Americanismo (ideologia)

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 Nota: Não confundir com Americanismo (termo católico), nem com Pró-americanismo.
Os ideais do americanismo variam muito...
...de patriotismo, assimilação, monoculturalismo ou centralidade de um direito de propriedade...
...às concepções liberais clássicas que se acredita estarem representadas na Revolução Americana, nos direitos humanos e no republicanismo.

Americanismo é um conjunto de valores patrióticos dos Estados Unidos que visam criar uma identidade estadunidense coletiva e pode ser definido como "uma articulação do legítimo lugar da nação no mundo, um conjunto de tradições, uma linguagem política, e um estilo cultural imbuído de significado político".[1] De acordo com a American Legion, uma organização de veteranos dos EUA, o americanismo é uma ideologia ou crença na devoção, lealdade ou fidelidade aos Estados Unidos da América, ou à sua bandeira, tradições, costumes, cultura, símbolos, instituições ou forma do governo.[2] Nas palavras de Theodore Roosevelt, "o americanismo é uma questão de espírito, convicção e propósito, não de credo ou local de nascimento."[3]

Americanismo tem dois significados diferentes. Pode referir-se às características que definem os Estados Unidos e pode também significar lealdade aos Estados Unidos e uma defesa dos ideais políticos estadunidenses. Esses ideais incluem, mas não estão limitados a autogoverno, igualdade de condições no tribunal, liberdade de expressão e crença no progresso. Esta coleção de ideais que forma a ideologia moderna do americanismo tem um apelo duradouro para pessoas de todo o mundo.[4][5]

História[editar | editar código-fonte]

Em um ensaio dedicado ao americanismo, Agnes Repplier enfatizou que, "De todos os países do mundo, nós e apenas nós temos a necessidade de criar artificialmente o patriotismo que é o direito de nascimento de outras nações".[6] Desde as alterações demográficas raciais e étnicas da população americana causadas pela Lei Hart-Celler de 1965, o americanismo tem se enraizado menos em experiências culturais compartilhadas e mais em ideais políticos compartilhados.

O conceito de americanismo existe desde que os primeiros colonos europeus se mudaram para a América do Norte, aspirados por uma visão de um "farol de esperança" para o mundo. John Adams escreveu que os novos assentamentos na América foram "a abertura de uma grande cena e projeto em Providence para a iluminação dos ignorantes, e a emancipação da parte servil da humanidade em toda a terra".[7] Essa compreensão do americanismo era um pensamento comum em todo o Novo Mundo após a Guerra de Independência dos Estados Unidos com expectativas de que a nação recém-independente se tornaria mais do que o que Thomas Paine chamou de "um asilo para a humanidade".[8]

Durante o período pré-guerra, ao longo das décadas de 1830, 1840 e 1850, o americanismo adquiriu um significado político restritivo devido ao pânico moral nativista depois que o aumento da imigração irlandesa e alemã levou ao crescimento do catolicismo americano.[9]

Os anos desde o fim da Guerra de Secessão até o fim da Segunda Guerra Mundial trouxeram um novo significado ao termo "americanismo" para milhões de imigrantes vindos da Europa e da Ásia. Aqueles foram tempos de grande crescimento econômico e de industrialização, e assim surgiu a cena americana que consiste na "democracia industrial" e no pensamento de que o povo é o governo na América. Desde então, o sucesso da nação americana trouxe um tremendo poder à noção de americanismo.[10]

De acordo com Wendy L. Wall em Inventing the "American Way", o americanismo foi apresentado por uma campanha de propaganda nacional para contrastar com o comunismo e o fascismo, durante a Guerra Fria. Os benefícios do americanismo foram promovidos por meio dos ideais de liberdade e democracia.

Algumas organizações abraçaram o americanismo, mas levaram seus ideais mais longe, ou seja, a Ku Klux Klan acredita que o americanismo inclui aspectos de raça (pureza do americano branco) e do protestantismo americano.[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kazin, Michael and Joseph A. McCartin, eds. Americanism: New Perspectives on the History of an Ideal. Chapel Hill, N.C.: University of North Carolina Press, 2006.
  2. SAL Americanism report, American Legion, 2012.
  3. Theodore Roosevelt. True Americanism, The Forum Magazine, April 1894.
  4. Kazin, Michael and Joseph A. McCartin, eds. Americanism: New Perspectives on the History of an Ideal. Chapel Hill, N.C.: University of North Carolina Press, 2006.
  5. Global Attitudes & Trends: Chapter 1: The American Brand, Pew Research Center, July 14, 2014.
  6. Agnes Repplier. Americanism, The Atlantic, March 1916.
  7. The Works of John Adams, Second President of the United States..., Volume 1.
  8. Common Sense no Wikisource em inglês.
  9. Elteren, Mel van. Americanism and Americanization: A Critical History of Domestic and Global Influence. Jefferson, N.C.: McFarland & Co, 2006, p. 51.
  10. Kazin, Michael and Joseph A. McCartin, eds. Americanism: New Perspectives on the History of an Ideal. Chapel Hill, N.C.: University of North Carolina Press, 2006.
  11. Evans, Hiram Wesley (março–maio de 1926). «Klan's Fight for Americanism» (PDF). North American Review. 223: 33–63. JSTOR 25113510 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]