A Região do Algarve ou Algarve é uma regiãoportuguesa situada no sul do país, com a capital localizada na cidade de Faro, tendo uma área de 4 997 km2 e uma população de 469 983 habitantes, registando uma densidade populacional de 94 habitantes por km2. sendo a quinta região mais populosa de Portugal e a quarta região mais extensa.
A economia algarvia registou um Produto interno bruto (PIB) de 9,2 mil milhões de euros em 2021, correspondendo cerca de 4,3 % do PIB nacional. Em comparação com as outras seis regiões portuguesas dispõe da 5° maior economia regional, à frente da Madeira e atrás do Alentejo. Já no PIB per capita, a região dispõe do segundo maior valor de todas as regiões, registando 21 173 € em 2021, à frente do Alentejo e atrás da Área Metropolitana de Lisboa,
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR-ALG) é a agência que coordena as políticas ambientais, o ordenamento do território, as cidades e o desenvolvimento global desta região, apoiando os governos e associações locais.
O Algarve transformou-se numa das regiões portuguesas com maior número de residentes estrangeiros, oriundos principalmente de outros países europeus. Em 2018, 69 mil dos habitantes não eram portugueses, tendo sido os cidadãos oriundos de França, Itália e Suécia os que mais cresceram naquele ano. Os cidadãos de nacionalidade britânica continuam a ser os mais representativos entre a população estrangeira residente no Algarve.
Nas décadas que antecederam a invasão muçulmana, diversos concílios, fruto da aliança entre a Igreja e o Estado, haviam dado início a uma série de perseguições que tinham a comunidade judaica como alvo. Em 654, o rei Recesvinto adoptou diversas disposições austeras contra os judeus. Em 681, Ervígio forçou-os a optar entre a conversão ao cristianismo ou o exílio. Em 693, Égica impôs a proibição do comércio com cristãos, atitude essa que, segundo o historiador sírio Ali Nasrah, prejudicou enormemente a comunidade judaica que, então, era consideravelmente numerosa e bem estabelecida na Península Ibérica. Ainda segundo Nasrah, que se apoiava numa ampla variedade de documentos e provas que corroboravam o seu raciocínio, tais acontecimentos impeliram os judeus a urdir, em começos do século VIII, juntamente com os seus correligionários norte africanos, um plano que tinha como intuito a expulsão dos visigodos.
Em efeito, os invasores árabes incumbiram aos judeus a tarefa de vigilância da guarda das cidades que caíam em poder muçulmano, enquanto que os seus exércitos avançavam.
No ano 711, um exército muçulmano, chefiado por Tárique, parte à conquista da Península Ibérica. Rodrigo, o último soberano visigodo, de uma dinastia que remontava a , levanta uma resistência mas as suas forças provam-se incapazes de suster o avanço das tropas árabes. No ano seguinte, em 712, o governador de Ifríquia, Mussa ibn Nossair, com o objectivo de finalizar a conquista, reforça o exército de Tárique que fora, a princípio, pouco numeroso. Segundo Ignácio Olagüe, professor da Universidade de Madrid, a ocupação de boa parte da Península Ibérica pelos muçulmanos não demorou mais que três anos a se concretizar.
Após o sucesso da invasão, facilitada também pelas constantes disputas que ocorriam no seio da nobreza e realeza visigodas,[1] os muçulmanos mantiveram a estrutura territorial de 'províncias-ducados' e 'províncias-condados' sob uma denominação diferente, as Coras, do árabe kūrah. No Algarve situava-se a Cora de Ocsonoba, circunscrita a norte pela de Beja. Ulteriormente à ocupação, os muçulmanos adoptaram diversas tradições e costumes ibéricos, romanos e romano-helénicos, assimilando também múltiplos aspectos da arte visigoda, arte já orientalizada por conta de influências bizantinas. Após o ano de 715 e até 1249, a região esteve sob o domínio de povos islâmicos, desde árabes e berberes a populações nativas convertidas ao islão, embora o cristianismo continuasse a ser praticado pelos moçárabes — cristãos que, a troco de um imposto, tinham o direito de praticar a sua religião sob o governo muçulmano. Os berberes, que habitavam nas mesetas de cada lado dos rios Guadiana e Tejo, constituíam, entre os muçulmanos, a população mais numerosa. Composta principalmente por cultivadores, alguns exerciam nas cidades ofícios mais humildes, enquanto que outros ocupavam posições sociais elevadas.
