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Aviação Naval Brasileira

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Aviação Naval Brasileira
País Brasil
CorporaçãoMarinha do Brasil
Subordinaçãover Estrutura
SiglaANB
Período de atividade1916–1941, 1952[a]–presente
Logística
Aeronaves76 (2022)[2]
Efetivo3 539 (2022)[2]
Organizações13 (2022)[2]
Insígnias
Roundel

A Aviação Naval Brasileira (ANB) ou Força Aeronaval é o componente aéreo da Marinha do Brasil. Compreende onze esquadrões aéreos divididos entre o Comando da Força Aeronaval (ComForAerNav), componente ligado à Esquadra e sediado na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro, e unidades voltadas às águas interiores e costeiras, subordinadas aos Distritos Navais. O órgão normativo, técnico e gerencial é a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM). A Aviação Naval opera helicópteros e, em menor número, aviões e aeronaves remotamente pilotadas (ARPs).

Sua primeira fase histórica (1916–1941), predominantemente com hidroaviões, foi encerrada pela criação da Força Aérea Brasileira (FAB). A partir de 1952 a Marinha reconstruiu sua Aviação Naval sob oposição da Força Aérea, resultando na proibição de operar aeronaves de asa fixa entre 1965 e 1998. Neste período a Esquadra operou o porta-aviões leve Minas Gerais (A11), voltado à guerra antissubmarino. O seu sucessor, o São Paulo (A12) (2001–2017), e seu esquadrão de interceptação e ataque incorporavam ambições de defesa aérea e projeção de poder através da aviação embarcada, inatingidas por limitações tecnológicas e operacionais.

O setor de asas rotativas é o melhor consolidado e decola da maioria dos navios da Marinha com esquadrões de Emprego Geral, Antissubmarino, de Esclarecimento e Ataque e de Instrução, atendendo às variadas demandas da Esquadra, Corpo de Fuzileiros Navais, Programa Antártico Brasileiro, Diretoria de Hidrografia e Navegação, Diretoria de Portos e Costas, garantia da lei e da ordem e Defesa Civil. O setor de ARPs foi introduzido em 2022.

Os esquadrões distritais cobrem partes do litoral e das bacias dos rios Paraguai e Amazonas, com bases em Rio Grande, Ladário, Manaus e Belém. Independente do esquadrão, todo o efetivo é formado no Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), em São Pedro da Aldeia, e todos os pilotos são oficiais do Corpo da Armada ou Corpo de Fuzileiros Navais. Historicamente a Aviação Naval tem experiência nos conflitos internos dos anos 1920 e 1930 e em algumas missões de paz no exterior.

História

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A periodização histórica oficial adotada em 2022 distingue cinco fases na Aviação Naval. Na primeira, de sua criação em 23 de agosto de 1916 até sua extinção em 20 de janeiro de 1941, houve duas aviações militares separadas no Brasil, a Naval e a Militar (do Exército). A fusão de ambas deu origem à Força Aérea Brasileira (FAB). Na segunda fase, de 4 de agosto de 1952 (a recriação da Diretoria de Aeronáutica da Marinha) até 26 de janeiro de 1965, a Marinha reconstruiu sua Aviação Naval sob resistência da FAB, o "problema da aviação embarcada". No acordo resultante, a Aviação Naval entrou na sua terceira fase restrita a voar aeronaves de asa rotativa (helicópteros). Em 8 de abril de 1998 a Marinha foi autorizada a novamente operar aeronaves de asa fixa, entrando numa quarta fase. A introdução de aeronaves remotamente pilotadas (ARPs) em 2022 definiria a quinta e atual fase.[2][3][b]

Primeira fase (1916–1941)

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Turma de oficiais aviadores na Escola de Aviação Naval

A discussão sobre um serviço aéreo na Marinha do Brasil data desde pelo menos 1908.[4] A aviação militar era novidade e o Brasil carecia de qualquer escola de aviação e estrutura aeronáutica civil ou militar.[5] Em 1916 foi criada por decreto do presidente Venceslau Brás a Escola de Aviação Naval (EAvN) no Rio de Janeiro,[6][7] e após a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial, aviadores navais foram enviados para treinamento e missões reais nos serviços aéreos da Itália, Reino Unido e Estados Unidos.[8]

As primeiras aeronaves eram três aerobotes Curtiss F, modelo 1914, de origem americana.[9] A lógica imperante era da modernização via aquisições de tecnologia estrangeira.[10] A Aviação Naval era um serviço auxiliar aos navios de superfície, encarregada do patrulhamento aéreo do litoral brasileiro. Os aparelhos mais importantes eram os hidroaviões, mas também se empregariam aviões de operação terrestre.[11] A Esquadra neste período não tinha porta-aviões nem chegou a ter navios com catapulta.[10] Os aviadores testavam sua resistência em viagens aéreas de longo alcance, os raids, fazendo-se visíveis a populações que nunca haviam visto um hidroavião.[12][13] Em 1922–1923 já se construíam as primeiras bases aéreas e organizavam-se esquadrilhas e um órgão administrativo para comandar toda a estrutura, a Defesa Aérea do Litoral, renomeada pouco depois para Diretoria de Aeronáutica do Ministério da Marinha.[14] O primeiro diretor foi o capitão de mar e guerra Protógenes Guimarães, conhecido defensor dos interesses dos aviadores ante à administração naval.[15]

A rebeldia militar tenentista encontraria os aviadores navais em ambos os lados dos conflitos da década de 1920. Em serviço às autoridades militares legalistas, os hidroaviões voaram em missões de reconhecimento e bombardeio na supressão da Revolta dos 18 do Forte, Revolta Paulista, Comuna de Manaus e revolta do couraçado São Paulo.[16][17] Em conspiração contra os governos da Primeira República, aviadores navais planejaram um atentado contra o presidente Epitácio Pessoa, descoberto em abril de 1922,[18] e Protógenes Guimarães liderou um esquema para sublevar a Esquadra e a Aviação Naval, desbaratado em outubro de 1924.[19] Perderam-se nessas operações um avião legalista no litoral de São Paulo e um avião tenentista que acompanhou o couraçado em revolta.[20] O governo perdeu a confiança e negligenciou a Aviação Naval.[21]

