Áureo Melo

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Áureo Melo
Assinando a Constituição do Brasil em 1988 como membro da Assembleia Nacional Constituinte. (Foto: Célio Azevedo/Agência Senado
Deputado federal pelo Amazonas
Período 1955-1959
Deputado federal pela Guanabara
Período 1964-1967
Senador pelo Amazonas
Período 18 de junho de 1987
31 de janeiro de 1995
Deputado estadual pelo Amazonas
Período 1947-1955
Dados pessoais
Nascimento 15 de junho de 1924
Porto Velho, RO
Morte 21 de janeiro de 2015 (90 anos)
Brasília, DF
Alma mater Universidade Federal do Amazonas
Cônjuge Maria Teresa Melo
Partido PTB, MDB, PMDB, PRN
Profissão advogado, jornalista, poeta, contista

Áureo Bringel de Melo (Porto Velho,[nota 1] 15 de junho de 1924Brasília, 21 de janeiro de 2015) foi um advogado, jornalista, poeta, contista, pintor ,político brasileiro.[1][2]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Vida profissional e acadêmica[editar | editar código-fonte]

Filho de Hugo Viveiros de Melo e Elvira Bringel de Melo. Após residir em Guajará-Mirim, formou-se advogado pela Universidade Federal do Amazonas em 1945. Em Manaus trabalhou como escrevente e oficial da secretaria do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Na capital amazonense dedicou-se ao jornalismoː fundou A Crítica, trabalhou no Diário da Tarde, no Jornal do Comércio e na Rádio Baré. Iniciou sua carreira com uma coluna chamada "Luva de Seda", também no Diário da Tarde.[1]

Como escritor publicou as seguintes obras com seus poemas e sonetos: Luzes tristes (1945), Claro-escuro (1948), Presença do estudante Inhuc Cambaxirra e As aureonaves (1985), Inspiração (1989), Como se eu fosse um cantador (1999), Onde está Gepeto?(1999), O muito bom sozinho (2000) e Heliotrópios adamantinos lácteos: suco de estrelas (2004). Dentre as instituições culturais a que pertenceu foi Membro da Academia de Letras de Brasília, Secretário Geral do Sindicato dos Escritores de Brasília, vice-presidente da Casa do Poeta de Brasília, Secretário Geral da Associação de Letras e Música, de Brasília, Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, membro da Associação de Procuradores Federais do Brasil e representante da União Brasileira de Escritores, em Brasília.[1]

Rio de Janeiro e Amazonas[editar | editar código-fonte]

Encerrado o Estado Novo houve eleições gerais em 1945 e nessa ocasião Áureo Melo fundou o PTB no Amazonas. Eleito deputado estadual em 1947, participando da Assembleia Estadual Constituinte sendo reeleito em 1950.[3] No pleito de 1954 foi eleito deputado federal[4] e assumiu a secretaria-geral da Liga de Emancipação Nacional, fechada em junho de 1955 por Juscelino Kubitschek sob acusação de infiltração comunista. A seguir ingressou na Frente Parlamentar Nacionalista, não se reelegendo em 1958. Nos anos seguintes (1959-1983) foi procurador de órgãos que precederam o atual Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.[nota 2]

Por divergências com o PTB do Amazonas, transferiu o domicílio eleitoral para o Rio de Janeiro onde trabalhou em jornais como: A Tarde, Diário Carioca, Gazeta de Notícias e O Jornal. Eleito suplente de deputado federal pela Guanabara em 1962, foi efetivado após a cassação de parlamentares devido ao Ato Institucional Número Um, baixado pelo Regime Militar de 1964 após a deposição de João Goulart. Filiado ao MDB não se reelegeu em 1966 e foi suplente também em 1978, quando retornou ao Amazonas.

Eleito segundo suplente do senador Fábio Lucena pelo PMDB em 1982, foi assessor da Câmara de Municipal de Manaus a partir de 1984. Às vésperas do pleito de 1986 tanto Lucena quanto Melo renunciaram com o fito de garantir a Gilberto Mestrinho um mandato de senador em eleição suplementar, contudo a recusa de Leopoldo Peres em participar da manobra malogrou o embuste. Assim Peres foi efetivado e Lucena foi "reeleito" naquele ano tendo Melo como primeiro suplente.

Áureo Melo foi efetivado em 18 de junho de 1987 após o suicídio de Fábio Lucena[5] e participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988 e logo após a eleição de Fernando Collor para presidente em 1989 ingressou no PRN e foi um dos poucos a votar contra o impeachment do presidente na sessão de julgamento ocorrida em 29 de dezembro de 1992.

Em 1994 não disputou um novo mandato preferindo retornar à cidade do Rio de Janeiro onde foi candidato a vereador pelo PTB em 1996, mas não foi eleito.

Notas

  1. Áureo Melo nasceu na localidade de Santo Antônio do Madeira, na época pertencente a Mato Grosso e que chegou a ser município e depois foi incorporado a Porto Velho.
  2. Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), logo após transformado na Superintendência da Reforma Agrária (SUPRA).

Referências

  1. a b c BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Áureo Melo no CPDOC». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  2. «Homenagem ao ex-senador Áureo Bringel Melo». Assisefe. 4 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2015 
  3. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  4. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Áureo Melo». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  5. Senador Fábio Lucena se suicida em Brasília com um tiro no ouvido (online). Folha de S. Paulo, 15/06/1987. Página visitada em 28 de agosto de 2011.