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Millennium Tower (São Francisco)

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 Nota: Para outras construções com este nome, veja Millennium Tower.
Millennium Tower (São Francisco)
Geografia
País
Cidade-condado consolidada
Estado
Coordenadas
Funcionamento
Estatuto
edifício alto (en)
edifício residencial (d)
História
Fundação
Arquiteto
Handel Architects (en)
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A Millennium Tower (Torre do Milênio, em livre tradução), oficialmente parte do conjunto chamado 301 Mission Street é um grande edifício residencial misto localizado no distrito de South of Market, no centro da cidade de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos.[1]

O prédio ficou conhecido, entretanto, por conta da sua inclinação já percebida antes mesmo de seu lançamento no mercado imobiliário, e que chegaram a provocar rachaduras na calçada e no subsolo do prédio anexo de doze andares.[2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Foi anunciado como a maior construção residencial ao oeste do Mississípi e levada a cabo no ano de 2004 pelo consórcio Millennium Partners, no auge do crescimento do mercado imobiliário dos EUA, sendo o mais alto edifício residencial da cidade californiana, tendo ainda uso misto (também com hotel e escritórios). A um custo de 600 milhões de dólares, foi considerado no começo de 2010 como o "investimento do ano" na cidade, e a empresa pretendia que fosse o "protótipo da próxima geração de arranha-céus de luxo da marca Millennium".[1]

Em 2016 a imprensa noticiou que a construção, de 58 andares, estava afundando de modo irregular e que haviam sido descobertos documentos oficiais que, pouco antes de sua inauguração, manifestavam preocupação acerca das falhas estruturais e, mesmo assim, a prefeitura liberou-o para ocupação a seguir. O fato gerou consequências políticas, uma vez que o prefeito da época era Gavin Newsom, vice-governador naquele ano e com pretensão de vir a governar o estado. O porta-voz da empresa negou que ela tenha recebido tratamento especial das autoridades. Em agosto daquele mesmo ano um "pequeno exército de advogados" dos lesados pelo afundamento do prédio processou a Millenium e ainda a empresa estatal Transbay Joint Powers Authority, que erguera no lado norte o Transbay Transit Center, cuja construção poderia ter sido causa do afundamento - embora toda a região seja erguida sobre área de aterro na Baía de São Francisco.[3]

Inclinação e reparos[editar | editar código-fonte]

Em 2021 foram iniciadas obras de instalação de estacas de aço e concreto para estabilização com profundidade de 76 metros até o leito rochoso, e com valor estimado então de U$ 100 milhões. O prédio havia se inclinado 7,6 centímetros naquele ano, totalizando 60,9 cm para oeste e 20 cm para norte, num assentamento de 45,7 cm no solo.[2]

A despeito disso os responsáveis declararam que a construção continuava resistente a terremotos e distante do nível de inclinação que ameaçasse um desmoronamento. Em novembro e dezembro de 2021 os trabalhos de colocação das estacas foram suspensos com o aumento na taxa de deslocamento, levantando a suspeita de que tais obras estariam acelerando o processo. Em janeiro de 2022, contudo, o supervisor Aaron Peskin declarou em audiência pública que “Começamos este novo ano de 2022 como terminamos no ano passado e em muitos outros anos, com a Millennium Tower continuando a afundar e inclinar”.[2]

Este projeto previa a instalação de cinquenta e duas estacas nos dois lados da inclinação, mas a administração municipal interveio após as inclinações que a obra causou, e limitou a obra a dezoito estacas e o custo delas ficou em U$ 120 milhões. Em junho de 2023 uma inspeção constatou que a inclinação havia cessado - embora mantendo aquela já ocorrida.[4]

Vendas e custos[editar | editar código-fonte]

A luxuosa cobertura da Millennium Tower foi avaliada em U$ 13 milhões, e conta ainda com 419 apartamentos de luxo. Mesmo com a existência dos problemas, uma corretora declarou haver vendido em dezembro de 2021 dezembro dois apartamentos: um com um quarto e dois banheiros por US$ 1,16 milhão e outro de um quarto e um banheiro por US$ 765 mil.[2]

Com o sobrepreço das obras de estabilização, mesmo com a redução imposta ao número de estacas, em 2023 os moradores receberam uma notificação de que teriam que arcar com o pagamento de U$ 6,8 milhões pelos reparos. Além disso moradores foram alertados que precisavam realizar reparos em suas unidades por problemas derivados da inclinação. O morador Mehrdad Mostafavi, por exemplo, registrou que tivera que realizar o conserto do esgoto na pia da cozinha, e recebera a conta do sobrepreço no valor de U$ 14 mil - duas despesas que o fizeram repensar a aquisição: “Não sei o que fazer com este lugar, porque é caro – não posso morar nele (...) É um edifício luxuoso e famoso, mas infelizmente não é assim para mim como proprietário (...) É muito caro…. eles continuam pedindo mais dinheiro e isso não é aceitável para mim”, declarou em setembro daquele ano.[4]

Referências

  1. a b Dineen, J. K. (28 de março de 2010). «Millennium Tower soars to new heights». San Francisco Business Times. Consultado em 29 de março de 2011. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2012 
  2. a b c d Jacqui Palumbo (13 de janeiro de 2022). «Arranha-céu 'inclinado' de São Francisco pendeu até 7,6 centímetros no ano passado». CNN Brasil. Consultado em 26 de maio de 2024. Cópia arquivada em 26 de maio de 2024 
  3. McPhate, Mike (14 de setembro de 2016). «California Today: A Leaning Tower in San Francisco». The New York Times. Consultado em 3 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 7 de abril de 2023 
  4. a b Jaxon Van Derbeken (29 de setembro de 2023). «Millennium Tower residents billed $6.8 million for fix overruns» (em inglês). NBC Bay Area. Consultado em 26 de maio de 2024. Cópia arquivada em 7 de janeiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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