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Usuário(a):Caio mattoso93/Testes

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Um lixão é uma área de disposição final de resíduos a céu aberto, sem qualquer planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. No local, não há controle ou monitoramento dos resíduos depositados – fazendo com que resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade sejam depositados juntamente com os industriais e hospitalares, de alto poder poluidor. Tampouco há tratamento de efluentes líquidos – o chorume (líquido preto que escorre do lixo) – que penetra pela terra levando substâncias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo, aumentando as chances de proliferação de bactérias e parasitas prejudiciais à saúde humana.

Lixão da Estrututal, Distrito Federal, fechado em 2018.

Lixão x Aterro[editar | editar código-fonte]

Diferenciar um lixão de um aterro sanitário é, ainda, uma grande dificuldade para a população em geral. No entanto, tratam-se de duas estruturas muito diferentes, sendo que o aterro sanitário é a única opção adequada para a destinação correta dos resíduos. O aterro sanitário é uma obra de engenharia projetada sob critérios técnicos, cuja finalidade é garantir a disposição dos resíduos sólidos urbanos sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.1 É considerado uma das técnicas mais eficientes e seguras de destinação de resíduos sólidos, pois permite um controle eficiente e seguro do processo e quase sempre apresenta a melhor relação custo-benefício. Pode receber e acomodar vários tipos de resíduos, em diferentes quantidades, e é adaptável a qualquer tipo de comunidade, independentemente do tamanho. Nos aterros, os resíduos são depositados em solo que recebeu tratamento para tal, ou seja, foi impermeabilizado e possui sistema de drenagem para o chorume que é levado para tratamento, sendo depois devolvido ao meio ambiente sem risco de contaminação, além de captação dos gases liberados, como metano, seguida da sua queima. Os aterros são cobertos com solo e compactados com tratores, o que dificulta o acesso de agentes vetores de doenças e de oxigênio e, consequentemente, a proliferação de determinadas bactérias. Há, também, poços de monitoramento para que se avalie constantemente a qualidade da água e haja verificação de eventuais contaminações. No Brasil, é o sistema mais adequado, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.[1] Enquanto isso, o lixão é vazadouro a céu aberto, sem controle ambiental e nenhum tratamento ao lixo. Ali, os resíduos são amontoados em grandes espaços a céu aberto que geralmente ficam longe dos centros urbanos, apresentando-se como uma falsa solução à população – inclusive, muitos lixões são clandestinos. Visto que essa destinação não possui nenhum critério sanitário de proteção ao meio ambiente, o resultado é que todo esse lixo contamina a água, o ar, o solo, o lençol freático, atraindo vetores de doenças, como germes patológicos, moscas, mosquitos, baratas e ratos. Para piorar ainda mais a situação, nesses locais existem pessoas que estão ali para coletar matérias-primas para sobreviverem, incluindo crianças. Além das doenças mencionadas, essas pessoas correm o risco de pegar doenças com objetos cortantes, alimentos contaminados, de se ferirem com fogo, além da poeira, dos caminhões e máquinas. É, ambiental e socialmente, a pior situação quando se fala de lixo.[2]

Impacto Ambiental[editar | editar código-fonte]

Um dos maiores problemas dos lixões é o impacto ambiental causado pela indisposição incorreta dos resíduos. Entre os principais danos ao meio ambiente é possível citar:

  • Contaminação do solo: a matéria orgânica em decomposição (como os restos de comida), os produtos com substâncias tóxicas e os organismos causadores de doença podem contaminar o solo.
  • Lixão de Sumé, Paraíba
    Contaminação do lençol freático: o lixo, ao se decompor, forma uma substância escura e de odor forte chamado chorume. Nos lixões, esse líquido é produzido naturalmente e, como não é captado, pode contaminar a água subterrânea, tornando-a imprópria para o consumo humano.
  • Produção de gases tóxicos e malcheirosos: A decomposição do lixo produz gases que podem causar danos à saúde. Esses gases – como o gás metano – podem se tornar inflamáveis quando entram em contato com o oxigênio, provocando incêndios que soltam fumaça tóxica.
  • Atração de animais que transmitem doenças: O lixo é um local ideal para a sobrevivência de animais como moscas, mosquitos, baratas e ratos, além de germes patológicos. Esses serem podem ser transmissores de doenças como dengue, febre amarela, febre tifoide, cólera, disenteria, leptospirose, malária, esquistossomose, giardíase, peste bubônica, tétano e hepatite A.[3]

Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS[editar | editar código-fonte]

A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS é uma lei que procura organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e privados transparência no gerenciamento de seus resíduos. Trata-se de um marco no setor por tratar de todos os resíduos sólidos (materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados), sejam eles domésticos, industriais, eletroeletrônicos, entre outros, e também por tratar a respeito de rejeitos (itens que não podem ser reaproveitados), incentivando o descarte correto de forma compartilhada ao integrar poder público, iniciativa privada e cidadão. Dentre os 15 objetivos na PNRS é possível destacar: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; gestão integrada de resíduos sólidos, com articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para tal. Além disso, a PNRS estabeleceu o fim dos lixões a céu e a utilização dos aterros sanitários como destino final dos resíduos até agosto de 2014, mas 60% das prefeituras não conseguiram cumprir a determinação. Diante disso, o governo postergou a implantação da lei e pretende estender até 2021 o prazo para a erradicação dos lixões. Vale ressaltar que a eliminação dos lixões do país e implantação de aterros sanitários em todos os municípios brasileiros requer a atuação concreta de todos os setores envolvidos no processo do ciclo de vida dos produtos, incluindo a sociedade. Não se pode falar em não geração, redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos sem educação ambiental; a implantação da coleta seletiva sem participação social é inviável; e a disposição de resíduos em aterros sanitários sem constantes monitoramentos e investimentos tecnológicos é ineficaz.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]