O Magnata

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O Magnata
O Magnata
Pôster de divulgação do filme.
 Brasil
2007 •  cor •  100 min 
Género drama
Direção Johnny Araújo
Produção
Coprodução Green Goes
Miravista
Teleimage
Produção executiva
Roteiro Chorão
Elenco
Música Charlie Brown Jr.
Cinematografia André Modugno
Direção de arte Clóvis Bueno
Edição Rodrigo Menecucci
Distribuição Buena Vista International
Lançamento 15 de novembro de 2007[1]
Idioma português
Orçamento R$ 5 milhões
Receita R$ 1.141.389,00

O Magnata é um filme de drama brasileiro de 2007, dirigido por Johnny Araújo e roteirizado por Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. Estrelado por Paulo Vilhena no papel-título, o filme conta a história de um jovem rico que não conhece limites para ter o que quer lidando com as consequências de seus atos impensáveis. Maria Luísa Mendonça, Rosanne Mulholland, Chico Díaz, Juliano Cazarré e Priscila Sol interpretam os demais papéis.

O Magnata foi lançado nos cinemas do Brasil em 15 de novembro de 2007 pela Buena Vista International. O filme foi recebido com críticas mistas e negativas por parte da crítica especializada, que, apesar de elogiar o trabalho de direção e elenco, recebeu crítica a respeito da superficialidade e o desfecho do enredo. Comercialmente, o filme teve um sucesso moderado, ultrapassando R$ 1 milhão de bilheteria acumulada nos cinemas. Foi vencedor do 4º Prêmio Sesi-Fiesp do Cinema Paulista.

Enredo[editar | editar código-fonte]

Lindo, rico, famoso, ícone do rock, querido entre os amigos e com as mulheres aos seus pés, Magnata (interpretado por Paulo Vilhena) tem tudo o que um jovem pode desejar e não reconhece limites para suas ambições. Seja com a turma do skate (Chivitz, Cabeça, Ricardinho e Taroba) ou com sua banda de punk rock (Ideal Stereo), ele sempre é o centro das atenções. Rebelde e arrogante, ele entende o preço de tudo, porém desconhece o valor das coisas. Sua consciência se assemelha à de uma criança carente de afeto dos pais durante a infância. Uma espécie de "grilo falante" que o acompanha na história (interpretado por Marcelo Nova) e que se diverte ironizando as ações do protagonista.

O principal problema em sua vida é sua mãe, Vilma (interpretada por Maria Luísa Mendonça), uma mulher desiludida que afoga suas mágoas em álcool. Seu pai faleceu quando ele ainda era criança, e Magnata vive com ela em um ambiente de brigas e discussões violentas, marcado por um relacionamento carregado de ódio e ressentimento. Ela se envolve romanticamente com Ribeiro (interpretado por Chico Díaz), um ex-advogado oportunista que se aproveita da fortuna do falecido pai de Magnata, incitando sua ira. Apesar de ter o mundo aos seus pés, tudo parece permitido até que uma brincadeira perigosa entre amigos se transforma em um grande pesadelo. Em questão de quatro dias, a vida de Magnata se descontrola como um carro desgovernado prestes a capotar a qualquer momento. Com a mentalidade revoltada de um adolescente de 15 anos sem o amparo paterno, ele age impulsivamente.

Em meio a essa situação explosiva, ele descobre o amor. Enquanto uma de suas admiradoras, Rê (interpretada por Priscila Sol), tenta seduzi-lo, ele acaba conhecendo e se apaixonando pela prima, Dri (interpretada por Rosanne Mulholland), uma jovem de boa família que retorna de Nova Iorque para refletir sobre sua vida e buscar seu sonho de se tornar escritora. Dri parece ser a única capaz de evitar a explosão iminente, pois somente ela pode ajudar Magnata a se tornar menos egocêntrico e mais humano. No entanto, o tempo está contra eles. Magnata tem a oportunidade de se redimir, mas quando as coisas fogem do controle, pode ser tarde demais.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Participação especial[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

"O Magnata é um jovem problemático e esquizofrênico que tem vontade de provar do próprio sangue. Sua mãe é alcoólatra, ausente e desequilibrada e casou-se com seu falecido pai apenas por interesse. Ela tem um caso com o advogado Ribeiro, inimigo do Magnata.

— Conta Chorão em entrevista para o Gazeta do Povo.

O filme marca a estreia de Johnny Araújo como diretor de cinema. Araújo já tinha construindo uma carreira no audiovisual produzindo e dirigindo diversos videoclipes, até premiado. O roteiro do filme foi criado pelo cantor Chorão, então vocalista da banda de rock Charlie Brown Jr., com quem Johnny Araújo já havia trabalhando dirigindo videoclipes.[3] O ator Paulo Vilhena foi convidado especialmente por Chorão para interpretar o protagonista do filme, e o ator aceitou o papel antes mesmo de ler o roteiro, alegando que queria adquirir experiência cinematográfica e estar no dia a dia dos bastidores de gravações de um filme. Para interpretar a mocinha "Dri", Rosanne Mulholland foi a escolhida após passar por teste de elenco.[3] Ao todo, os custos de produção do filme foi de R$ 5 milhões.[3]