O Algarve, assim como a restante Península Ibérica ocupada pelos mouros, atravessou por períodos de conflito, mas passou igualmente por fases de elevado desenvolvimento cultural, artístico e económico, em continuidade com as características herdadas da época romana. Silves tornou-se na capital de um reino taifa muçulmano após a fragmentação do Califado de Córdova.[2]
As regiões espanholas e portuguesas outrora conhecidas por Algarbe Alandalus () eram o mais importante centro muçulmano da época da "Hispânia Islâmica", sendo assim o núcleo islâmico da cultura, ciência e tecnologia. Nessa altura, a cidade mais proeminente da região era Silves. O historiador Alexandre Herculano comentou que «comparada com Lisboa, Silves era muito mais forte, e em opulência e sumptuosidade de edifícios dez vezes mais notável.».
O Algarve foi a última porção de território de Portugal a ser definitivamente conquistada aos mouros, no reinado de D. Afonso III, no ano de 1249.
A ocupação de Portugal por parte de povos muçulmanos deixou um legado arquitectónico, linguístico (em diversas palavras árabes que foram introduzidas na língua portuguesa e no vocabulário regional algarvio), gastronómico e cultural notável, sendo tal influência mais visível no Algarve e Alentejo, onde a presença foi mais ampla e duradoura, presença essa compartilhada com a região espanhola de Andaluzia, com a qual, devido a uma herança quase idêntica, em comparação com outras regiões portuguesas mais distantes e culturalmente díspares, o Algarve partilha maiores similaridades. Existem, como remanescentes desta ocupação, diversas fortificações, como o Castelo de Silves, o Castelo de Aljezur, o Castelo Belinho, o Castelo de Paderne, o Castelo de Loulé, entre outros. Não obstante significativa, a longa presença de povos muçulmanos no Algarve não foi suficiente para mudar o tipo dominante da população ou alterar a sua etnia. A influência linguística, apesar de considerável, não deixou vestígios na sintaxe. Linguistas estimam entre trezentas a seiscentas o número de palavras que os povos berberes, árabes e congéneres deixaram no idioma, nomeadamente para designar vegetais, produtos hortícolas, sistemas de aproveitamento de água e rega, assim como alguns termos associados ao comércio.
O cabo de São Vicente está situado numa rota de migração de aves, permitindo a observação sazonal de variedade de avifauna. A vegetação predominante no barrocal Algarvio é o matagal mediterrânico, caracterizado pela abundância de plantas resistentes à falta de água.
O subsolo do Algarve é habitado por várias espécies endémicas, únicas do Algarve, algumas delas descobertas recentemente. As espécies mais emblemáticas da fauna subterrânea do Algarve são o pseudoescorpião gigante das grutas do Algarve (Titanobochica magna) e o maior inseto cavernícola terrestre da Europa, a Squamatinia algharbica.
Outras espécies de plantas, endémicas rigorosas ou não, levam o nome do Algarveː
Cistus algarvensis Sims, Bot. Mag. 17: t. 627 (1803).
Helianthemum algarvense Dunal, Prodr. [A. P. de Candolle] 1: 268 (1824).
A zona ocidental do Algarve é designada por Barlavento e a oriental por Sotavento. A designação deve-se com certeza ao vento predominante na costa sul do Algarve, sendo a origem histórica desta divisão incerta e bastante remota. Na Antiguidade, os Romanos consideravam no sudoeste da Península Ibérica a região do cabo Cúneo — que ia desde Mértola por Vila Real de Santo António até à enseada de Armação de Pêra — e a região do Promontório Sacro — que abrangia o restante do Algarve.
Internamente, a região é subdividida em duas zonas, uma a Ocidente (o Barlavento) e outra a Leste (o Sotavento). Com esta divisão podemos registar um claro efeito de espelho entre as duas zonas. Cada uma destas zonas tem 8 municípios e uma cidade dita principal: Faro está para o Sotavento como Portimão está para o Barlavento. De igual modo possui cada uma delas uma serra importante (a Foia, no Barlavento, e o Caldeirão, no Sotavento). Rios com semelhante importância (o Arade no Barlavento e o Guadiana no Sotavento).
