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Albertina Paraíso

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Albertina Paraíso
Albertina Paraíso
Albertina Paraíso (Sociedade Futura, 1902)
Nascimento Albertina de Sousa Paraíso
11 de janeiro de 1864
Porto
Morte 25 de fevereiro de 1954
Lisboa
Sepultamento Cemitério dos Prazeres
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação ativista, ativista pelos direitos das mulheres, jornalista, ensaísta, poeta, pintora, tradutora, professora

Albertina de Sousa Paraíso (Cedofeita, Porto, 11 de janeiro de 1864São Paulo, Lisboa, 25 de fevereiro de 1954) foi uma activista feminista, jornalista, ensaísta, tradutora e poetisa portuguesa.[1][2][3]

Nascida numa família portuense de classe média, o seu pai, Guilherme Augusto de Sousa Paraíso, era director bancário e sua mãe, Sofia Isilda Freitas de Sousa Paraíso, directora de um colégio.[4] Conviveu com outras personagens literárias da época, como António Nobre, Eduardo Coimbra, Joaquim de Araújo Rangel Pamplona e Castro e António Fogaça. [5][6] Ainda jovem cursou Belas Artes no Porto. Graças a isso, divulgou diversas pintoras em todas as revistas que vai dirigindo e publicando ao longo da sua vida. Desde cedo se envolveu na política, participando na Revolta do 31 de Janeiro, mas a sua acção no Porto é mais sentida no que respeita à criação de revistas femininas.

Dirigiu o Almanaque das Senhoras Portuguesas e Brasileiras (1885-1887), onde contou com a colaboração de, entre outros, Eça de Queiroz, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins, e o Almanaque das Senhoras Portuenses (1889). Em 1895 publicou o livro Musgos e Rosas, prefaciado por João de Deus e ilustrado por Rafael Bordalo Pinheiro.[6]

Mudou-se para Lisboa, onde frequentava os salões de Maria Amália Vaz de Carvalho. Em 2 de julho de 1902, casou na Igreja Paroquial de São Jorge de Arroios, em Lisboa, com Manuel Rodrigues Barroca, ourives, natural de Lamego. Tornou-se directora do Jornal da Mulher, um suplemento do jornal O Mundo, a partir de 1906. Aqui colaborou com Maria Amália Vaz de Carvalho e Ana de Castro Osório.[4]

Lançou a revista Alma Feminina, onde colaborou com Guerra Junqueiro, João Chagas e Teófilo Braga. Ainda escreveu para publicações como Diário de Notícias, A Illustração, Correio da Manhã, Novidades, O Século, A Capital, entre outros.[6] Em 1915 dirigiu a "Secção feminina" do n.o Specimen da Contemporânea. [7][8]

Sofria de arteriosclerose, da qual faleceu na Rua do Ataíde, número 17, primeiro andar, da freguesia de São Paulo, em Lisboa, aos 90 anos. Foi sepultada em jazigo, no Cemitério dos Prazeres.

A artéria que a homenageia é uma via na freguesia de Paranhos, no Porto.[9]

  • Musgos e Rosas, 1896 [5]
  • Derradeiros versos, 1938 [6]

Em periódicos (parcial)

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A imprensa: revista scientifica, literária e artística

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  • Os Noivos, n.o 3, Novembro de 1885 [10]

A illustração portugueza: semanario: revista litteraria e artistica

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  • Boiando..., n.o 19, 31 de Dezembro de 1888 [11]

Branco e Negro: semanario illustrado

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  • Libro Del Alma, n.o 35, 29 Novembro de 1896 [12]

Álbum das meninas

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  • Lês inspiratrices (poesia), n.o 11, 28 Fevereiro de 1899 [13]
  • A uma creança, n.o 34, ano 3, Agosto de 1913 [7]

Contemporânea

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  • Secção Feminina, n.o Specimen, Maio de 1915 [8]
  • Joias e Flores

Referências

  1. «Porto: Uma centena de novas ruas». Porto Sempre (35). Janeiro de 2013 
  2. «Paraíso, Albertina, 1864-1954». Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 16 de maio de 2017 
  3. «Jornal da Mulher: Albertina Paraíso». silenciosememorias.blogspot.pt .
  4. a b Castro, Andreia; Cruz, Eduardo da (1 de janeiro de 2019). «Brasil e Portugal no século XIX – encontros culturais». Brasil e Portugal no século XIX – encontros culturais. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  5. a b Cardoso, Nuno Catharino (1917). Poetisas Portuguesas - Antologia contendo dados bibliograficos e biograficos acêrca de cento e seis poetisas (PDF). Lisboa: Livraria Scientifica. pp. 209–210. ISBN 9780365634478 
  6. a b c d Lopes, Ana Maria Costa (2005). Imagens da mulher na imprensa feminina de oitocentos: percursos de modernidade 1. ed ed. Lisboa: Quimera 
  7. a b Macdonald, João (1 de janeiro de 2023). «Infra-estrutura de "Contemporânea"». Pessoa Plural - Revista de estudos pessoanos. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  8. a b «Revistas de Ideias e Cultura - Contemporânea - A Revista». Revistas de Ideias e Cultura. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  9. Athena (13 de fevereiro de 2018). «MULHERES NAS RUAS DO PORTO (IV) por César Santos Silva». Revista Athena. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  10. «Hemeroteca Digital - A Imprensa N.º 3». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  11. «Hemeroteca Digital - A Ilustração Portuguesa : semanário : revista literária e artística, 5º Ano». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  12. «Hemeroteca Digital - Branco e Negro : semanário ilustrado». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  13. Lodi-Correa, Samantha (6 de abril de 2009). «Analia Franco e sua ação socio-educacional na transição do Imperio para a Republica (1868-1919)». Campinas, SP. doi:10.47749/t/unicamp.2009.449107. Consultado em 6 de janeiro de 2025 

Ligações externas

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