Império Etíope

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Império Etíope

Governo no exílio; 1936-1941

1270 — 1974 
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Bandeira Escudo

Império Etíope em 1952; na sua maior expansão
Capital
Países atuais

Língua oficial
Religião Cristianismo ortodoxo (Igreja Ortodoxa Etíope)
Moeda
  • Blocos de sal (Amoleh)
  • Maria Theresa Thaler (1780-1894)
  • Birr etíope (a partir de 1894)

Forma de governo
Negus (Imperador)
• 1270-1285  Iecuno-Amelaque (Primeiro)
• 1930-1974  Haile Selassie I (Último)
Primeiro-Ministro
• 1909-1927  Habte Giyorgis Dinagde (Primeiro)
• 1927-1974  Mikael Imru (Último)

Período histórico
• 1270  Fundação
• 1895-1896  Primeira Guerra Ítalo-Etíope
• 1935-1941  Invasão Italiana
• 5 de maio de 1941  Soberania restabelecida
• 12 de Setembro de 1974  Golpe militar marxista (Dergue)
• 1974  Monarquia derrubada por Mengistu Haile Mariam

O Império Etíope, também conhecido pelo nome Abissínia[1] (vindo do termo árabe Al-Habash; derivado do grupo étnico Habexa) foi um império do continente africano que no passado ocupou os modernos territórios da Etiópia e da Eritreia. Em 1896 através de expansões territoriais exercidas pelo imperador Menelique II, o império se estendeu até as atuais regiões de Oromia e Ogadénia e obteve sua maior extensão territorial em 1952 quando anexou a Federação da Eritreia. Teve seu início em aproximadamente 1270 quando o imperador Iecuno-Amelaque que legitimava ser descendente da antiga Dinastia Salomônica depôs Ietbaraque, o último rei do Reino Zagué e estabeleceu o Império Etíope. Durou aproximadamente 704 anos e teve sua queda em 1974, quando o último imperador Haile Selassie foi deposto por um golpe militar colocado em prática pelo Regime Dergue. Foi a única monarquia africana que resistiu com sucesso à tentativa de colonização europeia, após a sua vitória sobre a Itália na histórica Batalha de Aduá.[2] Foi também junto com a Libéria, o único estado africano a garantir independência durante a Partilha de África.

História[editar | editar código-fonte]

Retrato coêtano de Iecuno-Amelaque, fundador do Império Etíope

Em 1270, o príncipe Iecuno-Amelaque depôs Ietbaraque, o último rei do Reino Zagué, reino que até então dominava o planalto central da Etiópia, e foi creditado por derrubar a Dinastia Agau dos Zagué para fundar o Império Etíope.[3] Iecuno-Amelaque afirmava ser da linhagem dos neguses (reis da Etiópia) do antigo Império de Axum sendo, por conseguinte, da mesma linhagem da Dinastia Salomônica fundada por Menelique I, que acredita-se tradicionalmente ter sido o filho originário do casamento entre o rei Salomão de Israel com a Rainha de Sabá.[4] A Dinastia Salomônica era maioritariamente constituída pelo povo Habexa, de onde deriva o nome Abíssinia; termo que, historicamente era usado por europeus e árabes para se referirem ao país; os Habexas reinaram a Etiópia com poucas interrupções e fundaram uma dinastia baseada na antiga forma de monarquia dos reinos predecessores de Axum e Dʿmt.[5]

Foi no seu início um estado pequeno e com pouca hegemonia na região onde se localizava (Chifre da África) porém, o Império conseguiu se expandir gradativamente sob as forças militares dos imperadores Ámeda-Sion I(r. 1314–1344) e Isaque I (r. 1414–1429) o que o tornou temporariamente uma potência regional no chifre africano. O Império quase sempre esteve rodeado por forças muçulmanas hostis, porém mesmo assim conseguiu formar um estado mantendo sua antiga forma de cristianismo; em meados do século XV o negus Isaque I foi desafiado a uma batalha pelo sultão Jamaladim II do Sultanato de Adal, o que ocasionou a morte de Isaque.[6]

O Sultanato de Hadia, que se localizava ao sudoeste da Etiópia, foi invadido pela mesma e transformado em um estado tributário. A princesa Eleni do Sultanato de Hadia foi capturada e converteu-se ao cristianismo, levando ao seu casamento com o imperador Zara-Jacó (r. 1434-1468).[7] Estados muçulmanos na região, bem como o Sultanato de Adal, rejeitaram totalmente a aliança de casamento e repetidas vezes tentaram invasão à Etiópia, finalmente tendo sucesso sob imame Mafuz. A emboscada e derrota de Mafuz sob o imperador Davi II provocou a jiade do início do século XVI guiada pelo comandante adalite imame Amade Grã que foi derrotado pela Etiópia em 1543 com a ajuda de Portugal.[8] Todos estes fatores levaram ao enfraquecimento do império, junto com a perda de estados tributários e parte do território ao sul devido às migrações oromas.[9]

Ao norte, no que hoje é a Eritreia, o império conseguiu repelir sucessivamente as tentativas de invasão do Império Otomano que tentou transformar a Etiópia em um país muçulmano, embora tenha perdido temporariamente o seu acesso ao Mar Vermelho para eles. Reagindo a esses desafios a Etiópia começou uma larga expansão para o oeste, conquistando as margens do Lago Tana e grande parte do território que hoje é chamado de Simien.

