Georges Méliès

Marie-Georges-Jean-Méliès
Nome completo	Marie-Georges-Jean-Méliès
Nascimento	8 de dezembro de 1861 Paris, França
Morte	21 de janeiro de 1938 (76 anos) Paris, França
Ocupação	Diretor e ator
Cônjuge	Jeane D'Alcy (1865-1956)

Georges Méliès, Marie Georges Jean Méliès de nascimento, (8 de dezembro de 1861 – 2 de janeiro de 1938), é um realizador de cinema e ilusionista francês.

Dedica-se à prestidigitação logo que recebe uma doação do pai, industrial de calçado. Investe esse dinheiro para comprar em 1988 a sala de teatro parisiense Robert-Houdin, que se encontrava inativa desde a morte do seu antigo proprietário, ilusionista célebre.

Vizinho e amigo de Auguste Lumière, inventor do cinematógrafo, propõe-lhe a compra de um desses aparelhos para utilizar no seu teatro. Lumière recusa argumentando que o seu invento se destina apenas para fins científicos. Consegue Méliès comprar em Londres um aparelho idêntico a Robert William Paul, que tinha patente própria e muito beneficiou da recusa dos Lumières. Vendeu alguns para Portugal, onde lhe chamavam teatrógrafo. O teatógrafo era simultaneamente uma máquina de filmar e de projetar.

Consegue Méliès levar a cabo os seus sonhos de infância. Abre a produtora Star Films (Ver Star Film Company) e começa a produzir.

Produz sem parar. O teatro Robert-Houdin atrai multidões graças aos seus truques. Mistura espetáculos ao vivo com projeções em grande ecrã. Cria assim um universo ilusório e feérico, tirando partido dos seus talentos de desenhador e de pintor. É o primeiro cineasta a utilizar storyboards para as suas criações. Constrói um dos primeiros estúdios de cinema. Filma a Viagem à Lua (1902), o primeiro filme de ficção científica, grande sucesso na França e nos EUA. A ousadia será bastante lucrativa, apesar de milhares de cópias piratas que circulam.

Durante cerca de vinte anos (de 1896 a 1914), Georges Méliès dá à luz perto de seiscentas « viagens através do impossível », pequenas curtas-metragens eivadas de mistério e de poesia. Trabalha dia e noite, movido por interesses não comerciais. Diz ele : « Ninguém pense que me sinto diminuído quando me tratam por artista com desdém. Vocês, os senhores comerciantes (outra coisa não são, sendo incapazes de produzir imagens compostas), não tendo artistas que as façam, pergunto eu, que podem vocês fazer senão isso? ».

O Conselho de Guerra reunido em Rennes

Faz um filme sobre o Caso Dreyfus, escândalo que envolve altos dignatários da nação envolvidos num processo de corrupção. O seu Caso Dreyfus, exibido em vários episódios, abala ainda mais a boa consciência nacional. É o primeiro filme político da história do cinema.

Incapaz de rivalizar com os grandes produtores, desabafa o Georges : « Que fiquem os lucros para o capitalista comprador, para o mercador. Mas que a glória fique para o realizador não é pedir muito, em boa justiça. ».

Em 1934, perseguido por um credor, vê-se obrigado a vender à Pathé a sua propriedade, que é transformada em cabaré de opereta. Vê-se forçado a sair de Montreuil. « Todas as caixas com filmes foram vendidas a donos de barracas de feira e sumiram-se. O próprio Méliès, numa crise de desespero, queimou tudo o que lhe restava. ». Quem o diz é a sua neta, Madeleine Malthête-Méliès (Madeleine Malthête-Méliès), autora da sua mais fundamentada biografia. Toda a película restante foi derretida para extracção da prata ou vendida para recuperar o celulóide e fabricar tacões de botas para os soldados da Primeira Guerra Mundial.

Para ganhar a vida nos seus últimos dias, Méliès acaba vendendo bombons na Gare Montparnasse. Morre de cancro no dia 21 de janeiro de 1939.

NOTA : ver filmes de Méliès em Internet Archive

Ligações externas

• Georges Méliès, IMDb (em inglês)
• Site Oficial (em francês e inglês)