Étienne Bonnot de Condillac

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Étienne Bonnot de Condillac
Nascimento 30 de setembro de 1714
Grenoble
Morte 3 de agosto de 1780 (65 anos)
Beaugency
Cidadania França
Ocupação filósofo, economista, psicólogo, Enciclopedistas, padre, escritor
Religião Igreja Católica

Étienne Bonnot, abade de Condillac (Grenoble, 30 de setembro de 1714Beaugency, 3 de agosto de 1780) foi um filósofo francês, e o maior expoente de uma teoria radicalmente empirista do funcionamento da mente a que se costuma referir desde então como sensualismo.

Filosofia[editar | editar código-fonte]

Enquanto o empirismo de John Locke seguia a rejeição dos princípios inatos e das ideias inatas, Condillac foi além e rejeitou também as habilidades inatas. Em sua versão do empirismo, a experiência não apenas nos dá "ideias" ou os dados brutos para o conhecimento, ela também nos ensina a prestar atenção, lembrar-se, imaginar, abstrair, julgar e raciocinar. Ela forma nossos desejos e nos ensina o que querer. Ademais, ela nos dá as melhores lições para a performance destas operações, de modo que um estudo de como aprendemos a realizá-las originalmente também nos diz como essas operações devem ser realizadas. A busca desta tese levou Condillac a articular uma psicologia do desenvolvimento, com implicações pedagógicas e metodológicas explícitas. Suas preocupações também levaram-no a se dedicar à teoria da percepção, e a propor teses importantes e originais sobre nossa percepção de forma espacial. Ele deu melhor que qualquer outro até então uma explicação precisa, cuidadosa e investigativa sobre o que cada um dos órgãos dos sentidos nos provê, e apresentou uma explicação muito nuançada de como estes dados brutos são trabalhados para compor nossas crenças a respeito do mundo em nosso entorno.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Recebeu as ordens e tornou-se abade de Mureaux, mas sem exercer as funções eclesiásticas, preferindo a vida literária. Em 1757 foi preceptor do Infante Fernando de Parma (neto de Luís XV) e compôs para ele Curso de estudos, em treze volumes.

Elegeu-se, em 1768, para a Academia Francesa e também foi membro da Academia de Berlim. Foi encarregado em 1777 pelo governo polonês de redigir uma Lógica clássica para a escolas daquele país. Amigo de Diderot, Rousseau e Duclos, Condillac foi inicialmente discípulo de Bacon e de Locke, elaborando depois sua própria doutrina, o sensualismo. No seu Traité des Sensations, de 1754, defende o princípio de que todas as ideias provêm dos sentidos. Ele é amplamente citado por Lavoisier no seu "Discurso preliminar" ao famoso "Tratado elementar de química" (obra fundamental da química moderna).

Obras[editar | editar código-fonte]

Dentre suas principais obras, podemos citar em ordem cronológica:

Seus trabalhos completos foram publicados em:

  • Amsterdam, 1766, 20 volumes em-12 (Jombert Charles-Antoine Libraire du Roi para Artilharia e Engenheiros)
  • Paris, 1798 , 23 em 8 volumes (Imprimerie de Ch. Houel)
  • Paris, 1803, 31 volumes em-12 (Dufart)
  • Paris, 1821-1822, 16 em 8 volumes (cortesia de Augustin Théry), com um aviso sobre sua vida e suas obras.

Reedições[editar | editar código-fonte]

  • Condillac (1947–1951). Le Roy, Georges, ed. Œuvres philosophiques de Condillac. Paris: Presses Universitaires de France 
  • Etienne Bonnot, Abbé de Condillac (1987). Philosophical Writings of Etienne Bonnot, Abbé de Condillac. Hillsdale: Lawrence Erlbaum 

Referências

  1. Falkenstein, Lorne; Grandi, Giovanni (2017). Zalta, Edward N., ed. «étienne Bonnot de Condillac». Metaphysics Research Lab, Stanford University