Abracadabra

Abracadabra ou abrakadabra é uma palavra mística usada como encantamento e considerada por alguns a frase mais pronunciada universalmente em outras linguagens sem tradução.
História[editar | editar código-fonte]
Hoje a palavra é normalmente usada como encantamento por mágicos de palco, principalmente por ilusionistas[1]. Antigamente, porém, acreditava-se no poder de tal palavra para a cura de febres e inflamações. A primeira menção conhecida à mesma foi feita no segundo século[2] depois de Cristo[3], durante o governo de Septímio Severo[4], num poema chamado De Medicina Praecepta (em um tratado médico escrito em versos), pelo médico Serenus Sammonicus, ao imperador de Roma Caracala[5], que prescreveu que o imperador usasse um amuleto com a palavra escrita num cone vertical para curar sua doença:
A B R A C A D A B R A
A B R A C A D A B R
A B R A C A D A B
A B R A C A D A
A B R A C A D
A B R A C A
A B R A C
A B R A
A B R
A B
A
De acordo com Godfrey Higgins, tinha origem em "Abra" ou "Abar", o deus Celta, e "Cad", que significa Santo. Era usado como um talismã, com a palavra gravado sobre um Kameas (Amuleto quadrado), transformando-se em um amuleto. Segundo, Helena Petrovna Blavatsky[6], Higgins estava quase certo, o termo era uma corruptela da palavra gnóstica "Abraxas" e essa, por sua vez, era uma corruptela de uma palavra antiga sagrada copta ou egípcia, uma fórmula mágica que significava "não me firas", sendo que seus hieroglifos se referiam à divindade como "Pai". Era comumente utilizado sobre o peito sob as vestimentas.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
Existem hipóteses estreitamente relacionadas acerca de sua origem:
Uma possível fonte é o Aramaico: אברא כדברא avrah kahdabra que significa: "Eu crio enquanto falo" Outra possível fonte é do Hebreu: Aberah KeDabar: "Irei criando conforme falo"
Em um de seus textos, Eduardo Galeano a traduz do Hebreu antigo por: "Envia teu fogo até o final" Por último, também se crê que pode derivar da palavra "Abraxas"[7] usada como uma fórmula mágica pelos gnósticos da seita dos Basilides em invocar a ajuda de espíritos beneficentes contra a doença e infortúnio. É encontrado em pedras Abraxas, que eram usadas como amuletos.
Posteriormente, seu uso espalhou-se para além dos gnósticos, e nos tempos modernos é aplicado com desprezo (como por exemplo, os oponentes no início da teoria da evolução) para uma concepção ou hipótese que pretende ser uma solução simples de fenômenos aparentemente insolúveis.
O gnóstico médico Quintus Serenus Sammonicus deu instruções precisas quanto ao seu uso na prevenção de mística ou cura de febres em geral.
Thelema[editar | editar código-fonte]
"Abrahadabra", palavra que aparece no Livro da Lei, e é descrita por Aleister Crowley como a "Palavra do Aeon" e que ela "representa a Grande Obra completa, sendo assim é um arquétipo de todas as operações mágicas menores" (A.C.) Não deve ser confundida com a Palavra da Lei do Aeon, que é Thelema.
"Criarei conforme falo"[editar | editar código-fonte]
Uma possível origem seria do Aramaico: אברא כדברא avra kedabra que significa "Criarei conforme falo".
Bênção pela Palavra[editar | editar código-fonte]
Aqui há o ponto de vista de que a palavra deriva do Hebraico, ha-brachah, que significa bênção, e dabra, forma em Aramaico da palavra em Hebraico davar, que significa palavra.
Desapareça como essa palavra[editar | editar código-fonte]
Alguns argumentam que a palavra viria do Aramaico abhadda kedhabhra, que significa 'desaparecer como essa palavra'. Acredita-se que tal forma era usada para combater diversas doenças.
Outras teorias[editar | editar código-fonte]
Outras teorias dizem que a palavra "abracadabra" deriva da união das palavras hebraicas abreg - ad - habra que juntas significam "fulmine com seu raio". Há também a teoria de que "abracadabra" tenha surgido pela união das palavras celtas abra (Deus) - cad (Santo). Uma curiosidade notável a respeito de "abracadabra" é que a pronúncia da palavra é praticamente igual em quase todas as línguas.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Autor: Price, David. Magic: A Pictorial History of Conjurers in the Theatre, Cornwall Books,1985.
- ↑ [1]
- ↑ Harpur, Tom, The Pagan Christ: Recovering the Lost Light. Toronto: Thomas Allen Publishers, 2004
- ↑ Encyclopedia Americana|[2], Scholastic Library Publishing, 2005, v. 3, p. 569: Berberes:...Os mais conhecidos deles foram o autor romano Apuleio, o imperador romano Septímio Severo, e Santo Agostinho, cuja mãe era berbere.
- ↑ BIRLEY, Anthony.História Augusta. Tradução inglesa, parcial, sob o título Lives of the Later Caesars. Londres: Penguin, 1976.
- ↑ [3]
- ↑ enciclopédia Britanica|[[[Enciclop%C3%A9dia_Brit%C3%A2nica]][4]|[Guiley,|Rosemary (2006). "Abracadabra". The Encyclopedia of Magic and Alchemy. Visionary Living Inc.. ISBN 0-8160-6048-7.]]