Um hospital principal em cada uma das zonas garante os cuidados de saúde em todo o Algarve. Em termos de infraestruturas, o Aeroporto Internacional está numa zona e o Autódromo Internacional noutra. Finalmente, a nível desportivo, os históricos do futebol algarvio Sporting Clube Olhanense (representante do Sotavento) e o Portimonense Sporting Clube (representante do Barlavento) encontram-se regularmente na Primeira Liga do futebol português. A equipa do Olhanense ascendeu à 1.ª Liga em 2009, enquanto que por sua vez a equipa de Portimão ascendeu um ano depois, em 2010.
O clima em Portugal é mediterrânico, Csa no sul e Csb no norte, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger. Portugal é um dos países europeus mais amenos: a temperatura média anual em Portugal continental varia dos 4 °C no interior norte montanhoso até 18 °C no sul, na bacia do Guadiana. Os verões são amenos nas terras altas do norte do país e na região litoral do norte e do centro. O outono e o inverno são tipicamente ventosos, chuvosos e frescos, sendo mais frios nos distritos do norte e central do país, nos quais ocorrem temperaturas negativas durante os meses mais frios. No entanto, nas cidades mais ao sul de Portugal, as temperaturas só muito ocasionalmente descem abaixo do 0 °C, ficando-se pelos 5 °C na maioria dos casos.
Normalmente, os meses de Primavera e Verão são ensolarados e as temperaturas são altas durante os meses secos de julho e agosto, podendo ocasionalmente passar dos 40 °C em boa parte do país, em dias extremos, e com maior frequência no interior do Alentejo.
A precipitação total anual média varia de pouco mais de 3000 mm nas montanhas do norte a menos de 500 mm em zonas do sul do Alentejo. O país tem à volta de 2500–3200 horas de sol por ano, e uma média de 4–6 horas no Inverno e 10–12 horas no Verão, com valores superiores no sudeste e inferiores no noroeste.
É sede do município de Portimão com de área e habitantes (censo de 2021), subdividido em 3 freguesias; a freguesia que inclui a cidade tem cerca de 50 000 habitantes. O município está limitado a norte pelo de Monchique, a leste pelos de Silves e Lagoa, e a oeste pelo de Lagos; a sul, tem um sector litoral ao longo do oceano Atlântico.
A Universidade do Algarve (UAlg) é a instituição de Ensino Superior de referência do Sul de Portugal, reconhecida pela excelência da investigação, pela qualidade do ensino e pelas relações estreitas que estabelece com a sociedade. Criada em 1979, a UAlg tem consolidado a sua oferta formativa, a sua capacidade de investigação e o seu potencial de transferência de conhecimento. Composta por três campi: Gambelas e Penha, em Faro, e um em Portimão, a Universidade do Algarve oferece mais de 150 cursos de formação inicial e pós-graduada. Conta atualmente com espaços amplos, infraestruturas e equipamentos que proporcionam excelentes condições de estudo, trabalho, investigação e socialização a uma população de cerca de 700 docentes e investigadores e 9 mil estudantes nas suas diversas áreas de formação: Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias.
Em 2019 registou um tráfego de passageiros superior a 9 milhões de passageiros, sendo o terceiro maior aeroporto nacional em termos de passageiros, seguido pelo Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com mais de 31 milhões de passageiros, e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, com mais de 13 milhões de passageiros transportados.
Atualmente, grande parte dos movimentos registados no Aeroporto Internacional de Faro devem-se ao incremento avultado das ligações low cost, tendo vindo a aumentar a sua influência no contexto do sudoeste peninsular. Para fazer face ao aumento do trânsito, o aeroporto foi ampliado e substancialmente modernizado nos últimos anos. É dotado de uma pista (10/28) com 2.490 metros de comprimento e 45 de largura pelo que está habilitado a receber todos os tipos de aviões.
Em junho de 2022 o Aeroporto de Faro adquiriu a denominação oficial de Aeroporto Gago Coutinho.
O Algarve é um dos destinos turísticos preferidos dos europeus. O clima e a temperatura da água são os principais factores que contribuem para o grande crescimento do turismo nesta região. A maior densidade populacional e de turismo da região concentra-se na costa, mas os antepassados que preenchem uma rica história, assim como belas paisagens no seu interior, também atrai bastante turismo, em locais como na cidade de Lagos, Silves, Lagoa, Alcoutim, Monchique, entre outros.
