Aarão Garcia

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Aarão Garcia
Aarão Garcia
Nome completo Aarão Henriques Garcia
Nascimento 22 de junho de 1896
Comendador Venâncio
Morte 11 de abril de 1967 (70 anos)
Comendador Venâncio
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Poeta, humorista, escritor, empresário e ativista político

Aarão Henriques Garcia (Comendador Venâncio, 22 de junho de 1896Comendador Venâncio, 11 de abril de 1967) foi um poeta, humorista, cronista, escritor, fazendeiro, empresário e ativista político brasileiro.[1] Considerado em 1958 pelo jornal O Seminário como "um dos maiores poetas vivos da terra fluminense",[2] ganhou notoriedade por sua atuação política na cidades de Itaperuna e Laje do Muriaé. Aarão é filho do Comendador Venâncio José Garcia.[3]

No dia 19 de setembro de 1948, Aarão recebe o presidente Eurico Gaspar Dutra junto com outras personalidades locais em um banquete, e Aarão teve a oportunidade de discursar e recitar poemas ao presidente.[4]

Em 30 de janeiro de 1957, no Itaperuna Tênis Clube, Aarão Garcia recebe novamente um presidente da república, dessa vez Juscelino Kubitschek. O bufê foi organizado pelo prefeito José Dias Terra e contou com a presença de 300 pessoas. Aarão "recitou versos em louvor ao presidente, agradecendo o sr. Juscelino Kubitschek". Juscelino estava na cidade para a inauguração da BR-32, ligando Muriaé, Itaperuna e Campos.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Aarão foi o filho mais novo do Comendador Venâncio José Garcia e da dona Maria Augusta Henriques Garcia.[6] Nasceu na Fazenda Santo Antônio, de propriedade do pai. Aos 15 anos de idade, foi internado no Colégio Fenelon, na cidade mineira de São Miguel, atual Eugenópolis.[1]

Pouco tempo depois se muda para Juiz de Fora para estudar no Colégio Tarboux. Lá ele começa a participar do grupo literário de José do Patrocínio Filho. Após formado, retorna ao norte-fluminense e se torna cronista do jornal de Campos do Goytacazes Monitor Campista.[1] No jornal adota o pseudônimo Levíssimo e escreve a crônica humorística Ao de leve.[1]

Seu sonho de cursar direito no Rio de Janeiro acabou não se concretizando, e ele retorna a morar na fazenda do pai, as margens do Rio Muriaé. Durante toda a sua vida ele se dividiu entre a sua paixão pela poesia e o trabalho em sua fazenda.[7]

Carreira Artística[editar | editar código-fonte]

Durante toda a sua carreira escreveu poemas e crônicas humorísticas. No entanto, seu único livro de poesias em vida chamado "Grito do Nada", anunciado em 1920, só foi publicado em 1957.[1] Três obras foram publicadas postumamente, chamados Alho, Pimenta e Cebola, Tulipas, Trovas e Trapos e "Fim de Ocaso". Em 1964 foi eleito pela Academia Nilopolina de Letras, porém não chegou a tomar posse

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Aarão foi por muitos anos atuante nos problemas vividos em Comendador Venâncio. Em 1953, juntamente com Roque Garcia Tosta, foi responsável por trazer o primeiro cinema no distrito, chamado de "Cine São Roque".[8] O cinema foi fechado em 1979. Foi responsável por introduzir a prática de futebol em Comendador Venâncio na década de 1920 e um dos primeiros em Itaperuna. Ajudou a fundar em 1950 o Esporte Clube Venancense, e seu nome é dado ao estádio do clube, o estádio Aarão Garcia.[9]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • 1948: Itaperuna, poema;[7]
  • 1948: A frente dos Metais, poema;[7]
  • 1948: Sonho de pintor, poema;[7]
  • 1948: Árvore velha, poema;[7]
  • 1948: Jesus...Do Corcovado, poema;[7]
  • 1948: Metamorfose, poema;[7]
  • 1948: O vale, poema;[7]
  • 1957: Grito do Nada, livro;[1]
  • 1967: Alho, Pimenta e Cebola, obra;[1]
  • 1967: Bergônias, Perpétuas e Goivos, obra;[10]
  • 1967: Tulipas, Trovas e Trapos, obra;[1]
  • 1967: Fim de Ocaso, obra;[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i de Bragança, Emmanuel (24 de fevereiro de 1968). «Aarão Garcia». O Fluminense (00120). Rio de Janeiro. p. 7 
  2. «A noite sertaneja de Comendador Venâncio». O Seminário (00120). Rio de Janeiro. 31 de julho de 1958. p. 8 
  3. AMARO, Altayr dos Santos Ferreira (2009). Comendador Venâncio nossa comunidade. [S.l.: s.n.] 
  4. «Regressou de sua visita a Campos e Itaperuna o Presidente da República». Jornal do Brasil (00222). Rio de Janeiro. 21 de setembro de 1948. p. 9 
  5. «Nova rodovia entrege a população fluminense». Diário de Notícias (10500). Rio de Janeiro. 30 de janeiro de 1957. p. 7 
  6. Major Porphírio Henriques (1956). A Terra da Promissão - A história de Itaperuna. [S.l.]: Editora Aurora 
  7. a b c d e f g h «Fazendeiro e poeta». A Noite (00801). Rio de Janeiro. 4 de julho de 1944. p. 15 
  8. «Segunda Postagem da Série: História de Itaperuna.O site RF volta ao passado e relembra os antigos acontecimentos da nossa querida cidade. Comendador Venâncio!». RF Itaperuna - Noticias e informações de Itaperuna. 12 de junho de 2017. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  9. «Itaperuna anuncia retorno ao futebol e lança plano para doações de torcedores». Jornal Tempo News. Março de 2017. Consultado em 23 de julho de 2020 
  10. «Morreu Aarão Garcia». O Fluminense (22832). Rio de Janeiro. 1967