Adiljevaz
Adiljevaz
Adilcevaz • Artske • Elcewaz
| |
---|---|
Distrito (ilçe) | |
![]() | |
Localização | |
![]() | |
Localização de Adiljevaz na Turquia | |
Coordenadas | 38° 48′ N, 42° 44′ L |
País | Turquia |
Região | Anatólia Oriental |
Província | Bitlisse |
Características geográficas | |
Área total [1] | 1 586 km² |
População total (dezembro de 2021) [2] | 30 123 hab. |
• População urbana | 15 193 |
Densidade | 19 hab./km² |
Adiljevaz (em turco: Adilcevaz), Eljevaz (em curdo: Elcewaz),[3] Arzica (em grego: Αρζίκη; romaniz.: Arzíkē)[4] ou Arsque (em armênio: Արծկէ; romaniz.: Arckē) é uma cidade e distrito da Turquia, na província de Bitlisse e na região da Anatólia Oriental. O distrito tem 1 586 km² de área[1] e em dezembro de 2021 tinha 30 123 habitantes (densidade: 19 hab./km²), dos quais 15 193 na sua capital.[2] É povoada desde ao menos o tempo do Reino de Urartu. Foi mencionada a primeira vez no século V e desde então passou por sucessivas transformações em decorrência da mudança no nível do lago de Vã.
História
[editar | editar código-fonte]Na Antiguidade, o local onde mais tarde surgiu Adiljevaz foi o sítio do assentamento de Ziucane (Ziuqane) dos tempos do Reino de Urartu.[4] Inscrições do rei Rusa II (r. 680–639 a.C.) foram encontradas in situ e especula-se que também tenha sido a Arzascu (Arzašku), a capital do rei Aramu (r. 858–844 a.C.) mencionada na inscrição cuneiforme de Salmanaser III (r. 859–824 a.C.). Grigor Khalatyants sugeriu que o nome armênio subsequente originou-se da via de Arzaque, no distrito (gavar) de Bagrauandena, na província de Airarate do Reino da Armênia. A primeira menção segura a Arzica ocorreu no século V, nos relatos de Moisés de Corene, Lázaro de Farpe e Estêvão de Taraunitis. Pensa-se que fez parte do distrito de Besnúnia ou Corcorúnia, na província da Turuberânia. Em meados do século VII, no contexto das conquista muçulmana da Armênia, foi capturada pelo Califado Ortodoxo e foi chamada Dataljaugue, de onde surgiu seu nome atual.[5]
No tempo do Califado Abássida, estava localizada na colina íngreme perto do lago de Vã e ao redor dela. Alguns fragmentos das muralhas da cidade desse período ainda são visíveis.[6] No início do século XI, passou ao domínio do Império Bizantino, mas foi perdida em 1054 ao Império Seljúcida. Depois foi sucessivamente controlada pelos xás da Armênia em 1100, o Império Aiúbida em 1207 e pelo Império Mongol em 1244.[5] Uma inscrição nomeando o governante do Confederação do Cordeiro Negro Jeã Xá (r. 1438–1467) foi feita no portão oeste da cidade velha, mas é "improvável que tenha contribuído muito às muralhas" - e provavelmente foram construídas antes dos seljúcidas e depois reformadas por volta de 1231-43. Uma pequena mesquita, talvez do século XIV ou XV, é o único edifício que ainda está de pé nesta área. Havia também uma área suburbana além das muralhas, principalmente ao sul - que agora está submersa. Uma área habitada foi aparentemente deixada isolada, pois o aumento do nível das águas a transformou numa ilha em algum momento.[6] Na ilha, havia duas fortalezas: uma nas margens do lago, que hoje está submersa, e outra no topo, que está deserta. No início do século XX, as pontas das torres e cúpulas das igrejas ainda estavam visíveis.[5]
Durante o final da Idade Média, os níveis de água subiram novamente, e as áreas suburbanas ao sul foram abandonadas em favor das terras planas ao redor da área onde a mesquita congregacional do Período Otomano foi construída mais tarde. Provavelmente no final do século XVI, quando a mesquita otomana foi construída, a ilha do sul também havia sido submersa. A antiga área murada "não era mais viável como um centro da cidade", embora ainda houvesse algumas casas aqui. Muito provavelmente, a mesquita otomana de nove cúpulas foi construída para refletir a mudança da cidade, em vez de encorajá-la; a maioria dos subúrbios provavelmente já havia se mudado antes de sua construção. Outro monumento da mesma época é o caravançarai, agora quase todo em ruínas, na aldeia vizinha de Cocoz (oficialmente Iolchate). O caravançarai é atribuído localmente a Zal Paxá (falecido em 1580), que era sanjaco-bei de Adiljevaz na época da campanha de Solimão I contra os safávidas em 1548-9, mas não há nenhuma outra evidência arqueológica ou textual para validar isso.[6] Entre os séculos XVII e XVIII, nessa nova posição, Adiljevaz era sede do sanjaco homônimo no eialete de Vã. Em 1603-1604, sofreu muito durante as campanhas do xá Abas I (r. 1588–1628), no contexto da guerra em curso contra o sultão Amade I (r. 1603–1612).[5]
