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Ricardo Costa (cineasta): diferenças entre revisões

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'''Ricardo Costa''' ([[Peniche]], [[25 de Janeiro]] de [[1940]]) é um [[cineasta]] e [[produtor cinematográfico]] [[Portugueses|português]].
'''Ricardo Costa''' ([[Peniche]], [[25 de Janeiro]] de [[1940]]), [[cineasta]] e [[produtor cinematográfico]] [[Portugueses|português]], é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre [[cinema]], [[visão]] e [[linguagem]].

==Obra==
==Obra==
A maior parte dos filmes que realiza são na área do [[documentário]], associado a um estilo ficcional ([[docuficção]] e [[etnoficção]]), usando as técnicas do [[cinema directo]]. A sua primeira [[longa-metragem]] intitula-se ''[[Avieiros]]'', obra que se insere, como documentário, na linha do [[Novo Cinema]] português. Utiliza técnicas do [[cinema directo]] não apenas enquanto ferramenta na prática da [[etnografia de salvaguarda]] mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical (ver artigo de [[José de Matos-Cruz]] nas ''ligações externas''), podendo interessar tanto a [[cinéfilo]]s como a um público mais vasto.
A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do [[documentário]], associado a um estilo ficcional ([[docuficção]] e [[etnoficção]]), usando as técnicas do [[cinema directo]]. A sua primeira [[longa-metragem]] intitula-se [[Avieiros]], obra que se insere, como documentário, na linha do [[Novo Cinema]] português. Utiliza técnicas do [[cinema directo]] não apenas enquanto ferramenta na prática da [[etnografia de salvaguarda]] mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical (ver artigo de [[José de Matos-Cruz]] nas ''ligações externas''), podendo interessar tanto a [[cinéfilo]]s como a um público mais vasto.


Filmada no limiar do [[documentário]] e da [[ficção]], ''[[Brumas]]'' é a sua penúltima longa metragem (60º [[Festival de Veneza]], [[2003]] – ''New Territories''). Estreia em Nova Iorque no [[Cinema QUAD]], em março de 2011. É o primeiro filme de uma [[trilogia]] sobre a errância. ''[[Derivas]]'', o segundo, é «um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade» e ao mesmo tempo retrato de uma geração ([[autobiografia]], [[docuficção]], [[comédia]]). Teve ante-estreia em Portugal em 2016. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/drifts_production.htm Página de Derivas]</ref> O último filme desta trilogia, Arribas (''Cliffs'') <ref>[http://cliffs.name/ Página de Arribas]</ref>, em [[pós-produção]], é um retorno do protagonista aos locais de [[Brumas]], sua terra natal, e uma viagem no tempo. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref> Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref>
Filmada no limiar do [[documentário]] e da [[ficção]], ''[[Brumas]]'' é a sua ante-penúltima longa metragem (60º [[Festival de Veneza]], [[2003]] – ''New Territories''). Estreia em Nova Iorque no [[:en: Quad Cinema|Cinema QUAD]], em março de 2011. É o primeiro filme de uma [[trilogia]] sobre a errância. ''[[Derivas]]'', o segundo, é «um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade» e ao mesmo tempo retrato de uma geração ([[autobiografia]], [[docuficção]], [[comédia]]). Teve ante-estreia em Portugal em 2016. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/drifts_production.htm Página de Derivas]</ref> O último filme desta trilogia, Arribas (en: [http://cliffs.name/ ''Cliffs'']) <ref>[http://cliffs.name/ Página de Arribas]</ref>, é um retorno do protagonista aos locais de [[Brumas]], sua terra natal, e uma viagem no tempo. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref> Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes. <ref>[http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES], página da trilogia</ref>


