7.ª Região Militar
7ª Região Militar | |
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Brasão | |
País | Brasil |
Corporação | Exército Brasileiro |
Subordinação | Comando Militar do Nordeste |
Sigla | 7ª RM |
Criação | 1945 |
Patrono | Matias de Albuquerque |
Comando | |
Comandante | Gen Div Rogério Cetrim de Siqueira[1] |
Sede | |
Sede | Recife - Pernambuco |
Página oficial | Página oficial |
Mapa da área de atuação | |
Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte |
A 7ª Região Militar (7ª RM) é uma das doze regiões militares do Exército Brasileiro, sediada no Recife, Pernambuco e subordinada ao Comando Militar do Nordeste. Abrange Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Compreendendo o saliente nordestino, historicamente teve maior importância militar durante a Segunda Guerra Mundial, quando surgiu também em Pernambuco a 7ª Divisão de Infantaria, posteriormente denominada 7ª Divisão de Exército. A região teve seu comando unido ao da divisão de 1958 a 2014.
História
[editar | editar código-fonte]A região traça seu passado à 2ª Região Militar, criada em 1915, cujo número passou a 6ª, em 1919, e 7ª em 1923.[2] Antes disso, Recife havia sediado o 2º Distrito Militar, na organização de 1851, e a 5ª Região Militar, de 1908, composta de Pernambuco e Paraíba. Em 1915 ela foi expandida para o Rio Grande do Norte e o Ceará[3] Em 1922 a 6ª Região Militar interferiu na violenta eleição em Pernambuco, com o comandante, coronel Jaime Pessoa da Silveira, parente do presidente Epitácio Pessoa, favorecendo o candidato ligado ao presidente. A interferência foi polêmica e em 29 de junho o marechal Hermes da Fonseca enviou um telegrama aconselhando o desacato às ordens do governo. Isso resultou na prisão de Hermes, um antecedente imediato da Revolta dos 18 do Forte no Rio de Janeiro.[4][5] Em 1926 as unidades da região passaram a pertencer em tese à 5ª Divisão de Infantaria, mas essa divisão nunca existiu de fato. A região abrangia em 1930 cinco estados, do Ceará a Alagoas.[3]
Em 1930, com a guerra no Território de Princesa e a morte de João Pessoa, governador da Paraíba, o comandante da Região, general Alberto Lavenére Wanderley, enviou forças ao interior paraibano e transferiu seu quartel à capital do estado. Ao eclodir a Revolução de 1930 ele foi morto pelos rebeldes,[6][7] que rapidamente assumiram o controle das unidades da região, com os maiores combates no Recife.[8] O quartel regional foi atacado na revolta do 21º Batalhão de Caçadores, em outubro de 1931, e na Intentona Comunista de 1935, na qual Pernambuco e o Rio Grande do Norte estiveram conflagrados.[9]
Alagoas passou à 6ª Região Militar, de Salvador, em 1934, retornando à 7ª em 1941, com o rio São Francisco delimitando a fronteira regional. Nesse ano ela atingiu sua máxima extensão pela incorporação do Maranhão e Piauí. Até então sua prioridade era baixa, e em todo esse território suas principais forças eram sete batalhões de caçadores para guarnecer as capitais dos estados abrangidos. Na Segunda Guerra Mundial ela adquiriu importância pela posição geográfica do saliente nordestino no Oceano Atlântico, levando à criação de duas divisões de infantaria (DIs), a 7ª e a 14ª; esta última teve seu comando abolido antes do final da guerra. Em 1942 o Maranhão, Piauí e Ceará foram separados para formar a nova 10ª Região Militar,[3] por sugestão do general Mascarenhas de Moraes, para o qual o território era grande demais para um comando só.[10]
O comando tornou-se simultâneo da 7ª RM e 7ª DI em 1958,[2] situação típica das regiões de menor prioridade. Em 1973 a DI tornou-se divisão de Exército (DE). Duas brigadas de infantaria motorizada foram formadas sob a divisão, a 7ª e 10ª.[11] Em 2014 a 7ª RM/DE tornou-se unicamente 7ª RM,[2] com a desativação da divisão, mas ela foi reativada em 2021 como parte de uma atenção renovada do Exército no Nordeste. A mudança nos comandos não significou a transferência de efetivos.[12]
Organizações militares subordinadas
[editar | editar código-fonte]- 7ª Região Militar - Recife[13]
- Comando da 7ª Região Militar - Recife - PE
- Base Administrativa de Curado - Recife - PE
- Base Administrativa da Guarnição de João Pessoa - João Pessoa - PB
- 7º Depósito de Suprimentos - Recife - PE
- Parque Regional de Manutenção da 7ª Região Militar - Recife - PE
- Museu Militar do Forte do Brum - Recife - PE
- Hospital de Guarnição de Natal - Natal - RN
- Hospital de Guarnição de João Pessoa - João Pessoa - PB
- Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti - Paudalho - PE
- Hospital Militar de Área do Recife - Recife - PE
Referências
- ↑ «Comandante da 7ª RM». Visitado em 6 de maio de 2024
- ↑ a b c 7ª RM. «Nossa história». Consultado em 2 de junho de 2022. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2021
- ↑ a b c Duarte, Paulo de Queiroz (1971). O Nordeste na II Guerra Mundial - Antecedentes e ocupação. Rio de Janeiro: Record
- ↑ Santos, Wagner Serafini dos (2016). Exposição fotográfica sobre a revolta militar de 1926 em Santa Maria, RS, Brasil (PDF) (Dissertação de Mestrado). Santa Maria: UFSM. Consultado em 26 de maio de 2022. p. 58.
- ↑ Cunha, Ângela Britto da (2011). “A sala de detidos”: atuação e ascensão da polícia política da capital federal do Brasil, 1920-1937 (PDF) (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: CPDOC FGV. Consultado em 13 de maio de 2022. p. 114-115.
- ↑ CPDOC FGV (2015). Dicionário da Elite Política Republicana (1889-1930). Rio de Janeiro: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2022. WANDERLEY, Alberto Lavenére.
- ↑ Silva, Bárbara Bezerra Siqueira (2015). O poder político de José Américo de Almeida: a construção do americismo (1928-1935) (PDF) (Dissertação de Mestrado). João Pessoa: UFPB. Consultado em 2 de junho de 2022. p. 64.
- ↑ Lima Sobrinho, Barbosa (1975). A verdade sobre a Revolução de Outubro - 1930 2ª ed. São Paulo: Alfa-Omega. p. 143-146.
- ↑ Costa, Homero de Oliveira (2015). A Insurreição Comunista de 1935 (PDF). Natal: EDUFRN
- ↑ Gomes, George Henrique de Vasconcelos; Dantas, Wanderson Ramonn Pimentel (2020). «Ameaça Oculta no Horizonte Atlântico: Vigilância, Mobilização e Defesa Passiva Antiaérea nos Litorais Paraibano e Piauiense (1941-1945)». Navigator. 16 (32). Consultado em 3 de junho de 2022
- ↑ Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes (2018). Modernização e reestruturação do Exército brasileiro (1960-1980) (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: UFRJ. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- ↑ Kawaguti, Luis (11 de dezembro de 2021). «Nova divisão e projeto bilionário colocam o Nordeste no foco do Exército». Gazeta do Povo. Consultado em 3 de junho de 2022. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2021
- ↑ Comando Militar do Nordeste. «Estrutura organizacional». Consultado em 3 de junho de 2022