A ilha da Madeira, com a sua floresta laurissilva, classificada de Património da Humanidade pela UNESCO, é um pólo de interesse turístico pelo seu clima ameno, pelas paisagens exuberantes e pela sua gastronomia. Na passagem de ano ocorre o mais belo fogo de artifício da Europa, sendo que nessa data diversos Cruzeiros atracam, ou fazem escala, na baía do Funchal para que os turistas possam contemplar tal beleza.
A Volta ao Algarve (oficialmente: Volta ao Algarve em Bicicleta) é uma competição de ciclismo por etapas que se disputa na zona do Algarve, em Portugal, em meados do mês de fevereiro (até 2000 em meados do mês de março).
Celebra-se desde 1960 com um parêntese desde 1962 até 1976, quando a prova se recuperou e começou a se disputar anualmente. Desde a criação dos Circuitos Continentais da UCI em 2005 faz parte do UCI Europe Tour, dentro da categoria 2.1 (anteriormente foi subindo progressivamente da 2.5 à 2.3).
Desde 1998 consta de cinco etapas, menos a edição do 2013 que contou com quatro devido a problemas económicos.
A prova não tinha especial interesse no mundo ciclista, mas nos últimos anos tem tomado uma relativa importância, já que muitos ciclistas correm para preparar as clássicas de Primavera, mostra disso são alguns dos seus ganhadores: célebres ciclistas como Alberto Contador, Alex Zülle, Floyd Landis, Melchor Mauri, Stijn Devolder ou Alessandro Petacchi. Inclusive tem conseguido ter melhor participação que a Volta a Portugal e que muitas das corridas de igual categoria da Espanha.
O primeiro vencedor foi José Manuel Marques das Águias de Alpiarça na edição de 1060, com a mesma equipa que viria a ganhar no ano seguinte, desta vez através de António Pisco. Foi preciso esperar até 1977 para a 3ª edição da prova, mas daí em diante, a prova decorreu todos os anos. (Porém em "Cycling Archives" consta que em 1963 venceu Azevedo Maia do FC Porto, ou seja, segundo está naqueles arquivos internacionais, subentende-se que também em 1963 houve edição da Volta ao Algarve)
O município de Vila do Bispo possui a mais importante concentração de menires de todo o Algarve.
Com um número conhecido a rondar os cerca de 300 exemplares.
São constituídos na sua maioria por calcário branco, cuja alvura faz deles um elemento que se destaca na paisagem, sendo também conhecidos, no município, três exemplares em arenito.
Com formas sub-cilíndricas, sub-cónicas, estelares ou simples pedras eretas, a grande maioria dos menires apresentam decoração.
As decorações mais usuais nos menires do município de Vila do Bispo são:
(i) conjuntos de 3 ou 4 linhas onduladas paralelas;
(ii) conjuntos de elipses segmentadas;
(iii) conjuntos de elipses não segmentadas que se estendem desde o topo do menir até à base;
(iv) conjuntos de semi-elipses que se organizam à volta de um cordão no topo do menir (ver foto). Desconhece-se o seu significado.
As principais áreas de distribuição de menires no município de Vila do Bispo são.
Lugares
Freguesia
direção
menires
Vila do Bispo
Vila do Bispo
N/ NE
32 menires
Altos das Raposeira
Raposeira
NE
16 menires
Altos das Barradas - Serra da Borges
Vila do Bispo
SE
29 menires
Monte dos Amantes
Vila do Bispo
SW
33 menires
Lagoa do Garcia - Ponte da Granja
Vila do Bispo
W / SW
17 menires
Milrei
Raposeira
S
33 menires
Padrão
Raposeira
S / SW
30 menires
Aspradantas
Raposeira
SE
24 menires
Figueira,Budens,B.S.Miguel
Budens
SW / E
39 menires
Menires recolhidos em Museus + destruídos/desaparecidos
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-
5 menires
-
-
total =
258 menires
Apesar da proteção formalmente garantida pelas entidades oficiais para alguns menires, na prática os menires de Vila do Bispo continuam expostos, no dia a dia, a todo um vandalismo que se traduz, principalmente, na sua utilização para a construção civil.