==Biografia==
==Biografia==
Estuda na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa]] até 1967, onde defende [[tese]] sobre os romances de [[Franz Kafka]] (''Franz Kafka, Uma Escrita Invertida'' - 1969). Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema (''[[MONDAR editores]]''. <ref>[http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2007/07/bergman-no-cerc.html Bergman no Cerco], artigo de Alexandre Pomar </ref>
Estuda na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa]] até 1967, onde defende [[tese]] sobre os romances de [[Franz Kafka]] (''Franz Kafka, Uma Escrita Invertida'' - 1969). Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema (''[[MONDAR editores]]'' - ver [http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2007/07/bergman-no-cerc.html referência]).
Com o [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]] em [[1974]], ao mesmo tempo que colabora com o redactor [[Horst Hano]] da cadeia de televisão alemã [[ARD]] e com a norte-americana [[Columbia Broadcasting System|CBS]] na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da [[cooperativa]] ''[http://www.imdb.com/company/co0036783/ Grupo Zero]'', com [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Alberto Seixas Santos]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e [[Acácio de Almeida]]. Torna-se depois produtor independente com a ''Diafilme'', onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções, em [[Paris]], na [[Cinemateca Francesa]] e no [[Museu do Homem]] <ref>[http://www.museums-of-paris.com/musee_fr.php?code=342 Museu do Homem]</ref> <ref>[http://cineuropa.org/newsdetail.aspx?documentID=9171&.html Ciclo de filmes] portugueses em Paris</ref> <ref>[https://www.publico.pt/2002/09/30/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro] – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002</ref>
Com o [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]] em [[1974]], ao mesmo tempo que colabora com o redactor [[Horst Hano]] da cadeia de televisão alemã [[ARD]] e com a norte-americana [[Columbia Broadcasting System|CBS]] na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da [[cooperativa]] ''Grupo Zero'', com [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Alberto Seixas Santos]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e [[Acácio de Almeida]]. Torna-se depois produtor independente com a ''Diafilme'', onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções e ciclos de filmes em [[Paris]], na Cinemateca Francesa e no Museu do Homem. <ref>[https://www.publico.pt/2002/09/30/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro] – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002</ref>


''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'', a segunda longa-metragem de Ricardo Costa, é, com ''[[Gente da Praia da Vieira]]'' ([[1976]]), de [[António Campos]], e com ''[[Trás-os-Montes (filme)]]'', de [[António Reis (cineasta)|António Reis]] e de [[Margarida Cordeiro]], uma das primeiras [[docuficções]] do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras ''[[O Acto da Primavera]]'' ([[1962]]), de [[Manoel de Oliveira]], e ''[[Ala-Arriba! (filme)|Ala-Arriba]]'' ([[1948]]), de [[Leitão de Barros]]. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo [[etnoficções]].
''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'', a segunda longa-metragem de Ricardo Costa é, juntamente com ''[[Gente da Praia da Vieira]]'' ([[1976]]), de [[António Campos]], e com ''[[Trás-os-Montes (filme)|Trás-os-Montes]]'', de [[António Reis (cineasta)|António Reis]] e de [[Margarida Cordeiro]], uma das primeiras [[docuficções]] do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras ''[[O Acto da Primavera]]'' ([[1962]]), de [[Manoel de Oliveira]], e ''[[Ala-Arriba! (filme)|Ala-Arriba!]]'' ([[1948]]), de [[Leitão de Barros]]. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo [[etnoficções]].


De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do [[sociólogo]] e [[antropólogo]] francês [[Marcel Mauss]] (''Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas''), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua [[etnografia de salvaguarda]]. Com apoios oficiais ou em co-produções com a [[RTP]] (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no [[cinema militante]] fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O «cinema de intervenção», género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas.
De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do [[sociólogo]] e [[antropólogo]] francês [[Marcel Mauss]] (''Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas''), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua [[etnografia de salvaguarda]]. Com apoios oficiais ou em co-produções com a [[RTP]] (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no [[cinema militante]] fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas.


Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da [[verdade]] que na [[verosimilhança]], Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em [[retrato]], em [[ponto de interrogação]] sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal [[realidade]] se manifesta. A ''[[mise-en-scène]]'', a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.
Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da [[verdade]] que na [[verosimilhança]], Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em [[retrato]], em [[ponto de interrogação]] sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal [[realidade]] se manifesta. A ''[[mise-en-scène]]'', a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.


Nesta perspectiva, segue a tradição da [[antropologia visual]], iniciada no cinema português por [[Leitão de Barros]] (incluindo a [[docuficção]] e a [[etnoficção]]), tradição essa praticada por [[Manoel de Oliveira]] e por [[António Campos]] : Oliveira com ''[[Douro, Faina Fluvial]]'', [[1931]], depois com o ''[[Acto da Primavera]]'' ([[1963]]), e Campos com a ''[[Almadraba Atuneira]]'' ([[1961]]). Seguem a mesma tradição [[António Reis (cineasta)|António Reis]], [[João César Monteiro]], na ficção, e ainda [[Pedro Costa]], este num registo urbano (ver: [[Novo Cinema]]).
Nesta perspectiva, segue a tradição da [[antropologia visual]], iniciada no cinema português por [[Leitão de Barros]] (incluindo a [[docuficção]] e a [[etnoficção]]), tradição essa praticada por [[Manoel de Oliveira]] e por [[António Campos]] : Oliveira com ''[[Douro, Faina Fluvial]]'', [[1931]], depois com o ''[[Acto da Primavera]]'' ([[1963]]), e Campos com a ''[[Almadraba Atuneira]]'' ([[1961]]). Seguem a mesma tradição [[António Reis (cineasta)|António Reis]], [[João César Monteiro]], na ficção, e ainda [[Pedro Costa]], este num registo urbano (ver: [[Novo Cinema]]).

