Vivita Cartier

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Vivita Cartier
Vivita Cartier
Vivita Cartier em foto de Júlio Calegari.
Nascimento 1893
Porto Alegre
Cidadania Brasil
Ocupação escritora, poetisa

Vivita Laner Cartier (Porto Alegre, 12 de abril de 1893Caxias do Sul, 21 de março de 1919) foi uma poetisa brasileira.

Neta de Rodolfo Félix Laner, um dos pioneiros da colonização de Caxias,[1] nasceu em Porto Alegre, onde vivia sua mãe,[2] e na adolescência compunha marchas para o grupo carnavalesco Os Venezianos.[3] Em 1913 foi diagnosticada com tuberculose, então mudou-se para Caxias, radicando-se no distrito de Criúva, em busca de ares mais salubres.[4][2] Por alguns anos residiu na sede urbana, onde declamava seus poemas em saraus.[1] Faleceu muito jovem e publicou pouco, em jornais de Caxias e Porto Alegre e na revista Máscara, mas ganhou uma consistente reputação nos círculos literários por sua fina sensibilidade, e no seu obituário foi descrita como "uma das mais legítimas representantes da intelectualidade feminina rio-grandense".[5]

Depois sua obra caiu na semi-obscuridade, mas nunca foi completamente esquecida. Seu túmulo estava sempre florido e recebia visitas de intelectuais,[6][2] e nas décadas seguintes, com o trabalho de pesquisadores interessados em mapear e trazer à luz a atividade poética regional, sua produção começou a ser resgatada.[7] Em 1969 a Universidade de Caxias do Sul, em outro esforço para recuperar sua memória, instituiu o Prêmio Vivita Cartier, em apenas uma única edição, prêmio recriado pela Prefeitura em 2012.[8] [9] João Spadari Adami incluiu uma nota biográfica na galeria de personalidades culturais do seu clássico História de Caxias do Sul,[1] e em 2013 foi homenageada pela Biblioteca Pública de Caxias.[3]

Segundo o jornalista Rodrigo Lopes, atualmente sua figura é uma das mais cultuadas no campo da literatura regional. Uma biografia foi escrita por Marcos Kirst, O Ocaso da Colombina - A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier, lançada em 2019, no centenário de sua morte.[10][4] É patrona da cadeira nº 11 da Academia Caxiense de Letras e da cadeira nº 21 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.[4][2]

Em 29 de abril de 2019, foi realizada a primeira peça teatral representando sua vida, inspirada no livro O Ocaso Da Colombina. A peça foi apresentada pela E.E.E.M. João Pilati em um evento promovido pela mesma. Contando com a presença do autor Marcos Kirst. [11]

Referências

  1. a b c Adami, João Spadari. História de Caxias do Sul, tomo I, 1864-1970. Tipografia do Abrigo de Menores, 1971, p. 286
  2. a b c d Flores, Hilda Agnes Hübner. "Vivita Cartier". Correio do Povo — Nosso Colaborador, 2012
  3. a b Deves, Maristela Scheuer. "Noite para lembrar uma jovem poetisa". Pioneiro, 08/04/2013
  4. a b c Lopes, Rodrigo. "Vivita Cartier ganhará biografia no ano do centenário de morte". Pioneiro, 13/04/2018
  5. Brum, Rosemary Fritsch. Caderno de Pesquisa: notícias de imigrantes italianos em Porto Alegre, entre 1911 e 1937. EdUFMA, 2009, p. 75
  6. Academia Caxiense de Letras. Cadeira n° 11. Patrona: Vivita Lanner Cartier.
  7. Dall'Alba, Eduardo. "As poéticas do Grupo Matrícula". In: Agulha — Revista de Cultura, 24/11/2014
  8. "Prêmio Literário Vivita Cartier". Diário de Notícias, 23/01/1969
  9. "Premiados os vencedores do 50º Concurso Anual Literário". Prefeitura de Caxias do Sul
  10. Lopes, Rodrigo. "Memória: os 125 anos de nascimento da poetisa Vivita Cartier". Pioneiro, 12/04/2018
  11. «Vida de poeta singular inspira multiplicidade de artistas». Toazza. Consultado em 29 de novembro de 2020