Alumar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Alumar
Alumar
Razão social Consórcio de Alumínio do Maranhão S.A.
Slogan Compromisso com o desenvolvimento
Fundação 1981 (43 anos)
Sede Brasil São Luís, Maranhão
Produtos Alumina
Certificação ISO 14001, ISO 9001, OHSAS 18001, SA 8000[1]
Acionistas Alcoa (54%), South32 (36%), Rio Tinto (10%)
Website oficial «www.alumar.com.br» 

A Alumar (Consórcio de Alumínio do Maranhão S.A.), instalada em São Luís, é uma empresa formada por um consórcio entre as mineradoras transnacionais Alcoa, South 32 e Alcan. É uma das maiores produtoras de alumina do mundo, e uma das maiores empresas instaladas no Maranhão. Era também uma grande produtora de alumínio, mas as atividades com o metal foram encerradas em março de 2015.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em julho de 1980, em meio a uma fase política e econômica conturbada, o projeto para instalação de uma fábrica de alumínio da Alcoa Alumínio S.A. na Ilha de São Luís foi aprovado por cinco ministérios e pelo então presidente do Brasil, o General João Batista Figueiredo. O local foi escolhido devido à localização estratégica, às vantagens portuárias e ao suprimento de energia da Usina de Tucuruí.[2] Com um investimento de 1,475 bilhão de dólares, a mineradora iniciou as obras em agosto desse ano.[3]

Em 29 de setembro de 1981, com a construção em andamento, a BHP Billiton comprou 40% das ações do empreendimento, firmando consórcio com a Alcoa Alumínio. A Alumar enfrentou oposição de políticos e ambientalistas, que temiam que a operação da fábrica pudesse trazer consequências desastrosas à fauna e flora da ilha. Mesmo assim, as obras continuaram, chegando a empregar cerca de 15 mil pessoas. O porto foi a primeira parte do complexo a entrar em operação, em 17 de janeiro de 1983, quando o navio Alamoa fez a primeira descarga de soda cáustica; em 17 de março de 1984, o navio Puffin Arrow trouxe o primeiro carregamento de bauxita, e outros compostos foram trazidos posteriormente. A Refinaria entrou em operação pela primeira vez em 13 de maio de 1984, e a Redução, em 9 de julho do mesmo ano, produzindo as primeiras toneladas do metal. A Alumar foi oficialmente inaugurada em 16 de agosto de 1984, com a presença de várias autoridades e representantes das duas mineradoras.[2]

O complexo foi projetado inicialmente para produzir 100 mil toneladas de alumínio e 500 mil de alumina por ano. Uma vez garantida essa meta, foi iniciada a primeira ampliação, exclusivamente pela construtora Camargo Corrêa, então dona de 35% das ações da Alcoa Alumínio.[4] Essa etapa foi inaugurada em março de 1986, com a presença do então presidente José Sarney, e finalizada em julho desse ano. Uma segunda ampliação, com maior contribuição da Billiton, entrou em operação em 18 de setembro de 1990. Dessa forma, a Alumar se tornou uma das três maiores plantas de alumínio do mundo, produzindo em média 365 mil toneladas de alumínio e 1,25 milhão de toneladas de alumina por ano na década de 90. Em fevereiro de 1992, a Alcan (subsidiária da Rio Tinto) entrou para o consórcio. Em junho de 1994, foi realizada a primeira carga de alumínio no terminal portuário da Alumar.[2]

Em janeiro de 2007, foi iniciada uma expansão da refinaria do consórcio, que teve um investimento de R$ 5,2 bilhões. As novas estruturas foram inauguradas em dezembro de 2009, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da governadora Roseana Sarney e outras autoridades. Com isso, a capacidade anual de produção de alumina, matéria-prima do alumínio, passou de 1,5 milhão de toneladas para 3,5 milhões.[5] Atualmente, o setor de alumina da Alumar tem participação das empresas Alcoa (54%), South32 (36%) e Rio Tinto (10%).[6][7]

Produção[editar | editar código-fonte]

A bauxita chega através do porto e é trazida de minas em Trombetas e Juruti, no oeste do Pará.[8] Na Refinaria, o minério é submetido ao processo Bayer, através do qual se obtém a alumina após uma série de reações em solução aquosa. Ao fim deste processo, é formado um resíduo poluente denominado lama vermelha, que pode trazer sérios prejuízos ao meio ambiente se não for disposto de maneira adequada. Na Redução, a alumina passava pelo processo Hall-Héroult dentro das cubas, sendo obtido alumínio metálico através de eletrólise.[9] Também através do porto, a produção da planta da Alumar é escoada.[2]

Desde 2013, a Alcoa veio reduzindo a produção de alumínio no Brasil como parte de um plano global de cortes de gastos. A empresa havia paralisado a redução em sua unidade em Poços de Caldas em 2014. Em março de 2015, foi cortada a produção restante de 74 mil toneladas de alumínio na planta de São Luís, encerrando a fabricação do metal pela empresa no país. A Redução na unidade foi fechada e 650 funcionários foram demitidos, entretanto, as atividades com alumina não foram afetadas.[10]