Vought V-66B Corsário da Aviação Naval dos anos 1930

Na Revolução de 1930, que deu início à Era Vargas, a Aviação Naval encontrava-se reduzida a 34 oficiais brevetados e dezoito aeronaves, a maioria antigos modelos de treinamento.[22] A nova conjuntura política era favorável, e Protógenes Guimarães foi anistiado e nomeado ministro da Marinha no período de 1931–1935. Em serviço ao governo Vargas, as aviações, embora modestas, combateram ativamente na Revolução Constitucionalista de 1932.[23] A Aviação Naval participou com uma flotilha mista de patrulha de três aviões Martin PM-1B e sete Savoia Marchetti S.55A, uma divisão de observação de quatro Vought 02V-2A e mais doze De Havilland DH 60 e dois Avro 504 para ligação, reconhecimento e observação. Seus feitos incluem a destruição de uma bateria de morteiros na frente do vale do Paraíba e de vários dos canhões da fortaleza de Itaipu.[24] Nos dois anos seguintes, patrulhas aéreas sobrevoaram as fronteiras fluviais brasileiras durante as guerras Colômbia-Peru e Bolívia-Paraguai.[25]

143 aviões foram adquiridos no exterior de 1927 a 1935, mas sessenta já estavam parados naquele último ano. Para controlar o desgaste, criaram-se em 1936 as Oficinas Gerais de Aviação Naval, na base do Galeão. Além da manutenção dos aparelhos importados, foi negociada a produção sob licença de aviões alemães da Focke-Wulf.[26] Para dar ao governo acesso a populações mais afastadas, em 1934 o antigo Correio Aéreo da Esquadra foi expandido para o Correio Aéreo Naval. Os aviadores ganharam mais oportunidades de voar fora do Rio de Janeiro.[27][28] Eles já haviam se tornado um corpo técnico bem treinado,[29] embora com fama de indisciplinado e com altos índices de acidentes em voo. Persistiam queixas de falta de investimento. Nestes aspectos, as aviações do Exército e da Marinha tinham muito em comum,[30] e seus aviadores desenvolveram um ethos próprio, distinto de suas respectivas corporações.[31]

Hiato sem aviação

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Patrulha marítima, uma das atribuições da recém-criada FAB: ataque aéreo ao submarino alemão U-199 em 1943

A criação do Ministério da Aeronáutica em 1941 separou e unificou os serviços aéreos do Exército e Marinha para criar um terceiro elemento nas Forças Armadas, que viria a ser a Força Aérea Brasileira (FAB). A extinta Aviação Naval legou à nova força três flotilhas, duas esquadrilhas, bases no Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis e Rio Grande, 99 aeronaves de quinze tipos (a maioria obsoleta), 156 oficiais e 267 suboficiais e praças.[32][33] Ex-aviadores navais, ou "mariscos", compunham cerca de 30% do novo oficialato. Tinham experiência nos conflitos internos, mas não estavam prontos para a Guerra Mundial.[34] No geral, apoiavam a decisão de Vargas.[35] Pioneiros como Virgínio de Lamare e Augusto Schorcht, da primeira turma da EAvN,[36] propagandeavam uma arma aérea independente conforme já adotado em outros países, como o Reino Unido e sua Força Aérea Real.[37]

A gênese da FAB envolveu interesses políticas de Vargas, do Exército e da Marinha, com a derrota desta última, que já havia dado parecer técnico contra a perda da sua Aviação naval.[38][39] Foi justamente nesta época que a aviação provou-se indispensável à guerra naval. Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial, a Esquadra dependeu do apoio das Forças Armadas dos Estados Unidos e das aeronaves de patrulha marítima da FAB na sua campanha no Atlântico contra os submarinos do Eixo. Nas outras marinhas, a aviação embarcada em porta-aviões roubou o lugar central dos canhões dos couraçados.[40]

A Marinha do Brasil pós-guerra não abandonou sua ambição de reconstruir a Aviação Naval, o que viria a ser a fonte de uma rivalidade duradoura com a Aeronáutica.[41][42] A questão veio à pauta no Estado-Maior Geral, onde representantes das três armas discutiam os termos da sua cooperação, em 1947. O parecer final foi que todos os meios aéreos permaneceriam unificados na FAB, e esta atenderia onde preciso as demandas da Marinha.[43] Entretanto, a cooperação prestada pela FAB era tida insuficiente.[44]

Segunda fase (1952–1965)

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Aviadores navais de asas fixas em 1965, antes da proibição presidencial ao setor de asa fixa da Marinha

A Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) foi recriada na estrutura do Ministério da Marinha em 1952. Entretanto, a Marinha ainda estava longe de ter pilotos e aeronaves.[1] O vetor para sua restauração viria a ser um porta-aviões. Esta opção era compatível com a prioridade da Esquadra, a guerra antissubmarino. A opção mais simples, uma aviação de patrulha baseada em terra, não era politicamente viável, pois já poderia ser organizada pela FAB, com o argumento da economia de recursos a seu favor. Os cruzadores da classe Barroso, adquiridos em 1951–1952, tinham capacidade para operar helicópteros, mas as tentativas de conseguir uma aviação por essa rota não tiveram sucesso.[45]

A Marinha criou em 1955 o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), supostamente para formar observadores aéreos embarcados em aeronaves da FAB.[46] No ano seguinte o Brasil assinou um contrato de compra e modernização do antigo porta-aviões britânico HMS Vengeance, que chegaria ao país em 1961, nomeado Minas Gerais (A-11).[47] A partir de então, cada arma entendia que seriam suas as aeronaves no convés do navio.[48] Contra os argumentos da FAB de que uma aviação naval separada seria um desperdício de recursos,[44] os representantes da Marinha lembravam que uma tripulação mista seria prejudicial à vida operacional do navio.[49][50] Dali em diante, as duas forças competiriam por conquistas materiais e políticas, por vezes repercutindo na grande imprensa.[51]

