Alexandre do Nascimento

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Alexandre do Nascimento
Cardeal da Santa Igreja Romana
Arcebispo-emérito de Luanda
Info/Prelado da Igreja Católica
Hierarquia
Papa Francisco
Mestre-geral Gerard Timoner III, O.P.
Atividade eclesiástica
Ordem Ordem dos Pregadores
Diocese Arquidiocese de Luanda
Nomeação 16 de fevereiro de 1986
Predecessor Dom Eduardo André Muaca
Sucessor Dom Damião António Franklin
Mandato 19862001
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 20 de dezembro de 1952
Roma
por Dom Luigi Traglia
Nomeação episcopal 10 de agosto de 1975
Ordenação episcopal 31 de agosto de 1975
Catedral de Luanda
por Dom Giovanni De Andrea
Nomeado arcebispo 3 de fevereiro de 1977
Cardinalato
Criação 2 de fevereiro de 1983
por Papa João Paulo II
Ordem Cardeal-presbítero
Título São Marcos em Agro Laurentino
Brasão
Lema TURRES FORTISSIMA NOMEN DOMINI
Dados pessoais
Nascimento Malanje
1 de março de 1925 (99 anos)
Nacionalidade angolano
Funções exercidas -Bispo de Malanje (1975-1977)
-Arcebispo de Lubango (1977-1986)
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Alexandre do Nascimento GCC (Malanje, 1 de março de 1925) é um cardeal católico angolano, atual arcebispo-emérito de Luanda.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Estudou no Seminário de Bângalas, depois no Seminário de Malanje, e posteriormente no Seminário de Luanda. Em 1948, foi enviado para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve o bacharelado em filosofia e a licenciatura em teologia.[1] Assim, foi ordenado padre em 20 de dezembro de 1952, por Luigi Traglia, então arcebispo-titular de Cesareia da Palestina, vice-gerente da Diocese de Roma.[1][2] Logo depois, tornou-se professor de teologia dogmática no Seminário Maior Arquidiocesano do Sagrado Coração de Jesus em Luanda e redator-chefe do jornal católico "O Apostolado", entre os anos de 1953 e 1956.[1]

Por nomeação de Dom Moisés Alves de Pinho, exerceu a função de pregador da Sé Catedral, de 1956 a 1961, ano este em que começou a Guerra Civil Angolana. Monsenhor Manuel Joaquim Mendes das Neves o procura para conseguir apoios e financiamentos para as ações ocorridas em Luanda em fevereiro de 1961.[3]

Em função disto e de suas relações em defesa dos direitos trabalhistas e direitos humanos em Angola desde 1957, fica implicado no "Processo dos Padres", um conjunto de decisões repressivas contra a liberdade religiosa levada a cabo pelo governo salazarista contra religiosos considerados subversivos, com vistas a intimidação e silenciamento de sacerdotes católicos e pastores protestantes nacionalistas e militantes dos direitos humanos em Angola, agindo com métodos de deportação, reclusão e difamação.[4] A autoridade politica portuguesa o forçou a fixar residência em Lisboa de onde voltaria dez anos depois, e onde estudou direito civil na Universidade de Lisboa.[1][5]

Em 10 de agosto de 1975, foi nomeado bispo de Malanje, sendo ordenado em 31 de agosto de 1975, na Catedral de Luanda, por Giovanni De Andrea, arcebispo-titular de Aquaviva e delegado apostólico em Angola, tendo como co-sagrantes a Dom Manuel Nunes Gabriel, arcebispo de Luanda e por Dom Eduardo André Muaca, arcebispo-titular de Tagarbala e arcebispo-coadjutor de Luanda.[1][2] Em 3 de fevereiro 1977, foi promovido a Arcebispo Metropolitano de Lubango, sendo também administrador apostólico ad nutum Sanctæ Sedis da Diocese de Ondijiva.[1][2]

Em 15 de outubro de 1982, durante uma visita pastoral, foi sequestrado por militantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). O Papa João Paulo II apelou por sua liberdade durante o Angelus do domingo dia 31 de outubro; ele foi libertado no dia 16 de novembro seguinte.[1][6]

Em 5 de janeiro de 1983, foi anunciada a sua criação como cardeal pelo Papa João Paulo II, no Consistório de 2 de fevereiro, em que recebeu o barrete vermelho e o título de cardeal-presbítero de São Marcos em Agro Laurentino.[1][2]

Foi transferido para a Arquidiocese de Luanda em 16 de fevereiro de 1986, renunciando ao governo pastoral da arquidiocese em 23 de janeiro de 2001.[1][2] Perdeu o direito de participar dos conclaves aos 80 anos, completados em 1 de março de 2005.

Foi, também, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, entre 1990 e 1997.

Em 5 de junho de 2015 ingressou na Ordem dos Pregadores.[7]

Atualmente, é o mais idoso membro do Colégio dos Cardeais.[8]

Conclaves[editar | editar código-fonte]

  • Conclave de 2005 - participou do conclave para a eleição do Papa Bento XVI, mas não tinha direito ao voto, já que na época tinha mais de 80 anos.
  • Conclave de 2013 - participou do conclave para a eleição do Papa Francisco, mas não tinha direito ao voto, já que na época tinha mais de 80 anos.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Após 15 anos, uma hora verdadeiramente eucarística nas ruas de Luanda : alocução feita no termo da procissão do corpo de Deus
  • Caminhos da Esperança
  • Como eu li o Livro de Rute
  • Diário íntimo e outros escritos de piedade
  • Do Conceito da Civilização e suas Incidências
  • Do homem sem fé – suas possibilidades e Limites – Segundo Francisco Suarez
  • Escritos pastorais
  • Experiência constitucional angolana e a justificação dos direitos fundamentais
  • Livro de ritmos
  • Meditações para o ano Santo
  • Pequeno livro de Nossa Senhora
  • Sobre o belo e a Moral

Referências

  1. a b c d e f g h i The Cardinals of the Holy Roman Church
  2. a b c d e Catholic Hierarchy
  3. Domingos Cazuza (4 de fevereiro de 2014). «Roupa e catanas foram financiadas por Ernesto Lara Filho». Novo Jornal 
  4. José Manuel (15 de março de 2023). «Cónego Manuel das Neves na luta de Libertação Nacional». Jornal de Angola 
  5. «Cardeal dom Alexandre comemora 86 anos». Agência Angola Press, 1 de março de 2011 
  6. «"MEU DIÁRIO" DE DOM ALEXANDRE CARDEAL DO NASCIMENTO LANÇADO EM LUANDA». Rádio Ecclesia, 19 de dezembro de 2017 
  7. «Cardeal Alexandre ingressa para as fraternidades sacerdotais dos Dominicanos». Rádio Ecclesia. 5 de junho de 2015. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  8. GCatholic
  9. «Presidente condecorou Cardeal D. Alexandre do Nascimento». Presidência da República Portuguesa. 19 de julho de 2010. Consultado em 11 de setembro de 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  10. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Alexandre Nascimento". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de março de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
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Precedido por
Eduardo André Muaca
Brasão episcopal
Bispo de Malanje

19751977
Sucedido por
Eugénio Salessu
Precedido por
Eurico Dias Nogueira
Brasão arquiepiscopal
Arcebispo de Lubango

19771986
Sucedido por
Manuel Franklin da Costa
Precedido por
Emile Biayenda
Brasão cardinalício
Cardeal-presbítero de
São Marcos em Agro Laurentino

1983—atualidade
Sucedido por
incumbente
Precedido por
Eduardo André Muaca
Brasão cardinalício
Arcebispo de Luanda

19862001
Sucedido por
Damião António Franklin