Alto de Santana
Alto de Santana | |
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Bairro de São Paulo | |
Edifícios encontrados na região. | |
Imigração predominante | Portugal Alemanha |
Zona de valor do CRECI | Zona B |
Distrito | Santana |
Subprefeitura | Santana/Tucuruvi |
Região Administrativa | Nordeste |
ver |
Alto de Santana é uma denominação comumente utilizada pelo setor imobiliário e por populares, para se referir a uma região nobre[1][2] do distrito de Santana, zona norte da cidade de São Paulo. O termo é informalmente usado para se referir ao bairro de Vila Santana e à área mais elevada do bairro de Santana.
A região se destaca pelos seus constantes lançamentos imobiliários, que atendem principalmente à demanda da classe média-alta e classe alta.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Transporte
[editar | editar código-fonte]No dia 7 de agosto de 1890 houve a inauguração da primeira linha de bonde de tração animal da Cia. São Paulo e Construtora entre a Ponte Grande e o Alto de Santana. A linha durou até o mês de maio do ano de 1907 após revolta popular devido ao mau serviço prestado. Foi a última linha de bonde de tração animal a circular na cidade.[4] Por solicitação das Irmãs do Colégio Santana, no ano de 1908 a linha de bonde elétrico que até então não percorria o bairro de Santana é prolongada da Ponte Grande até a colina de Santana para atender alunas e funcionários.[5]
Outros meios de transporte foram usados da região como os Electrobus, que eram uma espécie de bondes elétricos sem trilhos que ligavam o alto de Santana aos bairros da Lapa, Freguesia do Ó, Penha e às divisas das cidades de Juqueri e Guarulhos. Esta foi primeira referência conhecida à implantação de um sistema de trólebus em São Paulo e no Brasil.[6]
Ocupação
[editar | editar código-fonte]No ano de 1852 o alferes de milícias Francisco Antônio Baruel, representante de uma das primeiras famílias da zona norte adquiriu terras em Santana, o proprietário era agricultor, criador de animais, fabricante de telhas. Sua chácara, a Chácara Baruel, possuía a área de um alqueire, ou seja, 24.250 m² e a sede situava-se em um castelo de estilo nórdico construído por volta de 1879 conhecido como Palacete Baruel, situado no alto da rua Voluntários da Pátria.[7]
Também fazia parte da chácara a casa de Dona Maria, filha do Senhor Baruel, onde hoje situa-se a Biblioteca Narbal Fontes. Após a morte do Senhor Baruel a propriedade foi desmembrada e vendida em lotes.[8]
As Irmãs da Congregação de São José de Chambéry transfiriram-se para o alto da colina do bairro de Santana em 1894, instalando o Colégio de Sagrado Coração de Maria que atualmente é conhecido como Colégio Santana, atualmente Colégio Elite.[5] No ano seguinte foi construída junto ao terreno do colégio a Capela de Santa Cruz, a qual o senhor Pedro Doll e a família Baruel ajudaram na obra. Tornando-se a igreja matriz provisória do bairro de Santana.[5]
O colégio serviria inicialmente para a educação das meninas, filhas da elite local. Ao passo que a Capela, símbolo da Igreja Católica, serviria para romanizar a presença desta no país recém-república, além de atender a população que estava instalada em seu entorno. Nas proximidades da Capela de Santa Cruz, foi se desenvolvendo paulatinamente uma população mais abastada, que construía habitações de padrão superior às da população da várzea do Tietê. Pois o alto de Santana, era menos suscetível à inundações e de “ares” montanhosos. Para tanto, foram realizadas importantes obras de arruamento, terraplanagem e pavimentação da região pelas primeiras empresas construtoras da cidade.
A região aparece em documentos históricos e jornais do século XX, pois no dia 3 de junho de 1900, o padre Landell de Moura, realizou a primeira transmissão da voz humana com registro da imprensa no Brasil.[9] A conexão atravessou a cidade em linha reta aproximadamente 8 km de distância da avenida Paulista, onde hoje se situa o Museu de Arte de São Paulo, ao alto do bairro de Santana (atual Colégio Santana), foi noticiada no Jornal do Commercio do dia 10 de junho do mesmo ano.