A FAB criou o 1.º Grupo de Aviação Embarcada (1.º GAE), com aviões Grumman S-2 Tracker (P-16, na FAB) e helicópteros Sikorsky HSS-1N Seabat, mas a Marinha não permitia que eles operassem a bordo do Minas Gerais.[52] O maior navio de guerra do país ficou sem sua razão de ser, aeronaves artilhadas, o que viria a ser um constragimento durante a Guerra da Lagosta.[53][54][55] A Marinha, por sua vez, já tinha em 1958 um pequeno corpo de pilotos e pessoal de manutenção qualificado, formado no CIAAN e no exterior.[56] Em paralelo, adquiria aeronaves. A primeira foi um helicóptero Westland Widgeon, entregue em dezembro de 1957.[57] A FAB não reconhecia as aeronaves da Marinha e o controle de tráfego aéreo chamava-as de "objetos não identificados".[58]

Heliponto na Avenida Brasil com os Westland Widgeon e Whirlwind

A primeira unidade aérea foi o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), ativado em 1962,[59][60] seguido pelo 1.º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1),[61] 1.º Esquadrão de Aviões de Instrução (AvI-1) e 1.º Esquadrão Misto de Aviões Antissubmarino e de Ataque (AvSAt-1).[62] Dois helicópteros Bell 47G eram praticamente orgânicos dos navios hidrográficos Sirius (H-21) e Canopus (H-22).[63] As unidades compunham a Força Aérea Naval (atual Força Aeronaval), sediada no Minas Gerais e comandada pelo Comandante-em-Chefe da Esquadra (ComemCh).[64] Elas operavam de um heliponto improvisado na Avenida Brasil, e, a partir de 1961, de São Pedro da Aldeia, a localização definitiva.[65][66] Os aviões como o Pilatus P-3 e o North American T-28 Trojan eram tecnologicamente inferiores aos S-2 Tracker da FAB.[67] Eles foram negociados sob absoluto sigilo, pois o governo e o Ministério da Aeronáutica não respaldavam qualquer compra.[68]

As tensões entre Marinha e Aeronáutica culminaram no "incidente de Tramandaí", em dezembro de 1964: militares da FAB atiraram num helicóptero do HU-1 para impedir sua decolagem. Logo em seguida, o Minas Gerais provocativamente adentrou a baía de Guanabara com os T-28 expostos no convés pela primeira vez. A crise atingiu o primeiro escalão do governo Castelo Branco: dois ministros da Aeronáutica e um ministro da Marinha pediram exoneração. O "corolário Castelo Branco", de janeiro de 1965, encerrou o impasse, ainda que de forma mutuamente insatisfatória: a aviação de asa fixa da Marinha foi extinta, e a de asa rotativa, legitimada. A Aviação Naval entregou seus aviões à FAB e recebeu desta os Sikorsky Seabat. Os S-2 Tracker do 1.º GAE passaram então a embarcar no Minas Gerais, operando em sintonia com a Marinha.[69][70]

Terceira fase (1965–1998)

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Tanto aviões da FAB quanto helicópteros da Marinha serviam no Minas Gerais (1984)

Começavam as operações embarcadas em regime misto no Minas Gerais, um modelo que nenhum outro país adotava no período.[71] Apesar dos temores de incidentes, a coordenação entre o navio, os aviões e os helicópteros mostrou-se viável, e a Aviação Naval começou a participar dos exercícios internacionais UNITAS,[72] uma operação militar conjunta da Marinha dos Estados Unidos com as marinhas latinoamericanas. O foco era a guerra antissubmarino.[73][74] Outros exercícios envolviam o aerotransporte de fuzileiros navais para desembarques anfíbios.[75] Para além do Minas Gerais, generalizaram-se as operações com navios menores nos anos 1980.[76][77]

O desenvolvimento da Aviação Naval acompanhava a conjuntura internacional, a situação econômico-estratégica do governo e a posição secundária da Marinha dentro das Forças Armadas.[78] Reformas administrativas em 1970–1971 centralizaram o comando operacional na Força Aeronaval (ForAerNav), subordinada ao ComemCh, e integraram melhor o setor aeronáutico na estrutura administrativa do Ministério da Marinha.[79][c] A única base autorizada era a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA),[80] restrição geográfica que começou a ser burlada com o Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha do Amazonas (DAE-FlotAm), fixado em Manaus em 1979.[82]

Primeiro pouso dos UH-2 Wasp na Antártica (1982)

O 1.º Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (HS-1) foi ativado com os helicópteros Sikorsky SH-34J recebidos da FAB,[83][84] mantendo uma qualidade relativa, embora em pequenos números, com as compras do Sikorsky SH-3 Sea King a partir de 1970.[85] Os pequenos Bell Jet Ranger do HI-1, recebidos a partir de 1974, seriam os modelos mais longevos da Aviação Naval.[86] Outros dois esquadrões surgiriam com a chegada de novos modelos: o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque (HA-1), com os Westland Lynx, em 1979[87][88] e o 2.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2) com os Aérospatiale Super Puma em 1986.[89]

Para o HU-1, a Marinha adquiriu vários modelos até 1970, mas eram usados e de penúltima geração.[90][85] A diversidade de modelos e fabricantes dificultava a logística, e a Marinha começou a se preocupar com a nacionalização.[91] Houve tentativas, sem resultado, de conseguir juntamente com a FAB um helicóptero da Embraer.[85] A crescente demanda civil e militar sustentou uma indústria nacional de helicópteros,[91] incluindo a Helibras, que montou sob licença os pequenos helicópteros Esquilo, de tecnologia francesa. Os primeiros entraram em serviço no HU-1 em 1979, tornando-se com o tempo alguns dos helicópteros mais numerosos da Aviação Naval.[92][88] A partir de 1982 o HU-1 participaria do Programa Antártico Brasileiro.[93]

Voo em formatura dos Super Puma do HU-2 (1986)

