direitos humanos e da igualdade de gênero.

Vida pessoal

Maria Josefina Teodora Plá Guerra Galvany nasceu no dia 9 de novembro de 1903, na Isla Lobos, em Fuerteaventura,Ilhas Canárias, Espanha,, onde seu pai, Leopoldo Plá, mantinha um farol. Plá foi a primogênita de uma família de sete filhos. Sua mãe se chamava Rafaela Guerra Galvany.[3]

Em 1924, durante as férias com sua família em Villajoyosa, Alicante, Plá conheceu o escultor paraguaio Andrés Campos Cervera, conhecido pelo nome artístico Julián de la Herrería. Ele estava na Espanha para estudar cerâmica. Plá e Cervera se conheceram poucos dias antes dele concluir seus estudos e retornar ao Paraguai. Apesar dessa separação, vinte meses depois, ele pediu permissão ao pai de Plá para se casar com ela. A cerimônia foi realizada em 17 de dezembro de 1926. Em 1927, Plá se instalou no Paraguai com o marido e se estabeleceu na Villa Aurélia, em Assunção.[4]

Plá e seu marido retornaram duas vezes à Espanha.[5] Na primeira vez, no ano de 1931, para a exposição das obras de cerâmica de Cervera em Madri.[4] A segunda visita foi em 17 de outubro de 1934. Julián de la Herrería morreu em Valência, Espanha, em 1937.[5][1] Plá voltou ao Paraguai um ano depois.

Plá faleceu em 11 de janeiro de 1999 em Assunção.[4]

Carreira artística

Apesar de iniciar-se na poesia e ser escritora por toda sua vida, Plá expandiu seu trabalho artístico também para as artes visuais. O trabalho de escultura e cerâmica dela foi descrito como "um arquivo da história cultural do Paraguai".[6] Seu trabalho foi amplamente exibido por toda a América do Sul. Alguns dos murais e mosaicos que ela criou ainda podem ser vistos nos prédios da cidade de Assunção. Algumas de suas cerâmicas estão expostas no foyer do Centro Cultural de España Juan de Salazar na capital paraguaia.

Na década de 1950, ela cofundou o Grupo Arte Nuevo (Grupo de Arte Nova, em português) junto com outros artistas, incluindo Olga Blinder, Lilí del Mónico e José Laterza Parodi. Em 1952 ela escreveu um artigo para um catálogo da exposição de Olga Blinder que foi considerado, posteriormente, um manifesto da arte moderna no Paraguai. Na época, foi um passo pioneiro para a criação do grupo. Em 1959, em resposta à Exposición de Obras del Museo de Arte Moderno de San Pablo, Plá discutiu a modernização artística em dois longos artigos de jornal, contextualizando a exposição dentro da cena artística local e avaliando criticamente a seleção de obras de arte.[7][8]

Carreira literária

Plá foi considerada uma poetisa da escola vanguardista,[1] ao lado de Hérib Campos Cervera, sobrinho de seu marido.

Sua criação literária abrange vários campos da escrita. São mais de quarenta títulos, entre poesia, narrativa e teatro; também história social e cultural do Paraguai; sobre cerâmica, pintura e crítica. Plá é considerada a maior e mais fundamental referência da cultura paraguaia do século XX. Ela colaborou frequentemente com Roque Centurión Miranda em muitas de suas peças, particularmente a partir de 1942.[9]

Ano Trabalho
1934 "O preço dos sonhos"
1960 "A raiz e o amanhecer"
1965 "Rostos na água" e "Invenção da morte"
1966 "Satélites Escuros"
1968 "A poeira no amor" e "dia nua"
1975 "Luz negra"
1927-1977 "Antologia Poética"
1982 "Folhagem do tempo", "Tempo e escuridão"
1984 "Mudando sonhos por sombras".
1985 "A chama e a areia" e "Os trinta mil ausentes".
1996 "O impossível ausente"

Sua produção teatral inclui, entre os anos de 1927 e 1974:

Peça Teatral
"Víctima propiciatoria"
"Episodios chaqueños" (com Roque Centurión Miranda)
"Porasy" (roteiro de ópera com música de Otakar Platal)
"Desheredado"
"La hora de Caín"
"Aqui no ha pasado nada"
"Un sobre en blanco"
"María inmaculada"
"Pater familias" (todos com Roque Centurión Miranda)
"La humana impaciente"
"Fiesta en el río", "El edificio"
"De mí que no del tiempo"
"El finginte inesperado"
"Historia de un número"
"Esta é a casa que Juana construiu"
"La cocina de las sombras"
"El professor"
"El pan del avaro" (peça infantil)
"El rey que rabió" (peça infantil)
"El hombre de oro" (peças infantil)
"La tercera huella dactilar"
"Media docena de grotescos brevísimos"
"Las ocho sobre el mar"
"Hermano Francisco"
"Momentos estelares de la mujer"
"Don Quijote y los Galeotes"
"El hombre en la cruz"
"El empleo"
"Alcestes".

