Abu Becre ibne Omar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Abu Baquir ibne Omar
Sultão

Abu Baquir ibne Omar representado no Atlas Catalão de 1375
Reinado 1056-1087
Consorte Zainabe Nafzaua
Antecessor(a) Iáia ibne Omar
Sucessor(a) Iúçufe ibne Taxufine
Morte 1087
  Tagant (?)
Nome completo  
Abu Bakr ibn Umar ibn Ibrahim ibn Turgut
Dinastia Almorávidas

Abu Becre, Abubacar, Abacar ou Abubequer[1] ibne Omar (em árabe: أبو بكر بن عمر; romaniz.:Abu Bakr ibn/ben Omar), também chamado Abu Dardai, por vezes usado com o sufixo Assanhaji ou Alantuni[2] (m. 1087) foi um chefe, general e rei almorávida originário da tribo berbere dos lantunas, da poderosa confederação dos sanhajas.

Em 1054, foi nomeado emir (príncipe) do sul de Marrocos e de Adrar, no deserto mauritano, e conquista a cidade de Audagoste ao império do Gana. Em 1056, Abedalá ibne Iacine nomeia-o comandante dos exércitos almorávidas e sucede como emir ao seu irmão Iáia ibne Omar. Em 1057 apodera-se do Suz, no sul do que é hoje Marrocos. Em 1058, juntamente com ibne Iacine, conquista Agmate, a capital dos magrauas liderados por Lacute ibne Iúçufe. Pouco depois casa com a viúva do malogrado Lacute, a rica e influente Zainabe Nafzaua, que coloca a sua considerável riqueza à sua disposição.

Depois da morte de ibne Iacine em 1059, ibne Omar torna-se rei. Vence o emirado Berguata e envia um exército para norte sob o comando do seu primo Iúçufe ibne Taxufine, com quem partilha o seu império quando volta para a África Ocidental em 1061.

Em 1067, conquista Cumbi-Salé, a capital do Império do Gana, e impõe o Islão na região. Tolera a insubordinação de ibne Taxufine, que conquista o Alandalus e evita assim a desintegração do reino. Em 1070 funda Marraquexe, que passa a ser a sua capital em detrimento de Agmate. No ano seguinte volta definitivamente para o Saara em 1071. Zainabe casou então com Iúçufe ibne Taxufine.

Abu Baquir ibne Omar morre em novembro de 1087 ou em 1088, provavelmente na região de Tagant (sul da Mauritânia) ou no Senegal. Segundo a tradição oral, a morte deveu-se a uma seta envenenada disparada pelo rei serer Ama Gôdô Maat.[3][4][5]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alves, Adalberto (2014). Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa. Lisboa: Leya. ISBN 9722721798 
  • Gravrand, Henry (1990). La Civilisation Sereer (em francês). Dacar: Pangool, Nouvelles éditions africaines. p. 13. ISBN 2-7236-1055-11990 Verifique |isbn= (ajuda) 
  • ibne Idari. Al-Bayan al-Mughrib Parte III (em espanhol). Tradução anotada por Ambrosio Huici Miranda, Valência, 1963. [S.l.: s.n.] 
  • Levtzion, N.; Hopkins, J.F.P (2000). Corpus of Early Arabic Sources for West African History (em inglês). reimpressão: Markus Wiener, Princeton, 2000, ISBN 1-55876-241-8. [S.l.]: Universidade do Gana. p. 409 
  • Mercer, John (1976). Spanish Sahara (em inglês). Londres: George Allen & Unwin Ltd. p. 73. ISBN 978-0-04-966013-7 
  • Messier, R. A (2010). The Almoravids and the Meanings of Jihad (em inglês). [S.l.]: Praeger. p. 209 
  • Semonin, P (1964). The Almoravid Movement in the Western Sudan: A review of the evidence (em inglês). 7. [S.l.]: Transactions of the Historical Society of Ghana. p. 58 
  • Viguera, María Jesús (1992). Los reinos de taifas y las invasiones magrebíes: (Al-Andalus del XI al XIII) (em espanhol). [S.l.]: Editorial Mapfre. p. 167-168. ISBN 84-7100-431-3 
  • Wade, Amadou; trad: Cissé, B.; ed: Monteil V. «Chronique du Walo sénégalais (1186-1855)». Bulletin de l'IFAN (em francês). 26, Series B (3/4): 440-498 

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Alves 2014, p. 51, 64, 68.
  2. Levtzion 2000, p. 409.
  3. Wade, p. 440-498.
  4. Gravrand 1990, p. 13.
  5. «Bulletin de l'Institut fondamental d'Afrique noire» (em francês). 26-27. 1964 

Precedido por
Iáia ibne Omar
Almorávidas
1056-1087
Sucedido por
Iúçufe ibne Taxufine