Alessandro Vieira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alessandro Vieira
Alessandro Vieira
Senador por Sergipe
Período 1º de fevereiro de 2019
até atualidade
Dados pessoais
Nascimento 3 de abril de 1975 (49 anos)
Passo Fundo, RS
Nacionalidade  Brasileira
Esposa Helga Mesquita Gumes Vieira
Filhos(as) Gabriela, João Pedro e Mariana
Partido REDE (2016-2018)
Cidadania (2018-2022)
PSDB (2022-2023)
MDB (2023-presente)
Profissão ex-delegado de polícia civil
Website senadoralessandrovieira.com.br

Alessandro Vieira (Passo Fundo, 3 de abril de 1975) é um policial civil e político brasileiro, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).[1] Atualmente, exerce o mandato de senador da República por Sergipe.[2] Faz parte dos movimentos RenovaBR e Acredito e divide um "gabinete compartilhado" com os deputados federais Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PSB-SP).[3] É conhecido por defender a realização de uma CPI de investigação do Judiciário,[3] a criminalização da LGBTfobia e a legalização da Cannabis para fins medicinais.[4] Alessandro faz oposição ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), ao governador Belivaldo Chagas (PSD) e ao presidente Jair Bolsonaro. Até junho de 2021, Alessandro apresentou alinhamento de 79% com o governo federal durante as votações no senado.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Alessandro Vieira nasceu em Passo Fundo (RS) e aos oito anos de idade foi com sua família morar em Aracaju (SE).[3] Formou-se em direito e foi delegado de polícia por 17 anos.[3] Em fevereiro de 2016, o então governador Jackson Barreto (MDB) nomeou Alessandro para comandar a Polícia Civil.[3] Entretanto, após Alessandro iniciar um processo de prisões inéditas de corruptos locais, foi exonerado do cargo em abril de 2017 pelo governador.[3]

Carreira Política[editar | editar código-fonte]

Eleição de 2018[editar | editar código-fonte]

Na eleição de 2018, Alessandro se candidatou a senador pela Rede Sustentabilidade (REDE), numa chapa sem coligação, e foi o mais votado com 474.449 votos. A candidatura recebeu R$ 102 mil de investimento, sendo R$ 40 mil doados por Jouberto Uchôa de Mendonça Junior (vice-presidente do Instituto de Tecnologia e Pesquisa - ITP) e R$ 10 mil doados por Eduardo Mufarej (idealizador do movimento RenovaBR).[6]

Alessandro discordou da posição da REDE no segundo turno presidencial, que sugeria "nenhum voto em Jair Bolsonaro (PSL)", e declarou voto no candidato, apesar de elencar várias críticas ao mesmo.[7] Alegando o fato da REDE não ter superado a cláusula de barreira, Alessandro e dois deputados estaduais eleitos migraram em dezembro para o Partido Popular Socialista (PPS),[8] que no ano seguinte passou a chamar-se Cidadania. Ele também passou a presidir a legenda no estado.[9] Em agosto de 2019 ajudou a criar o grupo "Muda Senado, Muda Brasil".[10]

Primeiro Mandato[editar | editar código-fonte]

Dentre as principais votações no senado durante seu mandato, Alessandro votou contra o primeiro decreto de Bolsonaro que facilitava o porte de armas;[11] contra o projeto que prevê punição a juízes e investigadores por abuso de autoridade;[12] a favor da PEC da Reforma da Previdência;[13][14] a favor do Novo Marco do Saneamento;[15] a favor do PL de combate às Fake News;[16] contra o veto de Bolsonaro que congelou o salário dos servidores públicos durante a pandemia[17] e a favor da candidatura, derrotada, de Simone Tebet (MDB/MS) à presidência do senado.[18]

Em outubro de 2020, como membro titular da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), o senador votou contra a aprovação da entrada do ministro Kássio Nunes (indicado por Bolsonaro) no STF.[19] Em dezembro o senado aprovou por unanimidade a proposta de Alessandro que prioriza o Sistema Único de Saúde (SUS) na aquisição e na distribuição de vacinas contra a covid-19.[20] O senado também aprovou o Decreto Legislativo de Alessandro que suspendeu a decisão de Sérgio Camargo (presidente da Fundação Palmares) de excluir 29 nomes da Lista de Personalidades Negras da Fundação.[21] Ainda nesse mês, Alessandro apresentou um projeto que estenderia o auxílio emergencial e a vigência de estado de calamidade até março do ano seguinte.[22]