Em abril de 2022, foi retomada a produção de alumínio na Redução, após um investimento de R$ 957 milhões. A exportação é realizada pelo Porto do Itaqui.[11][12]

Estatísticas de produção da Alumar (em milhares de toneladas)[13] [14][15]
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Alumina 3.371,5 3.398,2 3.442,2 3.639,3 3.671,8 3.715,92 3.695,5 3.512,0 3.671,7 3.850,0
Alumínio primário 438,3 402,4 339,5 167,0 34,8

Porto da Alumar[editar | editar código-fonte]

Porto da Alumar
Localização
País  Brasil
Localização São Luís
 Maranhão
Detalhes
Proprietário Alumar

O Porto da Alumar está localizado na baía de São Marcos, na confluência do Estreito dos Coqueiros com o Rio dos Cachorros, a oeste da ilha de Upaon-açu, tendo na margem oposta a ilha de Tauá-Mirim. Tem um canal de acesso de 5,5 km, a partir do porto do Itaqui, com uma largura mínima de 120 metros, sinalizado e balizado pela própria empresa, onde atracam navios graneleiros em um cais de 252 m de comprimento.[16]

O porto pode receber navios de até 50 mil toneladas, com calado de 8 a 12 metros quando carregados.[16]

Projetado inicialmente para descarregamento de matérias-primas, como bauxita, carvão, coque, piche, soda cáustica e carvão mineral, também foi concebido para operar com exportação.[16]

Em 2020, o Porto da Alumar movimentou 15,3 milhões de toneladas.[15]

Termelétrica Alumar[editar | editar código-fonte]

Em 2009, entrou em operação a Usina Termelétrica Alumar, formada por duas unidades geradoras, onde cada turbina tem 37,6 MW, num total de 75,2 MW de capacidade instalada, sendo movida a carvão mineral.[17]

Parque Ambiental[editar | editar código-fonte]

O Parque Ambiental da Alumar possui 1.800 hectares, tendo sido inaugurado em 1996, sendo composto de manguezais, capoeiras, várzeas e brejos, abrigando diversas espécies de animais. Também é composto por um prédio administrativo, um prédio para oficinas de educação ambiental, alojamento para pesquisadores, anfiteatro, trilha, mirante, viveiro de mudas, área de compostagem e estacionamento para visitantes.

Referências

  1. «Certificações». Alcoa. Consultado em 18 de novembro de 2015 
  2. a b c d «A evolução de uma empresa além mar...». Jornal da Soamar - Sociedade dos Amigos da Marinha. Julho de 2000. Consultado em 13 de novembro de 2015 
  3. PECK, 2015, p. 133
  4. KING, 2001, p. 40
  5. «Presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura em São Luis do Maranhão a expansão da refinaria de alumina do Consórcio Alumar». Alcoa. 14 de dezembro de 2009. Consultado em 18 de novembro de 2015 
  6. Departamento Nacional de Produção Mineral (junho de 2010). «Sumário Mineral 2009». Consultado em 13 de novembro de 2015 
  7. «Alumar» (PDF) 
  8. «Produção de bauxita do oeste do Pará alavanca produção nacional». G1. 6 de dezembro de 2013. Consultado em 14 de novembro de 2015 
  9. MOURA et al, 2008, p. 13-25
  10. Diego Emir (31 de março de 2015). «Alcoa suspende produção de alumínio no Brasil e demite 650 no Maranhão». Estadão. Consultado em 13 de novembro de 2015 
  11. Alumar, Publipost / (27 de abril de 2022). «Alumar retoma produção de alumínio no Maranhão e viabiliza abertura de mais de 2,5 mil postos de trabalho - Imirante.com». Imirante. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  12. admin (5 de dezembro de 2023). «Dez anos depois, o porto do Itaqui volta a exportar alumínio». Portosma. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  13. Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). «Estatísticas nacionais». Consultado em 17 de novembro de 2015 
  14. Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). «Estatísticas nacionais - Alumina». Consultado em 25 de maio de 2019 
  15. a b Emir, Aquiles. «Produção de alumina no Consórcio Alumar em 2020 aumenta 4,6% na comparação com 2019 | Maranhão Hoje». Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  16. a b c «..:: PortosMa.com.br ::..- capitania». www.portosma.com.br. Consultado em 26 de junho de 2018 
  17. «Térmica Alumar inicia operação comercial de 75,2 MW - Blog do GESEL- Grupo de Estudos do Setor Elétrico - UFRJ». www.nuca.ie.ufrj.br. Consultado em 11 de junho de 2020 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MOURA, Alan Rabelo de Souza; FERREIRA E FERREIRA, Emilio Henrique; FUKUSHIMA, Felipe Kiyoshi; NETO, Teodoro Macedo Araújo; MOUTINHO, Thalita Maria Pontes; COSTA, Thiago Valente da (2008). Processo de Obtenção do Alumínio (PDF). Belém: UFPA. Consultado em 14 de novembro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

´