Aleixo Axuco

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Aleixo Axuco
Nascimento século XII
Morte século XII
Nacionalidade Império Bizantino
Progenitores Pai: João Axuco
Cônjuge Maria Comnena
Filho(a)(s) João Comneno, o Gordo
Ocupação Oficial cortesão e eclesiástico
Religião Ortodoxia Oriental

Aleixo Axuco (em grego: Ἀλέξιος Ἀξούχ/Ἀξοῦχος; romaniz.:Aléxios Axoúch/Axouchos; em latim: Alexius Axuchus) foi um nobre e líder militar bizantino do século XII de ancestralidade turca.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Hipérpiro escifato de João II Comneno (r. 1118–1143)
Hipérpiro escifato de Manuel I Comneno (r. 1143–1118)

Aleixo foi filho do grande doméstico do exército bizantino João Axuco, amigo de infância e "mão direita" do imperador João II Comneno (r. 1118–1143).[1] Aleixo casou-se com Maria Comnena, a filha do filho mais velho de João II, o coimperador Aleixo Comneno que faleceu em 1142.[2] Axuco teve dois filhos, um dos quais, João Comneno, o Gordo, liderou uma revolta fracassada contra o imperador Aleixo III Ângelo (r. 1195–1203) em julho de 1201, e foi morte durante a mesma.[3]

Um soldado experiente, Aleixo foi recompensado com o posto de protoestrator e participou em várias campanhas militares durante o reinado de Manuel I Comneno (r. 1143–1180).[3] Foi enviado ao sul da península Itálica em 1157, no esforço de recuperar a posição lá após a derrota do grande duque Aleixo Comneno.[2][4] Apesar de ter ao mesmo tempo que gerir as relações delicadas, repletas de suspeita mútua, com o Sacro Império Romano Germânico, que dominou o norte da Itália, Axuco foi aparentemente bem-sucedido em sua missão, levando a conclusão de uma paz honrosa com o rei Guilherme I em 1158 que permitiu ao exército bizantino desvincular-se da expedição italiana.[5]

Isso permitiu Manuel focar sua atenção no Oriente, onde suas políticas na Cilícia contra o senhor armênio Teodoro II falharam espetacularmente.[6] Em 1165, Axuco foi enviado à Cilícia como comandante-em-chefe (estratego autocrator) e governador (duque).[7] Possivelmente também participou na guerra contra a Hungria em 1161 ao lado do futuro Bela III.[3][2] Cerca de 1167, contudo, caiu em desgraça com Manuel após ser acusado de conspirar contra ele e ter sido anteriormente criticado por um peculiar crime de lesa-majestade: tinha decorado um de seus palácios em Constantinopla com pinturas das campanhas e vitórias de Quilije Arslã II (r. 1156–1192), o sultão de Icônio, e não, como de costume, com as façanhas do próprio Manuel.[8]

Entre outras coisas, Aleixo foi acusado de "brincar de feitiçaria" e conspirar com um "feiticeiro" latino para entorpecer a imperatriz Maria de Antioquia para impedi-la de dar à luz a um herdeiro.[9] O historiador João Cinamo sustenta que as acusações de conspirações foram genuínas, mas Nicetas Coniates acredita que Axuco tenha sido exposto pela insegurança de Manuel.[10] Em particular, Coniates relata que Manuel suspeitou de Axuco e seu primo, o futuro Andrônico I Comneno (r. 1182–1185), devido a profecia AIMA, que alegava que o nome de seu sucessor começaria com um "A".[11] Seja qual for a verdade, Aleixo foi considerado culpado e confinado num mosteiro para o resto de seus dias,[3] apesar dos repetidos esforços de sua esposa para sua libertação. Maria relatadamente morreu de tristeza pelo destino do marido, enquanto Aleixo também morreu alguns anos após sua tonsura.[2]

Referências

  1. Magdalino 2002, p. 195, 207.
  2. a b c d Guilland 1967, p. 481.
  3. a b c d Kazhdan 1991, p. 239.
  4. Magdalino 2002, p. 60–61.
  5. Magdalino 2002, p. 61–63.
  6. Magdalino 2002, p. 61, 67.
  7. Magdalino 2002, p. 107.
  8. Kazhdan 1991, p. 239; 938–939.
  9. Garland 2006.
  10. Magdalino 2002, p. 19, 218.
  11. Magdalino 2002, p. 6–7.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Magdalino, Paul (2002). The Empire of Manuel I Komnenos, 1143–1180. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52653-1