Abu Ixaque Ibraim ibne Maomé ibne Abedalá ibne Almudabir

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Abu Ixaque Ibraim ibne Maomé ibne Abedalá ibne Almudabir
Morte 892/893
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Persa
Ocupação Cortesão e administrador
Filiação Alboácem Amade (irmão)

Abu Ixaque (ou Abu Iúçer) Ibraim ibne Maomé ibne Abedalá ibne Almudabir (Abu Ishaq Ibrahim ibn Muhammad ibn Abdallah ibn al-Mudabbir - lit. "Abu Iaque Ibraim, filho de Maomé, filho de Abedalá, filho de Mudabir"), comumente conhecido simplesmente como Ibraim ibne Almudabir, foi um proeminente cortesão do Califado Abássida, ativo em Samarra durante o reinado dos califas Mutavaquil (r. 847–861) e Almutâmide (r. 870–892). A ele são creditados a autoria de um tratado administrativo e várias anedotas e poemas preservados em coleções medievais.

Dinar de ouro de Mutavaquil (r. 847–861)
Dinar de ouro de Almutâmide (r. 870–892)

Devido ao fato de ter sido companheiro de bebida de Mutavaquil, Ibraim ascendeu à proeminência ao lado de seu irmão, mas acabou sendo preso por 854/855 devido as maquinações do vizir Ubaide Alá ibne Cacane. Permaneceu preso vários anos até ser liberto e nomeado, em data desconhecida, como coletor de impostos em Avaz, onde novamente seria preso, agora pelos rebeldes zanje. Conseguiu escapar e por 882 acompanhou Almutâmide em sua viagem para a corte de Amade ibne Tulune (r. 868–884) e tornar-se-ia brevemente vizir.

Vida[editar | editar código-fonte]

Ibraim e seu irmão, Alboácem Amade, foram possivelmente de origem persa. Ambos foram distintos homens de letras e ascenderam à proeminência na corte dos abássidas em Samarra. Ibraim ascendeu à proeminência como um dos companheiros de bebida do califa Mutavaquil (r. 847–861). Como resultado do favor califal, tornou-se um dos mais influentes cortesões. Seu irmão Amade foi também um dos mais poderosos oficiais naquele tempo. O vizir Ubaide Alá ibne Cacane, ameaçado pelos irmãos, causou a derrocada e prisão de ambos em 854/855. Diferente de sue irmão, Ibraim permaneceu na prisão por vários anos; é desconhecido quando foi libertado e nomeado coletor de impostos em Avaz. Durante seu mandato lá, foi capturado pelos rebeldes zanje. Eles levaram-no para Baçorá e prenderam-no ali, mas foi capaz de escapar ao quebrar o muro da prisão.[1]

Em 882, acompanhou o califa Almutâmide (r. 870–892) em sua tentativa de fugir para junto de Amade ibne Tulune (r. 868–884), e foi brevemente nomeado seu vizir. Pelo tempo de sua morte em 892/893, foi chefe do departamento dos domínios privados do califa (divã aldia). Ele muito provavelmente foi o autor de um tratado sobre administração, al-ʿAdhrāʾ fi mawāzīn al-balāgha wa adawāt al-kitāba. Anedotas sobre ele, tão bem como vários de seus poemas, incluindo alguns dedicados à famosa cantora Aribe, sobreviveram em várias coleções medievais.[1]

Referências

  1. a b Gottschalk 1986, p. 879–880.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Gottschalk, H.L. (1986). «al-Mād̲h̲arāʾī». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume V: Khe–Mahi. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-07819-3