Abu Faris Abdalazize I

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Abdalazize.
Abu Faris Abdalazize I
Sultão do Império Merínida
Reinado 1366-1372
Antecessor(a) Abu Zaiane Maomé III
Sucessor(a) Abu Zaiane Maomé IV
 
Morte 23 de outubro de 1372
Descendência Abu Zaiane Maomé IV
Casa merínida
Religião Islão

Abu Faris Abdalazize I ibne Ali (em árabe: أبو فارس عبد العزيز إبن علي; romaniz.:Abu Faris Abd al-Aziz ibn Ali) foi o sultão do Império Merínida de 30 de agosto de 1366 a 23 de outubro de 1372.[1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Abu Faris Abdalazize chegou ao poder numa época em que os Estados mouros de Granada, Marrocos e Tremecém eram todos fracos e propensos a se intrometer nos assuntos uns dos outros.[2] Em 1366, o sultão Abu Zaiane Maomé III tentou destituir o vizir Omar ibne Abedalá Aliabani do cargo e foi morto em resposta. Abu Faris Abdalazize subiu ao trono em 30 de agosto daquele ano. Uma vez que estava firmemente no controle, matou o vizir.[3] Abu Faris foi um dos governantes merínidas mais decisivos. Derrotou os vizinhos ziânidas em Tremecém, a leste,[2] e restabeleceu o controle sobre Marraquexe, onde um príncipe merínida apoiado pelo chefe da confederação Hintata dos montes Atlas se separou do sultanato em Fez.[3]

Quando Abu Faris capturou Tremecém, fez prisioneiro o diplomata ibne Caldune (1332–1406) e o alistou em seu próprio serviço. Mais tarde, ibne Caldune estabeleceria fama duradoura por sua grande história mundial, que começou a escrever por volta de 1372.[4] Ibne Riduão Almalaqui (1318–1381), autor de um importante tratado sobre ética política, foi outro dos administradores seniores de Abu Faris.[5] Ele também deu asilo a ibne Alcatibe, ex-vizir de Maomé V de Granada,[3] ao ordenar que as forças merínidas em Gibraltar ajudassem Alcatibe a escapar à sua corte.[6] Ele construiu o Muristão Alazizi (Hospital Alazizi) em Fez e uma fonte adjacente que sobreviveram até os tempos modernos.[7] Abu Faris morreu em 23 de outubro de 1372 e foi sucedido por seu filho pequeno, Abu Zaiane Maomé IV.[6] O reino novamente caiu na anarquia. Em 1374, Maomé V de Granada assumiu o controle de Gibraltar.[8]

Referências

  1. Zaghi 1973, p. 17.
  2. a b Fage & Oliver 1975, p. 365.
  3. a b c Abun-Nasr 1987, p. 113.
  4. Park & Boum 2006, p. 166.
  5. Park & Boum 2006, p. 169.
  6. a b Abun-Nasr 1987, p. 114.
  7. Parker 1981, p. 93.
  8. Hasan 1998, p. 149.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Abun-Nasr, Jamil M. (1987). A History of the Maghrib in the Islamic Period. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-33184-5 
  • Fage, John Donnelly; Oliver, Roland Anthony (1975). The Cambridge History of Africa. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-20981-6 
  • Hasan, Masudul (1998). History of Islam: Classical period, 1206–1900 C.E. Calicute: Islamic Publications 
  • Park, Thomas K.; Boum, Aomar (2006). Historical Dictionary of Morocco. Lanham: Scarecrow Press. ISBN 978-0-8108-6511-2 
  • Parker, Richard Bordeaux (1981). A Practical Guide to Islamic Monuments in Morocco. Caduna, Nigéria: Baraka Press. p. 93 
  • Zaghi, Carlo (1973). L'Africa nella coscienza europea e l'imperialismo italiano. Nápoles: Guida