[[Ficheiro: Manuel_Pardal_e_capataz.jpg|250px|thumb|'''Manuel Pardal''' (direita) com um amigo fazendo frente ao capataz]]
[[Ficheiro: Verde_por_fora.jpg|250px|thumb| ]]


==Filmografia==
==Filmografia==
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*[[1975]] ''[[As Armas e o Povo]]'' (filme colectivo : imagens do [[25 de Abril de 1974]])
*[[1975]] ''[[As Armas e o Povo]]'' (filme colectivo : imagens do [[25 de Abril de 1974]])
*[[1975]]: ''[[Avieiros]]''
*[[1975]]: ''[[Avieiros]]''
*[[1976]]: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'' (Changing Tides)
*[[1976]]: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]'' ([http://en.wikipedia.org/wiki/Changing_Tides Changing Tides])
*[[1978]]: ''Abril no Minho'' (produção ARCA filmes - série TV)
*[[1978]]: ''[http://www.imdb.com/title/tt0121972/ Abril no Minho]'' (produção [http://www.imdb.com/company/co0001083/?ref_=tt_dt_co ARCA filmes] - série TV)
*[[1979]]: ''[[Castro Laboreiro (filme)|Castro Laboreiro]]''
*[[1979]]: ''[[Castro Laboreiro (filme)|Castro Laboreiro]]''
*[[1979]]: ''[[Pitões, Aldeia do Barroso]]''
*[[1979]]: ''[[Pitões, Aldeia do Barroso]]''
Linha 42: Linha 43:
*[[1981]]: ''[[Longe é a Cidade]]''
*[[1981]]: ''[[Longe é a Cidade]]''
*[[1981]]: ''[[Ao Fundo desta Estrada]]''
*[[1981]]: ''[[Ao Fundo desta Estrada]]''
*[[1983]]: ''[[O Pão e o Vinho]]'' (Bread and Wine)
*[[1983]]: ''[[O Pão e o Vinho]]'' ([http://en.wikipedia.org/wiki/Bread_and_Wine_(film) Bread and Wine])
*[[1985]]: ''[[O Nosso Futebol]]''
*[[1985]]: ''[[O Nosso Futebol]]''
*
:Trilogia LONGES
:'''Trilogia''' [http://rcfilms.dotster.com/longes.pdf LONGES] :
*[[2003]]: ''[[Brumas]]'' (Mists)
*[[2016]]: ''[[Derivas]]'' (Drifts)
*[[2003]]: ''[[Brumas]]'' ([http://mists.us Mists])
*[[2017]]: ''Arribas'' (Cliffs)
*[[2016]]: ''[[Derivas]]'' ([http://ma0967.wix.com/drifts Drifts])
*[[2017]]: ''[http://cliffs.name Arribas]'' (Cliffs) '''[https://vimeo.com/229342156?utm_source=email&utm_medium=vimeo-cliptranscode-201504&utm_campaign=29220 VER trailer]'''

===Outros géneros===
*[[1989]] / [[2006]] '''[[:fr: Paroles (film)|Paroles]]''' - Entrevistas com [[Jean Rouch]] (em francês)
*'''[http://rcfilmes.com/palavras.pdf Palavras]''' - Entrevistas com Jean Rouch (texto português)


===Curtas e médias-metragens===
===Curtas e médias-metragens===
: Série [[Mar Limiar|MAR LIMIAR]] para a [[RTP]]
*[[1974]] : [[No Fundo de Troia]] (26')
*[[1974]] : [[Apanhadores de Algas]] (28')
*[[1974]] : [[Agar-Agar (filme)]] (27')