Período Gondar (1630-1855)[editar | editar código-fonte]

Palácio Fasil Guebi

Na década de 1630 o Imperador Fasíladas fundou a cidade de Gondar que viria a ser a nova capital do Império e estabeleceu a sua residência na cidade-Fortaleza de Fasil Guebi, o que marcou o início de uma era de ouro na Etiópia chamada de "era gondar". O império obteve relativa paz, a integração bem sucedida da cultura oromo e acordos de paz entre muçulmanos. Este período também foi marcado por uma intensa manifestação cultural e artística com um grande desenvolvimento da arquitetura e o aparecimento de filósofos etíopes notáveis como Zera Yacob e Walda Heywat.[carece de fontes?]

Com a morte do imperador Josué II (1755) e mais especificamente Joás I (1769), o reino acabou entrando em um período de descentralização política chamado de Zemene Mesafinte ou variadamente traduzido como 'Era dos Príncipes' que durou de 1769 até 1855 e marcou uma divisão no período Gondar onde houve intensas disputas entre os senhores de terra regionais conhecidos como Ras, e também estagnação política e cultural na Etiópia. A histórica região chamada de Xoa, localizada na fronteira sudeste da Etiópia se separou e constituiu um reino autônomo, enquanto que o Império estava dividido em várias regiões sem autoridade central efetiva. Foi um período da história etíope onde os imperadores da Dinastia Salomônica foram reduzidos a pouco mais que meras figuras representativas confinadas a capital de Gondar.[10]

Era da Modernização[editar | editar código-fonte]

Retrato do Imperador Teodoro II que deu fim ao Zemene Mesafinte e conduziu o império ao período da modernização

O imperador Teodoro II (r. 1855-1868) pôs fim à a descentralização do Zemene Mesafinte, ao estado autônomo de Xoa, e conduziu o Império ao período de modernização antes de morrer acerca de um suicídio durante a Expedição Britânica à Abissínia. Seu sucessor João IV (r. 1868–1889) desempenhou um papel fundamental no engajamento militar do país e lutou com sucesso contra os egípcios e os madistas antes de morrer na última Batalha de Galabate em 1889.[11] Logo depois, subiria ao trono Menelique II (r. 1889–1913) que foi responsável por fundar a cidade de Adis Abeba que viria a ser a nova capital do Império, sendo que até hoje a cidade ainda mantém o estatuto de capital da Etiópia. Ele também foi responsável por continuar o período de modernização já colocado em prática e por concluir as políticas de expansão de seu antecessor, subjugando muitos povos e reinos ao que hoje são as regiões ocidental, meridional e oriental da Etiópia, assim ele deu ao país as extensões geográficas que tem hoje. Naquele período estava havendo uma corrida das potências europeias para adquirirem uma colônia na África, sendo assim Menelique II assinou com a Itália o Tratado de Wuchale que foi uma negociação que a cedia o litoral do país para os italianos terem como sua colônia e em troca eles deveriam fornecer suprimentos militares para a Etiópia. A esta colônia os italianos deram o nome de Eritreia Italiana.[12] Mas através de um desentendimento com a tradução do tratado que estava em Amárico, que fez os italianos pensarem que poderiam tomar posse de toda Etiópia, Menelique II negou o tratado, o que levou tropas italianas a atacarem o país e tentar transformá-lo em sua colônia, porém, a Etiópia conseguiu manter sua independência após derrotar decisivamente a Itália na Batalha de Aduá em 1896, utilizando armamento moderno, muitos deles importados da própria Itália.[2] Como resultado da vitória dos etíopes, a Itália assinou em 1896 o Tratado de Adis Abeba que foi um tratado provisório que obrigava a reconhecer a Etiópia como um país independente, porém foi autorizada à manter a Eritreia. Países como França e Reino Unido que tinham possessões coloniais que faziam fronteira com a Etiópia também assinaram esse tratado.[13]

Século XX[editar | editar código-fonte]

