A Farsa da Boa Preguiça
A Farsa da Boa Preguiça é uma peça teatral em três atos, escrita por Ariano Suassuna em 1960.[1][2] Foi encenada pela primeira vez pelo Teatro Popular do Nordeste (TPN), com direção de Marcony Portugal, em 1961. A peça foi considerada a obra preferida de Ariano Suassuna.
Histórico
[editar | editar código-fonte]Depois do sucesso obtido do Auto da Compadecida, em 1957, Suassuna manteve a estética daquela peça, aproximando elementos da cultura nordestina com a Florença e Roma medievais. Com A Farsa da Boa Preguiça o autor aprofundou sua proposta de buscar na cultura popular a fonte para um teatro erudito brasileiro, ao mesmo tempo que retomava a crítica social.[3]
A estreia aconteceu em 24 de janeiro de 1961, no Teatro de Arena do Recife, com elenco liderado por Clênio Wanderley, Germano Haiut e José Pimentel. Francisco Brennand assinou os cenários e figurinos, e a trilha sonora foi composta por Capiba.[4]
Em 1969, o Teatro Popular do Nordeste voltou a apresentar o texto, desta vez com direção de Guita Charifker.[5] No Rio de Janeiro, o ator Milton Gonçalves estrelou uma produção em 1975, com o Grupo Chegança.[6] Em 1995, a obra foi adaptada para a televisão, num especial da Rede Globo estrelado por Marieta Severo, Ary Fontoura, Antônio Nóbrega, Patrícia França, Ilya São Paulo e Laura Cardoso.[7]
Sinopse
[editar | editar código-fonte]A farsa conta a história do poeta popular Joaquim Simão e sua mulher, Nevinha. O rico Aderaldo, apaixonado por Nevinha, tenta conquistá-la com a ajuda da diaba Andreza. Clarabela, socialite mulher de Aderaldo, está por sua vez apaixonada por Simão, que acaba cedendo à tentação e inicia um caso com ela.
Nevinha, fiel ao marido, pede que ele procure um emprego. Mas Simão se nega a abandonar o "ócio artístico" e a poesia.
Aderaldo é enganado pelo demônio Fedegoso, o Cão Caolho, e perde quase todo o seu dinheiro. Com muito trabalho, volta a enriquecer. Aposta então sua fortuna com Joaquim Simão que, se perder, terá de lhe entregar a mulher. O poeta ganha a aposta e enriquece, mas depois perde tudo.[8]
No fim da peça Aderaldo e Clarabela são levados para o Inferno. Simão e Nevinha tentam salvá-los rezando um pai-nosso e uma ave-maria. São Pedro, São Miguel e Manuel Carpinteiro (Jesus) aparecem e falam sobre a importância da humildade e da arte para a vida de qualquer pessoa.
Referências
- ↑ A Farsa da Boa Preguiça Arquivado em 16 de abril de 2014, no Wayback Machine.. Teatro Barracão
- ↑ A Farsa da Boa Preguiça Arquivado em 16 de abril de 2014, no Wayback Machine.. Brasil PQ11
- ↑ COSTA, Kelly Sheila Inocêncio. A farsa da boa preguiça na sala de aula: o ideário cristão e o riso entre a cultura popular e a erudita Arquivado em 16 de abril de 2014, no Wayback Machine.. Dissertação na área de Linguagem e Ensino, Curso de Pós Graduação em Letras, Universidade Federal da Paraíba, 2006. Pág. 25
- ↑ Ficha técnica resumida. Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro
- ↑ Ficha técnica resumida. Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro
- ↑ Ficha técnica resumida. Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro
- ↑ «SECEL». www.secel.mt.gov.br. Consultado em 25 de novembro de 2023
- ↑ MACHADO, Irley. Pobreza e miséria na Farsa da Boa Preguiça de Ariano Suassuna. OPSIS - Revista do NIESC, Vol. 6, 2006