A aviação de asas rotativas evoluiu com as décadas a uma estrutura sólida, firmada num amplo complexo administrativo e operacional. Em 1995 ela já possuía 60 helicópteros de seis modelos diferentes,[94] dos quais 33 eram artilhados, e um efetivo de 1 200 homens.[95] Ao mesmo tempo, a estrutura já não atendia as ambições estratégicas. O Minas Gerais era um porta-aviões antissubmarino, sem qualquer avião a jato no convés.[96] Não fornecia nenhuma aviação de interceptação ou ataque,[97] e era limitada a capacidade de seus helicópteros para o esclarecimento aéreo e identificação de navios de superfície, especialmente à noite.[98] A Guerra das Malvinas (1982) evidenciou a vulnerabilidade de navios de superfície a mísseis antinavio e o potencial da aviação embarcada para estabelecer a superioridade aérea e projetar poder sobre terra.[96] Superava-se agora o paradigma antissubmarino, o que necessariamente passava pela mudança nos tipos de aviação.[99]

A preocupação tradicional da Marinha com águas oceânicas competiu naquele momento com ameaças emergentes na bacia amazônica. Num eco da Operação Traíra (1991), em 1994 a DAE-FlotAm, no Amazonas foi expandida a um esquadrão, o HU-3.[100] No ano seguinte outro esquadrão, o HU-4, foi implantado em Ladário, Mato Grosso do Sul, e em 1998, o HU-5 em Rio Grande, Rio Grande do Sul. Consolidava-se a Aviação Naval fora do Rio de Janeiro.[101][82]

Quarta fase (1998–2022)

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Jatos Skyhawk no deque de voo do São Paulo (2003)

Um novo decreto presidencial sobre a aviação embarcada foi promulgado em 1998, revogando a proibição às asas fixas na Aviação Naval. Os oficiais da FAB, à exceção dos mais velhos, aceitaram abrir mão do seu monopólio.[102] A Marinha ativou o 1.º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1), com jatos Douglas A-4 Skyhawk, e em 2001 substituiu o Minas Gerais por um navio maior, o São Paulo (A-12).[103] Seus defensores exultavam com o horizonte de uma Esquadra de águas azuis.[104] Havia dissidência quanto à partilha dos escassos recursos do orçamento naval, que poderiam ter sido aplicados no submarino nuclear.[105] A postura oficial na época era que os porta-aviões e submarinos eram igualmente necessários.[106]

O prestígio de ter um porta-aviões não correspondeu a uma capacidade eficaz.[107] As operações embarcadas foram interrompidas por falhas mecânicas em 2004, e o navio passou a maior parte do tempo inoperante até sua desativação em 2017. Os Skyhawks sofreram igualmente de elevada indisponibilidade. Eles são aviões projetados nos anos 1950, obsoletos contra navios ou outras aeronaves.[108][104] Um programa de modernização instalou uma boa visão de longo alcance, mas não trocou os armamentos.[109] Já se estudou a compra de outras aeronaves para o VF-1, como uma versão naval do Gripen NG[110] ou o F/A-18 Hornet,[111] mas sem ter onde embarcar, o futuro do esquadrão está no limbo.[112]

UH-15 Super Cougar do 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte desembarca soldados do Exército e agentes da Polícia Federal (2021)

Para diversificar a aviação de asa fixa e completar as lacunas na capacidade do VF-1, foi planejado o 1.º Esquadrão de Aviões de Transporte e Alarme Aéreo Antecipado (VEC-1). Oito aviões Grumman KC-2 Trader foram comprados em 2010 e encaminhados para modernização, mas o programa foi cancelado em 2023 sem que nenhum chegasse a voar.[113] Em 2013, circularam rumores de interesse no convertiplano de transporte Bell Boeing V-22 Osprey.[110] Tratativas com a Força Aérea Brasileira para uma transferência da sua frota do avião de patrulha marítima Lockheed P-3AM Orion esbarraram em resistências dos militares e no custo de manutenção. A hipótese foi descartada em 2018.[114][115]

Os Planos de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB) de 2009 e anos subsequentes prometiam uma frota de dois porta-aviões, substituindo o São Paulo até 2028, quatro porta-helicópteros do tipo LHD, 72 aviões (48 de interceptação e ataque e 24 para alerta aéreo antecipado, reabastecimento em voo, ligação e transporte e vigilância marítima) e 206 helicópteros, divididos em duas Forças Aeronavais, a segunda acoplada a uma 2.ª Esquadra a ser constituída no litoral norte do país.[116][117] Planejava-se inclusive construir porta-aviões em solo brasileiro.[118] Entretanto, a realidade orçamentária estava muito aquém dessas ambições.[119] Em meados dos anos 2010 o país estava numa crise econômica e a Marinha priorizava o programa do submarino nuclear e as escoltas mais do que a aviação de asa fixa.[120]

Evacuação aeromédica de tripulante de um navio mercante (2022)

O setor de asas rotativas, em contraste, é bem consolidado,[121] e permaneceu numericamente o mais forte dentro da Aviação Naval,[122] numa quantia total de 76 aeronaves em 2022. O efetivo total era de 3 539 militares, distribuídos entre treze organizações militares.[2] As aquisições e modernizações de helicópteros continuaram com o Helibras/Eurocopter Super Cougar (2011), Sikorsky S-70B Seahawk (2012)[123] e Helibras H-135 (2019).[124] Há demanda para um helicóptero de ataque dedicado para apoiar os fuzileiros navais, mas não foi escolhido um modelo.[125] Os helicópteros participaram de missões internacionais, como a UNIFIL, no Líbano.[126]

No esquadrão do 6.º Distrito Naval, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a pequena dotação de Esquilos e Jet Rangers era reconhecidamente insuficiente à demanda de patrulha aérea: 983 quilômetros de fronteira seca e alagada com a Bolívia e 1 290 quilômetros com o Paraguai, por onde embarcações escoam reservas minerais na bacia do Prata e atravessam rotas do narcotráfico. A região não foi priorizada e de 2004 a 2011 seus UH-12 foram substituídos por Jet Ranger, de desempenho pior, para sanar outra deficiência de meios nas corvetas e fragatas da Esquadra. Havia, porém, planos para instalar helicópteros de médio porte, capazes de transportar fuzileiros, em Ladário[127] e Manaus.[128] Mais um esquadrão regional foi instalado em Belém, Pará, em 2019,[129] e planeja-se outro em Florianópolis, Santa Catarina.[130]