Mais tarde em 1935 a Itália, já transformada em uma ditadura fascista por Benito Mussolini, viria novamente tentar colonizar a Etiópia, sendo que dessa vez a Itália obteve vitória na Segunda Guerra Ítalo-Etíope em 1936 e conseguiu ter domínio sobre a Etiópia, mas por ter sido um período muito curto de ocupação (1936-1941) não foi considerado uma colonização definitiva. Por causa dessa invasão, Haile Selassie que na época era o imperador da Etiópia viu-se obrigado à se exilar na Inglaterra. Com a ocupação do país pela Itália, ele foi fundido em uma única colônia chamada de África Oriental Italiana que consistia nas colônias italianas da vizinha Eritreia ao norte e a colônia de Somalilândia ao oeste. Durante a Segunda Guerra Mundial em 1941 os italianos foram expulsos da Etiópia pelo exército de Haile Selassie com o apoio do Exército Britânico, o imperador Selassie retornou do exílio e o país foi um dos membros fundadores da Organização das Nações Unidas. A Eritreia que também havia sido abdicada pela Itália em 1941 e se transformado em uma federação britânica, foi anexada pela Etiópia em 1952, no entanto, isso acarretou na Guerra de Independência da Eritreia que viria a ser um dos principais motivos para a queda do Império em 1974, junto com a crise que o país estava enfrentando, a fome de Wollo de 73, e o descontentamento popular por parte do governo de Haile Selassie.

Resistência Colonial e Batalha de Aduá[editar | editar código-fonte]

A Etiópia ao longo de sua existência é marcada pelo seu grande empório militar e por sempre ter garantido resistência sobre as tentativas de invasões coloniais, já tendo repelido com sucesso monarquias muçulmanas, exércitos árabes e também já venceu guerras contra o Império Otomano, tendo Portugal como aliado em muitas de suas batalhas. Dentre os empenhos de resistência, o mais famoso e importante de todos é a Batalha de Aduá; disputada com a Itália e vencida com sucesso em 1 de março de 1896, quando a Etiópia é surpreendida ao ser a única civilização nativa africana que derrotou os colonizadores europeus e permaneceu independente durante a Partilha de África, e é juntamente com a Libéria, a única nação africana que não foi colonizada por um país europeu. Hoje em dia a vitória da Etiópia sobre a Itália é considerada símbolo de resistência africana e fonte de orgulho nacional para os etíopes. Sua vitória é comemorada anualmente no país, sendo celebrada todo dia 1.° de março.

Ocupação Italiana e a Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Império Etíope no exílio

Apesar da Etiópia ser considerado um país nunca colonizado por nenhuma potência externa, a Itália já conseguiu manter um breve domínio sobre o país, que durou de 1936 à 1941, porém, por ter sido um período muito curto de ocupação não foi considerado uma colonização de fato. O ditador da Itália fascista Benito Mussolini regularizava a ideia de que para a Itália se autoproclamar um império, que era o que Mussolini mais desejava para o seu país, era necessário primeiramente restaurar o orgulho e o nacionalismo italiano, e ele viu a conquista da Etiópia como uma das principais formas de fazê-lo, visto que o país fracassou totalmente ao realizar a tentativa de colonizá-la na Primeira Guerra Ítalo-Etíope de 1896. Os italianos conseguiram realizar a invasão na Etiópia através da vitória da Itália na Segunda Guerra Ítalo-Etíope em 5 de maio de 1936, com soldados Italianos comandados pelo Marechal Emilio De Bono que partiram da colônia da Eritreia, a qual já estava sob o domínio da Itália desde o século XIX. A guerra teve duração de sete meses e houve um intenso uso de armas químicas por parte dos italianos, visto que, apesar da superioridade militar da Itália na questão tecnológica, as forças etíopes apresentaram bastante resistência no início da guerra.[14] Historiadores citam a Segunda Guerra Ítalo-etíope como uma das principais agressões que mais tarde desencadeariam a Segunda Guerra Mundial.

A agressão da Etiópia pela Itália fascista foi condenada pela organização da Liga das Nações, na qual a Etiópia foi o único país africano à fazer parte, porém pouco foi feito para acabar com as hostilidades, o que comprovou a ineficiência da organização. Em 30 de junho de 1936, o imperador Haile Selassie foi na sede da Liga das Nações, em Genebra para realizar um discurso denunciando as atrocidades que estavam ocorrendo em seu país e pedir apoio da comunidade internacional, e portanto foi declarado sanções econômicas pela Liga das Nações.

O rei da Itália Vítor Emanuel III se declarou "Imperador da Etiópia" junto com o ditador Benito Mussolini, enquanto que o imperador da Dinastia salomônica Haile Selassie estava em exílio na Inglaterra. Durante a ocupação, o território da Etiópia foi fundido ao de colônias italianas que já existiam em suas fronteiras, sendo elas as da Eritreia e Somalilândia que juntas à Etiópia formaram uma única colônia chamada de África Oriental Italiana, que era dividida em seis províncias (Xoa, Amara, Eritreia, Somália, Harrar e Gala-Sidamo), no qual alguns de seus nomes foram inspirados em províncias já existentes anteriormente no Império. Uma nova moeda também passou à circular nesse período, que ficou conhecida como a lira da África Oriental Italiana.

