Línguas do Brasil: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Rmx (discussão | contribs)
Rmx (discussão | contribs)
Linha 4: Linha 4:
Estima-se que, à época do [[Descobrimento do Brasil]], há 500 anos, falava-se no país cerca de 1.078 línguas indígenas. Devido à política linguística do Estado português, e em seguida do brasileiro, de reduzir o número de línguas por meio do [[deslocamento lingüístico]], isto é, de sua substituição pela língua portuguesa, a maior parte dessas línguas desapareceu ou está em vias de extinguir-se.
Estima-se que, à época do [[Descobrimento do Brasil]], há 500 anos, falava-se no país cerca de 1.078 línguas indígenas. Devido à política linguística do Estado português, e em seguida do brasileiro, de reduzir o número de línguas por meio do [[deslocamento lingüístico]], isto é, de sua substituição pela língua portuguesa, a maior parte dessas línguas desapareceu ou está em vias de extinguir-se.


Segundo o [[Instituto Socio-Ambiental]], "apenas 11 línguas têm acima de cinco mil falantes: [[Baniwa]], [[Guajajara]], [[Kaingang]], [[Kayapó]], [[Makuxi]], [[Sateré-Mawé]], [[Terena]], [[Ticuna]], [[Xavante]], [[Yanomami]] e [[Guarani]] [guarani-nandeva / guarani mbya], esta sendo falada por uma população de aproximadamente 30 mil pessoas. Em contrapartida, cerca de 110 línguas contam com menos de 400 falantes."[http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/linguas/introducao]
Entre as línguas indígenas ainda faladas no país estão o [[Nheengatu]], [[Línguas aruaques|aruaque]], o [[Língua guarani|guarani]], [[hixkaryana]], [[Língua quíchua|quíchua]], [[Língua ticuna|ticuna]], etc.


A Constituição de 1988 (arts. 210 e 231) reconhece aos índios o direito às suas línguas, fato que foi regulamentado pela [[Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional]], de 1996. Desde [[2003]], na localidade [[Amazonas|amazonense]] de [[São Gabriel da Cachoeira]], têm status de língua oficial, ao lado do português, o Nheengatu, o [[Língua tucana|Tukano]] e o [[Baniwa]]
A Constituição de 1988 (arts. 210 e 231) reconhece aos índios o direito às suas línguas, fato que foi regulamentado pela [[Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional]], de 1996. Desde [[2003]], na localidade [[Amazonas|amazonense]] de [[São Gabriel da Cachoeira]], têm status de língua oficial, ao lado do português, o Nheengatu, o [[Língua tucana|Tukano]] e o [[Baniwa]]

Revisão das 20h02min de 5 de fevereiro de 2009

O Brasil possui apenas um idioma oficial que é o português, conforme especificado no artigo 13 da Constituição de 1988. No entanto, no país hoje são falados por volta de 210 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 170 línguas (chamadas de autóctones), as comunidades de descendentes de imigrantes outras 30 línguas (chamadas de línguas alóctones), e as comunidades surdas do Brasil ainda duas línguas, a Língua Brasileira de Sinais - Libras - e a língua de sinais Urubu-Kaapór.

Línguas indígenas

Estima-se que, à época do Descobrimento do Brasil, há 500 anos, falava-se no país cerca de 1.078 línguas indígenas. Devido à política linguística do Estado português, e em seguida do brasileiro, de reduzir o número de línguas por meio do deslocamento lingüístico, isto é, de sua substituição pela língua portuguesa, a maior parte dessas línguas desapareceu ou está em vias de extinguir-se.

Segundo o Instituto Socio-Ambiental, "apenas 11 línguas têm acima de cinco mil falantes: Baniwa, Guajajara, Kaingang, Kayapó, Makuxi, Sateré-Mawé, Terena, Ticuna, Xavante, Yanomami e Guarani [guarani-nandeva / guarani mbya], esta sendo falada por uma população de aproximadamente 30 mil pessoas. Em contrapartida, cerca de 110 línguas contam com menos de 400 falantes."[1]

A Constituição de 1988 (arts. 210 e 231) reconhece aos índios o direito às suas línguas, fato que foi regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. Desde 2003, na localidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira, têm status de língua oficial, ao lado do português, o Nheengatu, o Tukano e o Baniwa

Línguas alóctones

Como resultado de séculos de tráfico de escravos da África, inúmeras línguas africanas foram faladas no Brasil e influenciaram fortemente a língua portuguesa no país. Hoje em dia, nenhuma dessas línguas africanas é falada plenamente no Brasil, tendo passado a se manifestar apenas em usos específicos, seja como línguas rituais (por exemplo, as usadas nos cultos afro-brasileiros), seja como línguas secretas que identificam quilombolas como a Gira da Tabatinga, por exemplo.

Já os imigrantes chegados depois de 1850 trouxeram línguas de seus respectivos países, dentre as quais as mais faladas hoje são o Talian (dialeto da língua vêneta da Itália) e o Hunsrückisch, derivado da língua alemã. Essas comunidades ainda possuem um número significativo de falantes, sobretudo na região sul do Brasil.

O número de falantes das línguas alóctones também foi bastante reduzido, sobretudo pelas políticas repressivas e de unidade linguística do Estado Novo, nos anos 1940.

Novos bilinguismos

Parte da população também fala inglês ou espanhol, línguas cujo ensinamento é obrigatório nos ensinos básico e médio e cujo aprendizado é encorajado pelos processos de integração regional, como o que ocorre com o Mercosul.

Ligações externas

  • Plurilinguismo no Brasil - Artigo publicado pela UNESCO sobre as línguas brasileiras [2]
  • IPHAN - Dossiê Línguas do Brasil [3]
  • UNICAMP - Enciclopédia das línguas no Brasil [4]
Ícone de esboço Este artigo sobre Cultura do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.