Revolução no espaço No domingo próximo passado, no Alto de Sant' Anna, na cidade de S. Paulo, o Padre Roberto Landell fez uma experiência particular com vários apparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis por elle descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da electricidade através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quaes foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Sr. P.C.P. Lupton, representante do Governo Britânico e sua família. |
Jornal do Commercio do dia 10 de junho de 1900. |
Por muito tempo, a paróquia e o colégio eram pontos de referência em documentos oficiais da cidade. Este colégio, junto com o Palacete Baruel e a Biblioteca Narbal Fontes, são considerados marcos culturais da região.[5] No dia 16 de maio de 1912, a Companhia Telefônica Brasileira (CTB) instala o primeiro aparelho com ligação direta para a cidade e o local escolhido é o Colégio Santana na rua Voluntários da Pátria.[5]
Em 1921 o artista plástico Alfredo Norfini retrata o Alto de Sant' Anna através de uma pintura sobre seda, existem obras do mesmo autor na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu Nacional de Belas Artes.[10]
Dom Miguel Kruse do Mosteiro de São Bento idealizava a construção de uma universidade na cidade de São Paulo, para tal fim comprou um grande terreno no Alto de Santana próximo à Chácara Baruel onde construiu o Observatório Oficial de São Bento. Além de centro de pesquisas científicas o local era um espaço de lazer para os alunos do Colégio e Faculdade de São Bento. Por diversos motivos o observatório cessou suas atividades na década de 1940.[11]
A verticalização de alto-padrão da região foi iniciada no começo dos anos 1970, sobretudo nas ruas Pedro Doll e Francisca Júlia no início dos anos 2000 as ruas Doutor Guilherme Cristofell e Luísa Tolle foram desenvolvidas.[12]
Atualidade
[editar | editar código-fonte]A construção de edifícios no Alto de Santana, assim como em muitas outras áreas de São Paulo, começou a ganhar força a partir das décadas de 1960 e 1970. Esse período marcou um momento de grande crescimento urbano e verticalização na cidade, acompanhando o aumento populacional e a necessidade de mais espaços residenciais e comerciais.
Antes desse boom de verticalização, a região era predominantemente composto por casas e vilas, com um perfil mais residencial. A construção de edifícios residenciais no bairro foi impulsionada por vários fatores. O crescimento da cidade de São Paulo levou ao desenvolvimento de bairros nas zonas mais próximas centro, incluindo a Zona Norte, onde estão situados a região do Alto de Santana e o Jardim São Bento.
É uma zona residencial que apresenta considerável adensamento populacional, em suas ruas o metro quadrado de construção pode chegar a R$ 7 mil,[13][14] o fenômeno do crescimento vertical surge como conseqüência da valorização dos terrenos existentes. No filme Não por Acaso do diretor Philippe Barcinski filmado em 2007, o personagem Ênio interpretado por Leonardo Medeiros procura um imóvel de dois dormitórios na região. Os empreendimentos voltados ao norte possuem vista da Serra da Cantareira, e os voltados ao sul possuem "skyline" do Campo de Marte e de todos os arranha-céus do Centro Expandido da cidade.
Situa-se entre duas estações da linha 1-Azul do Metrô, na zona norte da cidade. A distância em linha reta da castelo d'água do Alto de Santana até a estação Jardim São Paulo é aproximadamente 1 km e a estação Santana localiza-se a 1,5 km do mesmo reservatório.[15] Dentro seus limites encontram-se os Hospitais do Mandaqui, São Camilo e San Paolo, a editora Madras, os colégios Imperatriz Leopoldina, Santana (ambos particulares), o estadual Doutor Octávio Mendes, uma unidade do SENAC, a Associação Arautos do Evangelho do Brasil, o Centro de Atenção Psicossocial Infantil, o Palacete Baruel e a Biblioteca Narbal Fontes.