A perda do São Paulo foi compensada em parte pelo porta-helicópteros Atlântico (A40), comprado em 2018.[107] Dois anos depois ele foi reclassificado de "Porta-Helicópteros Multipropósito" (PHM) para "Navio-Aeródromo Multipropósito", e a Marinha em tese voltou a ter um porta-aviões. O Atlântico pode operar aeronaves turboélice tiltrotor [en] de pouso vertical, que a Marinha não tem, e aeronaves remotamente pilotadas (ARPs).[131][132] A eficácia desse navio numa guerra real depende do resto da Esquadra, e perdura a questão da falta de escoltas adequadas.[107]

Quinta fase

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Lançamento de ARP ScanEagle do Atlântico em resposta às enchentes no Rio Grande do Sul em 2024

A inauguração do 1.° Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1), em 2022, introduziu as ARPs à Aviação Naval, começando com seis aeronaves de modelo ScanEagle.[129] Outra novidade naquele ano eram os óculos de visão noturna.[2]

A Estratégia de Defesa Marítima, publicada em 2023, inclui planos de aquisição de aeronaves para os vinte anos após 2024. Para uma Força de Intervenção Marítima, centrada num NAM com capacidade para asa fixa, um complemento de dezesseis aeronaves, outras oito para os navios de escolta e quarenta ARPs a partir de terra ou dos navios. Para uma Força de Proteção Marítima, um número indefinido de aeronaves de patrulha marítima. Para uma Força de Projeção, oito helicópteros de transporte de fuzileiros navais e seis de escolta e apoio de fogo. E para uma Força de Apoio à Pesquisa Antártica, três aeronaves.[133]

Funções e capacidades

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Vista da cabine de um helicóptero Esquilo a caminho do navio de pesquisa polar Almirante Maximiano (H41)

A Aviação Naval é o braço aéreo da Marinha.[134] Ela pode ser baseada em terra ou em navios e se distingue pela relação simbiótica com estes últimos. O navio é muito mais do que uma pista de pouso: as aeronaves navais são extensões do armamento e dos sensores dos navios, ampliando as capacidades de detecção e contato com o inimigo a maiores altitudes e distâncias. No binômio aeronave-navio, um pode atirar num alvo identificado pelo outro, por exemplo.[135][136]

Na definição oficial do Comando da Força Aeronaval, sua missão é "prover o apoio aéreo aos Comandos Operativos, a fim de contribuir para os diversos empregos do Poder Naval".[137] Para tanto, ela atende principalmente às demandas do Comando-em-Chefe da Esquadra, mas também do Corpo de Fuzileiros Navais, Programa Antártico Brasileiro, Diretoria de Hidrografia e Navegação, Diretoria de Portos e Costas, autoridades políticas e a Defesa Civil.[138]

Plataformas

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Hangar do Atlântico (A140)

Operar aeronaves de um navio é uma tarefa complexa e arriscada. Comparado a uma pista em terra, um convés de voo (ou convoo) é um espaço limitado, que balança e inclina dependendo do estado do mar. Em tempo chuvoso, as plataformas são escorregadias. O navio precisa ajustar o rumo e prover um vento relativo suficiente no convés, enquanto os pilotos precisam de perfeita sintonia com a tripulação embarcada.[139][140] As aeronaves navais têm adaptações no trem de pouso e outros pontos.[136]

Quase todos os navios da Marinha têm alguma capacidade aérea.[77] A maior era a do antigo porta-aviões São Paulo (A-12). Ele tinha espaço para quarenta aeronaves no convés, incluindo todos os tipos de helicóptero,[141] e duas catapultas a vapor, podendo lançar e recuperar com segurança aeronaves de asa fixa.[142] Só o porta-aviões ou Navio-Aeródromo (NAe), na terminologia da Marinha, opera asas fixas, tem sua razão de ser nas mesmas e oferece uma estrutura completa de apoio no mar. A Estratégia Nacional de Defesa (END) de 2008 categorizou também o neologismo "Navio de Propósitos Múltiplos" (NPM), que serve de porta-helicópteros, mas só opera aeronaves de asa fixa se forem de pouso vertical STOVL. No exterior, são conhecidos por siglas como LHD [en], LHA [en] e LPA.[143][144]

Convés de voo do Atlântico. Um dos elevadores está abaixado

O sucessor do São Paulo, o Atlântico (A140), tem um convoo com seis pontos de decolagem e pouso para helicópteros maiores, incluindo os mais pesados da Aviação Naval, o Seahawk e Super Cougar. Outro ponto recebe os modelos menores, como o Lynx, Esquilo e Jet Ranger. Dois elevadores conectam o convoo ao hangar, onde há espaço para até dezoito helicópteros. Na Esquadra, a capacidade para embarcar os helicópteros mais pesados só é compartilhada pelo Navio-Doca Multipropósito (NDM, o Bahia (G40)) e os Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC).[145] NDM é mais um neologismo brasileiro: no exterior, é o que se conheceria por LPD.[146]

As fragatas, corvetas e navios patrulha, escola, polar, hidrográfico e hidroceanográfico faroleiro oferecem pistas de pouso para as aeronaves menores como o Lynx (exceto nos navios menores), Esquilo e Jet Ranger. As fragatas e corvetas têm convés e hangar e podem reabastecer os helicópteros mais pesados com uma mangueira de aviação.[147]

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Porta-aviões São Paulo, outrora capitânia da esquadra e base para caças Skyhawk no mar até sua desativação em 2017, é reabastecido por um navio-tanque e escoltado por uma fragata

O setor de asas fixas tem um esquadrão, o VF-1. Suas missões oficiais são a interceptação e ataque a alvos aéreos e a localização, acompanhamento e ataque a alvos de superfície em defesa das forças navais.[148] Aos fuzileiros navais, ele ofereceria apoio aéreo aproximado.[149] Além da interceptação e ataque, a doutrina naval admite outros tipos como aeronaves de alerta aéreo antecipado (AEW), reabastecimento em voo (REVO), esclarecimento e apoio logístico, a compor o hipotético destacamento aéreo embarcado de um porta-aviões.[150][151] A patrulha marítima com aviões é atualmente uma atribuição da Força Aérea Brasileira e há indefinição sobre o seu pertencimento futuro.[133]