Sua obra sobre a história cultural e social do Paraguai inclui os seguintes títulos:

História cultural e social do Paraguai
"La cultura paraguaya y el libro"
"Literatura paraguaya del siglo XX"
"Apuntes para una historia de la cultura paraguaya"
"Arte actual en el Paraguay"
" Quatro selos de teatro no Paraguai"
"Impacto de la cultura de las reduciones en lo nacional"
"Apuntes para una aproximación a la imaginería paraguaya"
"El Templo de Yaguarón"
"El barroco hispano-guaraní"
"Las artesanías en el Paraguai"
"Ñandutí. Encrucijada de dos mundos"
"El espíritu del fuego"
"El libro en la época colonial",
Bilingüismo y tercera lengua en el Paraguay"
"Españoles en la cultura del Paraguay"
"La mujer en la plástica paraguaya"
"Os britânicos no Paraguai, 1850 - 1870" (traduzido por BC McDermot)
"Hermano Negro. La Esclavitud en el Paraguai".

Prêmios e participações

Ao longo de sua vida, ela recebeu vários prêmios, condecorações e indicações a prêmios.

Premiações

  • Dama de Honra da Ordem de Isabel la Católica (1977);
  • Prêmio de "mulher do ano" em (1977);
  • Troféu "Ollantay" à investigação teatral da Venezuela (1984);
  • Postulação para o "prêmio Cervantes", reconhecimento máximo para as letras hispânicas (1989 e 1994);
  • Ordem Nacional do Mérito do Paraguai, no grau de comendatária do Governo paraguaio (1994);
  • Medalha de Ouro de Belas Artes da Espanha (1995);
  • "Ciudadanía Honoraria", concedida pelo Parlamento paraguaio em 1998.
  • Reconhecimento de defesa dos Direitos Humanos concedido pela Sociedade Internacional de Juristas;
  • Medalha Johann Gottfried von Herder.

Participações

Referências

Referências

  1. a b c d Whigham, Marta Fernández. «Encyclopedias almanacs transcripts and maps». Encyclopedia.com. Encyclopedia of Latin American History and Culture. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  2. Forjadores del Paraguay: Diccionario biográfico. Buenos Aires, Argentina: Primera Edición Enero de 2000. Distribuidora Quevedo de Ediciones. 1 de janeiro de 2000 
  3. «Josefina Plá: The culture lady Monday». BlogFuerteCharter. 20 de janeiro de 2014. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 
  4. a b c Tompkins, Cynthia; Foster, David William (2001). Notable Twentieth-century Latin American Women: A Biographical Dictionary. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780313311123. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 
  5. a b Bruccoli, Matthew J.; Layman, Richard (2003). Modern Spanish American Poets: Second series. [S.l.]: Gale Group 
  6. Cota, Débora (2018). «Josefina Plá and the clay as a place of archive». Travessias. 12 (1): 21–36. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 
  7. GARCÍA, MARÍA AMALIA (2014). «Hegemonies and models of cultural modernization in South America. The Paraguay-Brazil case». MIT Press. Art Marg. 3 (1): 28–54. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  8. Quevedo, Charles (7 de abril de 2020). «The Brazilian Cultural Mission and the Arte Nuevo Group: A Regional Dispute for Cultural Hegemony and Paraguayan Modern Art». Artelogie (15). doi:10.4000/artelogie.4582Acessível livremente. Consultado em 10 de fevereiro de 2021 
  9. Farnsworth, May (2003). «Tempering Machismo: The Performance of Masculinity, Femininity, and Honor in Aquí no ha pasado nada by Josefina Plá and Roque Centurión Miranda» (PDF). MIFLC Review. 11: 135–47. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 
  10. «Tribute». Académie internationale de la céramique. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 

links externos

Mídias externas