*'''[[1974]]'''
*[[1975]] : [[Tresmalho]] (27')
*[[1975]] : [[O Trol]] (25')
: [[No Fundo de Troia]] (26')
: [[Apanhadores de Algas]] (28')
*[[1975]] : O Arrasto (29')
: [[Agar-Agar (filme)]] (27')
*[[1975]] : Oceanografia Biológica (28')
--------------------------
*[[1975]] : ''Ti Zaragata e a Bateira'' (27') - 1ª parte de ''[[Avieiros]]''
*[[1975]] : Pesca da Sardinha (29')
*'''[[1975]]'''
: [[Tresmalho]] (27')
*[[1975]] : Conchinha do Mar (26')
*[[1975]] : Às Vezes Custa (26')
: [[O Trol]] (25')
*[[1975]] : A Sacada (26')
: O Arrasto (29')
: Oceanografia Biológica (28')
: ''Ti Zaragata e a Bateira'' (27') - 1ª parte de ''[[Avieiros]]''
: Pesca da Sardinha (29')
: Conchinha do Mar (26')
: Às Vezes Custa (26') '''[https://arquivos.rtp.pt/conteudos/as-vezes-custa/ VER FILME]'''
: A Sacada (26')
-------------------
*'''[[1976]]''' : Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
: [[À Flor do Mar (curta-metragem)|À Flor do Mar]] (29')
: A Colher (29')
: O Velho e o Novo (28')
: A Falta e a Fartura (26')
: ''Quem só muda de Camisa'' (28') - 2ª parte de ''[[Avieiros]]''
: A Máquina do Dinheiro (28')
: Viver do Mar (28')
: Uma Perdiz na Gaiola (26')
: O Rei dos Peixes (27')
: ''Nas Voltas do Rio'' (30') - 3ª parte de ''[[Avieiros]]''
: O Submarino de Vidro (28')
----------------------
*'''[[1977]]'''
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mau Tempo]]'' (ver nota)
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Marés]]'' (ver nota)
: ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mudança]]'' (ver nota)
: Do Mal o Mar (29')
: Das Ruínas do Império (28') [https://arquivos.rtp.pt/conteudos/das-ruinas-do-imperio/#sthash.2m7frdwF.KLfLecx8.dpbs/ '''VER FILME''']


*[[1976]] : Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
*[[1976]] : [[À Flor do Mar (curta-metragem)|À Flor do Mar]] (29')
*[[1976]] : A Colher (29')
*[[1976]] : O Velho e o Novo (28')
*[[1976]] : A Falta e a Fartura (26')
*[[1976]] : ''Quem só muda de Camisa'' (28') - 2ª parte de ''[[Avieiros]]''

*[[1976]] : A Máquina do Dinheiro (28')
*[[1976]] : Viver do Mar (28')
*[[1976]] : Uma Perdiz na Gaiola (26')
*[[1976]] : O Rei dos Peixes (27')
*[[1976]] : ''Nas Voltas do Rio'' (30') - 3ª parte de ''[[Avieiros]]''
*[[1976]] : O Submarino de Vidro (28')

*[[1977]] : ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mau Tempo]]'' (ver nota)
*[[1977]] : ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Marés]]'' (ver nota)
*[[1977]] : ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança|Mudança]]'' (ver nota)
*[[1977]] : Do Mal o Mar (29')
*[[1977]] : Das Ruínas do Império (28')


'''NOTA''' - filmes exibidos na [[RTP]] (série '''[[Mar Limiar]]'''). Desta série fazem parte duas [[longas-metragens]]: ''[[Avieiros]]'' e ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]''. A série foi produzida em três fases: 12 filmes em 1974/1975, 12 em 1976 e 5 em 1977.
'''NOTA''' - filmes exibidos na [[RTP]] (série '''[[Mar Limiar]]'''). Desta série fazem parte duas [[longas-metragens]]: ''[[Avieiros]]'' e ''[[Mau Tempo, Marés e Mudança]]''. A série foi produzida em três fases: 12 filmes em 1974/1975, 12 em 1976 e 5 em 1977.