Em janeiro de 2021, Alessandro solicitou que o Ministro da Educação Milton Ribeiro fosse ao senado explicar as falhas no ENEM 2020.[23] Em fevereiro, o senado aprovou um PL de Alessandro que prevê garantir internet para estudantes do Cadastro Único.[24] Também nesse mês trocou críticas com o governador Belivaldo Chagas (PSD) relacionadas ao processo de vacinação.[25] Apesar de discordar das ações do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), Alessandro foi contrário à prisão do mesmo,[26] divergindo, assim, do voto da bancada de deputados do seu próprio partido.[27] Alessandro também criticou a PGR, o STF e seus colegas por permitirem o fim do afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), pego com dinheiro na cueca em 2020.[28] Em março, na votação de aprovação da PEC Emergencial (que trata do retorno do auxílio emergencial por mais 3 meses e com valor mais baixo), Alessandro apresentou um requerimento para que não houvessem as contrapartidas fiscais (ajustes); mas esse foi rejeitado pelos senadores.[29] Mesmo assim, Alessandro votou favorável a PEC, não acompanhando os partidos de oposição.[29]

Alessandro já declarou que a condução do presidente durante a pandemia configura crime de responsabilidade passível a impeachment, também citando a suposta atuação da ABIN na defesa de interesses particulares do senador Flávio Bolsonaro.[30][31] Segundo ele, "O Brasil precisa deixar de ser um país de inocentes que confiam em qualquer boçal que se apresenta como mito."[32] O senador, em agosto de 2020, via a si mesmo como um político de centro, flutuando entre a centro-direita e a centro-esquerda.[33] Considera que vota 90% das vezes junto ao governo, mas diverge quando esse coloca a ideologia acima da técnica.[33] Caracteriza o governo como nitidamente populista e com uma "patota ideológica", mas considera que os ministros Paulo Guedes, Tarcísio Gomes de Freitas e Tereza Cristina são de alto nível técnico.[33] Avalia que os presidentes do legislativo cumprem um papel de entrave político, já que debates como impeachment dependem de seus avais para seguirem seu curso.[33]

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Cargo Partido Coligação Suplentes Votos Resultado
2018 Estadual de Sergipe Senador REDE sem coligação Fernando Carvalho (REDE);
Major Ildomário (REDE)
474.449 (25.95%) 1º lugar
2022 Estadual de Sergipe Governador PSDB Esperança na Mudança
(Fed. PSDB Cidadania e PODE)
Milton Andrade (Cidadania) 82.495 (10.88%) 3º lugar