Em teoria, essa gama de meios aéreos, embarcada numa força-tarefa nucleada num porta-aviões (navio-aeródromo ou NAe, na nomenclatura brasileira), poderia projetar força, controlar áreas marítimas e auxiliar na negação do uso do mar e na dissuasão não nuclear, cumprindo os quatro objetivos basilares do poder naval brasileiro. Devidamente apoiados, os interceptadores estabeleceriam a superioridade aérea e negariam liberdade de ação ao esclarecimento aéreo inimigo. Junto aos canhões e mísseis dos navios, eles compõem a defesa aérea da força naval.[152][151] Nos documentos de política naval do início do século XXI, como a PAEMB e a END, esta orientação figura na proposta de uma Esquadra balanceada, capaz até de esporadicamente atuar em outros oceanos. A outra opção nos mesmos documentos é de uma Esquadra defensiva, com prioridade aos submarinos.[153]

Operação conjunta do VF-1 com um caça Northrop F-5M da FAB

No debate estratégico naval, há críticas ao investimento nos porta-aviões. O almirante Mário César Flores, por exemplo, não os descartava, mas ponderava que tal plataforma era mais necessária a encargos em mares distantes. Para as marinhas interessadas apenas na defesa próxima da sua fronteira marítima, as bases aéreas em terra poderiam ser suficientes.[154] Há o debate do custo-benefício, pois são plataformas caras e vulneráveis,[155] e o Brasil atualmente não projeta força aeronaval no exterior.[107] Por outro lado, uma aviação baseada em terra e operada pela FAB não responderia em tempo hábil a demandas a grandes distâncias do litoral.[156]

Estas são considerações teóricas. A defesa aérea da Esquadra assim descrita está inoperante.[157] Mesmo que houvesse um porta-aviões com aeronaves do esquadrão de interceptação e ataque, inexistem aeronaves de REVO e AEW,[158] limitando seu tempo de reação.[159] E mesmo que os A-4 Skyhawk engajassem a ameaça aérea, não teriam nenhum míssil de longo alcance para abatê-la. Caso desejasse atacar navios inimigos, só teria a opção suicida de despejar bombas burras, pois o VF-1 não tem bombas guiadas ou mísseis antinavio.[104][109] O Skyhawk é uma aeronave antiga. No VF-1, sua configuração básica de armamento é a mesma dos Skyhawks americanos dos anos 1960.[160] Por outro lado, com seu radar atualizado ele pode servir de "pastor", repassando informações.[109]

Asas rotativas

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UH-15 Super Cougar lançando flares

Os helicópteros são o braço mais desenvolvido da Aviação Naval.[161] Ela tem esquadrões de instrução, antissubmarino, de esclarecimento e ataque e de emprego geral.[162] "Emprego geral" inclui funções como ligação e observação, serviços de hidrografia, transporte e guarda de aeronaves,[163] mas mesmo os outros esquadrões têm missões diversas. Um helicóptero poupa o navio de desnecessariamente usar os motores a toda força ou retornar ao porto, o que faria de cada necessidade de transporte (evacuação aeromédica ou manutenção urgente, por exemplo) um problema tático.[164] Na base em São Pedro da Aldeia há sempre um helicóptero de alerta para navios de serviço e outro para uma evacuação urgente, até mesmo para o pedido um navio mercante, ou uma entrega de cargas não programada.[165]

Helicópteros participam da logística de faróis, auxílios a navegação e estações científicas. Em pontos distantes como os arquipélagos de Trindade e Martim Vaz e São Pedro e São Paulo,[166] ajudam a sustentar a presença brasileira, requisito para a inclusão das áreas circundantes na zona econômica exclusiva nacional. Atividades ilegais nas águas jurisdicionais brasileiras, como a pesca não autorizada, podem ser identificadas e intimidadas pela patrulha visual, radares e metralhadoras.[167] Em calamidades públicas, a aviação pode transportar carga humanitária, e em incêndios florestais, despejar água pelo sistema bambi-bucket.[168] Um tipo frequente de missão real é a busca e salvamento. Após o acidente do voo Air France 447, em 2009, um Lynx, um Super Puma e quatro Esquilos participaram das buscas.[169]

Grupamento de Mergulhadores de Combate desce por fast rope de um Lynx

Nas águas interiores e no litoral, missões de patrulha, inspeção de navios e combate ao contrabando e outros ilícitos cabem aos esquadrões de emprego geral dos Distritos Navais. Este é o outro lado da Marinha, que tem contato com regiões remotas da Amazônia e Pantanal.[170] São operações próximas da terra e com pouco balanço nos navios, mas os helicópteros podem passar semanas distantes da base ou qualquer outra estrutura de apoio.[171] No caso da Antártica, onde opera o HU-1, as operações duram até seis meses em condições hostis de mar e clima.[172]

Para além das missões utilitárias, os helicópteros fazem reconhecimento visual, de infravermelho (com sistema FLIR nos Seahawk, Lynx e Super Cougar), térmico, ótico e a laser (com o sistema EOSS nos Seahawk) e recepção de sinais eletromagnéticos (com o Lynx e Seahawk, este último capaz de coletar inteligência de sinais). As aeronaves podem então decolar até determinada zona de busca e confirmar alvos ou outras atividades de interesse para o navio. Os Seahawk, para operações antissubmarino, mergulham um sonar na água.[173]

UH-12 Esquilo na ilha de Trindade

Em combate, podem atacar com metralhadoras laterais, torpedos (o Mk. 46, para o Lynx), bombas de profundidade e mísseis antinavio (Sea Skua, para o Lynx, Penguin, para o Seahawk, e Exocet, para o Super Cougar). O Sea Skua só é apropriado a embarcações menores, como lanchas de patrulha, o Penguin pode afundar uma corveta ou mesmo fragata e o Exocet tem ogiva maior ainda. O Super Cougar, dependendo da configuração, pode se defender com um sistema de detecção de ameaças infravermelho, radar e laser e lançadores de chaff e flare.[174]