===Outras curtas-metragens===
* [[1976]] : '''[[Cravos de Abril]]''' (27') - a [[Revolução dos Cravos]]<ref>[http://rcfilms.dotster.com//cravosentretien.htm Les œillets d'avril]''', entretien, revue Latitudes ([http://www.revues-plurielles.org/php/index.php?nav=revue&no=17&sr= Cahiers Lusophones]) nº6, septembre 1999, Paris</ref>
* '''[[1976]]'''
*[[1977]] : E do Mar Nasceu (40') <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-festival-de-verao-que-faz-a-historia-do-cinema-desconhecido-1737121 O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido]''' – artigo de [http://www.publico.pt/autor/jorge-mourinha Jorge Mourinha], jornal Público, 9 julho 2016</ref> <ref>'''[http://www.pressreader.com/portugal/jornal-de-not%C3%ADcias/20160709/282647506849251 E do mar nasceu : a revolução]''' – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-curtas-no-limbo-entre-o-ceu-e-o-inferno-o-amor-e-o-desejo-1738015?frm=ult O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo]''' – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-viemos-nascidos-do-mar-1738251 E viemos nascidos do mar]''' – artigo de [http://cargocollective.com/alexandrajoaomartins Alexandra João Martins], jornal Público, 14 julho 2016</ref> <ref>'''[http://observador.pt/2016/07/16/curtas-vila-do-conde-documentario-sobre-as-caxinas-estreia-39-anos-depois/ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois]''' – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016</ref> <ref>'''[http://www.porto24.pt/cultura/curtas-vila-do-conde-despede-domingo/ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo]''' – notícia, [http://www.porto24.pt/cultura/ Porto 24], 17 julho 2016</ref> - ver [http://rcfilms.dotster.com/edomarnasceu.html '''Pág. original'''] (inglês, francês e português)
: '''[[Cravos de Abril]]''' (27') - a [[Revolução dos Cravos]]. <ref>[http://rcfilms.dotster.com//cravosentretien.htm Les œillets d'avril], entretien, revue Latitudes ([http://www.revues-plurielles.org/php/index.php?nav=revue&no=17&sr= Cahiers Lusophones]) nº6, septembre 1999, Paris</ref>
*[[1978]] : Música do Quotidiano (25')
* '''[[1977]]
: E do Mar Nasceu (40') <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-festival-de-verao-que-faz-a-historia-do-cinema-desconhecido-1737121 O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido]''' – artigo de [http://www.publico.pt/autor/jorge-mourinha Jorge Mourinha], jornal Público, 9 julho 2016</ref> <ref>'''[http://www.pressreader.com/portugal/jornal-de-not%C3%ADcias/20160709/282647506849251 E do mar nasceu : a revolução]''' – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-curtas-no-limbo-entre-o-ceu-e-o-inferno-o-amor-e-o-desejo-1738015?frm=ult O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo]''' – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016</ref> <ref>'''[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-viemos-nascidos-do-mar-1738251 E viemos nascidos do mar]''' – artigo de [http://cargocollective.com/alexandrajoaomartins Alexandra João Martins], jornal Público, 14 julho 2016</ref> <ref>'''[http://observador.pt/2016/07/16/curtas-vila-do-conde-documentario-sobre-as-caxinas-estreia-39-anos-depois/ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois]''' – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016</ref> <ref>'''[http://www.porto24.pt/cultura/curtas-vila-do-conde-despede-domingo/ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo]''' – notícia, [http://www.porto24.pt/cultura/ Porto 24], 17 julho 2016</ref> - ver [http://rcfilms.dotster.com/edomarnasceu.html '''Pág. original'''] (inglês, francês e português)


*'''[[1978]]'''
*[[1979]] : A Feira (8')
: Música do Quotidiano (25')
*[[1979]] : A Lampreia (10’)
*[[1979]] : O Pisão (9’)
*'''[[1979]]'''
*[[1979]] : A Coca (10’)
: A Feira (8')
*[[1979]] : O Outro Jogo (10’)
: A Lampreia (10’)
*[[1979]] : Dezedores (8’)
: O Pisão (9’)
: A Coca (10’)
: O Outro Jogo (10’)
: Dezedores (8’)


*[[1980]] : Barcos de Peniche (13’)
*'''[[1980]]'''
: Barcos de Peniche (13’)
*[[1980]] : O Queijo da Serra (8’)
: O Queijo da Serra (8’)
*[[1980]] : Histórias de Baçal (10’)
: Histórias de Baçal (10’)
*[[1980]] : Esta Aldeia, [[Rio de Onor]] (10’)
: Esta Aldeia, [[Rio de Onor]] (10’)
*[[1980]] : O Jogo da Malha em [[Benespera]] (10’)
: O Jogo da Malha em [[Benespera]] (10’)
*[[1980]] : Vimes de [[Gonçalo (Guarda)|Gonçalo]] (11’)
: Vimes de [[Gonçalo (Guarda)|Gonçalo]] (11’)


*[[1981]] : O Parque Nacional de Montesinho (37’)
*'''[[1981]]'''
: O Parque Nacional de Montesinho (37’)
*'''[[1982]]''' : Lisboa e o Mar (''Lisbon and the International Court for the Law of the Sea'' - para a [[UNESCO]]) - (38')
*[[1982]] : Lisboa e o Mar (''Lisbon and the International Court for the Law of the Sea'' - para a [[UNESCO]]) - (38')
*2015 : GIG - filme-ensaio em [[plano-sequência]] de dez minutos numa homenagem aos [[Pink Floyd]] ([[The Dark Side of the Moon]])
*2015 : GIG - filme-ensaio em [[plano-sequência]] de dez minutos numa homenagem aos [[Pink Floyd]] ([[The Dark Side of the Moon]])