Nos últimos séculos, Adiljevaz mudou novamente, desta vez do antigo centro da cidade otomana para sua localização atual, um quilômetro mais a leste. Um terremoto no final dos anos 1800 causou inundações que destruíram muitas casas na margem do lago, o que provavelmente contribuiu para essa segunda mudança. Um relato em 1879 observou que a pequena mesquita mais antiga não estava mais sendo usada como local de culto; era então usada para armazenamento de cereais. Desde então, foi amplamente restaurada.[6] Entre os séculos XIV e XV, houve um afluxo de curdos para Adiljevaz, mas o distrito continuou essencialmente armênio. Na segunda metade do século XIX, havia 140 aldeias no distrito, com uma população de 30 mil habitantes, das quais 25 mil era armênios. A população dedicava-se à agricultura, sobretudo o cultivo de trigo, jardinagem e criação de ovelhas. No centro, contudo, atingiu 2 460 pessoas, das quais 1 340 eram armênias, e o restante eram curdos, turcos e judeus. Os armênios, em específico, viviam da agricultura, pecuária, jardinagem, artesanato, comércio e extração de pedras e pedras. Havia mais de 10 instituições educacionais de classe baixa, 30 igrejas e vários mosteiros, incluindo o hoje arruinado Mosteiro dos Milagres (Սքանչելագործ, Sk’anč’elagorc) no sopé do monte Supecane, ao norte de Adiljevaz. Nesse tempo, a fortaleza de Adiljevaz também estava visível. Nos massacres hamidianos de 1895-96, muitos habitantes da cidade e do distrito foram mortos, e no genocídio armênio de 1915, a maior parte da população armênia foi morta, e os sobreviventes fugiram à Armênia Oriental.[7]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O distrito de Adiljevaz engloba parte do território do antigo distrito de Corcorúnia e se estende do lago de Vã a oeste, ao longo da margem do rio, entre Quechate e Erjixe. Esse território é montanhoso, com planícies situadas nas bordas do lago. Seu clima é temperado e o solo é fértil. No passado, era coberto de pomares, nogueiras e damasqueiros.[5]
Subdivisões
[editar | editar código-fonte]O distrito é formado por dois municípios (belde) e 28 aldeias (köy):[2]
- Municípios
- Adiljevaz
- Aidenlar
- Aldeias
- Acchera (Akçıra)
- Aquiaze (Akyazı)
- Axaesupecane (Aşağısüphan)
- Aeguergolu (Aygırgölü)
- Baquechédere (Bahçedere)
- Caracolcoi (Karakolköy)
- Caraxeique (Karaşeyh)
- Carmantepe (Harmantepe)
- Carxeiaca (Karşıyaka)
- Cavustuque (Kavuştuk)
- Comurlu (Kömürlü)
- Chanaquiaila (Çanakyayla)
- Dizdar (Dizdar)
- Ericbae (Erikbağı)
- Essenqueie (Esenkıyı)
- Golduzu (Göldüzü)
- Golustu (Gölüstü)
- Gumusduvene (Gümüşdüven)
- Ipecchaier (İpekçayır)
- Iaremada (Yarımada)
- Ieldezcoi (Yıldızköy)
- Ilchate (Yolçatı)
- Iucaressupecane (Yukarısüphan)
- Jicanguir (Cihangir)
- Molafadel (Mollafadıl)
- Orentaxe (Örentaş)
- Queibeli (Heybeli)
- Sefassaquil (Sefasahil)
Referências
- ↑ a b «Áreas de províncias e distritos» (XLS). www.harita.gov.tr (em turco). Direção Geral de Cartografia. Ministério da Defesa da Turquia. 2014. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2025
- ↑ a b c «31 Aralik 2021 Tarİhlİ adrese dayali nüfus kayit sıstemı (ADNKS) sonuçlari beledıye nüfuslari» [Resultados do sistema de registo da população baseado em endereços (ADNKS) datado de 31 de dezembro de 2021. Populações de distritos] (XLS) (em turco). Instituto de Estatística da Turquia. www.tuik.gov.tr. Consultado em 8 de janeiro de 2025. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2024
- ↑ Avcıkıran 2009, p. 55.
- ↑ a b Hewsen 1992, p. 166.
- ↑ a b c d e Hakobyan, Melik-Baxšyan & Barsełyan 1988–2001, p. 449.
- ↑ a b c d Sinclair 1987, p. 275–6.
- ↑ Hakobyan, Melik-Baxšyan & Barsełyan 1988–2001, p. 449-450.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Avcıkıran, Adem (2009). Kürtçe Anamnez Anamneza. Diarbaquir: Diyarbakır Tabip Odası
- Hakobyan, Tadevos X.; Melik-Baxšyan, Stepan T.; Barsełyan, Hovhannes X. (1988–2001). «Արծկէ». Hayastani ev harakitsʻ šrjanneri tełanunneri baṛaran Հայաստանի և հարակից շրջանների տեղանունների բառարան [Dicionário da Toponímia da Armênia e Territórios Adjacentes]. 3. Erevã: Yerevan State University Publishing House
- Hewsen, Robert H. (1992). The Geography of Ananias of Širak. The Long and Short Recensions. Introduction, Translation and Commentary. Wiesbaden: Dr. Ludwig Reichert Verlag
- Sinclair, T. A. (1987). «Hoşap». Eastern Turkey: An Architectural and Archeological Survey. 1. Londres: The Pindar Press. pp. 212–215. ISBN 9780907132325