As principais vias da região são:
- Rua Voluntários da Pátria
- Rua Francisca Júlia
- Rua Pedro Doll
- Rua Doutor Guilherme Cristoffel
- Rua Doutor Luís Lustosa da Silva
Até a década de 2000 ocorria na rua Pedro Doll a Festa Beneficente de Natal do Alto de Santana, seu principal objetivo era a arrecadação de alimentos, revertidos às instituições da Zona Norte.[16] A região é classificada pelo CRECI como "Zona de Valor B", assim como outras áreas nobres da capital como Brooklin, Cerqueira César, Jardim Paulistano e Paraíso.[17]
Por causa da especulação imobiliária, empreendimentos imobiliários localizados em bairros relativamente distantes da região, como: Casa Verde, Mandaqui e Lauzane Paulista, são erroneamente anunciados como "Lançamento no Alto de Santana".
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Rua Pedro Doll
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Praça Miguel Delgado
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Coberturas da Rua Francisca Julia
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Rua Voluntários da Pátria
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Rua Paderewsky, icônica pelas Senhoras de Santana
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Rua Augusto Tolle
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Edifícios de alto padrão
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Descida da Rua Voluntários da Pátria ao centro de Santana
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Rua Voluntários da Pátria
Alguns de seus moradores e ex-moradores são: Otto Baumgart, empresário,[18] Sérgio Reis (1940), cantor,[19][20] Magdalena Bonfiglioli, jornalista e Roberto Landell de Moura (1861-1928), padre católico e inventor.[21]
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Ver também
[editar | editar código-fonte]- Santana (distrito de São Paulo)
- Santana (bairro de São Paulo)
- Vila Santana
- Rua Voluntários da Pátria
- Rua Francisca Júlia
- Rua Pedro Doll
Notas e referências
- ↑ «www.flaviovillaca.arq.br/pdf/ibccrim.pdf A Segregação Urbana e a Justiça» (PDF). Consultado em 23 de abril de 2010. Arquivado do original (PDF) em 18 de fevereiro de 2009
- ↑ Santana: Gente que vai, gente que vem
- ↑ «InfoMoney: Metro quadrado em Santana tem valorização de 70% em seis anos». web.infomoney.com.br. Consultado em 1 de julho de 2009[ligação inativa]
- ↑ «Cronologia do Sistema de Bondes» (PDF). Consultado em 17 de agosto de 2009[ligação inativa]
- ↑ a b c d e «O Colégio Santana e a História do Bairro». Consultado em 7 de outubro de 2009. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2010
- ↑ «História do Ônibus». Consultado em 18 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 5 de setembro de 2010
- ↑ «Os Interiores Domesticos após a Economia Exportadora Paulista» (PDF). Anais do Museu Paulista. 2004. Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2012
- ↑ «HISTÓRICO DA BIBLIOTECA NARBAL FONTES». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 19 de agosto de 2009
- ↑ «Padre e cientista Roberto Landell de Moura». radioamador.com. Consultado em 17 de agosto de 2009. Arquivado do original em 23 de setembro de 2009
- ↑ NORFINI, Alfredo
- ↑ «Instituto Astronômico e Geofísico da USP: Memória sobre sua formação e evolução». Consultado em 9 de janeiro de 2010
- ↑ Santana: crescimento acelerado
- ↑ «Mercados brasileiros e suas particularidades». Consultado em 9 de agosto de 2010. Arquivado do original em 4 de novembro de 2011
- ↑ «Os enderços de ouro». Consultado em 19 de abril de 2010. Arquivado do original em 15 de junho de 2011
- ↑ Medição feita pelo Google Earth.
- ↑ «INSTITUIÇÕES TERÃO NATAL MAIS RECHEADO». Jornal ZN na Linha. 2 de dezembro de 2007. Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 17 de março de 2009
- ↑ «Pesquisa CRECI» (PDF). 11 de julho de 2009. Consultado em 13 de julho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 6 de julho de 2011
- ↑ «Falece o empreededor CURT OTTO BAUMGART». Consultado em 27 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 8 de setembro de 2012
- ↑ «Sérgio Reis canta e encanta amanhã em homenagem a nossa Morada!!!». Jornal Imparcial. Consultado em 19 de agosto de 2009
- ↑ «Perfil». Site Oficial. Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2008
- ↑ «Padre Landell de Moura». scribd.com. Consultado em 19 de agosto de 2009