Para transporte de tropas, os helicópteros não necessariamente pousam, podendo pairar a baixa altitude, ou mesmo sobre a água. Eles são frequentes nas intervenções de garantia da lei e da ordem na segurança pública dos meios urbanos. Forças especiais como os Mergulhadores de Combate e Comandos Anfíbios recorrem a eles para inserções táticas,[175] e o CFN, em parte dos movimentos navio-terra dos exercícios de assalto anfíbio. Nesta condição os fuzileiros usariam amplamente os helicópteros para o transporte da infantaria e o apoio de fogo com metralhadoras e mísseis. Sua doutrina já estuda por décadas o papel dos helicópteros, e há a ideia de uma aviação orgânica FN, como já existe entre os fuzileiros navais de outros países. A parceria entre os fuzileiros e a Aviação Naval é antiga, mas os helicópteros atualmente precisam dividir sua atenção para várias outras tarefas. A ideia de uma aviação própria do CFN já foi discutida, mas nunca recebeu a bênção das autoridades navais.[176]

As aeronaves remotamente pilotadas oferecem novos desenvolvimentos no ramo da inteligência, vigilância e monitoramento de determinados alvos.[2] Sua operação economiza no peso que seria ocupado pela tripulação, permitindo um maior raio de ação e carga útil.[177]

Estrutura

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Ministro da Defesa Celso Amorim e comandante da Marinha Julio Soares de Moura Neto na BAeNSPA (2013)

A Aviação Naval tem onze esquadrões, divididos entre sete unidades centralizadas no Comando da Força Aeronaval (ComForAerNav) e quatro unidades regionais subordinadas aos Distritos Navais. Uma terceira seção administrativa é a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), subordinada à Diretoria-Geral de Material da Marinha (DGMM), que não tem esquadrões próprios. Cabem à DAerM as atividades normativas, técnicas e gerenciais relacionadas à Aviação Naval.[178][129] As siglas dos esquadrões são semelhantes à prática da aviação naval americana, com uma primeira letra, como V (avião) ou H (helicóptero), para o tipo de veículo, uma segunda para sua missão, como U de utility, e um número de identificação.[d]

O ComForAerNav, sediado em São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro, é subordinado ao Comando em Chefe da Esquadra (ComemCh), e este, ao Comando de Operações Navais, que também controla os Distritos Navais. Os principais navios de guerra operam com o ComForAerNav,[178][129] enquanto os Distritos Navais patrulham águas costeiras e interiores.[179] No mar, não há relação direta aeronave-navio: para cada operação marítima, o ComemCh requisita aeronaves do ComForAerNav e navios do Comando da Força de Superfície (ComForSup). Não há grupo aéreo embarcado fixo, mas uma seleção apropriada a cada missão.[180]

O principal complexo de instalações é a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA),[129] subordinada ao ComForAerNav.[178] Ela é a única base aérea naval da Marinha, embora outras instalações como bases e distritos navais também tenham seus helipontos. Cabe a ela fazer a manutenção e reparos de 2.° e 3.° escalão nas suas aeronaves e prestar-lhes apoio administrativo, hospitalar, logístico, residencial e de proteção ao voo. Os esquadrões do ComForAerNav são sediados na base. As suas imediações também abrigam o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN),[129] Grupo Aéreo Naval de Manutenção (GaerNavMan),[181] Centro de Intendência da Marinha em São Pedro da Aldeia (CeIMSPA), Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA)[162] e o Museu da Aviação Naval.[182]

Esquadrões do ComForAerNav

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HU-2 na pista da BAeNSPA
Seahawk do HS-1 pousado no Almirante Saboia (G25)
Voo em formatura do HA-1
  • HA-1 ("Lince"):[183] o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque, ativado em 17 de janeiro de 1979 como o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque Antissubmarino, tinha uma dotação original era de nove aeronaves Westland Sea Lynx Mk. 21, designadas SAH-11 Lynx no Brasil. Em 1995 as aeronaves remanescentes foram enviadas para modernização ao padrão Westland Super Lynx 100 Mk. 21A, somando, com novas aeronaves, uma frota de 14 aeronaves, designadas AH-11A Super Lynx. Com o novo modelo, o nome atual foi recebido em 1997.[87] Oito unidades foram escolhidas para modernização ao padrão Mk. 21B, designado AH-11B WildLynx. As entregas começaram em 2019, com a quinta unidade entregue em 2023.[184]
  • HI-1 ("Garça"):[183] o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Instrução foi ativado em 27 de junho de 1962, inicialmente com dois Bell 47 e seis Hughes 269A. Mais treze 269A1 e um 269B, os "Pulgas" da Hughes, seriam recebidos em seguida.[185][61] Em 1974 eles foram substituídos por dezoito Bell Jet Ranger II 206-A (IH-6), o "Piaba" ou "Garça", e em seguida por dezesseis Bell 206B Jet Ranger III (IH-6A). Com o uso prolongado, a indisponibilidade é alta.[186] Em 2025 foi recebido o primeiro de um lote de cinco Airbus Helicopters AS350B3 Esquilo, designado IH-18, que substituirá os Jet Ranger. Outros dez Esquilos do mesmo lote são destinados aos esquadrões de emprego geral.[187][188][e]
  • HU-1 ("Águia"):[183] o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral foi ativado em 17 de abril de 1962,[191] inicialmente operando dois Westland Widgeon (HUW ou UH-1) e três Westland Whirlwind S-55 (HU2W).[59][192] Um Sikorsky S-55C (HUW) foi incorporado em 1964. De 1965 a 1970 chegariam mais dez Westland Wasp (UH-2 e UH-2A), seis Fairchild-Hiller FH-1100 (UH-4) e cinco Westland Whirlwind de outra série (UH-5).[193] Começando em 1979 até o final dos anos 1990, trinta Helibras Esquilo nos modelos UH-12 (monoturbina) e UH-13 (biturbina) foram distribuídos ao HU-1 e aos esquadrões distritais.[194][193] Em 2020 ainda estavam operacionais seis UH-12 e três UH-13 no HU-1 e onze UH-12 nos outros esquadrões.[195] Para substituir os UH-13, um lote de três Helibras H-135 (UH-17) começou a ser recebido em 2019.[124]
  • QE-1: o 1.° Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas, ativado em 5 de julho de 2022, é responsável pelas seis ARPs de modelo Boeing ScanEagle, junto com seus lançadores e recolhedores para operações terrestres e embarcadas.[200]

