Saltar para o conteúdo

Rally Piocerá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Rally Piocerá ou Cerapió é uma tradicional competição brasileira de rali, que acontece anualmente desde 1987 e tem duração de quatro a sete dias (dependendo da edição), sendo realizada entre os estados do Ceará e Piauí.[1] O rally carrega esse nome pelo fato de os habitantes da região apelidarem a área de Cerapió-Piocerá, já que não se sabe a qual estado a área pertence, se ao Ceará ou ao Piauí, em decorrência do litígio de limites entre Ceará e Piauí. Assim a prova de Rally Cross passou a ser chamada de Rally Cerapió quando tem início do Ceará rumo ao Piauí (Cerapió), e no ano seguinte faz o trajeto inverso (Piocerá). É considerada, pela imprensa brasileira especializada, como a melhor prova de rali de regularidade do Brasil.[2][3]

Na edição de 2009, o Rally Piocerá completou 22 anos e fez uma de suas edições mais acirradas até então. Passando por épicas paisagens, o Rally Piocerá 2009 teve roteiro traçado para a edição largando em Teresina com chegada em Fortaleza.[4][5]

Além da competição que envolve carros, caminhões, motos, quadriciclos e UTVs, o Sertões também é conhecido por promover ações sociais e ambientais nos locais por onde a prova passa. O rali leva uma caravana de quase mil pessoas por edição e movimenta todos os setores da economia das cidades por onde passa.[6]

História[editar | editar código-fonte]

A história do Rally Piocerá começa em abril de 1987 com uma conversa entre o empresário Ehrlich Cordão e o programador Galdino Gabriel. De início o rally seria chamado de Enduro da Integração, com o intuito de que apenas pilotos dos estados pioneiros Ceará e Piauí se unissem na prática do rally de regularidade na Região Norte e Região Nordeste do Brasil. No feriado de 7 de setembro do mesmo ano ocorreu o primeiro levantamento, cuja planilha apresentada pela comissão de organização do primeiro Cerapió relata que o enduro atravessaria a área de litígio entre Ceará e Piauí apelidada pelos habitantes da região de Cerapió-Piocerá, já que de fato não sabiam a qual estado as terras pertenciam. Foi então que a prova passou a se chamar de Rally Cerapió quando sai do Ceará para o Piauí e Piocerá quando o roteiro é o inverso.[7][8]

Roteiros[editar | editar código-fonte]

Dos dois estados se destacam os municípios: Fortaleza, Sobral, Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu e Crateús (no Ceará) e Teresina, Picos, Parnaíba, Piripiri e Castelo do Piauí (no Piauí).[9][10]

Tecnologia e Segurança[editar | editar código-fonte]

Para coordenar uma competição de cinco dias e 1.050 quilômetros passando pelos dois estados do Nordeste, o que exige uma complexa logística, são necessários equipamentos de monitoramento para garantir o bom andamento da prova.[11]

E para que o Rally Piocerá transcorra com segurança, são usados equipamentos que vão desde rádios comunicadores a dispositivos de localização via satélite, passando por helicópteros-UTI.

A organização conta com uma rede de comunicação via rádio comandada pelos dois aviões que sobrevoam a prova acompanhando as etapas, e que servem como antena para toda a comunicação necessária durante o evento.

Além dos aviões, mais três helicópteros participam do rali: um para captação de imagens e outros dois para equipe médica, equipados com UTI. Em caso de acidente durante a prova, a primeira comunicação é feita por um dos aviões ou pelo helicóptero de filmagem, que dá suporte e solicita a presença da aeronave equipada com a Unidade de Terapia Intensiva para o resgate de pilotos e navegadores.[12]

Os carros da organização usam três aparelhos de GPS: dos modelos Garmin Montana, Garmin 276 e Garmin 76 CX, um para cada funcionalidade específica, além do próprio aparelho original do carro – uma picape Mitsubishi L200 Triton.

Além disso e dos rádio comunicadores, as L200 Triton utilizadas por membros da organização e da direção de prova são também equipados com um rastreador Autotrac, que dá toda a localização dos carros via satélite.

Já os veículos de competição contam com odômetro, GPS, rádio comunicador e o Totem Rastro, equipamento que serve como uma espécie de “caixa preta” para os veículos: ele registra todos os dados durante uma etapa da especial; dá a localização por GPS e serve como “dedo-duro” para a direção de prova, pois comprova se o carro, moto, caminhão, quadriciclo ou UTV respeitou ou não as zonas de radar e se andou nas velocidades limites estabelecidas para cada rodovia durante os deslocamentos.[13]

Referências

  1. «20 anos entre Piauí e Ceará - Auto». Diário do Nordeste. 11 de outubro de 2006. Consultado em 11 de junho de 2024 
  2. Povo, O. (8 de janeiro de 2019). «Rally Piocerá/Cerapió percorre cidades cearenses» 
  3. II, Por Wenner Tito Direto de Pedro. «Rally Piocerá atrai curiosos e movimenta economia dos municípios». globoesporte.com. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  4. Teresina, Por Roberto Leite Direto de; PI*. «Com predominância de serras, Piocerá terá maioria de trilhas no CE». globoesporte.com. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  5. «Apresentação Rally Piocerá 2025». www.piocera.com.br. Consultado em 11 de junho de 2024 
  6. «Rally Piocerá chega ao fim após quatro dias de prova - Jogada» 
  7. «Cerapió 2020 movimenta Nordeste Brasileiro com 4 etapas». 14 de janeiro de 2020 
  8. «Cerapió: No mais alto nível - Jogada» 
  9. «Rally Piocerá 2019: Ceará reúne grandes equipes e tem cidades importantes no roteiro» 
  10. «Globoesporte.com > Esporte Espetacular - NOTÍCIAS - Preparativos para o Rali Piocerá têm início nesta segunda-feira em Teresina». globoesporte.globo.com. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  11. «Rally Piocerá 2025: veja percurso, data de realização e categorias do evento». ge. 10 de maio de 2024. Consultado em 11 de junho de 2024 
  12. «Rally Piocerá/Edição 2025/Segurança». www.piocera.com.br. Consultado em 11 de junho de 2024 
  13. «PIOCERÁ 2021». www.piocera.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]