No decorrer do período de ocupação, atos violentos por parte da Itália sobre a população da Etiópia haviam sido amplamente cometidos e os etíopes foram totalmente privados de sua liberdade de expressão e manifestação cultural. Mussolini manteve o domínio italiano sobre a Etiópia até novembro de 1941, quando foi rendido pela união das tropas britânicas e libertadores etíopes durante a Campanha Militar da África Oriental (Segunda Guerra Mundial) e viu-se convencido à abandonar todas as suas colônias existentes no território do Chifre Africano.

Tomada de Dergue e a Queda da Monarquia[editar | editar código-fonte]

Retrato do último imperador da Etiópia Haile Selassie que governou o país de 1930 à 1974

Em 12 de setembro de 1974 uma junta militar pró-Soviética marxista-leninista, a Dergue, liderada por Mengistu Haile Mariam, depôs o imperador Haile Selassie e a tradicional monarquia etíope através de um golpe militar, e estabeleceu um estado socialista de partido único. Haile Selassie foi aprisionado por Mengistu Haile Mariam em seu próprio palácio, vindo a morrer em 1975 por circunstâncias pouco claras, possivelmente por lhe ter sido negado tratamento médico, já que seu médico pessoal não estava disponível. Casos relatam que ele poderia ter sido morto por Mengistu através de suas próprias mãos, ou talvez ele teria mandado o matarem, sendo o último caso o mais provável. Boatos também contam que teria sido morto sufocado com um travesseiro com éter.[15]

A Etiópia foi um império até 1974, e era na época um dos três únicos impérios existentes no mundo, junto com o Japão e a Pérsia. Foi o maior império que já existiu na África Subsaarina e também o penúltimo império da África, visto que logo em seguida surgiu o Império Centro-Africano de curta duração entre 1976 e 1979 sob o imperador Bokassa I.[16]

Referências

  1. Wallis Budge, E. A. A History of Ethiopia. Nubia and Abyssinia. [S.l.]: Routledge. p. 7. ISBN 9781317649151 
  2. a b «HISTÓRIA LICENCIATURA: BATALHA DE ADWA: A DERROTA DO COLONIALISMO». HISTÓRIA LICENCIATURA. 9 de agosto de 2019. Consultado em 18 de maio de 2022 
  3. Tamrat 1972, p. 68, nota 1.
  4. «Solomonic Dynasty». ethiopianhistory.com. Consultado em 6 de maio de 2022 
  5. «HTTPS, Secure HTTPS». Berlin/Heidelberg: Springer-Verlag. SpringerReference. Consultado em 16 de maio de 2022 
  6. Lewis, William H. (1956). «The Ethiopian Empire: Progress and Problems». Middle East Journal (3): 257–268. ISSN 0026-3141. Consultado em 16 de maio de 2022 
  7. The Nile : histories, cultures, myths. Ḥagai Erlikh, I. Gershoni. Boulder, Colo.: L. Rienner. 2000. OCLC 841810845 
  8. «Adal | historical state, East Africa | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2022 
  9. «Oromo Migration and Their Impact». www.geocities.ws. Consultado em 16 de maio de 2022 
  10. «Era of the Princes». ethiopianhistory.com. Consultado em 16 de maio de 2022 
  11. Lewis, William H. (1956). «The Ethiopian Empire: Progress and Problems». Middle East Journal (3): 257–268. ISSN 0026-3141. Consultado em 18 de maio de 2022 
  12. Mesghenna, Yemane (setembro de 1989). «Italian colonialism in Eritrea 1882–1941». Scandinavian Economic History Review (em inglês) (3): 65–72. ISSN 0358-5522. doi:10.1080/03585522.1989.10408156. Consultado em 18 de maio de 2022 
  13. Adwa: Decolonization, Pan-Africanism, and the Struggle of The Black Diaspora. 2009. (97820061009901)
  14. Hess, Robert L. (1973). «Italian Imperialism in Its Ethiopian Context». The International Journal of African Historical Studies (1): 94–109. ISSN 0361-7882. doi:10.2307/216975. Consultado em 18 de maio de 2022 
  15. Jack, Ian (2001). Necessary Journeys. [S.l.]: Granta. p. 124. ISBN 978-1-929001-03-3 
  16. Bulcha, Mekuria (1997). «The Politics of Linguistic Homogenization in Ethiopia and the Conflict over the Status of "Afaan Oromoo"». African Affairs (384): 325–352. ISSN 0001-9909. Consultado em 21 de maio de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Tamrat, Taddesse (1972). Church and State in Ethiopia. Oxônia: Imprensa Clarendon. ISBN 0-19-821671-8