Paulo Bittencourt

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Paulo Bittencourt
Nascimento 20 de julho de 1892 (131 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Morte 2 de agosto de 1963 (71 anos)
Estocolmo, Suécia
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Amália Bittencourt
Pai: Edmundo Bittencourt
Cônjuge Sylvia Bittencourt (primeira esposa)
Niomar Muniz Sodré (segunda esposa)
Ocupação jornalista e empresário

Paulo Bittencourt (Rio de Janeiro, 20 de julho de 1892 - Estocolmo, Suécia, 2 de agosto de 1963), foi um jornalista e empresário brasileiro; era proprietário do jornal Correio da Manhã.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho do casal Edmundo Bittencourt e Amália Bittencourt, fez seus estudos primários em Petrópolis e, posteriormente, foi pra Cambridge, na Inglaterra, completar seus estudos. Paulo formou-se na Faculdade Nacional de Direito, do Rio de Janeiro.[1][2]

Após ao término da Primeira Guerra Mundial, Paulo Bittencourt acompanhou a comitiva brasileira liderada por Epitácio Pessoa para as negociações do acordo de paz do Tratado de Versalhes.[1][2]

De volta ao Brasil, passou a frequentar a redação do Correio da Manhã, jornal de propriedade de seu pai Edmundo. Na década de 1920, com a prisão politica de seu pai, Paulo assume provisoriamente o comando do jornal, até ser também preso. O motivo da prisão foi a agressiva oposição que o jornal fazia contra o governo do presidente Artur Bernardes. Tempos depois, pai e filho seriam libertados.[1][3]

Durante os acontecimentos que culminariam na Revolução de 1930, Paulo Bittencourt enfrentou a ameaça do Correio da Manhã sofrer uma iminente invasão e depredação.[1]

Em 1929, Paulo Bittencourt passou a comandar definitivamente o periódico de seu pai, buscando dar ao jornal uma estrutura mais empresarial. Paulo construiu a nova sede do Correio da Manhã, na Avenida Gomes Freire; também reformou todos os deparamentos do jornal, dando-lhe novas máquinas de composição, gravura e impressão. Buscou a ampliação da carteira publicitária, o que ampliou a renda financeira do jornal.[1][2][3]

No comando de Paulo Bittencourt, e o auxilio do redator-chefe Costa Rego, o jornal Correio da Manhã consolidou uma linha editorial de perfil conservador, elitista, porém defensor das liberdades, da democracia e de independência em relação ao Governo, contara o autoritarismo.[3][4][5]

Apreciador e colecionador de arte, através de sua segunda esposa Niomar Muniz Sodré, Paulo Bittencourt incentivou a fundação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1948.[6][7][8][9][2]

Entre 1954 e 1955, foi presidente da Inter American Press Association[9]

Em 1957, Paulo recebeu o importante prêmio jornalistico Maria Moors Cabot, nos Estados Unidos.[10] Durante a fase mais conceituada do jornal Correio da Manhã, de 1929 a 1963, seria Paulo Bittencourt quem estaria à frente do jornal.[4]

Faleceu após uma crise cardíaca, em 1963, quando buscava tratamento de saúde, na Europa.[1][11] Com o falecimento de Paulo Bittencourt em 1963, o jornal Correio da Manhã passou à propriedade de sua segunda mulher, Niomar Muniz Sodré Bittencourt,[12] que era filha do senador Moniz Sodré.[13]

Homenagem[editar | editar código-fonte]

Como forma de homenagem e reconhecimento, o viaduto de pedestres que cruza as pistas de automóveis do Aterro do Flamengo e dá acesso ao Museu de Arte Moderna do Rio do qual ele foi co-fundador, passou a se denominar como Viaduto Paulo Bittencourt , sendo projetado sem nenhuma coluna de sustentação pelo arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy e executado pelo engenheiro Sydney Martins Gomes dos Santos, na década de 1960.[9][14][2]

Referências

  1. a b c d e f g «MORREU PAULO BITTENCOURT» (PDF). jornal Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 3 de agosto de 1963. pp. 1–2. Consultado em 18 de abril de 2024 
  2. a b c d e «Discurso de Gilberto Marinho» 🔗 21887 ed. Brasília: Diário do Congresso Nacional. Setembro de 1967. p. 2144. Consultado em 9 de maio de 2024 
  3. a b c Daiana Maciel Areas (2013). O governo JK nas páginas do Correio da Manhã (1956-1961) (PDF) (Dissertação de Mestrado). São Gonçalo: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo, Programa de Pós-graduação em História Social. Consultado em 23 de julho de 2020 
  4. a b Lúcio Flávio Pinto (24 de janeiro de 2012). «A morte e a morte de um jornal». site Observatório da Imprensa. Consultado em 18 de abril de 2024 
  5. Bernardo Kucinski (11 de outubro de 1997). «O silenciamento do "Correio da Manhã"». jornal Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de abril de 2024 
  6. «Uma mulher vibrante. Morreu nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro aos 87 anos, a jornalista e empresária Niomar Moniz Sodré Bittencourt». Jornal da Globo. 31 de outubro de 2003. Consultado em 18 de abril de 2024 
  7. «Primeiros anos do MAM-Rio e Construção no Aterro do Flamengo». Instituto Moreira Salles. Consultado em 3 de maio de 2019 
  8. Cultural, Instituto Itaú. «Paulo Bittencourt». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  9. a b c «Paulo Bittencourt(1954-1955) Jornal Correio da Manha, Rio de Janeiro, Brasil» (em inglês). Sociedad Interamericana de Prensa - SIP. Consultado em 18 de abril de 2024 
  10. «Paulo Bittencourt». site Museu da TV. Consultado em 18 de abril de 2024 
  11. Morte de Paulo Bittencourt é vista como perda para a imprensa mundial. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 03 ago. 1963. 1º Caderno, p.3
  12. Carlos Eduardo Leal. «Correio da Manhã» (PDF). FGV-CPDOC. Consultado em 18 de abril de 2024 
  13. Carlos Eduardo Leal (2002). «Cadernos da Comunicação, Série Memória. Correio da Manhã:Compromisso com a verdade» (PDF). Secretaria Especial de Comunicação Social da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 18 de abril de 2024 
  14. Jayme Maurício (11 de agosto de 1964). «Morre Affonso Eduardo Reidy» 21887 ed. Rio de Janeiro: jornal Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. p. 1. Consultado em 9 de maio de 2024 
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