Johnny Araújo explicou que procurou dar ao filme uma abordagem atrativa para o público jovem, buscando contar uma história completa, apesar de reconhecer que não se trata de uma narrativa que provoca reflexões profundas.[3] Ele reconhece que o filme pode ser criticado por ser comercial e não artístico, mas destaca a importância de abrir espaço para filmes comerciais direcionados ao público adolescente no cenário do cinema nacional, especialmente em um período de baixa bilheteria. Araújo enfatiza que, embora o filme possa ser alvo de críticas, ele representa uma tentativa de explorar um novo nicho no mercado cinematográfico brasileiro.[3]

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

O filme tem colaboração no roteiro de Bráulio Mantovani, Messina Neto, Carlos Cortez e Danilo Gullane. A direção de fotografia é de André Modugno, a direção de arte fica a cargo de Clóvis Bueno e a montagem é de Rodrigo Menecucci. Apollo Nove contribui na trilha sonora, Márcia Faria atua como diretora assistente, Luiz Mário Vicente e Roberto Áudio cuidam da preparação dos atores, Vivian Golombek e Renata Kalman são responsáveis pelo casting, David Parizotti pelo figurino, Gabi Moraes pela maquiagem, efeitos e animação são realizados pela Pix Post, o som direto é de Louis Robin, o desenho de som é de Luiz Adelmo, a mixagem é de Armando Torres Jr. e a coordenação de pós-produção é de Alessandra Casolari e Patrícia Nelly. Manuela Mandler e Fred Avellar coordenam o marketing, enquanto a direção de produção é de André Montenegro. A produção executiva é de Caio Gullane, Fabiano Gullane, Debora Ivanov e Paulo Ribeiro, que também são os produtores.[4]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

O filme lançado diretamente nos cinemas do Brasil em 15 de novembro de 2007. Em 2008, o filme foi selecionado para o Los Angeles Brazilian Film Festival e o Festival de Cinema Brasileiro de Nova Iorque.[4]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Bilheteria[editar | editar código-fonte]

O Magnata teve um moderado desempenho de bilheteria. De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), O Magnata foi exibido em 67 salas de cinemas em seu lançamento original, em 2007, sendo assistido por 149.463 espectadores. Ao todo, a renda acumulada em seu período de exibição foi de R$ 1.141.389,00.[5][6]

Resposta da crítica[editar | editar código-fonte]

Paulo Vilhena teve seu desempenho destacado pela crítica.

O Magnata teve uma recepção morna pela crítica especializada. Escrevendo para o G1, Débora Miranda elogiou a estreia de Johnny Araújo na direção de longa-metragem e o desempenho de Paulo Vilhena como protagonista: "[...] o estreante Johnny Araújo, bem-conceituado diretor de videoclipes e parceiro de Chorão em alguns trabalhos com o Charlie Brown Jr., conduz o longa perfeitamente, e Paulo Vilhena acerta a mão como o riquinho que quer ser mano".[7] No entanto, Miranda apontou uma questão sobre o filme, mencionando que o maior problema reside em seu desfecho. Ela sugere que Chorão, possivelmente influenciado pela trajetória negativa do personagem e sua ascensão ao longo da trama, optou por um desfecho trágico e improvável, que poderia ser considerado clichê para quem já assistiu a diversas produções de Hollywood.[7]

O jornal Gazeta do Povo publicou uma resenha desfavorável sobre o filme, destacando que, embora o diretor tenha acertado ao tornar O Magnata visualmente atraente e com um ritmo cativante para os adolescentes, isso não evita que o resultado final do filme, programado para estrear em 15 de novembro, seja uma decepção previsível e moralista.[3] A crítica observa que a indústria do entretenimento comete novamente o equívoco de presumir, como evidenciado pelos declínios na audiência da série televisiva Malhação, que os adolescentes consomem qualquer conteúdo sem hesitação ou que apreciam ser alvo de lições moralizantes.[3]

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

No 4° Prêmio Fiesp/Sesi-SP do Cinema Paulista, o filme se saiu vencedor nas categoria de melhor montagem para Rodrigo Menecucci e melhor trilha sonora para Charlie Brown Jr. e Apollo Nove.[8]

Referências

  1. «Filme de Chorão arrisca ser bom, mas estraga no final». G1. 14 de novembro de 2007. Consultado em 26 de março de 2016 
  2. Paulo Vilhena brilha em pré-estreia de O Magnata iG, Gente, Amanda Figueiredo
  3. a b c d e f g Online, O. Globo. «Chorão chega aos cinemas com lição de moral em "O Magnata"». Gazeta do Povo. Consultado em 12 de maio de 2024 
  4. a b «O Magnata». Gullane. Consultado em 12 de maio de 2024 
  5. «Cinema». Agência Nacional do Cinema - ANCINE. Consultado em 3 de maio de 2024 
  6. «Listagem de Filmes Brasileiros Lançados 1995 a 2023» (PDF). Ancine 
  7. a b «G1 > Cinema - NOTÍCIAS - Filme de Chorão arrisca ser bom, mas estraga no final». g1.globo.com. Consultado em 12 de maio de 2024 
  8. Redação (11 de março de 2008). «?A Casa de Alice? é eleito melhor filme no Prêmio Fiesp/Sesi-SP». TELA VIVA News. Consultado em 12 de maio de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]