==TEXTOS==
===Outros géneros===
Todos os textos da autoria de Ricardo Costa encontram-se publicados online. Podem ser lidos [http://rcfilms.dotster.com/escritos.htm AQUI]
*[[1989]] / [[2006]] '''Paroles''' - Entretiens avec [[Jean Rouch]] (em francês).
*'''Palavras''' - Entrevistas com Jean Rouch (texto português)



===Artigos===
===Artigos===
Os artigos sobre [[cinema]], [[visão]] e linguagem são os seguintes :
*[[1982]] '''O olhar antes do cinema'''
*[[1982]] [http://rcfilms.dotster.com/olhar.pdf '''O olhar antes do cinema''']
*[[2000]] '''A outra face do espelho''' - [[Jean Rouch]] e o "outro"
*[[2000]] [http://rcfilms.dotster.com/espelho.pdf '''A outra face do espelho''' - [[Jean Rouch]] e o "outro"] | [http://rcfilms.dotster.com/the-other-side-of-the-mirror.pdf The Other Side of the Mirror - Jean Rouch and the Other]
*[[2017]] '''Jean Rouch do avesso''' | Jean Rouch in Reverse
*[[2017]] [http://rcfilms.dotster.com/jean-rouch-do-avesso.pdf '''Jean Rouch do avesso'''] | [http://rcfilms.dotster.com/jeanrouch-in-reverse.pdf Jean Rouch in Reverse]


===Ensaios===
===Ensaios===
Os ensaios não foram ainda traduzidos. Encontram-se reunidos sob a designação
'''A Linha do Olhar''' ([[cinema]] e transfiguração, [[percepção]] e [[imagem]]):
'''A Linha do Olhar''' ([[cinema]] e transfiguração, [[percepção]] e [[imagem]]) :
*[[1997]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/olhos.pdf Os olhos e o cinema]'''
*[[2000]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/ecran.pdf Olhos no ecrã]'''
*[[2002]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/ideia.pdf Os olhos da ideia]'''


*[[1997]] - Os olhos e o cinema
*[[2000]] - Olhos no ecrã
*[[2002]] - Os olhos da ideia
===Textos pedagógicos===
===Textos pedagógicos===
Reunem informação sobre as técnicas, a nomenclatura e a estética do cinema. Poderão ser úteis a profissionais, estudantes, académicos ou investigadores :
*[[2010]] - Linguagem do cinema

*[[2010]] - '''[http://rcfilms.dotster.com/Termos.pdf Linguagem do cinema]'''
== Curiosidade ==
Ricardo Costa é autor de textos e [[ensaio]]s sobre [[cinema]], [[visão]] e [[linguagem]]. Foi editor de obras de [[intervenção política|intervenção]] e [[vanguarda]] entre [[1964]] e [[1974]] ([[MONDAR editores]]) e professor de liceu em [[Lisboa]] entre [[1969]] e 1974, data a partir da qual se dedica inteiramente ao cinema.


{{referências}}
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== Ver também ==
=={{Ver também}}==
* [[Cinema de Portugal]]
* [[Cinema de Portugal]]
* [[Cinema de arte]]
* [[Cinema de arte]]
Linha 142: Linha 157:
* [[Etnoficção]]
* [[Etnoficção]]
* [[Novo Cinema]]
* [[Novo Cinema]]
* Novo cinema e o [http://rcfilms.dotster.com/paulo-cunha_museu-da-imagem-e-do-som.pdf Museu da Imagem e do Som] - texto de Paulo Cunha