Referências

  1. «Senador Alessandro Vieira acerta filiação ao MDB | Radar». VEJA. Consultado em 21 de junho de 2023 
  2. Senado Federal. «Senador Alessandro Vieira». Consultado em 12 de março de 2021 
  3. a b c d e f Congresso em Foco (6 de outubro de 2019). «CPI da Lava Toga: Quem é Alessandro Vieira, o senador que quer investigar o Judiciário». Consultado em 12 de março de 2021 
  4. Folha de S.Paulo (29 de julho de 2019). «Delegado senador quer criminalizar homofobia e legalizar maconha para fins medicinais». Consultado em 12 de março de 2021 
  5. Congresso em Foco (2 de junho de 2021). «Radar do Congresso: Senador Alessandro Vieira». Consultado em 2 de junho de 2021 
  6. TSE. «Divulgação de Candidaturas e Contas: Delegado Alessandro Vieira». Consultado em 12 de março de 2021 
  7. JL Política (18 de outubro de 2018). «Alessandro Vieira chama PT de "organização criminosa", nega Haddad, mas não se atraca com Bolsonaro». Consultado em 12 de março de 2021 
  8. Época (19 de dezembro de 2018). «PPS filia senador e dois deputados estaduais da Rede». Consultado em 12 de março de 2021 
  9. Cidadania. «Diretórios Estaduais do Cidadania». Consultado em 12 de março de 2021 
  10. Congresso em Foco (24 de novembro de 2019). «Muda Senado: Quem é o grupo que quer mudar o Senado e o Judiciário». Consultado em 12 de março de 2021 
  11. G1 (18 de junho de 2019). «O Voto dos Senadores: Suspensão do decreto de armas». Consultado em 12 de março de 2021 
  12. Estadão (27 de junho de 2019). «Como os senadores votaram no projeto de abuso de autoridade». Consultado em 12 de março de 2021 
  13. G1 (1 de julho de 2019). «O Voto dos Senadores: PEC da Reforma da Previdência (1º turno)». Consultado em 12 de março de 2021 
  14. G1 (7 de agosto de 2019). «O Voto dos Senadores: PEC da Reforma da Previdência (2º turno)». Consultado em 12 de março de 2021 
  15. Congresso em Foco (24 de junho de 2020). «Senado aprova e novo marco do saneamento vai à sanção. Veja como cada senador votou». Consultado em 12 de março de 2021 
  16. Congresso em Foco (30 de junho de 2020). «Veja como os senadores votaram o PL das fake news». Consultado em 12 de março de 2021 
  17. Congresso em Foco (20 de agosto de 2020). «Veja como cada senador votou no veto ao congelamento de salário de servidores». Consultado em 12 de março de 2021 
  18. UOL (1 de fevereiro de 2021). «Senadores desejam sorte e cobram independência a Pacheco no Senado». Consultado em 12 de março de 2021 
  19. Veja (19 de outubro de 2020). «Antes da sabatina, senador apresenta voto contra Kássio Nunes no STF». Consultado em 12 de março de 2021 
  20. Congresso em Foco (3 de dezembro de 2020). «Vacinas só irão para a rede privada após SUS alcançar metas, decide Senado». Consultado em 12 de março de 2021 
  21. Congresso em Foco (9 de dezembro de 2020). «Senado tenta reincluir Gil, Milton e outras personalidades negras em lista de notáveis». Consultado em 12 de março de 2021 
  22. Época Negócios (14 de dezembro de 2020). «Senador apresenta projeto que estende auxílio emergencial e calamidade até março de 2021». Consultado em 12 de março de 2021 
  23. Congresso em Foco (25 de janeiro de 2021). «Senador quer que ministro da Educação explique falhas no Enem ao Senado». Consultado em 12 de março de 2021 
  24. Correio Braziliense (24 de fevereiro de 2021). «Senado aprova projeto que garante internet para alunos da rede pública». Consultado em 12 de março de 2021 
  25. Sergipe Mais (23 de fevereiro de 2021). «Belivaldo diz que Alessandro Vieira precisa "desligar a tecla do modo eleição e deixar de querer se aparecer"». Consultado em 12 de março de 2021 
  26. Senado Federal (18 de fevereiro de 2021). «Senadores divergem sobre prisão do deputado Daniel Silveira». Consultado em 12 de março de 2021 
  27. Congresso em Foco (19 de fevereiro de 2021). «Prisão de Daniel Silveira: veja como cada deputado votou». Consultado em 12 de março de 2021 
  28. Jovem Pan (18 de fevereiro de 2021). «'PGR continua seletiva ao não apresentar denúncia contra Chico Rodrigues', diz senador». Consultado em 12 de março de 2021 
  29. a b Poder360 (4 de março de 2021). «Saiba como votaram senadores e bancadas no 1º turno da PEC emergencial». Consultado em 12 de março de 2021 
  30. NE Notícias (12 de dezembro de 2020). «Alessandro fala em "possível impeachment" de Bolsonaro». Consultado em 12 de março de 2021 
  31. Época (28 de fevereiro de 2021). «Senadores de oito partidos falam em CPI e impeachment de Bolsonaro». Consultado em 12 de março de 2021 
  32. Senado (11 de novembro de 2020). «Senadores condenam declarações de Bolsonaro sobre covid-19 e EUA». Consultado em 12 de março de 2021 
  33. a b c d Canal do YouTube de Marco Antônio Villa (8 de agosto de 2020). «Entrevista com Alessandro Vieira». Consultado em 12 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]