Abu Tabite Amir
Abu Tabite Amir | |
---|---|
Sultão do Império Merínida | |
Reinado | 10 de maio de 1307–28 de julho de 1308 |
Antecessor(a) | Abu Iacube Iúçufe Anácer |
Sucessor(a) | Abu Arrabi Solimão |
Nascimento | século XIII |
Morte | 28 de julho de 1308 |
Casa | merínida |
Pai | Abu Iacube Iúçufe Anácer |
Religião | Islão |
Abu Tabite Amir (em árabe: أبو ثابت عامر; romaniz.:Abū Thabit Amir) foi o sultão do Império Merínida (no atual Marrocos) de 10 de maio de 1307 até 28 de julho de 1308.[1][2]
Vida[editar | editar código-fonte]

Abu Tabite Amir era filho do sultão Abu Iacube Iúçufe Anácer (r. 1286–1307) e irmão de Abu Arrabi Solimão. Seu pai foi assassinado em 10 de maio de 1307 e Abu Tabite Amir assumiu o trono. Em resposta, um príncipe merínida dissidente, Abuçaíde Otomão ibne Abi Alulá, que já estava em revolta na área montanhosa no norte de Marrocos e aliou-se ao Reino Nacérida de Granada,[3] declarou-se sultão em maio ou junho.[4] Quando Abu Tabite Amir assumiu, as tropas de seu pai estavam envolvidas no cerco aos ziânidas em Tremecém. Para lidar com o rival, abandonou o empreendimento, fez acordo com o sultão ziânida Abu Zaiane I (r. 1304–1308) para devolver os territórios tomados pelos merínidas e voltou ao Marrocos. [5][3] Paralelamente, o governador de Marraquexe Iúçufe ibne Abi Iade, instigado pelos tumultos, rebelou-se contra o novo sultão e declarou sua independência.[6] O general Alhaçane ibne Amir ibne Abedalá Anaiabe foi enviado contra Otomão, mas foi incapaz de subjugá-lo. Em junho de 1308, o príncipe rebelde derrotou outro exército merínida sob o comando de Abdalaque ibne Otomão ibne Maomé e recapturou Alcácer-Quibir, que tinha caído para ele no ano anterior.[7][8]
Esses contratempos forçaram Abu Tabite a entrar em campo pessoalmente contra Otomão. O sultão retomou Alcácer-Ceguer e Arzila, que tinham sido perdidas tempos antes para Granada, bem como Tânger de Abuçaíde Otomão após derrotá-lo numa batalha.[9] As cidades de Aludã e Domna foram tomadas de assalto[10] e Abu Tabite Amir enviou emissários ao sultão granadino Maomé III (r. 1302–1309) exigindo o retorno de Ceuta, outro dos portos merínidas tomados pelos nacéridas, e preparou um cerco à cidade. No entanto, morreu repentinamente em Tânger em 28 de julho e foi sucedido por seu irmão Abu Arrabi Solimão (r. 1308–1310).[4][11] Foi o novo sultão merínida que em 1309 conseguiu derrotar Abuçaíde Otomão em Aladã e forçá-lo a abandonar o Norte da África e buscar refúgio no Reino Nacérida,[10] onde tornar-se-ia comandante dos Voluntários da Fé.[12]
Referências
- ↑ Shatzmiller 2012, p. 572.
- ↑ Zaghi 1973, p. 17.
- ↑ a b O'Callaghan 2011, p. 121.
- ↑ a b Arié 1973, p. 87.
- ↑ Mediano 2010, p. 112.
- ↑ Cenival 2007, p. 325-6.
- ↑ Powers 2002, p. 25.
- ↑ Rodríguez 1992, p. 347.
- ↑ Arié 1973, pp. 87–88.
- ↑ a b Rodríguez 1992, p. 348.
- ↑ Rodríguez 1992, p. 347–348.
- ↑ O'Callaghan 2011, p. 121.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Arié, Rachel (1973). L'Espagne musulmane au temps des Nasrides (1232–1492). Paris: E. de Boccard. OCLC 3207329
- Cenival, Pierre de (2007). «Marrakesh». In: Bosworth, C. E. Historic Cities of the Islamic World. Leida: Brill. pp. 319–32
- Mediano, Fernando Rodríguez (2010). «4 . The post Almohad dynasties in al Andalus and the Maghrib (seventh ninth/thirteenth !fteenth centuries)». In: Fierro, Maribel. The New Cambridge History of Islam. II: The Western Islamic World Eleventh to Eighteenth Centuries. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia
- O'Callaghan, Joseph F. (2011). The Gibraltar Crusade: Castile and the Battle for the Strait. Filadélfia: Imprensa da Universidade da Pensilvânia. ISBN 978-0-8122-0463-6
- Powers, David S. (2002). Law, Society and Culture in the Maghrib, 1300-1500. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-81691-5
- Rodríguez, Miguel Angel Manzano (1992). La intervención de los Benimerines en la Península Ibérica. Madri: Editorial CSIC. ISBN 978-84-00-07220-9
- Shatzmiller, Maya (2012). «Marīnids». In: Bearman, P.; Bianquis, Th.; Bosworth, C.E.; van Donzel, E.; Heinrichs, W.P. The Encyclopaedia of Islam. Vol. VI - Mahk-Mid. Leida e Nova Iorque: Brill
- Zaghi, Carlo (1973). L'Africa nella coscienza europea e l'imperialismo italiano. Nápoles: Guida