== Ligações externas ==
=={{Ligações externas}}==
* [http://www.imdb.com/name/nm0182283/ Ricardo Costa] na IMDb
* [http://www.imdb.com/name/nm0182283/ Ricardo Costa] na IMDb
* [http://epo.wikitrans.net/Ricardo_Costa_(produktoro)?eng=Ricardo%20Costa%20(filmmaker) Ricardo Costa] – pág. em esperanto
* [http://epo.wikitrans.net/Ricardo_Costa_(produktoro)?eng=Ricardo%20Costa%20(filmmaker) Ricardo Costa] – pág. em esperanto
*[http://rcfilms.dotster.com/longas.docx Longas-metragens]
*[http://rcfilms.dotster.com/curtas.docx Curtas e médias-metragens]
*[http://ricardocosta.net Ricardo Costa] – pág. web
-------------------
*[http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] - artigo de [[José de Matos-Cruz]]
* [https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Ciclo] na Cinemateca Francesa (9 a 20 de Outubro de 2002) - notícia do jornal Público. Ver '''catálogo''': [http://rcfilmes.com/cathalogue-page1.jpg pág. 1], [http://rcfilmes.com/cathalogue-page2.jpg pág. 2], [http://rcfilmes.com/cathalogue-page3.jpg pág. 3].
* [http://cineuropa.org/newsdetail.aspx?documentID=9171&lang=fr ''Un cycle tout portugais''] - (Cineuropa)
* [http://www.revues-plurielles.org/_uploads/pdf/17_16_31.pdf “Trás-os-Montes”, A Identidade de um Povo ao Abandono] – artigo de David Bonneville em [http://www.revues-plurielles.org/php/index.php Revues-Plurielles] (LATITUDES n° 16 - dezembro 2002)
----
* [http://interact.com.pt/21/vestuario-cinematografico/ O Vestuário Cinematográfico como Testemunha da Verdade da Ficção: Percursos Possíveis] – referência de Caterina Cucinotta em Interact, 2 Junho 2014
* [http://penicheonline.blogspot.pt/2014/07/entrevista-joao-trindade-conversando_20.html Entrevista] de João Trindade com Ricardo Costa, 14 Julho 2014
* [http://rcfilms.dotster.com/entrevista_caterina.htm Entrevista] de Caterina Cucinotta com Ricardo Costa, 25 Março 2015
----
* Documentos relativos à '''revisão do [https://www.spautores.pt/assets_live/165/codigododireitodeautorcdadclei162008.pdf código do direito do autor e direitos conexos]''' ([[Ministério da Cultura (Portugal)|Ministério da Cultura]] e [[Sociedade Portuguesa de Autores]]), 2016: [http://rcfilms.dotster.com/indexspartp.pdf entrada] [http://rcfilms.dotster.com/textospartp.docx importar documentos]
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{{Biografias}}
{{Biografias}}

Revisão das 21h19min de 4 de abril de 2018

Ricardo Costa
Ricardo Costa (cineasta)
Ricardo Costa aos 63 anos
Nascimento 25 de janeiro de 1940 (84 anos)
Peniche
Portugal Portugal
Nacionalidade Portugal português

Ricardo Costa (Peniche, 25 de Janeiro de 1940), cineasta e produtor cinematográfico português, é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre cinema, visão e linguagem.

Obra

A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do documentário, associado a um estilo ficcional (docuficção e etnoficção), usando as técnicas do cinema directo. A sua primeira longa-metragem intitula-se Avieiros, obra que se insere, como documentário, na linha do Novo Cinema português. Utiliza técnicas do cinema directo não apenas enquanto ferramenta na prática da etnografia de salvaguarda mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical (ver artigo de José de Matos-Cruz nas ligações externas), podendo interessar tanto a cinéfilos como a um público mais vasto.

Filmada no limiar do documentário e da ficção, Brumas é a sua ante-penúltima longa metragem (60º Festival de Veneza, 2003New Territories). Estreia em Nova Iorque no Cinema QUAD, em março de 2011. É o primeiro filme de uma trilogia sobre a errância. Derivas, o segundo, é «um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade» e ao mesmo tempo retrato de uma geração (autobiografia, docuficção, comédia). Teve ante-estreia em Portugal em 2016. [1] O último filme desta trilogia, Arribas (en: Cliffs) [2], é um retorno do protagonista aos locais de Brumas, sua terra natal, e uma viagem no tempo. [3] Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes. [4]

Biografia

Estuda na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa até 1967, onde defende tese sobre os romances de Franz Kafka (Franz Kafka, Uma Escrita Invertida - 1969). Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema (MONDAR editores - ver referência). Com o 25 de Abril em 1974, ao mesmo tempo que colabora com o redactor Horst Hano da cadeia de televisão alemã ARD e com a norte-americana CBS na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da cooperativa Grupo Zero, com João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Alberto Seixas Santos, Margarida Gil, Solveig Nordlund e Acácio de Almeida. Torna-se depois produtor independente com a Diafilme, onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções, em Paris, na Cinemateca Francesa e no Museu do Homem [5] [6] [7]

Mau Tempo, Marés e Mudança, a segunda longa-metragem de Ricardo Costa é, juntamente com Gente da Praia da Vieira (1976), de António Campos, e com Trás-os-Montes, de António Reis e de Margarida Cordeiro, uma das primeiras docuficções do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras O Acto da Primavera (1962), de Manoel de Oliveira, e Ala-Arriba! (1948), de Leitão de Barros. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo etnoficções.

De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss (Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua etnografia de salvaguarda. Com apoios oficiais ou em co-produções com a RTP (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no cinema militante fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas.

Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da verdade que na verosimilhança, Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em retrato, em ponto de interrogação sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal realidade se manifesta. A mise-en-scène, a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.

Nesta perspectiva, segue a tradição da antropologia visual, iniciada no cinema português por Leitão de Barros (incluindo a docuficção e a etnoficção), tradição essa praticada por Manoel de Oliveira e por António Campos : Oliveira com Douro, Faina Fluvial, 1931, depois com o Acto da Primavera (1963), e Campos com a Almadraba Atuneira (1961). Seguem a mesma tradição António Reis, João César Monteiro, na ficção, e ainda Pedro Costa, este num registo urbano (ver: Novo Cinema).

Ficheiro:Manuel Pardal e capataz.jpg
Manuel Pardal (direita) com um amigo fazendo frente ao capataz
Ficheiro:Verde por fora.jpg

Filmografia

Longas-metragens

Trilogia LONGES :

Outros géneros

Curtas e médias-metragens

Série MAR LIMIAR para a RTP
No Fundo de Troia (26')
Apanhadores de Algas (28')
Agar-Agar (filme) (27')

Tresmalho (27')
O Trol (25')
O Arrasto (29')
Oceanografia Biológica (28')
Ti Zaragata e a Bateira (27') - 1ª parte de Avieiros
Pesca da Sardinha (29')
Conchinha do Mar (26')
Às Vezes Custa (26') VER FILME
A Sacada (26')

  • 1976 : Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
À Flor do Mar (29')
A Colher (29')
O Velho e o Novo (28')
A Falta e a Fartura (26')
Quem só muda de Camisa (28') - 2ª parte de Avieiros
A Máquina do Dinheiro (28')
Viver do Mar (28')
Uma Perdiz na Gaiola (26')
O Rei dos Peixes (27')
Nas Voltas do Rio (30') - 3ª parte de Avieiros
O Submarino de Vidro (28')

Mau Tempo (ver nota)
Marés (ver nota)
Mudança (ver nota)
Do Mal o Mar (29')
Das Ruínas do Império (28') VER FILME


NOTA - filmes exibidos na RTP (série Mar Limiar). Desta série fazem parte duas longas-metragens: Avieiros e Mau Tempo, Marés e Mudança. A série foi produzida em três fases: 12 filmes em 1974/1975, 12 em 1976 e 5 em 1977.

Outras curtas-metragens

Cravos de Abril (27') - a Revolução dos Cravos. [8]
E do Mar Nasceu (40') [9] [10] [11] [12] [13] [14] - ver Pág. original (inglês, francês e português)
Música do Quotidiano (25')
A Feira (8')
A Lampreia (10’)
O Pisão (9’)
A Coca (10’)
O Outro Jogo (10’)
Dezedores (8’)
Barcos de Peniche (13’)
O Queijo da Serra (8’)
Histórias de Baçal (10’)
Esta Aldeia, Rio de Onor (10’)
O Jogo da Malha em Benespera (10’)
Vimes de Gonçalo (11’)
O Parque Nacional de Montesinho (37’)

TEXTOS

Todos os textos da autoria de Ricardo Costa encontram-se publicados online. Podem ser lidos AQUI

Artigos

Os artigos sobre cinema, visão e linguagem são os seguintes :

Ensaios

Os ensaios não foram ainda traduzidos. Encontram-se reunidos sob a designação A Linha do Olhar (cinema e transfiguração, percepção e imagem) :

Textos pedagógicos

Reunem informação sobre as técnicas, a nomenclatura e a estética do cinema. Poderão ser úteis a profissionais, estudantes, académicos ou investigadores :

Referências

  1. Página de Derivas
  2. Página de Arribas
  3. LONGES, página da trilogia
  4. LONGES, página da trilogia
  5. Museu do Homem
  6. Ciclo de filmes portugueses em Paris
  7. Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002
  8. Les œillets d'avril, entretien, revue Latitudes (Cahiers Lusophones) nº6, septembre 1999, Paris
  9. O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 9 julho 2016
  10. E do mar nasceu : a revolução – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016
  11. O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016
  12. E viemos nascidos do mar – artigo de Alexandra João Martins, jornal Público, 14 julho 2016
  13. Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016
  14. Curtas Vila do Conde despede-se este domingo – notícia, Porto 24, 17 julho 2016

Ver também

Ligações externas




NOTA : documento bloqueado recentemente via Internet por hacker ao serviço de terceiros (abre no servidor mas não na Net). O mesmo sucede em vários outros artigos relacionados com direitos autorais, em cujas ligações externas o mesmo ficheiro foi divulgado, em novebro de 2016.