Ceci Flores
Ceci Flores | |
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Nascimento | Bahía de Kino |
Cidadania | México |
Ocupação | ativista |
Prêmios |
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Cecilia Patricia Flores Armenta, também conhecida como Ceci Flores, é uma ativista mexicana, fundadora e líder do coletivo Madres Buscadoras de Sonora, grupo de mulheres que localizou mais de mil pessoas desaparecidas do México.[1] Ela foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais inspiradoras do ano de 2022 pela lista 100 Mulheres da BBC.[2]
Historia
Durante segunda metade da década de 2010, três filhos de Ceci Flores foram sequestrados pelo crime organizado, nos estados de Sinaloa e Sonora, no México. Os sequestros inscrevem-se em um contexto mais amplo, dos históricos "desaparecimentos forçados" associados a facções criminosas, mas com co-responsabilidade das autoridades policiais e políticas.[1] A questão é uma emergência nacional no México e mobiliza vários grupos populares de buscas por pessoas desaparecidas.[3][4][5]
Um dos filhos de Ceci Flores, Alejandro Guadalupe (então com 21 anos), desapareceu em 30 de outubro de 2015, em Los Mochis. Outros dois filhos foram sequestrados em 4 de maio de 2019, na região de Bahía del Kino: Marco Antonio (de 31 anos) e Jesus Adrián (então menor, com 13 anos).[1] Entre os anos de 2015 e 2019, Flores denunciou o desaparecimento de Alejandro, entretanto, sua denúncia não obteve nenhuma resposta das autoridades locais.[6] Já em 2019, frente ao descaso governamental e com o desaparecimento de Marco e Jesus, Ceci Flores decidiu procurar seus filhos por conta própria. Ao longo do tempo, outras mães em situação semelhante uniram-se à causa, também esperando encontrar seus familiares. Assim surgiu o grupo Madres Buscadoras de Sonora ("mães localizadoras de sonora", em português).[5]
Madres Buscadoras de Sonora
O coletivo Madres Buscadoras de Sonora logo passou a reunir centenas de pessoas de várias partas do estado mexicano de Sonora. As buscas levaram muitas mães a encontrar seus filhos e filhas e filhas, com ou sem vida. Em 2021, dois anos após iniciado o grupo, elas já haviam encontrado mais de 400 corpos em covas clandestinas, bem como 139 pessoas com vida, que puderam então regressar a suas famílias.[7]Já em 2022, estas cifras subiram para 672 ossadas e 300 pessoas vivas.[1]
Tanto Ceci Flores quanto outras ativistas do Madres Buscadoras de Sonora receberam intimidações e ameaças de morte por conta de seu ativismo.[8]
Os filhos de Flores
O filho mais novo de Cecilia Flores, Jesus Adrián, foi retornado das mãos de sicários no dia 10 de maio de 2019, ocasião do dia das mães.[9]
No final de 2022, ainda sem encontrar seu filho Marco Antonio, Ceci Flores pediu em vídeo ao Cartel de Los Salazar, envolvidos no desaparecimento, que dissessem onde ele está;[10] dizendo:
"esta é a súplica de uma mãe que lutou incasanvelmente por seus filhos e que, ainda que encontrei milhares de pessoas, não pude encontrar meu filho, não tive apoio das autoridades na busca e investigação". Cecília Flores, 2022[11]
Proteção às vítimas
Desde julho de 2021, Cecilia Flores foi incluída no "serviço de proteção de pessoas defensoras dos direitos humanos e jornalistas" do México, devido a recorrentes ameaças de morte que recebeu. Entretanto, ela denunciou que a inclusão não se reverteu no aumento de sua segurança. Por um lado, o serviço governamental afirmou que Flores abandonou o esconderijo fornecido. Por outro, Flores reafirmou sua intenção de continuar as buscas das pessoas desaparecidas, apontando que o grupo Madres Buscadores de Sonora não recebeu auxílio governamental para continuar o seu trabalho.[12]
Veja também
Referências
- ↑ a b c d Barragán, Almudena (26 de fevereiro de 2022). «Cecilia Flores: "Quiero volver a ver a mis hijos, aunque sea en un puñado de huesos"». El País México (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ «BBC 100 Women 2022: Who is on the list this year? - BBC News». News (em inglês). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Político, Redacción Animal (26 de março de 2021). «La búsqueda de desaparecidos en México no la detiene ni el COVID-19». Animal Político (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Varela, Micaela (8 de julho de 2021). «La Administración de López Obrador acumula más de 21.500 personas desaparecidas». El País México (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ a b Sam, Ana Sabina Castro (21 de abril de 2021). «Desapariciones forzadas y hallazgo de fosas clandestinas en México: el caso del Colectivo Madres Buscadoras de Sonora». Pacha. Revista de Estudios Contemporáneos del Sur Global (em espanhol) (4): 95–109. ISSN 2697-3677. doi:10.46652/pacha.v2i4.53. Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Espinosa, Gabriela (7 de março de 2022). «#UnDíaCon: Cecilia, una madre con pico y pala que sale a buscar desaparecidos». Sopitas.com (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Hermosillo, Roberto Bahena | El Sol de. «Madres Buscadoras de Sonora: a dos años del inicio del peregrinar». El Sol de Hermosillo | Noticias Locales, Policiacas, sobre México, Sonora y el Mundo (em espanhol). Consultado em 11 de março de 2022
- ↑ Soriano, Rodrigo (15 de novembro de 2022). «Cecilia Flores, líder de las madres buscadoras de Sonora: "Han puesto precio por mi cabeza"». El País México (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Horas, Redacción 24 (15 de abril de 2022). «¿Quién es Ceci Flores, fundadora de Madres Buscadoras de Sonora?». 24 Horas (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ Hermosillo, Sofía Calvillo | El Sol de. «Líder de madres buscadoras en Sonora pide a cárteles permitir búsqueda de desaparecidos». El Sol de México | Noticias, Deportes, Gossip, Columnas (em espanhol). Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ «VIDEO: Ceci Flores pide a Cártel de Los Salazar decir dónde está su hijo desaparecido». SinEmbargo MX (em espanhol). 22 de dezembro de 2022. Consultado em 2 de janeiro de 2023
- ↑ «Ceci Flores, líder de Madres Buscadoras de Sonora, presenta queja ante la CNDH contra Alejandro Encinas por revictimizarla». Latin US (em espanhol). 11 de julho de 2022. Consultado em 2 de janeiro de 2023