Ainda a respeito da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" diz textualmente: «Em meados do século XIII, Lanhelas já estava constituída em paróquia, fazendo parte do julgado de Cerveira. Na relação das igrejas que D. Dinis mandou elaborar, em 1320, para apuramento da taxa a pagar, Lanhelas aparece com 45 libras. No censual das igrejas de Entre Lima e Minho, mandado elaborar por D. Diogo de Sousa, entre 1514 e 1532, Lanhelas já estava integrada no concelho de Caminha, pagando 24 réis e meio. Cerca de meio século depois, aparece anexa a Seixas. Foi vigairaria da apresentação do reitor daquela freguesia. Em 1839, Lanhelas pertencia à comarca de Monção, em 1852, à de Viana do Castelo e, em 1878, à de Caminha.»
A 23 de Abril de 1644, em plena Guerra da Restauração, Lanhelas resistiu valorosamente a uma investida espanhola de entrar em Portugal. O Vigário da Paróquia descreveu este acontecimento nos registos paroquiais: "Aos 23 dias do mês de abril do ano de mil seiscentos e quarenta e quatro, dia de S. Jorge: veio o inimigo co oito barcos pequenos a esta freguesia de Lanhelas no quarto d’alva, o qual veio avistando a Estacada e descendo com embarcações para baixo, chegou numa barca a terra na Boalheira do alto, e a gente desta freguesia com o seu capitão António d’Azevedo, e gente de Vilar de Mouro a peito descoberto lhe tiveram o encontro valerosamente e não tão somente os fizeram retirar, como captivaram uma barca do tamanho das de Lapella e dous capitães, chamados o capitão TORO e o capitão D.Jorge, e dous alferes, e trinta e quatro galegos vivos, e deles bem feridos; e dez gallegos mortos que eu João Alves Soutello, vigário desta freguesia enterrei nas costas da capella mor; com perda desta freguesia de três mancebos solteiros, e um homem casado, e dous membros feridos, que ficaram com vida, o que tudo por ser verdade puz memoria neste livro que assinei, dia, e mês e era ut supra.João Alves Soutello”.