A Arte da Guerra (Maquiavel)

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 Nota: Se procura o livro de Sun Tzu, veja A Arte da Guerra.
Dell'arte della guerra
A arte da guerra
A Arte da Guerra (Maquiavel)
Autor(es) Nicolau Maquiavel
Idioma Italiano
País República Florentina
Gênero Filosofia, Literatura internacional[1]
Lançamento 1520 ou 1521
Edição portuguesa
Páginas 208
Edição brasileira
Tradução Edson Bini
Editora Editora Edipro
Lançamento 2002
Páginas 256
ISBN 9788572833332

A Arte da Guerra (Dell'arte della guerra, em italiano), foi escrito entre 1519 e 1520[2] pelo Renascentista Italiano e filósofo político Nicolau Maquiavel.

O formato de A Arte da Guerra é um diálogo socrático. O propósito, declarado por Lord Fabrizio Colonna (talvez a persona de Maquiavel) no início, "Honrar e recompensar a virtù, não ter desprezo pela pobreza, estimar os modos e ordens da disciplina militar, obrigar os cidadãos a amar uns aos outros, a viver sem facções, estimar menos o bem privado do que o bem público”. Para esses fins, observa Maquiavel em seu prefácio, os militares são como o telhado de um palazzo protegendo o conteúdo.

Escrito entre 1519 e 1520 e publicado no ano seguinte, foi a única obra histórica ou política de Maquiavel impressa durante sua vida, embora ele tenha sido nomeado historiador oficial de Florença em 1520 e encarregado de pequenos deveres civis.

Formato[editar | editar código-fonte]

É dividido em prefácio ("proêmio") e sete livros (capítulos), sendo os dois primeiros focados na instituição militar e vida civil, enquanto os terceiro à sexto dedicam-se à organização do exército. O sétimo e último demonstra as regras gerais e conclusões.[2]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A Arte da Guerra de Maquiavel ecoa muitos temas, questões, ideias e propostas de suas obras anteriores e mais lidas, O Príncipe e Os Discursos. Para o leitor contemporâneo, o diálogo de Maquiavel pode parecer impraticável e subestimar a eficácia das armas de fogo e da cavalaria. No entanto, suas teorias não se baseavam apenas em um estudo e análise minuciosos das práticas militares clássicas e contemporâneas. Maquiavel serviu por quatorze anos como secretário da Chancelaria de Florença e "observou pessoalmente e relatou a seu governo o tamanho, composição, armamento, moral e capacidades logísticas dos militares mais eficazes de sua época". No entanto, a força de combate nativa que ele supervisionou assiduamente sofreu uma derrota catastrófica em Prato em 1512, que levou à queda do governo republicano florentino.[3]

Estratégia militar e ciência[editar | editar código-fonte]

Maquiavel escreveu que a guerra deve ser expressamente definida. Ele desenvolveu a filosofia da "guerra limitada" — isto é, quando a diplomacia falha, a guerra é uma extensão da política. A Arte da Guerra também enfatiza a necessidade de uma milícia estadual e promove o conceito de cidadania armada. Ele acreditava que toda a sociedade, religião, ciência e arte dependiam da segurança fornecida pelos militares.[4]

Temas[editar | editar código-fonte]

O conteúdo e o formato de A Arte da Guerra estão estranhamente em desacordo. Nas páginas iniciais, depois de Cosimo ter descrito a inspiração de seu avô para os jardins nos quais as conversas são ambientadas, Fabrizio declama que devemos imitar a guerra antiga em vez das formas de arte antigas. No entanto, a Arte da Guerra é um diálogo na tradição humanista de imitar as formas clássicas. O próprio Maquiavel parece ter caído na armadilha pela qual Fabrice critica Bernardo Rucellai. Apesar dessa contradição inerente, falta ao livro muito do tom cínico e do humor tão característicos das outras obras de Maquiavel.[5][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Coleção L&PM» 
  2. a b «A Arte da Guerra – Maquiavel». Nicolaumaquiavel.com.br. Consultado em 15 de Janeiro de 2016. Arquivado do original em 15 de março de 2016 
  3. Christopher Lynch, "Introdução", em The Art of War trans. Christopher Lynch (Chicago: University of Chicago Press, 2003), xiv.
  4. Art of War, Machiavelli, p. 234
  5. Mansfield, Harvey C. "Machiavelli's Virtue" p. 191 and 196.
  6. Hanna Fenichel Pitkin, Fortune is a Woman: Gender and Politics in the Thought of Niccolò Machiavelli (Berkeley: University of California Press, 1984), 68–69.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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