Aimorés

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 Nota: Este artigo é sobre a etnia indígena. Para o município, veja Aimorés (Minas Gerais). Para outros significados, veja Aimoré.
Aimorés
Índio botocudo retratado por Johann Moritz Rugendas (1802-1858)
População total

350

Regiões com população significativa
sul da Bahia e norte do Espírito Santo, no Brasil
Línguas
macro-jê
Religiões

Os aimorés, aimbirés, aimborés ou botocudos eram uma etnia indígena brasileira que habitava o sul da Bahia, o norte do Espírito Santo e Minas Gerais nos séculos XVI e XVII.[1][2][3] Ao contrário da maioria dos povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro no século XVI, não falavam a língua tupi. Eram em número de 30.000.

Nômades, se abrigavam em cabanas temporárias cobertas com folhas de palmeiras. Sobreviviam principalmente da caça e do consumo de carne humana[4]. O escritor português Pero de Magalhães de Gândavo assim os descreveu em seu livro "Tratado da terra do Brasil- História da Província de Santa Cruz", de 1576:[5]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Aimoré" é um termo tupi que designa uma espécie de macaco.[6] Porém o padre José de Anchieta afirmou que o termo surgiu de guaymuré "indivíduo de nação diferente, aquele que é povo diferente"[7]

História[editar | editar código-fonte]

Assim como outras tribos tapuias, os Aimorés haviam sido expulsos do litoral pelos tupis pouco antes da chegada dos portugueses à região no século XVI, mas, a partir da década de 1550, tentaram retomar ao seu território.[8]

Com os constantes ataques aos colonos portugueses e seus escravos índios, os Aimorés foram os responsáveis pelos fracassos das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo.[1] Só foram vencidos no início do século XX.[1]

Sobrevivem até hoje sob a forma da etnia contemporânea dos crenaques.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 70.
  3. «A antropologia física dos "vis aimorés"». Agência FAPESP. 7 de junho de 2016. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  4. GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 115.
  5. GÂNDAVO, Pero de Magalhães Tratado da terra do Brasil- História da Província de Santa Cruz. Belo Horizonte : Ed. Itatiaia; São Paulo : Ed. Da Universidade de São Paulo, 1980. p. 4.
  6. GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 164.
  7. PONTES, S. P. Nomes indígenas na geografia de Minas Gerais. Belo Horizonte. Eponima. 1970.
  8. GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 163-166.
  9. Povos indígenas no Brasil. Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/krenak/253. Acesso em 29 de março de 2014.