Esquadrões distritais

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Esquilo do HU-61 no monitor Parnaíba, da flotilha do Mato Grosso, no rio Paraguai
  • HU-41: o 1.° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte, ativado em 29 de outubro de 2019, é subordinado ao 4.º Distrito Naval, em Belém, contando com três UH-15 para emprego geral no Amapá, Pará e Maranhão.[129]
  • HU-51 ("Albatroz"): o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Sul foi ativado em 25 de junho de 1998 com o nome de 5.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-5), alterado para o atual em 2019. Sediado em Rio Grande, é subordinado ao 5.º Distrito Naval e atua na região Sul do Brasil,[101] contando com três UH-12 em 2020.[130]
  • HU-61 ("Gavião Pantaneiro"): o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste foi ativado em 6 de junho de 1995 com o nome de 4.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-4), alterado para o atual em 2019. Sediado em Ladário, é subordinado ao 6.º Distrito Naval, com jurisdição sobre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Aviação Naval já havia operado ali em 1932–1936 e retomou suas operações em 1989.[203] Em 2020, contava com três UH-12.[130]
  • HU-91 ("Tucano"): o 1.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste,[178] originalmente 3.º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-3), foi ativado em 14 de janeiro de 1994 em Manaus, onde está subordinado ao 9.º Distrito Naval. A presença da Aviação Naval no local data a 1979, quando foi criado seu antecessor, o Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha do Amazonas (DAE-FlotAM). Sua função é o apoio aéreo à Flotilha do Amazonas.[204] A dotação original do DAE-FlotAM, de dois Bell Jet Ranger II, deu lugar a três UH-12 após a ativação do esquadrão.[100]
Manobra de reabastecimento de um UH-12 Esquilo

Os pilotos da Aviação Naval são todos oficiais do Corpo da Armada ou Corpo de Fuzileiros Navais,[205] com experiência prévia a bordo. A linguagem, forma de trabalho e focos operacionais da Marinha distinguem os aviadores navais dos aviadores comuns.[136] Marinheiros, cabos e sargentos formam-se como mecânicos, responsáveis por manobras de bordo, operadores de sistemas, controladores de tráfego aéreo e outras especialidades. Todos são formados no Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), unidade-escola em São Pedro da Aldeia com diversos cursos.[206]

Os oficiais são primeiro formados na Escola Naval ou no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, onde a maioria escolhe servir no Corpo da Armada. Os que optam pelos Fuzileiros Navais no início da carreira são minoria, e os oficiais do terceiro Corpo, a Intendência, não são aptos a ingressar. Após um a três anos em atividades convencionais, eles passam por uma seleção difícil, especialmente no aspecto físico, para ingressar no CIAAN, que ensina a teoria, como a meteorologia, regras de tráfego aéreo e aerodinâmica. O centro conta com vários simuladores de voo. O ensino prático é no 1.º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1), possivelmente com um período anterior na base da Aviação do Exército Brasileiro em Taubaté ou na Academia da Força Aérea (AFA) em Pirassununga. Alguns dos que seguem à AFA são selecionados para voar em asas fixas, uma formação mais longa, com períodos na Força Aérea e Marinha americanas.[207][208]

No HI-1, o primeiro voo sem instrumentos é celebrado num ritual em que se passa óleo queimado no corpo do piloto. Concluída a formação básica, ele pode escolher o esquadrão em que irá servir, onde fará um novo curso de formação e retornará ao CIAAN para cursos de aperfeiçoamento e especialização.[208] O HI-1 brevetou mais de 800 oficiais de 1961 a 2016, incluindo médicos especializados em aviação, membros de marinhas de outros países da América do Sul, das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares e da primeira turma de aviadores do Exército Brasileiro, nos anos 1980.[209]

Notas e referências

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Notas

  1. "O momento do ressurgimento da Aviação Naval é algo que ainda carece de consenso. Alguns alegam que o decreto que criou a Diretoria de Aeronáutica da Marinha, em 1952, seria o marco da retomada da Aviação Naval no Brasil. Entretanto, ainda levariam muitos anos até que um piloto da Marinha, pilotando uma aeronave dessa instituição, levantasse voo de um de seus navios ou base aeronaval."[1]
  2. Vide o Decreto n. 12.167, de 23 de agosto de 1916, Decreto-lei n. 2.961, de 20 de janeiro de 1941, Lei n. 1.658, de 4 de agosto de 1952, Decreto n. 55.627, de 26 de Janeiro de 1965 e Decreto n. 2.538, de 8 de abril de 1998.
  3. A mudança de nome da ForAerNav foi em 1965.[80] O Minas Gerais inicialmente fazia parte dela até ser subordinado diretamente ao ComemCh. O regulamento da DAerM de 1970 subordinou-a ao Diretor Geral de Material da Marinha e separou-a do CIAAN, concentrando sua atividade nas questões de material, segurança de voo política. O HI-1, originalmente subordinado ao CIAAN, foi transferido junto com este órgão para a subordinação da ForAerNav, de forma que apenas a parte acadêmica da instrução permaneceu no CIAAN. O heliponto na Avenida Brasil deixou de sediar unidades.[81]
  4. A semelhança foi notada para o VF-1 por Winchester, Jim (2005). Douglas A-4 Skyhawk: Attack & Close-Support Fighter Bomber. [S.l.]: Pen and Sword . cap. 4. A nomenclatura americana é explicada em Evans, Mark L.; Grossnick, Roy A. (2015). «Squadron designations and abbreviations». United States Naval Aviation 1910-2010 vol. II: Statistics. Washington: Naval History and Heritage Command .
  5. Como a FAB receberá os mesmos helicópteros por esse programa, denominado TH-X, a padronização das aeronaves de ensino poderia futuramente permitir um centro de instrução de voo conjunto.[189]

Citações

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  3. FGV Projetos (2016), p. 17.
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  5. Darósz (2018), p. 37.
  6. Darósz (2018), p. 39.
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  18. Cascardo (2005), p. 139, 194-195, 202.
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Bibliografia

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Periódicos

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Trabalhos acadêmicos

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Páginas web

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Ligações externas

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